Will Smith tira filme da Georgia em protesto contra lei que dificulta votos
O astro Will Smith (“Bad Boys para Sempre”) e o diretor Antoine Fuqua (“O Protetor”) decidiram tirar seu próximo filme, o drama sobre escravidão “Emancipação”, da Geórgia, após políticos deste estado americano aprovarem uma lei que, segundo seus opositores, visa dificultar e reduzir a participação de comunidades negras no processo eleitoral do país. Descontentes com a derrota do Presidente Donald Trump na Georgia, políticos do Partido Republicano mudaram a legislação eleitoral, passando a impor requisitos de identificação do eleitor, além de diminuir a votação antecipada, limitar o número de urnas e, ao mesmo tempo, proibir voluntários de fornecerem garrafas de água aos eleitores que podem ter que esperar na fila por horas. Trump alegou falsamente que perdeu nesse estado por fraude eleitoral, após uma participação sem precedentes de eleitores negros, por meio de votação antecipada e do voto por correio em meio a pandemia de coronavírus. “Não podemos, em sã consciência, fornecer apoio financeiro a um governo que promulga leis eleitorais regressivas destinadas a restringir o acesso dos eleitores”, disseram Smith e Fuqua em comunicado à imprensa. “Infelizmente, nos sentimos obrigados a realocar nosso trabalho de produção cinematográfica da Geórgia para outro estado”, anunciaram. A Geórgia é considerado um importante centro de produção para a indústria cinematográfica americana, graças a leis de incentivo que atraíram diversas produções ao estado. Mas a nova legislação foi recebida com muito descontentamento. Outras produções hollywoodianas estudam tirar suas filmagens da região, enquanto empresas comerciais, organizações esportivas e de entretenimento realizam boicotes contra a controversa decisão. “Emancipação” é uma produção da Apple, baseada na história real do escravo Peter, que ficou famoso no século 19 após fugir de seu “dono” e torturador e posar para uma foto expondo as cicatrizes de crueldade nas suas costas – marcas de um chicoteamento que quase o matou. A foto se tornou conhecida como “Scourged Back” e “viralizou” após ser publicada em uma série de veículos de imprensa em 1863, criando um impacto similar ao do assassinato de George Floyd em sua época. Estudiosos apontam a foto como uma das influências do crescimento do movimento abolicionista, que levou ao fim da escravidão nos EUA. De fato, pouco depois de sua publicação, países europeus anunciaram que deixariam de comprar algodão dos estados do sul dos EUA, onde a escravidão ainda era praticada. O ato de protesto dos responsáveis pelo filme em 2021 ecoa esse passado histórico.
Sandra Oh discursa em protesto anti-racista nos EUA: “Orgulho de ser asiática”
A atriz Sandra Oh, protagonista da série “Killing Eve”, participou no sábado (20/3) de uma manifestação de repúdio ao racismo contra asiáticos e seus descendentes nos EUA, que aumentou após discursos do então presidente Trump a respeito do “vírus chinês”, no começo da pandemia de coronavírus. “Estou muito feliz e orgulhosa por estar aqui com vocês. Obrigado a todos os organizadores por organizarem isso para nos dar a oportunidade de estar juntos e sentir uns aos outros. Para muitos de nós em nossa comunidade, essa é a primeira vez em que podemos dar voz ao nosso medo e nossa raiva, e estou realmente grata a todos que estão ouvindo”, afirmou a atriz durante a manifestação que aconteceu na cidade de Pittsburgh, falando por meio de um megafone. O discurso foi recebido com aplausos retumbantes dos presentes, e ela unificou a multidão ao bradar: “Tenho orgulho de ser asiática. Eu pertenço a este lugar”. “Muitos de nós não temos a chance de dizer isso, então eu só queria nos dar a oportunidade de poder gritar isso”, disse Oh, ao terminar seu discurso. O protesto aconteceu em meio à escalada da violência contra asiáticos nos EUA, que culminou com atentados contra casas asiáticas de massagem em Atlanta, na última terça-feira (16/3). O atentado deixou oito mortos, sendo seis deles mulheres de origem asiática. O assassino foi identificado como Robert Aaron Long, um homem branco, que confessou o crime de ódio. Após o crime bárbaro, diversas celebridades usaram a hashtag #StopAsianHate, como o DJ Steve Aoki, o ator Daniel Dae Kim e a própria Sandra Oh. “Envio amor e apoio às famílias das oito almas assassinadas na Geórgia em 16 de março. E a todas as vítimas da violência racista. Estou devastada e profundamente brava. Eu sei que muitos de vocês estão assustados, mas não nos deixemos intimidar. Lembrem: é uma honra ser asiático”, publicou Sandra Oh nesta semana em seu Instagram. Assista abaixo a um vídeo da rede CW que registra o protesto de Sandra Oh contra o racismo nos Estados Unidos.
Woody Allen protesta contra série da HBO: sem interesse pela verdade
Como previsto, Woody Allen e sua esposa, Soon-Yi Previn, protestaram nesta segunda (22/2) contra a série documental “Allen v. Farrow”, que estreou na noite de domingo na HBO. A produção desferiu um potente ataque-denúncia, buscando provar que o diretor teria abusado sexualmente de sua filha adotiva Dylan Farrow na década de 1990, quando ela tinha 7 anos. Em comunicado à imprensa americana, um porta-voz do casal afirma que os cineastas Amy Ziering e Kirby Dick, responsáveis por “Allen vs. Farrow”, “não tinham interesse na verdade” e acusaram os documentaristas de “colaborar com os Farrows e seus facilitadores”, procurar-lhes apenas há dois meses, com a série praticamente pronta, e dar-lhes uma “questão de dias” para apesentar seu “lado” para inclusão na obra. O primeiro episódio da série em quatro partes traz Dylan Farrow detalhando as acusações de incesto que fez contra seu pai adotivo quando criança e retrata Allen como pedófilo, com ajuda de depoimentos de outros membros da família, amigos dos Farrow e registros da época. “Esses documentaristas não tinham interesse na verdade. Em vez disso, passaram anos colaborando sub-repticiamente com os Farrows e seus facilitadores para montar um trabalho de demolição repleto de mentiras. Woody e Soon-Yi foram abordados há menos de dois meses e receberam apenas um punhado de dias ‘para responder’. Claro, eles se recusaram a fazer isso. “Como se sabe há décadas, essas alegações são categoricamente falsas. Várias agências as investigaram na época e descobriram que, independentemente do que Dylan Farrow possa ter sido levado a acreditar, absolutamente nenhum abuso aconteceu. Infelizmente, não é surpreendente que a rede para transmitir isso seja a HBO – que tem um contrato de produção e uma relação comercial com Ronan Farrow. Embora esta obra de sucesso de má qualidade possa ganhar atenção, ela não muda os fatos.”
Artistas se indignam com julgamento de “estupro culposo” em Santa Catarina
Uma reportagem do site The Intercept Brasil denunciou nesta terça (3/11) o aparente show de horrores praticado num tribunal de justiça de Santa Catarina para absolver o empresário André de Camargo Aranha da acusação de estupro da influencer Mariana Ferrer, de 23 anos, em Florianópolis. O artigo, acompanhado por vídeo, causou comoção nas redes sociais e levou várias artistas a se unirem, dando voz a uma grande indignação nacional. De acordo com a apuração do site, o empresário foi absolvido após o promotor declarar que a acusação era de “estupro culposo”, que seria um estupro sem intenção, algo inexistente no Código Penal. Além disso, o julgamento por videoconferência aconteceu com o advogado de defesa, Cláudio Gastão da Rosa Filho, ofendendo e humilhando a vítima sem parar na presença do juiz Rudson Marcos, que não o advertiu nem quando Mariana Ferrer começou a chorar e receber ainda mais humilhações por causa disso. Em post nas redes sociais, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes condenou a audiência, classificando as cenas reveladas pelo Intercept Brasil como “estarrecedoras” e ressaltou que a Justiça não deve ser instrumento de “tortura e humilhação”. O integrante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) Henrique Ávila já pediu que a Corregedoria Nacional de Justiça abra um procedimento preliminar para investigar a conduta do juiz de Santa Catarina que presidiu a audiência do caso, também dizendo ver elementos de “tortura psicológica” no tratamento dado a Mariana durante a audiência. E a unanimidade do Senado Federal aprovou um voto de repúdio ao advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, ao juiz Rudson Marcos e ao promotor Thiago Carriço de Oliveira por deturparem fatos de um crime de estupro com base em acusações misóginas. Mas a repercussão mais representativa ocorreu entre atrizes, cantoras e celebridades femininas, que ajudaram a colocar as hashtags #JusticaporMariFerrer e #EstuproCulposoNãoExiste nos trending topics do Twitter. “‘Estupro culposo’ pqp”, escreveu Bruna Marquezine. “É revoltante essa história de estupro culposo. Revoltante!”, indignou-se Deborah Secco. “Vocês acham possível estuprar SEM QUERER? Estupro culposo é o ato de estuprar alguém sem intenção de estuprar ou de julgar alguém sem a intenção de condenar? #estuproculposonãoexiste”, afirmou a atriz Bruna Linzmeyer ao lado de Iza, que usou seu perfil no Twitter para frisar que “‘estupro culposo’ não existe”. Rafa Kalimann também desabafou: “‘Não teve a intenção de estuprá-la’. Ahn? Isso existe? Quantas? Quantas vezes? Quantas vezes mais? Quantos outros medos? Quantas outras agressões? Quantos outros estupros ‘sem querer’? Quanto tempo nós temos? Talvez nenhum. Não dá para esse medo continuar. Quantas escondem o estupro ou a agressão ou têm medo de expor e ninguém acreditar?”, escreveu. “Mano, o que o Brasil está virando? ‘Estupro Culposo’ não existe! Justiça por Mari Ferrer. Um país onde ser MC é crime e um estuprador é inocentado”, apontou MC Rebecca. “#justicapormariferrer eu tô com medo do que o Brasil tá virando”, ecoou Luísa Sonza. A cantora ainda acrescentou uma frase dita pela vítima e ignorada pelo juiz do caso: “Eu gostaria de respeito, doutor, excelentíssimo, eu estou implorando por respeito no mínimo. Nem os acusados, nem os assassinos são tratados da forma como eu estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente” E acrescentou: “A gente só gostaria de RESPEITO”. GKay resumiu: “Esse caso é uma derrota pra TODAS NÓS MULHERES!” Entre outras famosas, Laura Keller e Teresa Cristina também se manifestaram em apoio a Mariana Ferrer. Em 15 de dezembro de 2018, Mariana Ferrer, blogueira de moda conhecida como Mari Ferrer, trabalhava em um evento promovido por um estabelecimento, em Florianópolis, como embaixadora da casa — divulgando o espaço nas redes sociais. Segundo a mãe da jovem, ela chegou em casa do trabalho chorando muito, com o body e a calcinha que usava ensanguentados. A roupa que usava também estaria com forte odor de esperma. No dia seguinte, Mariana registrou um boletim de ocorrência por estupro. Em exame pericial feito com o esperma encontrado na roupa da jovem, foi constatado que o material era compatível com o DNA do empresário paulistano André de Camargo Aranha. Em julho de 2019, ele se tornou réu do caso, investigado como estupro de vulnerável. Veja abaixo o vídeo do Intercept Brasil e uma pequena mostra da reação das redes sociais. Ver essa foto no Instagram Brasil, 3 de novembro de 2020. Uma publicação compartilhada por Deborah Secco (@dedesecco) em 3 de Nov, 2020 às 10:12 PST É revoltante essa história de estupro culposo. Revoltante! — Deborah Secco (@dedesecco) November 3, 2020 “Estupro culposo” pqp https://t.co/GosbMusiCu — Bruna Marquezine (@BruMarquezine) November 3, 2020 Mano o que o Brasil tá virando? “Estupro Culposo” NÃO existe! #JusticaPorMariFerrer — Mc Rebecca #APretaÉBraba (@mcrebecca) November 3, 2020 vocês acham possível estuprar SEM QUERER?estupro culposo é o ato de estuprar alguém sem intenção de estuprar ou de julgar alguém sem a intenção de condenar?#estuproculposonãoexiste — bruna linzmeyer (@brunalinzmeyer) November 3, 2020 “Estupro culposo” não existe. — IZA (@IzaReal) November 3, 2020 Um país onde ser “mc” é crime e um estuprador é inocentado.. 😡 — Mc Rebecca #APretaÉBraba (@mcrebecca) November 3, 2020 Quantas ? Quantas vezes? Quantas vezes mais? Quantos outros medos? Quantas outras agressões? Quantos outros estupros “sem querer”? Quanto tempo nós temos? Talvez nenhum. Não dá pra esse medo continuar. — Rafa Kalimann ✨ (@rafakalimann_) November 3, 2020 Até quando isso? Mais uma mulher humilhada, desprotegida. Mais uma demonstração do quanto estamos vulneráveis diante do que deveria nos proteger, nos passar segurança. Até quando vamos ter medo por ser MULHER? — Rafa Kalimann ✨ (@rafakalimann_) November 3, 2020 “Eu gostaria de respeito, doutor, excelentíssimo, eu estou implorando por respeito no mínimo. Nem os acusados, nem os assassinos são tratados da forma como eu estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente.” A gente só gostaria de RESPEITO. #justicapormaribferrer pic.twitter.com/7tEwGUdVmc — Luísa Sonza | #FRienDdESemAnA (@luisasonza) November 3, 2020 #justicapormariferrer eu tô com medo do que o Brasil tá virando. — Luísa Sonza | #FRienDdESemAnA (@luisasonza) November 3, 2020 Esse caso é uma derrota pra TODAS NÓS MULHERES! #justicapormaribferrer — GKAY (@gessicakayane) November 3, 2020 Até quando nós mulheres seremos violadas e humilhadas? Se não lutarmos uma pela outra ninguém lutará!ESTUPRO CULPOSO NÃO EXISTE!!!!!#justicapormariferrer — Laura Keller (@eulaurakeller) November 3, 2020 As cenas da audiência de Mariana Ferrer são estarrecedoras. O sistema de Justiça deve ser instrumento de acolhimento, jamais de tortura e humilhação. Os órgãos de correição devem apurar a responsabilidade dos agentes envolvidos, inclusive daqueles que se omitiram. — Gilmar Mendes (@gilmarmendes) November 3, 2020
Campanha “eu quero veteranos na TV” viraliza após dispensa de Glória Menezes e Tarcísio Meira
A hashtag #euqueroveteranosnatv viralizou no fim de semana nas redes sociais, após Glória Menezes e Tarcísio Meira não terem seus contratos renovados pela rede Globo. Diversos astros famosos, artistas de diferentes segmentos, fãs e até empresas alimentaram a corrente no Twitter, Facebook e Instagram, com mensagens pedindo mais respeito e trabalho aos atores veteranos do Brasil. Até mesmo Glória Menezes aderiu à campanha. No domingo, dia de aniversário de Laura Cardoso festejou 93 anos, ela publicou uma foto com a colega e outras atrizes participantes da série “Grandes Damas”, exibida pelo canal Viva em 2013, com a mensagem: “Aniversário da gigante e talentosíssima Laura Cardoso. Uma verdadeira dama da dramaturgia brasileira. Na foto, outras grandes damas brasileiras”. E acrescentou: “#euqueroveteranosnatv”. Em entrevista ao jornal O Globo, por ocasião do aniversário, Laura Cardoso confirmou que muitos veteranos não querem nem saber de aposentadoria. “Você se aposenta e aí para tudo. Aposentadoria é um horror. Estar na ativa mantém a gente viva”, ela afirmou. “Talento não envelhece” foi a frase mais repetida, junto da hashtag, e disseminada, entre outras pessoas, pela jornalista televisiva Sonia Abrão e a escritora Ana Beatriz Barbosa. Muitos também lembraram do aniversário de 70 anos da TV brasileira para valorizar os profissionais que a construíram. Entre os atores que publicaram a hashtag, vários tem contratos com a Globo. A lista inclui Leandra Leal, Gloria Pires, Antonio Calloni, Cassio Gabus Mendes, Claudia Raia, Claudia Abreu, Caio Blat, Caco Ciocler, Beth Goulart, Marcos Pasquim, Alexandra Richter, Claudia Ohana, Fernando Pavão, Kadu Moliterno, Solange Couto, Isabel Fillardis, Emílio Orciollo Netto, Cristina Oliveira, Otávio Martins, Bruno Fagundes, Alessandra Maestrini, Mika Lins e Sergio Marone, entre outros. Carolina Ferraz aproveitou até para fazer uma homenagem. “São profissionais que fizeram a história da nossa televisão, sem eles não haveria história a se contar. Cresci na companhia de todos eles, me formei e aprendi vendo cada um deles atuando e convenhamos, que artistas maravilhosos e inspiradores”, escreveu. A maioria dos atores, no entanto, apenas publicaram a hashtag. Veja abaixo dois exemplos de artes que viralizaram durante a manifestação. Ver essa foto no Instagram #euqueroveteranosnatv Uma publicação compartilhada por Leandra Leal (@leandraleal) em 14 de Set, 2020 às 6:02 PDT Ver essa foto no Instagram #euqueroveteranosnatv Uma publicação compartilhada por ✨🎤✨Alessandra Maestrini (@alessandramaestrini) em 14 de Set, 2020 às 7:06 PDT
Duffy critica Netflix por promover a violência sexual de 365 Dias
A cantora britânica Duffy teria decidido protestar publicamente contra a publicidade elogiosa em torno do longa polonês “365 Dias”, que é apresentado como um novo “Cinquenta Tons de Cinza” na Netflix. Em fevereiro, ela revelou ter sido sequestrada, drogada, mantido em cativeiro e estuprada por um período longo e não detalhado, dizendo que isso a fez abandonar sua arte e sumir por um tempo. “365 Dias” mostra, justamente, um homem raptando e mantendo uma mulher em cativeiro pelo tempo de seu título, como o objetivo de forçá-la a se apaixonar por ele. O filme foi lançado na Polônia em 7 de fevereiro e entrou no catálogo da Netflix em 8 de junho. Duffy não usa redes sociais e teria se manifestado por meio de uma carta aberta, endereçada ao CEO da Netflix, Reed Hastings. Uma cópia da carta foi fotografada pelo jornal britânico The Sun (veja a reprodução abaixo). Nela, Duffy chama a decisão de disponibilizar o filme de “irresponsável”. “Não queria ter que escrever para você, mas a ‘virtude’ do meu sofrimento me obriga a fazê-lo”, diz a cantora, fazendo referência ao que passou enquanto foi mantida em cativeiro. “‘365 Dias’ glamoriza a realidade brutal do tráfico sexual, do sequestro e do estupro. Não deveria ser a ideia de entretenimento para ninguém, nem ser descrito como tal ou comercializado desta maneira. Enquanto escrevo essas palavras, cerca de 25 milhões de pessoas são vítimas de tráfico [sexual] em todo o mundo. Por favor, tire um momento para pensar neste número, equivalente a quase metade da população da Inglaterra.” Duffy também lamentou que a Netflix ofereça uma plataforma para esse tipo de filme, que erotiza o sequestro e distorce a violência sexual, transformando-a em algo “sexy”, e disse não conseguir imaginar como a empresa pode ter sido tão descuidada e insensível. “Todos sabemos”, continuou, “que a Netflix não reproduziria um material que glamorizasse pedofilia, racismo, homofobia, genocídio ou qualquer outro crime contra a humanidade. O mundo corretamente se levantaria e gritaria. Tragicamente, as vítimas de tráfico e sequestro são invisíveis e, em ‘365 Anos’, seu sofrimento é transformado em um ‘drama erótico’, como descreve a Netflix.” A cantora também se dirigiu aos autodeclarados fãs do filme, incentivando as milhões de pessoas que gostaram de “365 Anos” a refletir sobre sequestro, tráfico e exploração sexual. Duffy ainda compartilhou links com mais informações sobre o tema e indicou entidades como a Coalition Against Trafficking in Women e Hope for Justice, que enfrentam a situação. “Vocês não se deram conta de como ‘365 Anos’ levou sofrimento àqueles que passaram pela dor e o horror que esse filme glamoriza pelo entretenimento e por dólares. O que eu e outros que conhecemos essas injustiças precisamos é exatamente o oposto — uma narrativa da verdade, da esperança e que nos dê voz.”
Cineastas protestam contra nomeação do diretor do Cine PE para a Secretaria do Audiovisual
Cineastas de associações de Pernambuco, como a Associação Brasileira de Documentaristas, Curta-metragistas e Cineastas de Pernambuco (ABD-PE), a Associação Pernambucana de Cineastas (Apeci) e a Federação Pernambucana de Cineclubes (Fepec), divulgaram nas redes sociais uma nota de repúdio à nomeação de Alfredo Bertini para a Secretaria do Audiovisual, ligada ao Ministério da Cultura. O ministro Marcelo Calero anunciou a nomeação de Bertini em 31 de maio. Diretor e idealizador do Cine PE, o empresário recifense é autor de livros como “Economia da Cultura” e foi presidente do Fórum Nacional dos Organizadores de Festivais Audiovisuais Brasileiros. Mesmo com sua experiência no setor, cineastas como Claudio Assis, João Vieira Jr., Gabriel Mascaro, Marcelo Lordello, Aly Muritiba e Hilton Lacerda assinam a nota que diz que Bertini “não tem nenhuma representatividade e interlocução com os trabalhadores do audiovisual”. “Repudiamos a nomeação do produtor Alfredo Bertini para a Secretaria Nacional do Audiovisual. Como diversos nomes que compõem atualmente o governo golpista, Bertini não tem nenhuma representatividade e interlocução com os trabalhadores do audiovisual e com nenhum movimento social representativo”, diz a nota, assinada por cerca de 150 profissionais, que também ataca o festival Cine PE. “Em seus 20 anos de existência, o Cine PE demonstrou, ano após ano, a ausência de qualquer ligação efetiva de seus gestores com o campo profissional e de pesquisas do audiovisual, não havendo, portanto, credibilidade e representatividade mínima para assumir o cargo.” “Essa opinião deles é por mim sabida, cabendo-me respeitá-la. Entendo as distintas razões de pensamento. Só não posso ignorar é qualquer tentativa de minorar minha qualificação profissional”, rebateu Bertini, por email enviado ao jornal O Globo. Bertini refere-se a ataque anterior sofrido pelo festival Cine PE pelas mesmas entidades do atual protesto, que emitiram outro abaixo-assinado em abril contra o evento. Meses antes, em outubro, cineastas de Pernambuco realizaram um evento em favor da presidente Dilma Rousseff (foto acima), em frente ao Cine São Luis, local em que acontece o Cine PE.






