Amazon define reboot de “Instinto Selvagem” com maior compra de roteiro do ano
Autor do roteiro original retorna para franquia em acordo milionário, que pode chegar a US$ 4 milhões
“Tropas Estelares” vai ganhar nova versão do diretor de “Distrito 9”
Neill Blomkamp comandará o projeto, que será mais fiel ao livro de Robert A. Heinlein
Festival Mix Brasil exibe filmes que deram o que falar em 2021
O Festival Mix Brasil, principal evento cultural LGBTQIAP+ do Brasil, começa nesta quarta (10/11) com uma programação para cinéfilo nenhum botar defeito. Serão ao todo 117 filmes, além de peças de teatro, debates sobre literatura queer, oficinas, shows musicais e até um tributo ao cantor Ney Matogrosso, o homenageado desta edição, que se estende até 21 de novembro. Dentre os destaques da programação cinematográfica estão “Deserto Particular”, filme de Aly Muritiba que representará o Brasil na busca por uma vaga no Oscar 2022, e “Benedetta”, drama de freiras de Paul Verhoeven que chocou em Cannes 2021. Desta vez num formato híbrido, com sessões presenciais e exibições online — por meio da plataforma Sesc Play — , o festival começa às 20h, justamente com a exibição de “Benedetta”, numa sessão presencial no CineSesc. Entre os destaques da seção Panorama Internacional há muitos outros longas inéditos que deram o que falar no circuito dos festivais, como “A Fratura” de Catherine Corsini, vencedor do Queer Palm no Festival de Cannes, “Instruções de Sobrevivência” de Yana Ugrekhelidze, que levou o Prêmio Teddy no Festival de Berlim, “Being BeBe – A História de BeBe Zahara Benet, documentário sobre a primeira vencedora de “RuPaul’s Drag Race”, e “Bliss”, de Henrika Kull, que integrou a seleção oficial das mostras Panorama da Berlinale, Frameline e Queer Lisboa. A seleção nacional destaca sete obras que concorrem ao Coelho de Ouro de Melhor Filme. Além de “Deserto Particular”, a lista traz “A Primeira Morte de Joana” de Cristiane Oliveira, “Até o Fim” de Glenda Nicácio, “Vênus de Nyke” de André Antônio, “Deus Tem AIDS” de Fábio Leal e Gustavo Vinagre, “Madalena” de Madiano Marcheti e “Máquina do Desejo” de Joaquim Castro e Lucas Weglinski E tem muito mais, com diversos títulos em sessões e mostras especiais, incluindo “Perto de Você”, de Cássio Kelm, que terá sua estreia internacional na próxima edição do IDFA, um dos mais importantes festivais de documentários do mundo. O evento é uma realização da Associação Cultural Mix Brasil, Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e conta com a iniciativa da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio de Mercado Livre, Itaú e Spcine e apoio de Sesc e Biblioteca Mário de Andrade.
“Benedetta” vira filme mais falado de Cannes por cenas de sexo e “blasfêmias”
“Benedetta”, o novo filme do provocante cineasta Paul Verhoeven (“Instinto Selvagem”), virou o mais falado do Festival de Cannes deste ano graças a cenas de sexo lésbico em um convento e sonhos explícitos com Jesus Cristo. Exibido na sexta à noite (9/7), o longa foi aplaudido por cinco minutos pelo público francês, numa ampla demonstração de aprovação, mas a crítica internacional reclamou sem parar do excesso de nudez e sexo, e até de blasfêmias. As cenas de sexo são tão picantes quanto as de “Azul É a Cor mais Quente”, que venceu o Festival de Cannes em 2013, mas causaram especial desconforto por incluírem um brinquedo sexual esculpido em uma figura de madeira da Virgem Maria. Além do sexo, também há muita violência em “Benedetta”, do tipo vista em “A Paixão de Cristo”. Mas sem, claro, que os mais religiosos considerem as conexões entre os dois filmes. Durante a entrevista coletiva sobre a obra, o diretor holandês chamou os críticos de puritanos. “Não se esqueçam que, em geral, as pessoas, quando fazem sexo, tiram as roupas”, ele apontou. “Então, estou basicamente chocado com o fato de que não quererem olhar para a realidade da vida. Por que esse puritanismo foi introduzido? Na minha opinião, está errado. ” Verhoeven também se irritou com a sugestão de que o filme é uma blasfêmia. “Eu realmente não entendo como você pode blasfemar sobre algo que aconteceu… Não se pode mudar a História depois do fato. Você pode dizer que aquilo era errado ou não, mas não pode mudar a História. Acho que a palavra blasfêmia para mim, neste caso, é estúpida”, explicou. De fato, “Benedetta” é baseada numa história real. Com roteiro de David Birke, que volta a trabalhar com Verhoeven após a parceria em “Elle” (2016), o filme adapta o livro “Atos Impuros: A Vida de uma Freira Lésbica na Itália da Renascença”, da historiadora Judith C. Brown. A trama se passa no final do século 15, enquanto a peste assola a Europa, e Benedetta Carlini ingressa no convento de Pescia, na região italiana da Toscana, como uma noviça que desde muito cedo parece fazer milagres. Seu impacto na vida da comunidade é imediato e chama atenção do Vaticano. Mas logo sua pureza é confrontada pela chegada de uma jovem tentadora ao convento (Daphne Patakia), que decide seduzi-la. A história, que mistura religião com erotismo e polêmica, se encaixa perfeitamente na filmografia do diretor holandês de “Louca Paixão” (1973), “Conquista Sangrenta” (1985), “Instinto Selvagem” (1992), “Showgirls” (2005) e “Elle” (2016). A estrela Virginie Efira, intérprete de Benedetta, lembrou deste detalhe ao defender o ponto de vista do diretor. “A sexualidade é um assunto interessante. Não há muitos diretores que saibam filmá-la. Paul Verhoeven sabe. É alguém que lidou com este tópico importante desde o início e de uma forma incrível. A nudez não tem interesse quando não é retratada de uma maneira bonita, não é isso que Paul faz. Tudo foi muito alegre quando tiramos nossas roupas”, ela descreveu. “Benetta” também estreou comercialmente na França neste fim de semana, mas ainda não tem previsão de lançamento fora da Europa. Veja o trailer do longa abaixo.
Benedetta: Nova polêmica de Paul Verhoeven ganha primeiro trailer
O cineasta Paul Verhoeven, que nunca foi acusado de timidez, mergulha com tudo na “nunsploitation”, o subgênero trash dos filmes de freiras lésbicas e vítimas de sadismo, em seu mais recente filme. Selecionado para o Festival de Cannes deste ano, “Benedetta” ganhou pôster e seu primeiro trailer. A prévia avisa que a produção é baseada em história real. A trama se passa no final do século 15, enquanto a peste assola a Europa, e Benedetta Carlini ingressa no convento de Pescia, na região italiana da Toscana, como uma noviça que desde muito cedo parece fazer milagres. Seu impacto na vida da comunidade é imediato e chama atenção do Vaticano. Mas logo sua pureza é confrontada pela chegada de uma jovem tentadora ao convento, que decide seduzi-la. Com roteiro de David Birke, que volta a trabalhar com Verhoeven após a parceria em “Elle” (2016), o filme adapta o livro “Atos Impuros: A Vida de uma Freira Lésbica na Itália da Renascença”, da historiadora Judith C. Brown. A história, que mistura religião com erotismo e polêmica, se encaixa perfeitamente na filmografia do diretor holandês de “Louca Paixão” (1973), “Conquista Sangrenta” (1985), “Instinto Selvagem” (1992) e “Showgirls” (2005). “Benetta” também é a segunda produção de Verhoeven falada em francês, justamente após “Elle”, seu filme mais recente. O elenco inclui Virginie Efira (“Elle”), Daphné Patakia (“Versailles”), Charlotte Rampling (“45 Anos”), Lambert Wilson (“Homens e Deuses”) e Olivier Rabourdin (“Busca Implacável”). A estreia vai acontecer em 9 de julho na França, após a première no Festival de Cannes.
Novos filmes de Wes Anderson e Paul Verhoeven são confirmados em Cannes
Os novos filmes de Wes Anderson e Paul Verhoeven, “A Crônica Francesa” (The French Dispatch) e “Benedetta”, foram confirmados na programação do Festival de Cannes 2021. Segundo o presidente do festival, Thierry Frémaux, eles faziam parte da seleção do ano passado, que foi cancelada pela pandemia de coronavírus, mas como ainda não foram exibidos em nenhum lugar, tiveram suas premières mundiais agendadas para o evento deste ano. “A Crônica Francesa” tem estrutura de antologia e gira em torno da apuração de jornalistas para um jornal francês de expatriados. A fotografia em tons pastéis, a proporção de tela pré-widescreen, o figurino de época (anos 1960) e a cenografia minunciosamente detalhista aproxima a obra especialmente de “O Grande Hotel Budapeste” (2014), filme live-action anterior de Anderson, que também se passava na Europa de antigamente. O elenco estelar inclui diversos integrantes da trupe que acompanha Anderson na maioria de seus projetos, formada por Bill Murray, Owen Wilson, Jason Schwartzman, Adrien Brody, Willem Dafoe, Tilda Swinton, Edward Norton, Bob Balaban, Anjelica Huston, Frances McDormand, os “novatos” Tony Revolori, Saoirse Ronan, Léa Seydoux, Mathieu Amalric, Fisher Stevens (que entraram na turma em “O Grande Hotel Budapeste”) e Liev Schreiber (em “Ilha dos Cachorros”). Mas também há diversos estreantes no universo do diretor: Timothée Chalamet (“Me Chame pelo Seu Nome”), Benicio Del Toro (“Sicario”), Christoph Waltz (“Django Livre”), Jeffrey Wright (“Westworld”), Elisabeth Moss (“The Handmaid’s Tale”), Lyna Khoudri (“Papicha”), Cécile de France (“O Garoto da Bicicleta”), Rupert Friend (“Homeland”), Alex Lawther (“The End of the F***ing World”), Henry Winkler (“Barry”), Lois Smith (“Lady Bird”), Griffin Dunne (“This Is Us”), Guillaume Gallienne (“Yves Saint Laurent”), Stephen Park (“O Expresso do Amanhã”), Hippolyte Girardot (“Amar, Beber e Cantar”) e até Morgane Polanski (“Vikings”), filha do cineasta Roman Polanski. “Benedetta”, por sua vez, é um drama erótico do veterano diretor holandês de “Instinto Selvagem” sobre uma freira do século 17 que sofre com perturbadoras visões religiosas. O elenco destaca Virginie Efira (“Elle”), Charlotte Rampling (“Ninfomaníaca”) e Lambert Wilson (“A Odisseia de Jacques”). Os dois longas se juntam a “Annette”, ópera rock de Leos Carax, com músicas da banda Sparks e estrelada por Adam Driver (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”) e Marion Cotillard (“Aliados”), que foi anunciado na segunda-feira (19/4) como filme de abertura do festival. O mais famoso festival de cinema do mundo, que habitualmente acontece em maio, este ano foi adiado devido à pandemia e será realizado entre os dias 6 e 17 de julho na Riviera Francesa.
Instinto Selvagem: Sharon Stone diz que estapeou diretor por filmá-la sem calcinha
A atriz Sharon Stone revelou ter dado um tapa na cara do diretor Paul Verhoeven após ver pela primeira vez sua famosa cena sem calcinha no suspense “Instinto Selvagem”, de 1992. A novidade veio à tona num trecho de sua autobiografia, que foi antecipado pela revista Vanity Fair. Intitulado “The Beauty of Living Twice”, o livro será lançado em 30 de março nos EUA. Stone alegou que sua icônica “cruzada de pernas” foi filmada sem seu consentimento. Ela afirmou ter sido enganada por Verhoeven para ficar sem calcinha durante as filmagens. O cineasta teria dito que a peça íntima estava “refletindo na luz” e a convenceu a tirá-la, prometendo que não filmaria nada indevido. Por isso, se disse surpreendida pela inclusão da cena reveladora. “Fui chamada para assistir ao filme após encerrarmos as filmagens. Não éramos apenas eu e o diretor, era uma sala cheia de agentes e advogados, a maior parte deles não tinha nada a ver com o projeto. E foi assim que vi a cena com a minha vagina pela primeira vez, após me dizerem que ‘não veremos nada, só precisamos que você remova a calcinha por ela estar refletindo na luz e assim dá para saber que você está de calcinha”, escreveu a atriz em sua autobiografia. Ao contar a história, ela também rebateu as alegações de Verhoeven de que a cena teria sido filmada com seu consentimento. “Sim, há muitos pontos de vista em relação a esse tema, mas levando-se em conta que sou eu a dona da vagina em questão, posso dizer: os outros pontos de vista são uma besteira. Agora, a questão é. Não importa mais. Era eu e as minhas partes lá. Eu decidi fazer. Eu fui até a sala de projeção e dei um tapa na cara do Paul e saí, entrei no meu carro e liguei para o meu advogado, Marty Singer”, contou Apesar de ter considerado processar o diretor e os produtores do filme, ao final Stone concluiu que a cena era relevante para o contexto da história. A cruzada de pernas marcou época. “Instinto Selvagem” estourou nas bilheterias, Sharon Stone virou sex symbol, tornou-se uma atriz requisitadíssima, seu salário para novos projetos se multiplicou e ela até recebeu uma indicação ao Globo de Ouro por viver a psicopata sexy Catherine Tramell no filme de Verhoeven. Em 2006, ela estrelou a continuação do filme, evocando a cena icônica no cartaz do lançamento – desta vez, um fracasso de bilheterias. Veja abaixo a cruzada de pernas mais famosa do cinema e a capa do livro de memórias de Sharon Stone.
Diretor de Instinto Selvagem vai adaptar Bel Ami como minissérie
O diretor holandês Paul Verhoeven, que lançou clássicos como “RoboCop” (1987), “Instinto Selvagem” (1992) e experimentou um renascimento com a aclamação de “Elle” (2016), está desenvolvendo uma minissérie baseada no clássico literário “Bel Ami”, de Guy de Maupassant. A obra já foi bastante adaptada pelo cinema, desde a época do cinema mudo – a versão mais recente foi estrelada por Robert Pattinson em 2012, de onde vem a foto acima. Mas a adaptação de Verhoeven vai atualizar a trama, trazendo a história do alpinista social Georges Duroy para os dias de hoje, ambientada no mundo da TV. O cineasta servirá como showrunner e diretor de todos os oito episódios, que serão produzidos por Ben Saïd. Os dois retomam a parceria após o sucesso de “Elle”. Já o roteiro está a cargo de Gerard Soeteman, com quem Verhoeven trabalhou em vários filmes, como “Louca Paixão” (1973), “Conquista Sangrenta” (1985) e “A Espiã” (2006). Soeteman já terminou metade dos roteiros da série e, segundo Ben Saïd, os planos preveem gravações na França em 2021, visando um estreia no final do próximo ano num canal ainda não definido. A princípio, a produção será falada em francês. Enquanto isso, Verhoeven espera a abertura dos cinemas para lançar seu novo filme, “Benedetta”, que teria première no cancelado Festival de Cannes. De tema polêmico, o longa vai abordar o lesbianismo de Benedetta Carlini (Virginie Efira), abadessa do convento Madre de Dios, em Pescia, durante o Renascimento. Aos 82 anos, o cineasta também enfrenta vários problemas de saúde. Recentemente, ele passou uma operação ao quadril, cuja recuperação via anti-inflamatórios provocou uma perfuração do cólon.
Rutger Hauer (1944 – 2019)
O ator holandês Rutger Hauer, que ficou mundialmente conhecido como o líder dos replicantes no filme “Blade Runner” (1982), morreu na sexta-feira (19/7) após um curto período de doença, aos 75 anos. Um dos mais famosos atores europeus de sua geração, Hauer era fluente em várias línguas e se projetou em parceria com o cineasta holandês Paul Verhoeven em diversos projetos, a começar pela série medieval “Floris”, em 1969. Sua estreia no cinema foi no segundo longa de Verhoeven, o cultuadíssimo “Louca Paixão” (1973), em que viveu um romance de alta voltagem erótica com a atriz Monique van de Ven. E de cara chamou atenção de Hollywood, graças à indicação do filme ao Oscar. Ele ainda protagonizou mais três filmes de Verhoeven – “O Amante de Kathy Tippel” (1975), “Soldado de Laranja” (1977) e “Sem Controle” (1980) – e outros longas europeus antes de estrear numa produção americana, enfrentando Sylvester Stallone como o vilão terrorista de “Falcões da Noite” (1981). Mas foi ao desempenhar um outro tipo de vilão, o replicante Roy Beatty em “Blade Runner”, que se estabeleceu como astro de grandes produções. Androide que buscava respostas para perguntas existenciais, enquanto lutava por mais tempo para viver, o personagem caçado por Harrison Ford no longa de Ridley Scott tinha uma profundidade incomum para o gênero sci-fi de ação. Era, ao mesmo tempo, um assassino frio e robótico, mas também capaz de amar e filosofar sobre o sentido da vida, apresentando-se mais humano que seu perseguidor. A performance encantou gerações – e cineastas. Ele foi trabalhar com Nicolas Roeg em “Eureka” (1983) e ninguém menos que Sam Peckinpah em “O Casal Osterman” (1983), antes de protagonizar outro blockbuster, vivendo um amor amaldiçoado na fantasia medieval “Ladyhawke – O Feitiço de Áquila” (1985), de Richard Donner. No mesmo ano, fez sua última parceria com Verhoeven em outra produção medieval grandiosa, “Conquista Sangrenta” (1985), em que subverteu expectativas como anti-herói marginal. Hauer também traumatizou o público de cinema como o psicopata de “A Morte Pede Carona” (1986), um dos filmes mais subestimados de sua carreira e um dos mais copiados por imitadores do mundo inteiro. E até caçou o líder da banda Kiss, Gene Simmons, transformado em terrorista em “Procurado Vivo ou Morto” (1986), adaptação de uma série televisa dos anos 1950. O reconhecimento da crítica veio finalmente com o telefilme “Fuga de Sobibor” (1987), no qual liderou uma fuga em massa de um campo de concentração nazista. Ele venceu o Globo de Ouro de Melhor Ator, enquanto a produção levou o prêmio de Melhor Telefilme. A consagração continuou com o drama italiano “A Lenda do Santo Beberrão” (1988), de Ermanno Olmi. Sua interpretação como um bêbado sem-teto que encontra redenção levou o filme a vencer o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Foi um de seus melhores desempenhos, mas não conseguiu chamar atenção do grande público, graças ao lançamento limitado em circuito de arte. Ele ainda contracenou com Madonna na comédia “Doce Inocência” (1989), mas a busca por novo sucesso de bilheterias o levou ao thriller convencional de ação “Fúria Cega” (1989), de Phillip Noyce, que iniciou um padrão negativo em sua carreira. A partir dos anos 1990, Hauer foi de produção B a produção C, D e Z. Seu rosto continuou por um bom tempo nas capas dos títulos mais alugados em VHS, mas a qualidade dos papéis despencou. Para citar um exemplo, o menos pior foi “Buffy: A Caça-Vampiros” (1992), no qual viveu um lorde dos vampiros. Os papéis televisivos passaram a se alternar com os de cinema/vídeo, e Hauer até recebeu outra indicação ao Globo de Ouro por “A Nação do Medo” (1994). Mas isso foi exceção. Ele chegou a gravar até sete produções só no ano de 2001, e nenhuma delas relevante. No anos 2000, começou a aparecer cada vez mais em séries, como “Alias”, “Smallville”, “True Blood”, “The Last Kingdom” e “Channel Zero”. Mas depois de figurar em duas adaptações de quadrinhos de 2005, “Sin City” e “Batman Begins”, voltou ao cinema europeu, estrelando vários filmes que repercutiram em 2011: “O Sequestro de Heineken”, no papel de Alfred Heineken, o dono da cervejaria holandesa, “Borboletas Negras”, “O Ritual”, “A Aldeia de Cartão”, em que retomou a parceria com Olmi, e principalmente “O Moinho e a Cruz”, uma pintura cinematográfica do polonês Lech Majewski, premiada em diversos festivais internacionais. Bastante ativo na fase final de sua carreira, Hauer ainda viveu o caçador de vampiros Van Helsing em “Dracula 3D” (2012), de Dario Argento, o Presidente da Federação Mundial em “Valerian e a Cidade dos Mil Mundos” (2017), de Luc Besson, e o Comodoro do premiado western “Os Irmãos Sisters” (2018), de Jacques Audiard. E deixou vários trabalhos inéditos, entre eles o drama “Tonight at Noon”, novo longa de Michael Almereyda (“Experimentos”), a aventura épica “Emperor”, de Lee Tamahori (“007 – Um Novo Dia Para Morrer”) e a minissérie “Um Conto de Natal”, do cineasta Steven Knight (“Calmaria”), na qual encarna o Fantasma do Natal Futuro. Sua atuação, porém, não se restringia às telas. Hauer foi ativista de causas sociais, como fundador da Starfish Association, organização sem fins lucrativos dedicada à conscientização sobre a AIDS, e patrocinador da organização ambientalista Greenpeace. Todos esses momentos não devem se perder no tempo, como lágrimas na chuva.
Último episódio de The Walking Dead reciclou ideias de filme clássico de Paul Verhoeven
Não é só o cinema que recicla idéias de Paul Verhoeven. O último episódio da série “The Walking Dead” introduziu uma nova arma biológica na trama. Sugestão de Eugene (Josh McDermitt) para Negan (Jeffrey Dean Morgan), a ideia se resume a catapultar pedaços de zumbis para contaminar os sobreviventes encastelados na comunidade de Hilltop. Pois Eugene deve ser cinéfilo. Afinal, esta ideia foi um dos (muitos) pontos altos de “Conquista Sangrenta” (1985), o primeiro filme falado em inglês do diretor holandês de “RoboCop” (1987), “O Vingador do Futuro” (1990), “Instinto Selvagem” (1992), “Tropas Estelares” (1997) e, mais recentemente, “Elle” (2016). Na aventura medieval, pedaços de cadáveres contaminados com a peste negra eram atirados no castelo onde estavam fortificados um bando de mercenários foras-da-lei, liderados por Rutger Hauer (de “Blade Runner”). O resultado dessa ação foi uma contaminação brutal e o final da história, deixando os poucos sobreviventes à mercê de um ataque fulminante. Para quem não lembra, o filme também destacava Jennifer Jason Leigh (de “Os Oito Odiados”) como uma princesinha em cenas muito fortes. A trama de “Conquista Sangrenta” ainda incluía um cardeal (Ronald Lacey) que acreditava estar recebendo sinais divinos, apenas para se decepcionar com o desfecho patético de sua jornada. Pois foi exatamente este o arco do padre Gabriel (Seth Gilliam) no mesmo episódio da série dos zumbis, exibido no domingo (11/8). Coincidência? O trailer do próximo episódio de “The Walking Dead” promete o ataque biológico dos Salvadores para 18 de março. A série tem transmissão praticamente simultânea no Brasil pelos canais pagos Fox e Fox Premium 2 (sem intervalos).
Veja o trailer da nova animação derivada da franquia sci-fi Tropas Estelares
A Sony divulgou o trailer da nova animação derivada da franquia sci-fi “Tropas Estelares”. Intitulado “Starship Troopers: Traitor of Mars”, o longa continua as aventuras de Johnny Rico na luta contra alienígenas insectóides que tentam conquistar o Sistema Solar. Na trama, Rico é enviado a uma pequena base de Marte, que sofre um ataque surpresa. Para os fãs do cultuado filme de Paul Verhoeven de 1997, a produção tem como destaque a volta do astro original, Casper Van Dien, como dublador de Rico. Mas ele não retorna sozinho. Dina Meyer também participa como dubladora de Dizzy Flores. E isto é o mais curioso do projeto, já que Dizzy morreu no primeiro filme. “Starship Troopers: Traitor of Mars” é o quinto longa da franquia, que anteriormente teve duas continuações e uma outra animação lançadas diretamente em vídeo. O roteiro é de Edward Neumeier, que assinou as três produções “live action”, e a estreia está marcada para 21 de agosto, em streaming e distribuição limitada nos cinemas dos EUA.
Elle vence o César 2017 e é o Melhor Filme francês do ano
O suspense “Elle” foi o grande vencedor do César 2017, a principal premiação do cinema francês, equivalente ao Oscar americano. Além de vencer como Melhor Filme do ano, o longa do holandês Paul Verhoeven rendeu o César de Melhor Atriz para sua estrela, Isabelle Huppert, em cerimônia realizada na noite desta sexta-feira (24), em Paris. Verhoeven, porém, não levou o troféu de Melhor Diretor. Ele foi superado pelo jovem canadense Xavier Dolan, que venceu por “É Apenas o Fim do Mundo”, drama que divide opiniões da crítica. O cineasta, por sinal, venceu dois César. O segundo foi pela edição do filme. “É Apenas o Fim do Mundo” também premiou o desempenho Gaspard Ulliel com o César de Melhor Ator. Outro filme que também recebeu três troféus foi “Divines”, distribuído pela Netflix: venceu na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Deborah Lukumuena), Revelação Feminina (Oulaya Amamra) e Melhor Filme de Estreia para a diretora Houda Benyamina, que já tinha sido premiada com a Câmera de Ouro (Melhor Filme de Estreia) no Festival de Cannes. Também repetindo Cannes, o Vencedor da Palma de Ouro, o britânico “Eu, Daniel Blake”, de Ken Loach, ficou com a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro, superando o brasileiro “Aquarius”. Favorito na premiação, o drama “Frantz”, de François Ozon, acabou decepcionando. Indicado a 11 troféus, o longa só venceu um: de Melhor Fotografia. Perdeu até como Roteiro Adaptado, categoria que foi vencida, de forma surpreendente, por “Minha Vida de Abobrinha”, premiada também como Melhor Animação. Confira abaixo a lista completa dos premiados. Vencedores do César 2017 Melhor Filme “Elle” Melhor Direção Xavier Dolan (“É Apenas o Fim do Mundo”) Melhor Atriz Isabelle Huppert (“Elle”) Melhor Ator Gaspard Ulliel (“É Apenas o Fim do Mundo”) Melhor Atriz Coadjuvante Déborah Lukumuena (“Divines”) Melhor Ator Coadjuvante James Thierrée “Chocolate” Melhor Revelação Feminina Oulaya Amamra (“Divines”) Melhor Revelação Masculina Niels Schneider (“Diamant Noir”) Melhor Roteiro Original Raoul Ruiz (“O Efeito Aquático”) Melhor Roteiro Adaptado Céline Sciamma (“Minha Vida de Abobrinha”) Melhor Filme Estrangeiro “Eu, Daniel Blake” (Reino Unido) Melhor Filme de Estreia “Divines” Melhor Animação “Minha Vida de Abobrinha” Melhor Trilha Sonora Ibrahim Maalouf (“Dans les Forêts de Sibérie”) Melhor Fotografia Pascal Marti (“Frantz”) Melhor Edição Xavier Dolan (“É Apenas o Fim do Mundo”) Melhor Figurino Anaïs Romand (“La Danseuse”) Melhor Cenografia Jérémie D. Lignol (“Chocolate”) Melhor Som Marc Engels, Fred Demolder, Sylvain Réty, Jean-Paul Hurier (“L’odyssée”) Melhor Documentário “Merci Patron”









