Lara Parker, estrela de “Dark Shadows”, morre aos 84 anos
A atriz Lara Parker, conhecida por seu papel como a bruxa vingativa Angelique Bouchard na novela “Dark Shadows”, morreu na última quinta-feira (12/10) em sua casa em Topanga Canyon, Los Angeles, enquanto dormia, aos 84 anos. Seu nome real era Mary Lamar Rickey. Ela nasceu em 27 de outubro de 1938, em Knoxville, Tennessee, filha de um advogado e uma ativista, e estudou na universidade Vassar — onde dividiu o quarto com Jane Fonda — e obteve um mestrado pela Universidade de Iowa. Casada, ela deixou o marido e dois filhos em Wisconsin para ver se conseguia encontrar trabalho como atriz em Nova York. Poucos dias após chegar em Nova York em 1967, fez uma audição para o criador de “Dark Shadows”, Dan Curtis, para o papel de Angelique, em um arco de história que detalharia a origem do vampiro atormentado da novela, introduzido no segundo ano da produção. O fenômeno “Dark Shadows” Primeira novela de terror, “Dark Shadows” foi um fenômeno de audiência nos anos 1960 por sua narrativa envolvente, que misturava elementos góticos, romances tumultuados e seres sobrenaturais. Foi nesta trama que Lara Parker deu vida à Angelique Bouchard, uma bruxa que amaldiçoou Barnabas Collins, interpretado por Jonathan Frid, à vida eterna como vampiro após ser rejeitada por ele. Sua vingança datava de 1795, quando o rico herdeiro Barnabas Collins seduziu e abandonou uma serva sem perceber que ela era uma bruxa, que, enfurecida, amaldiçoou-o e deu início a uma batalha de séculos. A partir do segundo ano da produção, a narrativa entre Angelique e Barnabas tornou-se um dos pontos centrais da novela, com uma relação de amor e ódio que perdurou por toda a trama. Parker mencionou em 2016 que interpretou Angelique como uma figura mais trágica, que estava “desesperadamente, desesperadamente apaixonada”. “E seu coração foi quebrado. Isso é muito mais simpático do que apenas ser uma velha bruxa malvada”, explicou. Exibida de 1966 a 1971, a novela durou mais de 1,2 mil episódios e consagrou Lara Parker como um ícone do terror. “Percebemos que era popular”, disse ela. “Por todo lugar que íamos [o elenco era] reconhecido. Havia uma grande multidão do lado de fora do estúdio [em Manhattan] quando terminávamos [de gravar]. Eu me lembro de um dia estar no metrô no fim do horário escolar e ver 200 ou 300 crianças esperando para pegar o trem. Eles me viram e começaram a gritar, correndo para a outra extremidade da plataforma! Eles ficaram aterrorizados porque eu era muito má.” A carreira após a novela Após o fim de “Dark Shadows”, ela fez participações em várias séries dos anos 1970 e 1980, além de se lançar no cinema. Entre os destaques televisivos, ela voltou a viver uma bruxa em “Kolchak, os Demônios da Noite” (em 1975) e interpretou a esposa de David Banner (Bill Bixby) em uma sequência de flashback do primeiro capítulo de “O Incrível Hulk” (de 1977). Na tela grande, destacou-se como uma prostituta cujo cliente sofre um ataque cardíaco em “Sonhos do Passado” (1973) de John G. Avildsen, estrelado por Jack Lemmon em uma atuação premiada com o Oscar, foi uma comissária de bordo em “Aeroporto 75” (1974) e também interpretou a esposa de Peter Fonda no filme de terror satânico “Corrida com Diabo” (1975). Ela se afastou da atuação em 1990, passando a trabalhar como professora. Além disso, obteve um novo mestrado em escrita criativa e escreveu quatro romances de “Dark Shadows”: “Angelique’s Descent”, publicado pela primeira vez em 1998, seguido por “The Salem Branch” (2006), “Wolf Moon Rising” (2013) e “Heiress of Collinwood” (2016). A volta a “Dark Shadows” Em 2012, ela voltou às telas para uma participação especial em “Sombras da Noite” (Dark Shadows), filme de Tim Burton inspirado pela novela, em que sua personagem foi vivida por Eva Green. A produção também marcou seu reencontro com Jonathan Fried e outros integrantes do elenco original. Ela seguiu atuando em filmes como “Doctor Mabuse” (2013) e sua sequência em 2014. Mais recentemente, estava ativa na continuação em áudio da franquia “Dark Shadows”, gravando podcasts como Angelique.
Suzanne Somers, estrela de “Three’s Company” e “Step by Step”, morre aos 76 anos
A atriz Suzanne Somers, conhecida por seus papéis em séries de sucesso como “Three’s Company” e “Step by Step”, faleceu neste domingo aos 76 anos em sua casa em Palm Springs, Califórnia, cercada por sua família. Nascida em San Bruno, Califórnia, em 16 de outubro de 1946, Suxanne foi a terceira de quatro filhos em uma família católica irlandesa-americana, e enfrentou desafios em sua infância, incluindo o alcoolismo de seu pai, um trabalhador braçal, quando ela tinha apenas 6 anos. Sua carreira de atriz começou com papéis de figurante em filmes como “Bullitt” (1968), “A Psicose do Medo” (1969), “A Mulher que Desejei” (1970), “Magnum 44” (1973), com Clint Eastwood, e o clássico “Loucuras de Verão” (American Graffiti, 1973) de George Lucas. Sem ter seu nome sequer creditado nos filmes, ela partiu para a TV, onde apareceu em diversas séries dos anos 1970, de “O Barco do Amor” a “O Homem de Seis Milhões de Dólares”, antes de conseguir seu primeiro papel fixo. O sucesso de “Three’s Company” Ela alcançou reconhecimento em 1977 ao ser escalada como Chrissy Snow em “Three’s Company” (que no Brasil ganhou o longo título de “Um é Pouco, Dois é Bom e Três é Demais”), papel que lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro. Exibida por oito temporadas, de 1977 a 1984, a sitcom acompanhava as aventuras de três colegas de quarto: duas mulheres solteiras, incluindo Somers, e um homem, interpretado por John Ritter, que se passava por gay para ser aceito no apartamento das moças pelo proprietário. A série se destacou por seu humor de duplo sentido e enredos engraçados, muitas vezes envolvendo mal-entendidos e situações hilárias. O papel de Somers, uma típica “loira burra”, a transformou em um ícone da cultura pop. Mas a produção também abordou questões relacionadas à convivência entre homens e mulheres, tocando em temas considerados tabus na época. Com o sucesso, Somers pediu um aumento de salário, buscando igualar sua remuneração à de John Ritter, que era o ator principal da série. Ela propôs um aumento de US$ 30 mil por episódio para US$ 150 mil, que era o valor que Ritter recebia e também estava alinhado com os salários de outros astros de séries de comédia da época. No entanto, a rede ABC recusou a demanda de Somers e o impasse fez com que ela fosse cortada na 5ª temporada, após 100 episódios. A série durou mais três anos sem ela. Uma xerife na TV Com isso, a atriz foi virar xerife em outra comédia, “She’s the Sheriff”, que foi ao ar de 1987 a 1989. A trama girava em torno de uma viúva que acidentalmente se tornava a xerife de uma cidade do oeste dos Estados Unidos após a morte de seu marido xerife. Sua personagem, Hildy Granger, era incomum para sua época, já que quebrava estereótipos de gênero ao assumir um papel tradicionalmente associado a homens. A série explorava as situações cômicas que surgiam quando uma mulher se esforçava para ser levada a sério como xerife, enquanto lidava com os desafios típicos de manter a ordem em uma cidade. Embora tenha tido uma premissa interessante, “She’s the Sheriff” não alcançou o mesmo nível de sucesso de “Three’s Company” e foi cancelada logo após sua 2ª temporada. Passo a passo para a volta ao estrelato Dois anos após a decepção, ela encontrou sucesso novamente com “Step by Step”, que durou oito temporadas como “Three’s Company”, entre 1991 e 1998 – e foi exibida no Brasil pelo canal pago Warner. Criada por William Bickley e Michael Warren, os mesmos criadores de “Três É Demais” (Full House), “Step by Step” seguia a vida de duas famílias que se tornam uma só quando seus pais se casam. A série girava em torno de Frank Lambert, interpretado por Patrick Duffy (de “Dallas”), um viúvo e pai de três filhos, e Carol Foster, interpretada por Suzanne Somers, uma viúva e mãe de três filhos. Depois de um encontro romântico e casamento impulsivo em uma viagem ao Havaí, Frank e Carol decidem se casar e unir suas famílias. O resultado é uma casa cheia de crianças e adolescentes com personalidades diferentes, criando muitas situações cômicas e conflitos familiares. “Step by Step” abordou temas familiares, como relacionamentos, educação dos filhos, namoro e o desafio de combinar duas famílias distintas. Embora não tenha alcançado o status icônico de “Three’s Company”, foi igualmente bem-sucedida e ajudou a consagrar Suzanne Somers como uma das atrizes mais populares da TV americana de sua geração. Outros talentos O sucesso ainda lhe rendeu uma carreira paralela, tornando-a a rainha dos infomerciais televisivos de fitness da década de 1990, como garota propaganda do equipamento de exercícios ThighMaster. Em março de 2022, ela falou sobre o sucesso do produto no podcast Hollywood Raw, revelando que mais de 15 milhões de unidades do ThighMaster foram vendidas por causa de suas propagandas. O fim de “Step by Step”, porém, também marcou o fim de sua trajetória nas telas. Sua última aparição numa obra de ficção foi como ela mesma na comédia “Diga que Não é Verdade”, em 2001. Depois disso, fez sua estreia na Broadway em 2005 com seu espetáculo solo “The Blonde in the Thunderbird” e se tornou autora de diversos livros sobre bem-estar, perda de peso e saúde. Lembre abaixo as aberturas de suas séries clássicas.
Piper Laurie, atriz de “Carrie, a Estranha”, morre aos 91 anos
A atriz Piper Laurie, indicada três vezes ao Oscar, morreu na manhã deste sábado (14/10) em Los Angeles, aos 91 anos. Sua agente, Marion Rosenberg, revelou que a atriz já não gozava de boa saúde há algum tempo. Início da carreira Piper Laurie, nascida Rosetta Jacobs em 22 de janeiro de 1932 em Detroit, iniciou sua trajetória no cinema ainda na adolescência. Aos 17 anos, foi descoberta por agentes da Universal Pictures e fez sua estreia no filme “Os Noivos de Mamãe” (1950), atuando como filha de Ronald Reagan. Nos anos seguintes, Laurie foi vista em diversos filmes de aventura e romance, fazendo par com Tony Curtis em “O Príncipe Ladrão” (1951), “O Filho de Ali Babá” (1952), “…E o Noivo Voltou” (1952) e “A um Passo da Derrota” (1954), além de Rock Hudson em “Sinfonia Prateada” (1952) e “A Espada de Damasco” (1953), e Tyrone Poweer em “O Aventureiro do Mississippi” (1953). Mas, insatisfeita com os papéis superficiais que lhe eram oferecidos, decidiu romper o contrato com a Universal e mudar-se para Nova York. Performance de Oscar Depois de fazer algumas participações na TV, ela voltou às telas com “Desafio à Corrupção” (1961), onde contracenou com Paul Newman. No filme, ela deu vida à Sarah Packard, uma jovem alcoólatra que se envolvia com o protagonista Eddie Felson, interpretado por Newman, que enfrenta diversos adversários na mesa de bilhar enquanto lida com questões pessoais e emocionais. O longa dirigido por Robert Rossen virou um clássico do cinema, explorando temas de ambição, redenção e a natureza corrosiva do sucesso. A química entre Laurie e Newman foi um dos pontos altos da obra. Um dos momentos marcantes é quando Laurie expressa ao personagem de Newman: “Olha, eu tenho problemas e acho que talvez você tenha problemas. Talvez seja melhor nos deixarmos em paz”. A performance lhe rendeu sua primeira nomeação ao Oscar e a única como Melhor Atriz. Pausa na carreira Após o sucesso de “Desafio à Corrupção”, Piper Laurie casou-se com o escritor Joseph Morgenstern e, juntos, mudaram-se para Woodstock, no interior de Nova York. Durante esse período, Laurie dedicou-se à criação da filha do casal, Anne Grace, e ao estudo de escultura. Retorno triunfal A atriz só retornou à atuação na década de 1970, com outra atuação marcante em “Carrie, a Estranha” (1976) dirigido por Brian De Palma. Laurie interpretou Margaret White, a mãe religiosamente fanática da protagonista Carrie, vivida por Sissy Spacek. A relação tumultuada entre mãe e filha foi um dos pilares da narrativa, contribuindo para a atmosfera opressora e trágica do filme. A performance intensa de Laurie lhe rendeu nova indicação ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante. Nos anos seguintes, ela voltou a explorar o terror em “Ruby, A Amante Diabólica” (1977) e estrelou o drama romântico “Tim – Anjos de Aço” (1978), em que fez par com o ainda novato Mel Gibson, antes de mergulhar de vez na TV. Dez anos depois de “Carrie”, a atriz voltou a mostrar seu talento em “Filhos do Silêncio” (1986), onde interpretou a mãe da personagem principal, interpretada por Marlee Matlin. No filme, Laurie retrata as tensões e desafios enfrentados por famílias que lidam com deficiências auditivas, oferecendo uma atuação sensível e impactante, que lhe rendeu nova indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Carreira televisiva Piper Laurie também foi nomeada nove vezes ao Emmy ao longo de sua carreira, vencendo uma vez. Seu triunfo veio com o telefilme “A Promessa” de 1986, onde ela interpretou uma antiga paixão do personagem de James Garner. Entre seus papéis televisivos notáveis destacam-se a participação na minissérie “Os Pássaros Feridos” (“The Thorn Birds”, 1983), um fenômeno de audiência, que lhe rendeu indicação de Melhor Atriz Coadjuvante em Minissérie, e seu papel na série “Twin Peaks” (1990-1991) como Catherine Martell, uma mulher astuta e poderosa, que no ano seguinte retornou à série disfarçada de homem, uma jogada audaciosa que demonstrou sua capacidade de Laurie de mergulhar profundamente em seus personagens. Esta performance rendeu à atriz duas de suas nove indicações ao Emmy. Ela também teve participações notáveis em séries populares como “Frasier”, “Plantão Médico”, “O Toque de Um Anjo”, “Will & Grace” e “Law and Order: SVU”. Últimos filmes Paralelamente, a atriz continuou a atuar em filmes, especialmente do gênero terror, como “Trauma” (1993), do mestre italiano Dario Argento, e “Prova Final” (1998), do então novato Robert Rodriguez, e “Bad Blood” (2012), entre outros. Seu último papel cinematográfico foi em “White Boy Rick” (2018), como a avó do personagem-título, um informante do FBI que se tornou traficante de drogas. Entre outras curiosidades de sua vida pessoal e profissional, destaca-se o fato de Laurie ter revelado em sua autobiografia de 2011, “Learning to Live Out Loud”, que perdeu a virgindade para Ronald Reagan e que teve um affair com Mel Gibson, sendo este último quando ela tinha o dobro da idade do ator.
Mark Goddard, da série clássica “Perdidos no Espaço”, morre aos 87 anos
O ator Mark Goddard, conhecido por seu papel como o major Don West na série icônica “Perdidos no Espaço” (Lost in Space), faleceu aos 87 anos. A morte ocorreu na terça-feira (10/10), em Hingham, Massachusetts, conforme revelado por sua esposa Evelyn Pezzulich em comunicado. Goddard já era conhecido na televisão antes de assumir o papel que o consagraria. Ele teve papel fixo nas séries “Johnny Ringo” (1959-1960), “The Detectives” (1959–1962) e “Many Happy Returns” (1964-1965) antes de embarcar no projeto da ficção científica criada e produzida por Irwin Allen. A trama focava na família Robinson, que, junto ao piloto Don West, embarcava numa missão de colonização espacial, tragicamente desviada do curso devido às interferências de um sabotador, o Dr. Zachary Smith (Jonathan Harris), deixando os exploradores perdidos num planeta desconhecido. A história era basicamente “Os Robinsons Suíços”, de Johann Wyss, com náufragos espaciais em vez de marítimos. Perdidos no Espaço Em uma entrevista para o livro “They Fought in the Creature Features” de Tom Weaver, Goddard recordou a abordagem inicial de seu agente sobre a série: “Isso é sobre uma família indo para o espaço, e vai haver muitas aventuras, terremotos…”. A série perdurou por três temporadas, de setembro de 1965 a março de 1968, totalizando 83 episódios. Mas se tornou eterna, tamanha a quantidade de vezes com que foi repetida na televisão. Don West era o piloto da nave Jupiter 2, responsável pela segurança da missão de colonização de Alfa Centaury. Sua presença também tinha a intenção de fornecer um par romântico para a filha mais velha dos Robbinson (Guy Williams e June Lockhart), vivida pela norueguesa Marta Kristen, além de funcionar como nemesis do Dr. Smith (Jonathan Harris), de quem sempre desconfiava. A série, porém, foi cancelada sem um final, deixando os personagens perdidos no espaço para sempre. Mesmo assim, a falta de final não impediu as reprises, os lançamentos de quadrinhos e novas adaptações. Goddard chegou até a fazer uma participação especial na versão cinematográfica de “Perdidos no Espaço” de 1998, quando seu personagem foi vivido por Matt LeBlanc (de “Friends”). Mais recentemente, a sci-fi também ganhou uma nova versão lançada pela Netflix, disponibilizada entre 2018 e 2022, onde Don West foi vivido por Ignacio Serricchio. Um detalhe interessante é que, em 2015, os atores originais se reuniram para a leitura coletiva de um capítulo final da série clássica. Escrito por Billy Mumy, o intérprete do caçula Will Robinson, a leitura registrada em vídeo – e lançada como “Lost in Space: The Epilogue” – tinha o objetivo de revelar o final da história, concluída com a volta dos Robbinson para a Terra. De volta à Terra Após “Perdidos no Espaço”, Goddard relatou ter sido rotulado como um “ator de série espacial”. Ele até tentou se especializar em novelas, atuando em alguns episódios de “One Life to Live” e “General Hospital”, e também fez participações em algumas séries policiais, como “Mod Squad”, “San Francisco Urgente” e “Barnaby Jones”. Mas nunca mais emplacou um papel de destaque. Quase duas décadas depois de “Perdidos no Espaço”, o ator ainda participou de outra ficção científica, o filme “Estranhos Invasores” (1983), num papel de detetive. A obra foi um dos poucos filmes de sua carreira e venceu festivais de cinema fantástico. A vida privada de Goddard também tomou um rumo diferente após a série clássica. Ele completou sua educação universitária, obteve um mestrado e dedicou mais de 20 anos ao ensino de crianças com necessidades especiais em Massachusetts. Ele se casou três vezes, incluindo com a atriz Susan Anspach, que marcou época no cinema dos anos 1970 em filmes como “Cada um Vive como Quer” (1970) e “Sonhos de um Sedutor” (1972).
Rudolph Isley, do grupo Isley Brothers, morre aos 84 anos
Rudolph Isley, membro fundador do grupo clássico de R&B Isley Brothers, faleceu aos 84 anos. A confirmação veio de seu irmão Ron Isley em declaração à imprensa. “Não há palavras para expressar meus sentimentos e o amor que tenho pelo meu irmão. Nossa família sentirá falta dele. Mas sei que ele está em um lugar melhor”, disse Ron, sem declarar a causa da morte. O legado dos Isley Brothers O grupo Isley Brothers teve várias formações ao longo dos anos, mas Rudolph esteve presente desde o trio original de irmãos, formado no final dos anos 1950, até sua aposentadoria em 1989, quando se afastou para virar pastor. Durante sua trajetória, o grupo lançou clássicos como “Shout”, coescrito por Rudolph, que se tornou seu primeiro single a entrar na parada de sucessos (Billboard Hot 100) em 1959. Depois disso, vieram outros hits como “Twist and Shout”, que ficou ainda mais conhecida na versão dos Beatles, e “This Old Heart of Mine (Is Weak for You)”. Em 1970, eles ganharam um Grammy na categoria de Melhor Performance Vocal de R&B por um Duo ou Grupo com o funk “It’s Your Thing”. Os Isley Brothers venderam mais de 18 milhões de discos apenas nos Estados Unidos e é um dos poucos grupos a emplacar músicas nas paradas em seis décadas diferentes. Dezesseis de seus álbuns entraram no Top 40 e 13 desses álbuns receberam certificações de ouro, platina ou multiplatina. Eles foram introduzidos no Rock and Roll Hall of Fame em 1992 por Little Richard e também receberam um prêmio especial do Grammy pelas realizações da carreira em 2014. As músicas dos Isley Brothers foram amplamente sampleadas e regravadas. Além do sucesso enorme dos Beatles com “Twist and Shout”, Rod Stewart também fez um cover de “This Old Heart of Mine” em 1975 e regravou a música com Ron em 1989. Em 1993, “Footsteps in the Dark” foi sampleada por Ice Cube em “It Was a Good Day”. No ano seguinte, foi a vez de The Notorious B.I.G. usar “Between the Sheets” em um de seus maiores hits, “Big Poppa”. Gwen Stefani também sampleou a mesma música em “Luxurious” de 2004. As gravações originais do grupo também tem sido destaques em inúmeros filmes e séries, desde “O Clube dos Cafajestes” (1978) e “Cheers” (1979) até recentemente em “The Blacklist” (2021), “Bar Doce Lar” (2021) e “Ingresso para o Paraíso” (2022). Brigas entre irmãos Entretanto, o sucesso fez com que os irmãos rompessem. Neste ano, Rudolph processou Ron, buscando um julgamento que o declarasse como detentor de 50% do nome da banda Isley Brothers. O processo legal buscava “uma contabilidade e pagamento da parte do Requerente dos lucros que o Réu supostamente recebeu da exploração da Marca (nome da banda)” desde que ele se afastou do grupo.
Phillys Coates, primeira Lois Lane da TV, morre aos 96 anos
Phyllis Coates, primeira intérprete de Lois Lane na televisão, morreu na quarta-feira (11/10) aos 96 anos. A causa da morte foi natural, conforme informou sua filha Laura Press em comunicado. Coates, que também atuou no cinema, deixa um legado que se estende por várias décadas nas telas. Começo da carreira Nascida em Wichita Falls, Texas, Coates iniciou sua carreira no entretenimento como corista e atriz de vaudeville, antes de marcar época como atriz na primeira novela da TV americana, “Faraway Hill”, em 1946. Ela estreou em Hollywood como figurante no thriller criminal “Armadilha Fatal” (1948) e atuou em mais de uma dezena de papéis não creditados, antes de virar, de uma hora para outra, protagonista de westerns independentes, como “O Facínora de Nevada”, “Salteadores Encobertos” e “Chicote de Prata” (todos de 1951). Salva por Superman Seu grande papel veio da mesma forma, numa modesta produção indie, do estúdio Lippert Pictures, rodada em preto e branco, com baixo orçamento e menos de uma hora de duração: “Superman and the Mole Man” (1951), o primeiro longa-metragem (não seriado) de um herói da DC Comics. O filme fez tanto sucesso que virou uma série de TV no ano seguinte, “As Aventuras do Super-Homem” (Adventures of Superman), que manteve os dois intérpretes principais do longa-metragem, George Reeves como Clark Kent/Superman e Phyllis Coates como Lois Lane. A série foi um sucesso imenso, mas aos 25 anos Coates não gostou de enfrentar seus desafios físicos. “Éramos quase explodidos, espancados, explodidos, explorados. Acho que era porque éramos jovens e ingênuos, mas aguentamos muita coisa”, disse a atriz no livro “Science Fiction Stars and Horror Heroes” de Tom Weaver. Ela também revelou que quatro ou cinco episódios eram frequentemente filmados de uma só vez, o que a levou a usar o mesmo figurino em várias cenas. Decisão de deixar o papel Apesar do êxito e da oferta para retornar para a 2ª temporada com um salário significativamente maior, Coates decidiu não continuar. “[O produtor] Whitney Ellsworth me ofereceu cerca de quatro ou cinco vezes o que eu estava ganhando se eu voltasse. Mas eu realmente queria sair de Superman”, afirmou em entrevista. Ela foi substituída por Noel Neill, que foi a primeira Lois Lane do cinema, nos seriados de aventura “Super-Homem” (1948) e “O Homem-Atômico contra o Super-Homem” (1950). Carreira depois de Superman Após sua saída, Coates voltou ao cinema, atuando em filmes cultuados da era trash original, como “A Mulher Pantera” (1955), o famoso “Girls in Prison” (1956), “I Was a Teenage Frankenstein” (1957) e o incrivelmente ruim “The Incredible Petrified World” (1959). Ela acabou voltando à TV nos anos 1960, fazendo aparições em várias séries de televisão como “Perry Mason”, “Os Intocáveis”, “The Patty Duke Show”, “O Homem de Virgínia”, “Gunsmoke” e outras produções clássicas. A fase televisiva foi duradoura e ela nunca mais voltou ao cinema. Mas, em 1994, retornou ao universo de Superman, ao fazer uma participação especial na série “Lois & Clark: As Novas Adventuras de Superman”, interpretando a mãe da Lois Lane (Teri Hatcher). Coates foi casada quatro vezes, e todos os casamentos terminaram em divórcio. Seus ex-maridos incluem o diretor de TV Richard L. Bare e o médico Howard Press. Ela era a última sobrevivente do elenco original da série “As Aventuras do Super-Homem”.
Keith Giffen, criador de Besouro Azul, Lobo e Rocket Racoon, morre aos 70 anos
Keith Giffen, um dos artistas mais influentes da indústria de quadrinhos, morreu na segunda-feira (9/10), aos 70 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral no domingo (8/10). Conhecido por seu trabalho em “Liga da Justiça” e “Legião dos Super-Heróis”, Giffen também foi co-criador de personagens icônicos como Rocket Raccoon, Lobo e Jaime Reyes, o novo Besouro Azul. Rocket e o começo na Marvel Nascido em Queens, Nova York, em 30 de novembro de 1952, Giffen iniciou sua carreira nos quadrinhos com a história “The Sword and The Star” em 1976, publicada pela Marvel. No mesmo ano, criou Rocket Raccoon em parceria com o roteirista Bill Mantlo, antes do personagem se tornar um dos membros mais famosos dos Guardiões da Galáxia. Legião dos Super-Heróis Depois disso, levou seu talento para a DC, onde formou uma parceria histórica com Paul Levitz à frente da revista da Legião dos Super-Heróis. Sua longa passagem pela publicação, que durou mais de uma década, é considerada a melhor fase dos heróis do futuro da DC. Giffen e Levitz conceberam a premiada “Saga das Trevas Eternas” e a transformação do gibi numa publicação sci-fi. O sucesso foi tanto que Levitz foi promovido à editor da DC, escalando cargos até virar Presidente da editora, enquanto seu parceiro artista passava a assumir sozinho os rumos da Legião, como desenhista e roteirista. Giffen realizou um reboot, passado cinco anos depois das histórias de Levitz, e criou diversos spin-offs. Um desses spin-offs foi um especial cômico centrado na Legião dos Super-Heróis Substitutos, heróis com poderes menos úteis, que não conseguiram entrar na Legião. O especial de 1983 se tornou um best-seller e ganhou uma sequência em 1985, que surpreendeu a própria DC, tornando-se uma obra icônica. Liga da Justiça Com o êxito das investidas cômicas, Giffen se juntou a J.M. DeMatteis e ao desenhista Kevin Maguire para experimentar a mesma fórmula na Liga da Justiça, num relançamento com uma formação menos competente e abordagem piadista. Lançada em 1989, esta versão foi batizada de “Liga da Justiça Internacional” e virou um fenômeno pop. Durante vários anos, a publicação foi a mais vendida da DC. Acabou ganhando até spin-off, centrado na formação da Liga da Justiça da Europa. O trabalho de Giffen com o grupo de heróis mais tradicional da editora foi marcado por um senso de humor subversivo e sarcástico, que não tinha medo de explorar o absurdo de personagens como Batman, Lanterna Verde (Guy Gardner) e Caçador de Marte. Entretanto, muita gente na editora – e entre os fãs – preferia o estilo mais sombrio que vinha ganhando popularidade desde “O Cavaleiro das Trevas”, de Frank Miller, e Giffen e seu time acabaram abandonando a publicação em 1992. Lobo, Besouro Azul Seu estilo irreverente também influenciou a criação de Lobo em 1983, inicialmente um vilão brutal que mais tarde se tornou uma paródia de personagens excessivamente musculosos dos anos 1980, antes de se tornar um anti-herói popular. Depois de recriar o personagem Besouro Azul (versão de Ted Kord) nos quadrinhos da Liga da Justiça de 1989, apenas para vê-lo ser morto de forma brutal, nas mãos de outra equipe, Giffen conseguiu convencer a DC a lhe permitir criar outra versão do herói em 2006, dando o origem a Jaime Reyes, o Besouro Azul que acaba de ganhar seu primeiro filme no cinema. Crossovers Giffen ainda trabalhou em outros marcos da DC, como os crossovers “52”, “Os Novos 52” e “Contagem Regressiva para a Crise Final”, criados para rebutar os quadrinhos da editora, além de “Aniquilação”, uma saga cósmica da Marvel. Ele deixa um legado inestimável na indústria de quadrinhos, tanto como escritor quanto como artista. Homenagens Paul Levitz se despediu do velho parceiro escrevendo nas redes sociais que o velho Legionário tinha ido “criar novos mundos que estão além do nosso alcance”. Ele também chamou Giffen de “a mente criativa mais fértil da nossa geração” e “um amigo que me fazia parecer melhor do que eu era”, lamentando que ele, “como muitos artistas, não levava um estilo de vida saudável, o que conduziu a períodos difíceis”. J.M. DeMatteis também não poupou elogios a “um dos humanos mais brilhantes e criativos que já conheci”, dDefinindo-o como “um colaborador generoso” e “um velho e querido amigo”. Para completar, o cocriador da Liga da Justiça Internacional também citou como sua esposa descrevia o parceiro: “Ele parecia um personagem saído de uma história de Keith Giffen”.
Terence Davies, diretor de “Vozes Distantes” e “Amor Profundo”, morre aos 77 anos
Terence Davies, cineasta britânico renomado por suas obras autobiográficas e dramas de época, faleceu aos 77 anos. A informação foi confirmada neste sábado (7/10) pela conta oficial do diretor no Instagram, que informou que ele morreu pacificamente em casa após uma breve doença. Início promissor e premiado Davies ganhou notoriedade internacional a partir do final dos anos 1980 com seus primeiros longas-metragens, “Vozes Distantes” (1988) e “O Fim do Longo Dia” (1992), ambientados em sua cidade natal, Liverpool. Ambos exploram, em diferentes graus, sua experiência pessoal com a família e de crescer como um homem gay e católico em Liverpool nas décadas de 1950 e 1960. Bem-recebidos pela crítica e muito premiados, inclusive no Festival de Cannes, os filmes criaram grande expectativa sobre a carreira do cineasta. A predileção por dramas de época Ao mudar de cenário com “Memórias” (1995), sobre a vida de um menino no interior dos EUA dos anos 1940, o diretor não teve tão boa recepção quanto com seus predecessores, mas isso não o desestimulou. De fato, Davies não parou de produzir obras significativas ao longo de sua carreira, optando por adaptar diversos romances de época. Sua entrada nos anos 2000 se deu com “A Essência da Paixão”. uma adaptação do romance de Edith Wharton, que rendeu o prêmio de Melhor Atriz para Gillian Anderson no BIFA (premiação do cinema independente britânico). Ao explorar as complexidades e armadilhas da sociedade da elite de Nova York no início do século 20, o filme foi bastante elogiado por sua representação incisiva das distinções de classe e da crueldade social. A volta a Liverpool Ele deu um grande hiato na carreira após o longa, voltando com um documentário, “Do Tempo e da Cidade”, em que voltou à cidade de sua infância e de seus primeiros filmes. “Voltei à minha igreja paroquial durante as filmagens”, Davies revelou ao The Hollywood Reporter na época. “Orei para ser perdoado até meus joelhos sangrarem, e eu não tinha feito nada. Você não pode se livrar da culpa. Você é, ipso facto, um pecador porque tem o pecado original em sua alma. Isso é errado.” O sucesso comercial Em sua volta aos dramas de ficção, ele fez seu maior sucesso comercial, “Amor Profundo” (2011), uma adaptação da peça de Terence Rattigan, em que Tom Hiddleston e Rachel Weisz vivem um caso de amor tumultuado no pós-guerra em Londres. O filme foi elogiado por sua representação emocionalmente carregada de amor e perda. Sua adaptação seguinte foi uma obra que levou 18 anos para sair do papel, com busca de financiamento iniciada ainda nos anos 1990. “A Canção do Pôr do Sol” (2015) levou às telas o romance clássico de Lewis Grassic Gibbon sobre a vida difícil de uma jovem em uma fazenda escocesa no início do século 20, mantendo-se fiel ao espírito do livro enquanto explora temas universais como amor, perda e a passagem do tempo. Os poetas finais Acostumados com a demora entre seus filmes, os cinéfilos foram surpreendidos com um novo lançamento em tempo recorde, após apenas um ano. Primeira biografia da carreira do diretor, “Além das Palavras” (2016) foi um retrato da vida da poeta Emily Dickinson, interpretada por Cynthia Nixon, e também recebeu aclamação da crítica por sua abordagem íntima e meticulosa da vida da escritora. Depois disso, ele levou mais cinco anos para realizar novo filme, e foi para sua despedida. “Benediction” (2021), a derradeira de Davies, foi outro drama biográfico sobre poeta, o britânico Siegfried Sassoon. O filme explora a vida de Sassoon, sua experiência na 1ª Guerra Mundial e sua vida amorosa. Apesar da vasta carreira, com filmes sempre muito elogiados, Davis não conquistou o reconhecimento institucional devido para seu trabalho na Grã-Bretanha. Em uma entrevista de 2021 ao jornal britânico The Guardian, ele desabafou: “Teria sido bom ser reconhecido pela BAFTA. Mas nunca fui. Por outro lado, também há uma parte de mim que pensa: não é apenas vaidade? Se um filme vive toda vez que é visto, essa é a verdadeira recompensa.”
Ator Geraldo Matheus, pai de Cristiane Torlone, morre aos 93 anos
Geraldo Matheus Torloni, ator e diretor de teatro, morreu nesta sexta-feira (29/9) aos 93 anos no Hospital Unimed-Rio, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por sua filha, a atriz Christiane Torloni, que revelou que a causa da morte foi natural. O artista estava internado desde o dia 10 de setembro. Trajetória e legado Geraldo Matheus teve uma carreira multifacetada nas artes, atuando não apenas como ator, mas também como diretor, produtor, administrador teatral e autor. Ele foi um dos pioneiros da Escola de Arte Dramática de São Paulo, integrando a primeira turma em 1948. Em 1954, casou-se com Monah Delacy, professora de teatro. Além de sua atuação em palcos e bastidores, Geraldo dirigiu o Theatro Municipal do Rio de Janeiro e o antigo Teatro Bloch, contribuindo significativamente para a cena teatral brasileira. Homenagem da filha Nas redes sociais, Christiane Torloni prestou uma homenagem ao pai. “Despeço-me do meu amado pai, Geraldo Matheus, grata pela linda jornada que trilhamos juntos. Grata pela Arte, Ética e Amor com que ele me abençoou. E como diz Oscar Wilde: ‘O mistério do Amor é maior do que o mistério da Morte'”, escreveu a atriz. Geraldo deixa sua esposa Monah Delacy, dois filhos, Christiane e Márcio Torloni, um neto, Leonardo Carvalho, e um bisneto, Lucca Carvalho. O velório e o enterro estão programados para sábado (30/9), no Rio de Janeiro, em uma cerimônia íntima para família e amigos próximos.
Michael Gambon, o bruxo Dumbledore de “Harry Potter”, morre aos 82 anos
Michael Gambon, conhecido por interpretar Alvo Dumbledore em “Harry Potter”, morreu aos 82 anos em decorrência de uma pneumonia. A informação foi confirmada pela família nesta quinta-feira (28/9). “Estamos arrasados em anunciar a perda de Sir Michael Gambon. Amado marido e pai, Michael morreu pacificamente no hospital com sua esposa Anne [Miller] e seu filho Fergus ao lado de sua cama, após um ataque de pneumonia. Pedimos que respeitem nossa privacidade neste momento doloroso e obrigado por suas mensagens de apoio e amor”, comunicou seu representante, Clair Dobbs. Carreira teatral Natural de Dublin, o ator irlândes emigrou aos cinco anos para o Reino Unido, em 1945, onde ele passou a estudar numa escola católica. Michael Gambon integrou ao Teatro Nacional, sob a diretoria artística de Laurence Olivier (“Hamlet”), e conseguiu vários papéis escritos por Alan Ayckbourn (“Bedroom Farce”). A carreira, no entanto, deslanchou quando ele viveu John Dexter em “Galileo” (1980). Desde então, o artista fez apresentações no Teatro Nacional Real e no RSC em papéis como Rei Lear, Othello, Mark Anthony e Volpone. Ele chegou a ser considerado uma das maiores celebridades teatrais britânicas e até recebeu o título de “Sir” da Rainha Elizabeth II. Carreira cinematográfica Sua transição para as telas começou com uma adaptação teatral, uma versão de “Othelo”, de Shakespeare, em 1965. Mas Gambon só se tornou mais conhecido a partir dos anos 1980, quando foi premiado por seu papel em “O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante” (1989), de Peter Greenaway. Depois desse sucesso, ele passou a assumir papéis em filmes importantes como “Nunca te Amei” (1994), “O Informante” (1999), “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” (1999), “Assassinato em Gosford Park” (2001) e “Adorável Júlia” (2004), até que surgiu com uma barba esvoaçante e chapéu de bruxo. Foi na franquia “Harry Potter” que Gambon eternizou sua imagem entre frequentadores de cinema. O ator passou a interpretar Alvo Dumbledore a partir do terceiro filme, “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” (2004), após a morte do intérprete original, Richard Harris. Nos anos seguintes, ele participou de “Jornada pela Liberdade” (2006), “O Livro de Eli” (2010), “O Quarteto” (2012), “Kingsman: O Círculo Dourado” (2017), a série “Fortitude” (2015-2018) e se despediu das telas em 2019, com “Judy: Muito Além do Arco-Íris” e “Cordelia”.
David McCallum, astro de “O Agente da UNCLE” e “NCIS”, morre aos 90 anos
O ator escocês David McCallum, que marcou época na TV ao interpretar o agente secreto Illya Kuryakin na série clássica “O Agente da U.N.C.L.E.” e o médico legista Donald “Ducky” Mallard na atual “NCIS”, faleceu nesta segunda-feira (25/9) aos 90 anos. O ator morreu de causas naturais no Hospital NewYork-Presbyterian, cercado por sua família, conforme anunciado por um porta-voz da rede CBS. Nascido em Glasgow em 19 de setembro de 1933, McCallum era filho de uma violoncelista, e de um violinista e líder de orquestra. A família mudou-se para a Inglaterra em 1936, quando seu pai foi contratado para conduzir a London Philharmonic. Embora seus pais desejassem que ele seguisse uma carreira na música, McCallum decidiu se tornar ator. Início da carreira no cinema Ele fez sua estreia no cinema britânico no final dos anos 1950 e se casou com a atriz Jill Ireland em 1957, após se conhecerem nas filmagens de “Na Rota do Inferno” no mesmo ano. O casamento durou uma década, até que Ireland o deixou pelo ator Charles Bronson. McCallum foi para Hollywood no começo dos anos 1960 e acabou escalado em filmes de sucesso, como “Freud – Além da Alma” (1963), de John Huston, e principalmente “Fugindo do Inferno” (1963), estrelado por Steve McQueen. A trama envolvia a fuga de um campo de concentração nazista e ator britânico acabou ganhando destaque na trama, como líder de uma das equipes encarregada de executar o plano ousado. Em seguida, ele entrou no épico sobre Jesus Cristo, “A Maior História de Todos os Tempos” (1964), de George Stevens, no qual interpretou Judas, aumentando ainda mais seu reconhecimento. O fenômeno de “O Agente da U.N.C.L.E.” Em ascensão em Hollywood, ele mudou completamente o rumo de sua carreira ao decidir assumir o papel do espião russo-americano Illya Kuryakin em “O Agente da U.N.C.L.E.” (The Man From U.N.C.L.E.), que foi ao ar de 1964 a 1968. O programa foi muito mais que um sucesso instantâneo. Verdadeiro fenômeno cultural, a série inspirada nos filmes de 007 transformou McCallum numa celebridade internacional. Mas seu êxito não foi casual. O próprio criador do agente 007, Ian Fleming, contribuiu para a criação do “O Agente da U.N.C.L.E.” – antes de ganhar o título pelo qual ficou conhecida, a produção tinha como nome provisório “Ian Fleming’s Solo”, além de girar em torno de um personagem introduzido em “007 Contra Goldfinger” (1964), Napoleon Solo. Robert Vaughn (1932–2016) viveu Solo, um agente secreto americano, que realizava missões ao lado de um aliado russo, Illya Kuryakin (McCallum), o que era completamente inusitado na época da Guerra Fria. Assim como nos filmes de 007, a série era repleta de supervilões e mulheres lindas de minissaia. E fez tanto sucesso que virou franquia, rendendo livros, quadrinhos, brinquedos, telefilmes e um spin-off, a série “A Garota da UNCLE”, estrelada por Stefanie Powers (“Casal 20″), cuja personagem também foi criada por Ian Fleming. O padrão de qualidade da produção era tão elevado que os produtores resolveram realizar episódios especiais de duas horas, como filmes. Exibidos em duas partes na TV americana, esses episódios foram realmente transformados em filmes para o mercado internacional. Para ampliar o apelo, ainda ganhavam cenas inéditas e picantes. Um desses telefilmes de cinema, por exemplo, incluiu participação exclusiva para a tela grande da belíssima Yvonne Craig, um ano antes de a atriz virar a Batgirl na série “Batman”, como uma atendente desinibida de missões da UNCLE, em aparições completamente nua. Além disso, Vaughan e McCallum ainda viveram Solo e Kuryakin em outras produções, como a comédia “A Espiã de Calcinhas de Renda” (1966), estrelada por Doris Day, e a sitcom “Please Don’t Eat the Daisies” (1965-1967). E voltaram a se reencontrar num telefilme de 1983, “A Volta do Agente da U.N.C.L.E.”. No auge de sua fama na década de 1960, McCallum ainda aproveitou para gravar quatro álbuns para a Capitol Records. Mas não como cantor. Em vez disso, o músico de formação clássica apresentava interpretações instrumentais de sucessos da época. Ele só veio a cantar num disco de 1996, intitulado “Open Channel D”, em referência a um bordão de “O Agente da U.N.C.L.E.”. Outras séries clássicas Após o fim da atração de espionagem, McCallum continuou a estrelar séries de sucesso. Uma das mais lembradas é “Colditz” (1972-1974), drama da BBC sobre prisioneiros de guerra, originalmente concebida como minissérie e que foi estendido em duas temporadas. Na trama, ele basicamente reviveu seu papel em “Fugindo do Inferno”, organizando uma grande fuga de campo de concentração. O ator também foi “O Homem Invisível” (The Invisible Man), numa série de 1975, e escrelou “Sapphire & Steel” (1979-1982), uma série britânica de ficção científica, ao lado de Joanna Lumley (“Absolutely Fabulous”). Depois disso, voltou a se encontrar com Robert Vaughn ao fazer uma participação especial em “Esquadrão Classe A”, que foi ao ar em 1986. Ele também apareceu em “Assassinato por Escrito, “SeaQuest 2032”, “Babylon 5”, “Law & Order” e até em “Sex and the City”, além de estrelar o thriller cibernético “VR.5”, primeira série sobre realidade virtual, de 1995 a 1997. O fenômeno de NCIS Em 2003, ele entrou em “NCIS”, onde deu vida a Ducky em todas as 20 temporadas da série, o equivalente a mais de 450 episódios, além de aparecer em derivados como “NCIS: Los Angeles” e videogames. Para viver o especialista em autópsias com um diploma em psicologia da Universidade de Edimburgo, McCallum aprendeu a realizar autópsias reais e frequentou convenções para médicos legistas. Os produtores executivos de “NCIS”, Steven D. Binder e David North, declararam: “Por mais de 20 anos, David McCallum conquistou o público ao redor do mundo interpretando o sábio, peculiar e, às vezes, enigmático Dr. Donald ‘Ducky’ Mallard. Ele era um estudioso e um cavalheiro, sempre cortês, um profissional consumado e nunca deixava passar a chance de uma piada.” Ele foi casado duas vezes. Depois de se separar de Jim Ireland, casou-se com a modelo Katherine Eaton Carpenter em 1967, com que viveu até seus últimos dias. Teve quatro filhos e oito netos.
Morreu Terry Kirkman, cantor da banda The Association, que fez sucesso nos anos 1960
Terry Kirkman, membro fundador e cantor da banda pop rock The Association, faleceu no último sábado (23/9). A morte foi anunciada na página oficial do Facebook da banda. “Estamos tristes em informar que Terry Kirkman faleceu ontem à noite, RIP Terry”, escreveu a banda. “Ele viverá em nossos corações e na música que ele escreveu de forma brilhante.” Nascido em 12 de dezembro de 1939, em Salina, Kansas, Kirkman se tornou um dos membros fundadores da The Association em 1965, em Los Angeles, juntamente com Jules Gary Alexander, Russ Giguere, Ted Bluechel Jr., Brian Cole e Bob Page. Gestado na mesma cena folk californiana do grupo The Mamas and the Papas e também conterrâneo (e influenciado) pelos Beach Boys, The Association ficou conhecido por suas harmonias vocais complexas e exuberantes, e alcançou sucesso rapidamente com seu álbum de estreia em 1966, “And Then… Along Comes the Association”, que atingiu o 5º lugar na Billboard 200. Sucessos que marcaram época Duas músicas desse álbum se tornaram marcas registradas do grupo, ambas cantadas por Kirkman: “Cherish”, que ele compôs e ficou três semanas no topo da Billboard Hot 100, e “Along Comes Mary”, escrita por Tandyn Almer, que alcançou o 7º lugar na paradas pop. “Cherish” foi regravado por artistas tão diversos quanto Dizzy Gillespie, The Lettermen, Nina Simone, The Four Tops, Jodeci, Barry Manilow, Pat Metheny, Kenny Rogers e o elenco de Glee. Kirkman também dividiu os vocais principais com Larry Ramos e Russ Giguere em dois sucessos memoráveis de 1967 da banda: “Windy”, que liderou a Hot 100 por quatro semanas, e o hit número 2 “Never My Love”. Ambos os singles venderam mais de 1 milhão de cópias e o último foi destaque no álbum “Insight Out”, que ficou entre os 10 discos mais vendidos. A banda se apresentou no lendário Festival Pop de Monterey no mesmo ano e também atingiu o Top 10 pop com “Everything that Touches You” em 1968, que atingiu o 4º lugar. Ao todo, The Association foi indicada a seis prêmios Grammy, incluindo três por “Cherish”. Kirkman deixou o grupo em 1972, mas retornou para um período entre 1979 e 1984. Ele deixa a esposa Heidi, a filha Sasha e dois netos. Confira abaixo cinco dos maiores hits de The Association.











