Keith Giffen, criador de Besouro Azul, Lobo e Rocket Racoon, morre aos 70 anos

Keith Giffen, um dos artistas mais influentes da indústria de quadrinhos, morreu na segunda-feira (9/10), aos 70 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral no domingo (8/10). Conhecido por seu trabalho em […]

Instagram/Keith Giffen

Keith Giffen, um dos artistas mais influentes da indústria de quadrinhos, morreu na segunda-feira (9/10), aos 70 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral no domingo (8/10). Conhecido por seu trabalho em “Liga da Justiça” e “Legião dos Super-Heróis”, Giffen também foi co-criador de personagens icônicos como Rocket Raccoon, Lobo e Jaime Reyes, o novo Besouro Azul.

 

Rocket e o começo na Marvel

Nascido em Queens, Nova York, em 30 de novembro de 1952, Giffen iniciou sua carreira nos quadrinhos com a história “The Sword and The Star” em 1976, publicada pela Marvel. No mesmo ano, criou Rocket Raccoon em parceria com o roteirista Bill Mantlo, antes do personagem se tornar um dos membros mais famosos dos Guardiões da Galáxia.

 

Legião dos Super-Heróis

Depois disso, levou seu talento para a DC, onde formou uma parceria histórica com Paul Levitz à frente da revista da Legião dos Super-Heróis. Sua longa passagem pela publicação, que durou mais de uma década, é considerada a melhor fase dos heróis do futuro da DC. Giffen e Levitz conceberam a premiada “Saga das Trevas Eternas” e a transformação do gibi numa publicação sci-fi.

O sucesso foi tanto que Levitz foi promovido à editor da DC, escalando cargos até virar Presidente da editora, enquanto seu parceiro artista passava a assumir sozinho os rumos da Legião, como desenhista e roteirista. Giffen realizou um reboot, passado cinco anos depois das histórias de Levitz, e criou diversos spin-offs.

Um desses spin-offs foi um especial cômico centrado na Legião dos Super-Heróis Substitutos, heróis com poderes menos úteis, que não conseguiram entrar na Legião. O especial de 1983 se tornou um best-seller e ganhou uma sequência em 1985, que surpreendeu a própria DC, tornando-se uma obra icônica.

 

Liga da Justiça

Com o êxito das investidas cômicas, Giffen se juntou a J.M. DeMatteis e ao desenhista Kevin Maguire para experimentar a mesma fórmula na Liga da Justiça, num relançamento com uma formação menos competente e abordagem piadista. Lançada em 1989, esta versão foi batizada de “Liga da Justiça Internacional” e virou um fenômeno pop. Durante vários anos, a publicação foi a mais vendida da DC. Acabou ganhando até spin-off, centrado na formação da Liga da Justiça da Europa.

O trabalho de Giffen com o grupo de heróis mais tradicional da editora foi marcado por um senso de humor subversivo e sarcástico, que não tinha medo de explorar o absurdo de personagens como Batman, Lanterna Verde (Guy Gardner) e Caçador de Marte. Entretanto, muita gente na editora – e entre os fãs – preferia o estilo mais sombrio que vinha ganhando popularidade desde “O Cavaleiro das Trevas”, de Frank Miller, e Giffen e seu time acabaram abandonando a publicação em 1992.

 

Lobo, Besouro Azul

Seu estilo irreverente também influenciou a criação de Lobo em 1983, inicialmente um vilão brutal que mais tarde se tornou uma paródia de personagens excessivamente musculosos dos anos 1980, antes de se tornar um anti-herói popular.

Depois de recriar o personagem Besouro Azul (versão de Ted Kord) nos quadrinhos da Liga da Justiça de 1989, apenas para vê-lo ser morto de forma brutal, nas mãos de outra equipe, Giffen conseguiu convencer a DC a lhe permitir criar outra versão do herói em 2006, dando o origem a Jaime Reyes, o Besouro Azul que acaba de ganhar seu primeiro filme no cinema.

 

Crossovers

Giffen ainda trabalhou em outros marcos da DC, como os crossovers “52”, “Os Novos 52” e “Contagem Regressiva para a Crise Final”, criados para rebutar os quadrinhos da editora, além de “Aniquilação”, uma saga cósmica da Marvel.

Ele deixa um legado inestimável na indústria de quadrinhos, tanto como escritor quanto como artista.

 

Homenagens

Paul Levitz se despediu do velho parceiro escrevendo nas redes sociais que o velho Legionário tinha ido “criar novos mundos que estão além do nosso alcance”. Ele também chamou Giffen de “a mente criativa mais fértil da nossa geração” e “um amigo que me fazia parecer melhor do que eu era”, lamentando que ele, “como muitos artistas, não levava um estilo de vida saudável, o que conduziu a períodos difíceis”.

J.M. DeMatteis também não poupou elogios a “um dos humanos mais brilhantes e criativos que já conheci”, dDefinindo-o como “um colaborador generoso” e “um velho e querido amigo”. Para completar, o cocriador da Liga da Justiça Internacional também citou como sua esposa descrevia o parceiro: “Ele parecia um personagem saído de uma história de Keith Giffen”.