Scarlett Johansson fará novo “O Exorcista” com diretor de “A Maldição da Residência Hill”
Atriz será a protagonista do projeto dirigido por Mike Flanagan, que promete uma abordagem "ousada e inédita" para a franquia
Trailer traz Al Pacino em luta contra a possessão que inspirou “O Exorcista”
“Ritual” é baseado no caso real que deu origem à famosa franquia cinematográfica de terror
Diretor de “A Queda da Casa de Usher” fará novo terror da franquia “O Exorcista”
Mike Flanagan vai assumir lugar de David Gordon Green após fracasso comercial de "O Exorcista: O Devoto"
“Five Nights at Freddy’s” surpreende com recorde de bilheteria nos EUA
“Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim” estreou em 1º lugar nas bilheterias dos EUA e Canadá com uma arrecadação recordista de US$ 78 milhões, superando as expectativas da indústria. A performance surpreendente fez do lançamento a terceira maior abertura de um filme de horror de todos os tempos, atrás apenas dos dois filmes “It”, e a maior abertura de um terror em 2023, superando “Pânico VI”, que arrecadou US$ 44,4 milhões. O mais impressionante é que o filme teve um lançamento simultâneo em streaming pela Peacock, plataforma da Universal que só existe nos EUA, e nem isso impediu seu sucesso. O fenômeno se repetiu no mercado internacional, onde “Five Nights at Freddy’s” abriu em 60 países com estimados US$ 52,6 milhões, totalizando uma arrecadação global de US$ 130,6 milhões contra um modesto orçamento de produção de US$ 25 milhões. A trama da adaptação do videogame homônimo foi destruída pela crítica, com apenas 25% de aprovação no Rotten Tomatoes e reclamações contra o enredo genérico e falta de sangue – foi exibido com classificação para 13 anos nos EUA. Mas o público adorou, dando ao longa nota A- no CinemaScore, uma raridade para filmes do gênero horror. Outros Destaques da Bilheteria O documentário “Taylor Swift: The Eras Tour” também alcançou marcos notáveis, ultrapassando a marca de US$ 200 milhões na bilheteria mundial, um feito inédito para um filme de show e para qualquer documentário já feito. Em 2º lugar em seu terceiro fim de semana de exibição nos EUA, o filme acumulou mais US$ 14,7 milhões domesticamente, alcançando um total de US$ 149,3 milhões na América do Norte e US$ 203 milhões globalmente. A estreia no Brasil vai acontecer na quinta-feira (3/11). “Assassino da Lua das Flores”, de Martin Scorsese, ficou em 3º lugar com uma arrecadação estimada de US$ 9 milhões. Este resultado representa uma queda acentuada de 61% em relação ao fim de semana de estreia, um sinal preocupante para a Apple e a Paramount, que produziram e distribuíram o filme, respectivamente. Com um orçamento de produção robusto de US$ 200 milhões, “Assassino da Lua das Flores” apostava num desempenho prolongado nas bilheterias ao longo da temporada de premiações, visando recuperar o investimento e alcançar uma posição de destaque no circuito do Oscar. O Top 5 se completa com os US$ 5 milhões da estreia do documentário religioso “After Death”, primeiro lançamento do Angel Studios desde o sucesso de “Som da Liberdade”, e com outro terror da Universal, “O Exorcista: O Devoto”, que fez US$ 3,1 milhões em seu quarto fim de semana de exibição, totalizando US$ 61 milhões domesticamente e US$ 120,4 milhões globalmente. Trailers Confira abaixo os trailers dos 5 filmes mais vistos nos EUA e Canadá no fim de semana. 1 | FIVE NIGHTS AT FREDDY’S – O PESADELO SEM FIM 2 | TAYLOR SWIFT: THE ERAS TOUR 3 | ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES 4 | AFTER DEATH 5 | O EXORCISTA: O DEVOTO
Taylor Swift vence Martin Scorsese nas bilheterias de cinema dos EUA
O fenômeno “Taylor Swift: The Eras Tour” manteve sua liderança das bilheteiras norte-americanas em seu segundo fim de semana, com uma estimativa de US$ 31 milhões arrecadados. O valor eleva seu total doméstico para US$ 131 milhões e quebra mais um recorde, como o primeiro documentário musical a ultrapassar a marca de US$ 100 milhões nos EUA. Os valores poderiam ser até maiores, não fosse uma estratégia diferenciada de exibição, com sessões apenas às quintas, sextas, sábados e domingos nos cinemas norte-americanos. Essa abordagem visa garantir que o documentário seja assistido por plateias lotadas, embora isso reduza o número de sessões. Em compensação, os ingressos custam mais do que o preço médio de cinema nos EUA. Coleção de recordes Outros recordes já quebrados pela produção incluem a maior estreia de um documentário musical em todos os tempos na América do Norte, superando com larga folga as bilheterias de “Hannah Montana e Miley Cyrus – Show: O Melhor dos Dois Mundos”, que teve uma abertura de US$ 31 milhões e um faturamento final de US$ 65,2 milhões em 2008, e “This Is It”, de Michael Jackson, que estreou com US$ 23,2 milhões e fez US$ 72 milhões ao todo em 2009. Com a arrecadação mundial em US$ 160 milhões, o filme da “The Eras Tour” também já tem a maior bilheteria total de um documentário musical em todos os tempos, ofuscando os US$ 73 milhões arrecadados por “Justin Bieber: Never Say Never” em 2011. Mais que isso: é a maior bilheteria de um documentário de qualquer tipo, superando o antigo campeão, “Fahrenheit 9/11”, que faturou US$ 119,1 milhões em 2004. Um detalhe interessante é que a produção é independente e foi totalmente autofinanciada por Taylor Swift, a um custo de US$ 15 milhões. Sem participações de estúdios ou intermediários, a cantora fechou um acordo direto com as distribuidoras e ficará com cerca de 57% do valor da venda dos ingressos, aumentando ainda mais sua fortuna em algumas dezenas de milhões. O filme de Scorsese A principal estreia da semana, “Assassinos da Lua das Flores”, de Martin Scorsese, rendeu US$ 23 milhões nos cinemas. Pode parecer pouco para a era dos blockbusters, mas se trata da melhor abertura de Scorsese desde “Ilha do Medo” de 2010 (com estreia de US$ 41 milhões) e a terceira melhor de sua carreira, depois ainda de “Os Infiltrados” de 2006 (US$ 26,9 milhões). No cenário internacional, o filme teve uma abertura de US$ 21 milhões em 63 mercados, totalizando US$ 44 milhões globalmente. Quem investe em filmes do diretor já sabe que terá prejuízo, fazendo isso apenas pelo prestígio e possibilidades de premiação. Vale lembrar que “Assassinos da Lua das Flores” custou cerca de US$ 200 milhões à Apple e tem quase três horas e meia de duração, o que dificulta enormemente suas chances de se pagar. Entretanto, a Apple fez sua aposta visando o Oscar 2024 e de olho no atrativo representado pelo nome de Scorsese para o lançamento posterior da obra em sua plataforma de streaming. Vale apontar que a trama estrelada por Leonardo DiCaprio, Lily Gladstone e Robert De Niro atingiu 92% de aprovação no Rotten Tomatoes. O resto do Top 5 Os demais títulos ficaram muito distantes da arrecadação dos líderes. Em 3º lugar, “O Exorcista: O Devoto” acumulou US$ 6,7 milhões em seu terceiro fim de semana, elevando seu total doméstico para US$ 54,2 milhões. Globalmente, o terror ultrapassou a marca de US$ 100 milhões. A animação “Patrulha Canina: Um Filme Superpoderoso” ficou em 4º, com cerca de US$ 4,5 milhões – totalizando US$ 56 milhões domésticos e US$ 148,4 milhões mundiais após seu quarto fim de semana. Para completar, o relançamento comemorativo de 30 anos de “O Estranho Mundo de Jack”, de Tim Burton, fechou o Top 5 com US$ 4,1 milhões. Trailers Confira abaixo os trailers dos 5 filmes mais vistos nos EUA e Canadá no fim de semana. 1 | TAYLOR SWIFT: THE ERAS TOUR 2 | ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES 3 | O EXORCISTA: O DEVOTO 4 | PATRULHA CANINA: UM FILME SUPERPODEROSO 5 | O ESTRANHO MUNDO DE JACK
Filme de Taylor Swift quebra recorde com maior bilheteria de documentário da História
O documentário musical “Taylor Swift: The Eras Tour” teve uma estreia impressionante nas bilheteiras dos EUA e Canadá, arrecadando uma estimativa de US$ 95 milhões a US$ 97 milhões em 3.850 salas de cinema. Embora não tenha alcançado a marca esperada de US$ 100 milhões, o sucesso do filme é notável, especialmente considerando que foi anunciado apenas seis semanas antes de seu lançamento e teve uma promoção mínima, basicamente via postagens da cantora nas redes sociais. O desempenho representa a maior estreia de um documentário musical em todos os tempos na América do Norte, superando com larga folga as bilheterias de “Hannah Montana e Miley Cyrus – Show: O Melhor dos Dois Mundos”, que teve uma abertura de US$ 31 milhões e um faturamento final de US$ 65,2 milhões em 2008, e “This Is It”, de Michael Jackson, que estreou com US$ 23,2 milhões e fez US$ 72 milhões ao todo em 2009. No mercado internacional, o filme da “The Eras Tour” adicionou mais US$ 33 milhões, elevando sua arrecadação global inicial para impressionantes US$ 130 milhões. Esse começo global também estabelece novos recordes. Trata-se da maior bilheteria de uma documentário musical em todos os tempos, ofuscando os US$ 73 milhões arrecadados por “Justin Bieber: Never Say Never” em 2011. Mais que isso: é a maior bilheteria de um documentário de qualquer tipo, superando o antigo campeão, “Fahrenheit 9/11”, que faturou US$ 119,1 milhões em 2004. A estreia no Brasil está marcada para 3 de novembro. Estratégia de lançamento O lançamento do filme está seguindo uma estratégia não convencional, com exibições apenas às quintas, sextas, sábados e domingos nos cinemas norte-americanos. Essa abordagem visa garantir que o documentário seja assistido por plateias lotadas, embora isso reduza o número de sessões. Em compensação, os ingressos custam mais do que o preço médio de cinema nos EUA. Como o filme foi feito de forma independente, sem envolvimento de um grande estúdio, a cantora fechou parceria direto com a AMC Theatres, a maior rede de cinemas do mundo, o que permite que ela leve para casa cerca de 57% do valor da venda de ingressos, aumentando ainda mais sua fortuna com alguns milhões. O resto do Top 5 No 2º lugar das bilheteiras norte-americanas, “O Exorcista: O Devoto” arrecadou US$ 11 milhões em seu segundo fim de semana, elevando seu total doméstico para US$ 44,9 milhões. Em 3º lugar, “Patrulha Canina: Um Filme Superpoderoso” conquistou US$ 7 milhões em seu terceiro fim de semana, ultrapassando a marca de US$ 100 milhões em todo o mundo. “Jogos Mortais X” ficou em 4º lugar, com US$ 5,7 milhões em seu terceiro fim de semana, somando um total doméstico de US$ 41,1 milhões e mais de US$ 85 milhões mundiais. A sci-fi “Resistência” completa o Top 5 com US$ 4,3 milhões em seu terceiro fim de semana, com um total doméstico de US$ 32,4 milhões e US$ 89,1 milhões globais. Trailers Confira abaixo os trailers dos 5 filmes mais vistos nos EUA e Canadá no fim de semana. 1 | TAYLOR SWIFT: THE ERAS TOUR 2 | O EXORCISTA: O DEVOTO 3 | PATRULHA CANINA: UM FILME SUPERPODEROSO 4 | JOGOS MORTAIS X 5 | RESISTÊNCIA
Estreias | Gal Costa, Xuxa, Trolls e Exorcista movimentam a programação de cinema
Três estreias vão disputar as bilheterias do fim de semana, duas delas nacionais: a cinebiografia “Meu Nome É Gal”, sobre o começo da carreira de Gal Costa, e “Uma Fada Veio Me Visitar”, que marca a volta de Xuxa ao cinema. O terceiro título é “O Exorcista: O Devoto”, continuação do clássico de terror dos anos 1970, que liderou as bilheterias dos EUA no fim de semana passado, mas recebeu críticas muito negativas da imprensa norte-americana. Além desses lançamentos, a Universal resolveu adiantar a exibição de “Trolls 3: Juntos Novamente”, com pré-estreias a partir desta quinta (12/10). Assim, a animação se junta ao filme da Xuxa como opção para os baixinhos no Dia das Crianças. Confira abaixo mais detalhes e outras novidades em cartaz. MEU NOME É GAL A cinebiografia aborda a vida da icônica cantora Gal Costa, focando os anos de 1966 a 1971, que marcam a transformação da tímida Gracinha, que se muda de Salvador para o Rio de Janeiro, na renomada tropicalista. Dirigido por Dandara Ferreira (que escreveu e dirigiu a série documental “O Nome Dela É Gal”) e Lô Politii (“Alvorada”), a produção abre com uma cena do show “Fa-Tal” em 12 de outubro de 1971 e, a partir daí, retrocede para mostrar a chegada de Gal ao Rio de Janeiro e seu reencontro com figuras importantes como Caetano Veloso (Rodrigo Lelis), Gilberto Gil (Dan Ferreira) e o empresário Guilherme Araújo (Luis Lobianco). Dando um show verdadeiro no papel principal, Sophie Charlotte não apenas atua, mas também canta as canções no longa. Para fãs de Gal e da geração da Tropicália, a obra oferece cenas antológicas, que recriam a fase mais rebelde da cantora. Entretanto, a apresentação desconexa de eventos prejudica a narrativa, contexto e até a compreensão da história para quem não é iniciado. A relação de Gal com sua mãe, interpretada por Chica Carelli, e com outros personagens importantes, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, é pouquíssimo desenvolvida. Além disso, a participação de Maria Bethânia, interpretada pela codiretora Dandara Ferreira, é tão breve que nada acrescenta à trama. Na comparação com outras cinebiografias musicais brasileiras, o longa se destaca por evitar os clichês mais comuns, focando-se em um período específico e crucial na carreira de artista, em vez de passar correndo por toda a sua vida. Embora nem assim consiga aprofundar questões importantes, a luta por autonomia da cantora ganha destaque, explorando suas relações e desafios em um período turbulento da história brasileira. Além disso, o filme confirma Sophie Charlotte como uma das melhores atrizes brasileiras da atualidade. Podem esperá-la nas premiações de melhores do ano. UMA FADA VEIO ME VISITAR A comédia adolescente marca o retorno de Xuxa Meneghel ao cinema após 14 anos de ausência. O filme é uma adaptação do best-seller de Thalita Rebouças, que também co-escreveu o roteiro. Na trama, Luna (Tontom Périssé, a filha de caçula de Heloisa Périssé) é uma adolescente que enfrenta desafios como notas baixas e bullying na escola. Sua vida toma um rumo inesperado quando ela recebe a visita da fada Tatu, interpretada por Xuxa, que tem uma missão especial a cumprir. A fada foi escolhida para transformar Luna e sua nemesis Lara, que se odeiam, em melhores amigas. Só que ela estava congelada desde os anos 1980 e também precisará lidar com as mudanças do século 21. Com direção de Viviane Jundi (“Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano”), o longa faz uma aposta na nostalgia ao substituir as referências aos anos 1960 do livro original por citações aos anos 1980, era em que Xuxa estourou. Por conta disso, a eterna Rainha dos baixinhos aparece em diversas caracterizações, homenageando figuras icônicas daquela década, como She-Ra e a amiga Angélica. O resultado é bem diferente da primeira adaptação da obra, “É Fada” (2016), e embora tenha momentos de humor forçado e caricatural, especialmente no tratamento do bullying, a presença carismática de Xuxa supera as limitações. Vale apontar que a parceria entre a estrela e Thalita Rebouças agradou tanto a ambas que elas já planejam novas produções conjuntas para o futuro. O EXORCISTA – O DEVOTO Depois de reviver a franquia “Halloween”, o diretor David Gordon Green aplica a mesma premissa ao revival de “O Exorcista”, filmado como uma sequência direta do primeiro filme como se as sequências anteriores não tivessem existido. Para isso, ele traz de volta Ellen Burstyn no papel de Chris MacNeil, a mãe da menina possuída no filme original de 1973. Ela entra em cena para ajudar um pai desesperado. A trama segue Victor Fielding (Leslie Odom Jr.), um fotógrafo viúvo e pai superprotetor, cuja filha Angela (Lidya Jewett) e amiga Katherine (Olivia Marcum) desaparecem após uma tentativa de realizar um ritual para contatar a mãe falecida de Angela. Três dias depois, as meninas são encontradas em uma fazenda distante, sem memória do que aconteceu. Logo, sinais de possessão demoníaca começam a aparecer em ambas. O que começa como um mistério sobrenatural meticulosamente construído, levantando questões sobre o que realmente aconteceu com as meninas, sofre uma queda abrupta quando Victor, inicialmente cético, aceita rapidamente a ideia de possessão demoníaca e busca a ajuda de Chris MacNeil. A partir deste ponto, “O Exorcista: Believer” abandona a ambiguidade e o ritmo cuidadoso que estabeleceu, optando por sustos fáceis, efeitos digitais e discursos inspiradores. Enquanto o terror icônico de 1973, dirigido por William Friedkin, foi um sucesso de bilheteria e recebeu 10 indicações ao Oscar, esta continuação falha miseravelmente em agradar o público do gênero e a crítica de cinema. Para dar ideia, o clímax apressado e pouco assustador vê Victor montando uma equipe de “caçadores de demônios” de várias religiões, reduzindo o que poderia ter sido uma homenagem inteligente e respeitosa a “O Exorcista” a um pastiche superficial. A crítica americana vomitou, resultando em apenas 24% de aprovação no Rotten Tomatoes. TROLLS 3: JUNTOS NOVAMENTE Em sua volta aos cinemas, Poppy e Tronco, os personagens dublados em inglês por Anna Kendrick (“A Escolha Perfeita”) e Justin Timberlake (“O Preço do Amanhã”), são oficialmente um casal, apelidado de Troppy. Mas conforme ficam mais íntimos, Poppy descobre que Tronco tem um passado secreto: ele já fez parte da boyband favorita dela, BroZone, com seus quatro irmãos Floyd, John Dory, Spruce e Clay. Eles se separaram quando Tronco ainda era um bebê, assim como a família, e Tronco não vê seus irmãos desde então. Mas quando Floyd, é sequestrado, Tronco e Poppy embarcam em uma jornada emocionante para reunir os outros irmãos e resgatá-lo de um destino ainda pior do que a obscuridade da cultura pop. O detalhe é que essa historia é embalada por uma música do ‘N Sync, a boyband nada secreta do passado de Justin Timberlake, que voltou a gravar junta, 20 anos após sua separação, especialmente para a trilha sonora do filme. A animação também conta com a volta do diretor Walt Dohrn e com um elenco de dubladores que combina cantores e atores, como Camila Cabello (“Cinderella”), Eric André (“The Righteous Gemstones”), Amy Schumer (“Descompensada”), Andrew Rannells (“Um Pequeno Favor”), Troye Sivan (“The Idol”), Daveed Diggs (“Expresso do Amanhã”), Zooey Deschanel (“New Girl”), Kid Cudi (“Não Olhe para Cima”) e Anderson Paak (“Grown-ish”). BLACKBERRY A comédia baseada em fatos reais aborda a ascensão e queda da BlackBerry, a empresa canadense de tecnologia que revolucionou o mercado de smartphones no início dos anos 2000. O enredo foca nos co-fundadores Mike Lazaridis, interpretado por Jay Baruchel (“Fubar”), e Doug Fregin, interpretado pelo diretor e co-roteirista do filme, Matt Johnson (“Nirvanna the Band the Show”). A dupla, inicialmente focada em pagers e modems, vê sua inovação ganhar forma e mercado com a entrada de Jim Balsillie, interpretado por Glenn Howerton (“It’s Always Sunny in Philadelphia”), um investidor que traz uma abordagem empresarial agressiva à empresa. O filme explora a dinâmica entre esses três personagens principais, cada um com sua própria visão e abordagem para o negócio. Lazaridis é o visionário tímido, Fregin o extrovertido peculiar e Balsillie o alfa agressivo e focado. Essa mistura de personalidades inicialmente impulsiona o sucesso da BlackBerry, mas também semeia as sementes de sua eventual queda, especialmente diante do lançamento do iPhone pela Apple em 2007, um evento que a equipe da BlackBerry subestima. Baseado num livro de não ficção, o longa captura o rápido crescimento e declínio da empresa, que em seu auge chegou a ocupar cerca de 45% do mercado de telefonia móvel nos Estados Unidos, de forma debochada. A narrativa se desenrola em um estilo de falso documentário, que adiciona comédia à situações reais – exibidas praticamente como surreais. Ou seja, seu tom está mais para “A Grande Aposta” (2015) do que para “A Rede Social” (2010). E agradou em cheio a crítica americana, que rasgou elogios e deu uma aprovação de 98% no Rotten Tomatoes. BONS COMPANHEIROS O drama chinês traz o veterano astro de ação Jackie Chan (“O Estrangeiro”) no papel de Luo, um dublê desempregado, que busca redenção e um retorno à indústria do cinema com a ajuda de seu cavalo Red Hare. O filme também explora a tentativa de reconciliação de Luo com sua filha afastada, Bao, interpretada por Liu Haocun (“Luta pela Liberdade”), enquanto ele enfrenta desafios financeiros e tenta uma segunda chance em sua carreira. A trama ganha um novo fôlego quando um vídeo de Luo e Red Hare humilhando cobradores de dívidas se torna viral, despertando interesse em suas habilidades como dublê. A produção também faz várias referências à carreira de dublê de Chan, incluindo cenas de arquivo de seus trabalhos anteriores, o que adiciona uma camada meta-textual à história. Por conta disso, o filme gerou discussões sobre o legado de Jackie Chan e a evolução da indústria cinematográfica, especialmente no que diz respeito ao trabalho de dublês. A obra do diretor Larry Yang (“My Other Home”) é tanto uma homenagem ao tipo de cinema que fez Chan famoso quanto uma crítica ao estado atual da indústria, que tem se afastado das acrobacias e dublês “reais” em favor de efeitos gerados por computador. VIVER MAL O filme do português João Canijo (“Fátima”) explora as complexidades humanas por meio da perspectiva dos hóspedes de um hotel em declínio. Por sua estrutura episódica, tem sido descrito como uma versão melancólica e melodramática da série “The White Lotus”, da HBO Max, mas sem o tom cômico. A trama é dividida em três capítulos, cada um focando em um grupo de hóspedes com suas próprias tensões e conflitos. Entre os personagens estão uma influenciadora que confessa uma traição ao namorado fotógrafo, uma mãe mais velha que manipula sua filha e genro, e uma jovem atriz dividida entre sua mãe controladora e sua namorada. O filme se passa durante um fim de semana e apresenta o hotel como um tipo de “casa assombrada” psicológica, onde os problemas preexistentes dos hóspedes se exacerbam. Embora funcione como uma obra independente, “Viver Mal” foi originalmente concebido como parte de um projeto de duas partes, juntamente com “Mal Viver”, inédito no Brasil. Este último foca na equipe do hotel e nas suas próprias complexidades e desafios. As duas obras foram exibidas juntas no Festival IndieLisboa, onde conquistaram o prêmio de Melhor Filme Nacional.
Sequência de “O Exorcista” lidera bilheteria nos EUA, mas não cumpre expectativas
“O Exorcista: O Devoto” conquistou o 1º lugar na bilheteria norte-americana neste fim de semana, arrecadando US$ 27,2 milhões em 3.663 salas de cinema. A continuação dirigida por David Gordon Green (do revival de “Halloween”) estreou 50 anos após o lançamento de “O Exorcista” original, que fez história no cinema. No entanto, o novo filme não cumpriu as expectativas, especialmente considerando que a Universal pagou US$ 400 milhões pelos direitos da franquia. Além do mercado doméstico, o filme também arrecadou US$ 17,9 milhões em seus primeiros 40 mercados internacionais, totalizando uma estreia global de US$ 45,1 milhões. O filme teve um orçamento relativamente modesto de US$ 30 milhões e já tem mais duas sequências planejadas, com a próxima prevista para 2025. O desempenho de “O Exorcista: O Devoto” na bilheteria ficou abaixo da estreia de “A Freira 2” (US$ 32,6 milhões). Além disso, o filme recebeu críticas extremamente negativas, com uma apenas 23% de aprovação no Rotten Tomatoes, que contabiliza a média das críticas em inglês, e uma nota C no CinemaScore, resultado de pesquisa com o público após as sessões de cinema. Originalmente, o terror estava programado para estrear na próxima sexta-feira 13, mas teve sua data antecipada em uma semana para evitar a concorrência com o novo filme de concerto de Taylor Swift, “The Eras Tour”, que tem seu 1º lugar nas bilheterias garantido apenas com a pré-venda de ingressos. No Brasil, a estreia do novo “O Exorcista” segue marcada para quinta-feira (12/10). O resto do Top 5 Líder da semana passada, “Patrulha Canina: Um Filme Superpoderoso” caiu para o 2º lugar, arrecadando US$ 11,7 milhões em 4.027 cinemas. Em dois fins de semana, a animação acumulou US$ 38,8 milhões na América do Norte e US$ 48,2 milhões internacionalmente, totalizando US$ 87,1 milhões em receitas globais. Outro filme de terror, “Jogos Mortais X”, ocupou o 3º lugar com US$ 8,15 milhões, uma queda de 55% em relação à sua estreia. Também com dois fins de semana em cartaz, o décimo filme da franquia “Jogos Mortais” soma US$ 32,5 milhões domésticos e US$ 43,8 milhões mundiais. O filme teve um orçamento de apenas US$ 13 milhões, posicionando-se para dar muito lucro em sua exibição nos cinemas. A sci-fi “Resistência”, dirigida por Gareth Edwards (“Rogue One”) e estrelada por John David Washington (“Tenet”), caiu para o 4º lugar com US$ 6,1 milhões. Igualmente em seu segundo fim de semana, a produção da 20th Century/Disney acumulou até agora US$ 24,9 milhões nos Estados Unidos e US$ 61,8 milhões globalmente, um desempenho nada espetacular, considerando o investimento de US$ 80 milhões em seu orçamento. Completando o Top 5, “The Blind”, um filme religioso sobre a estrela de “Duck Dynasty” Phil Robertson, arrecadou US$ 3,5 milhões em 1.312 cinemas e acumula US$ 10,9 milhões até o momento. Trailers Confira abaixo os trailers dos 5 filmes mais vistos nos EUA e Canadá no fim de semana. 1 | O EXORCISTA: O DEVOTO 2 | PATRULHA CANINA: UM FILME SUPERPODEROSO 3 | JOGOS MORTAIS X 4 | RESISTÊNCIA 5 | THE BLIND
Diretor confirma papel de Linda Blair na continuação de “O Exorcista”
A atriz Linda Blair, que ficou famosa aos 14 anos por interpretar Regan, a menina possuída no clássico “O Exorcista” (1973), participou da produção do novo filme “O Exorcista: O Devoto”, mas não diante das câmeras. O diretor David Gordon Green revelou que ela foi consultora do roteiro e ajudou o novo elenco jovem da continuação na ambientação ao set. Em declarações à revista Total Film, Green enfatizou a importância da participação de Blair: “Ela veio ao set porque serviu como consultora. Eu tive sorte de tê-la para ler o roteiro, mas ela não estava interessada em um papel significativo ou em voltar para isso”. O diretor também ressaltou que a atriz contribuiu para criar um ambiente seguro para os jovens atores. “Nós trouxemos ela como consultora porque estamos lidando com pessoas jovens, e queremos levá-las para lugares perigosos com segurança”. O filme, que tem cenas fortes de possessão infantil, traz Ellen Burstyn de volta ao papel de Chris MacNeil, a mãe da personagem de Linda Blair, que se envolve na história para ajudar os pais de duas crianças que desapareceram por três dias na floresta e voltaram completamente transtornadas. O elenco inclui Leslie Odom Jr (“Uma Noite em Miami”), Jennifer Nettles (“The Righteous Gemstones”) e Ann Dowd (“The Handmaid’s Tale”), além das meninas Lidya Jewett (“Good Girls”) e Olivia Marcum (estreante). Nova trilogia “O Exorcista: O Devoto” marca o início de uma nova trilogia sob a direção de David Gordon Green, que também foi responsável pela recente trilogia da franquia “Halloween” – “Halloween (2018)”, “Halloween Kills” (2021) e “Halloween Ends” (2022). A Universal e a Blumhouse já têm planos para uma sequência, “The Exorcist: The Deceiver”, com estreia prevista para 18 de abril de 2025. Embora se espere que Green retorne para dirigir o próximo filme, nada foi confirmado. O diretor mencionou que já existem “roteiros, esboços e coisas do tipo” para os filmes seguintes, mas aguarda a recepção do primeiro longa para tomar decisões futuras. A estreia está marcada para o dia 12 de outubro no Brasil, o Dia das Crianças (!), uma semana depois do lançamento nos EUA. Confira o trailer da continuação.
Continuação de “O Exorcista” ganha novo trailer perturbador
A Universal Pictures divulgou novos pôster e trailers nacionais da continuação do terror clássico “O Exorcista” (1973), intitulada “O Exorcista – O Devoto”. A prévia tem cenas fortes de possessão infantil e traz Ellen Burstyn de volta ao papel de Chris MacNeil, a mãe da jovem Regan (Linda Blair), que foi possuída por um demônio nos anos 1970. A mãe de Regan se envolve na história para ajudar os pais de duas crianças que desapareceram por três dias na floresta e voltaram completamente transtornadas. O elenco inclui Leslie Odom Jr (“Uma Noite em Miami”), Jennifer Nettles (“The Righteous Gemstones”) e Ann Dowd (“The Handmaid’s Tale”), além das meninas Lidya Jewett (“Good Girls”) e Olivia Marcum (estreante). O filme tem direção de David Gordon Green, responsável pelo resgate de “Halloween”, e, assim como em “Halloween”, é uma continuação direta do primeiro filme, sem considerar as histórias subsequentes exibidas no cinema. A estreia está marcada para o dia 12 de outubro no Brasil, o Dia das Crianças (!), uma semana depois do lançamento nos EUA.
Ellen Burstyn e Linda Blair prestam homenagens ao diretor de “O Exorcista”
As atrizes Ellen Burstyn e Linda Blair, protagonistas do clássico de terror “O Exorcista” (1973), prestaram homenagens ao diretor do filme, William Friedkin, que faleceu na segunda-feira (7/8) aos 87 anos. Ellen Burstyn recorda Friedkin Em comunicado oficial à imprensa, Burstyn comentou: “Meu amigo Bill era um homem original, inteligente, culto, destemido e selvagemente talentoso. No set, ele sabia o que queria, fazia o que fosse preciso para conseguir, mas também sabia quando deixar sua ideia original para trás porque algo ainda melhor estava acontecendo. Ele era, sem dúvida, um gênio.” Linda Blair homenageia diretor Linda Blair, por sua vez, utilizou o Instagram para compartilhar fotos ao lado de Friedkin ao longo dos anos e escreveu um longo tributo ao diretor. “Como posso colocar em palavras a minha apreciação pela pessoa que mudou a minha vida para sempre, assim como mudou o mundo?”, questionou a atriz. Blair descreveu Friedkin como um talento transformador, um homem que pensava fora da caixa, um gênio com uma personalidade incrivelmente ousada, capaz de criar imagens que eletrizavam seus colegas e seu público na mesma medida. “Durante toda a sua carreira, ele se manteve à frente do seu tempo”, afirmou. A experiência de Blair em “O Exorcista” A atriz recordou a experiência de trabalhar com Friedkin em “O Exorcista” quando tinha apenas 13 anos. “A direção dele era exigente, comprometida, estritamente ética. Nas filmagens, ele sempre buscava me provocar intelectualmente, e inovou imensamente com os efeitos especiais que tornaram aquela atuação chocante e inesquecível”, disse Blair. A atriz também destacou a proteção que Friedkin lhe ofereceu após o lançamento do filme, quando a fama ameaçou engoli-la. “Ele era meu diretor, meu amigo e meu protetor. Foi uma honra conhecê-lo, e estou profundamente triste neste momento. Ele mudou a minha vida para sempre, e todas as minhas atuações que vieram depois têm uma dívida com o trabalho que fizemos juntos”, concluiu Blair. Outros trabalhos de Friedkin Além de “O Exorcista”, Friedkin foi responsável por outros clássicos de Hollywood, como “Os Rapazes da Banda” (1970), “Operação França” (1971), que lhe rendeu o Oscar de Melhor Diretor, “Parceiros da Noite” (1980), “Viver e Morrer em Los Angeles” (1985) e “Killer Joe – Matador de Aluguel” (2011). Nova sequência de “O Exorcista” A morte de Friedkin ocorre meses antes do lançamento de “O Exorcista: O Devoto”, sequência de “O Exorcista” na qual Ellen Burstyn reprisa seu papel como Chris MacNeil. O novo filme é dirigido por David Gordon Green, responsável pela nova trilogia de “Halloween”. A estreia vai acontecer em 12 de outubro no Brasil, um dia antes do lançamento nos EUA.
William Friedkin, diretor de “O Exorcista”, morre aos 87 anos
O diretor William Friedkin, vencedor do Oscar por “Conexão Francesa” (1971) e responsável pelo icônico “O Exorcista” (1973), faleceu nesta segunda-feira (7/8) em Los Angeles aos 87 anos. Com uma carreira de mais de cinco décadas, ele era um dos diretores mais admirados da “Nova Hollywood”, uma onda de cineastas brilhantes que deixaram sua marca na década de 1970, como Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Michael Cimino, Peter Bogdanovich, Steven Spielberg e George Lucas, entre outros. Início de carreira Nascido em Chicago em 29 de agosto de 1935, Friedkin era filho único de uma ex-enfermeira que ele chamava de “santa” e de um pai que alternava entre empregos para pagar as contas. Ambos vieram com suas famílias judaicas em fuga da Ucrânia após os pogroms do início do século 20. Friedkin começou sua carreira cuidando das entregas de correio de uma estação de TV de Chicago, WGN, onde rapidamente ascendeu para a direção de programas de televisão ao vivo e documentários. Ele afirmou ter dirigido cerca de 2 mil programas de TV durante esses primeiros anos, incluindo o documentário de 1962 “The People vs. Paul Crump”, sobre a reabilitação de um homem no corredor da morte. O documentário ganhou o Golden Gate Award no San Francisco Film Festival e o levou a liderar a divisão de documentários da WBKB e, posteriormente, a um trabalho dirigindo documentários para o produtor David L. Wolper. A transição para o cinema aconteceu com “Good Times” (1967), uma comédia musical estrelada pelo casal de cantores Sonny e Cher. O filme, que parodiava vários gêneros de filmes populares da época, como westerns, filmes de espionagem e dramas de guerra, foi uma oportunidade para Sonny e Cher mostrarem seu talento cômico e musical. Embora não tenha sido um grande sucesso de bilheteria, a obra serviu como um trampolim para a carreira de Friedkin. Após “Good Times”, Friedkin dirigiu outra comédia musical, “Quando o Strip-Tease Começou” (1968), e o suspense “Feliz Aniversário” (1968), adaptação da peça homônima de Harold Pinter, que recebeu elogios da crítica e ajudou a estabelecer a reputação do cineasta. Este filme, juntamente com outra adaptação de teatro, “Os Rapazes da Banda” (1970), demonstrou a habilidade de Friedkin em trabalhar com material dramático complexo e temas provocativos. Primeiro impacto O cineasta começou a dizer a que veio com “Os Rapazes da Banda”, drama baseado na peça de Mart Crowley sobre um grupo de homossexuais em Nova York. O longa marcou época como uma das primeiras produções de Hollywood a retratar personagens gays de maneira aberta e sem julgamentos, e é considerado uma das obras mais importantes da representação LGBTQIAPN+ no cinema. Na época, foi um escândalo, mas não afetou sua carreira como muitos lhe avisaram. Na verdade, teve efeito contrário. A influência de “Os Rapazes da Banda” na trajetória de Friedkin não pode ser subestimada. O filme demonstrou a habilidade do cineasta em lidar com material provocativo e complexo, e estabeleceu-o como um diretor disposto a correr riscos e a desafiar as convenções de Hollywood. A consagração de “Conexão Francesa” A consagração de Friedkin veio no ano seguinte com “Conexão Francesa” (1971), um thriller policial baseado em uma história real sobre dois detetives da polícia de Nova York que tentam interceptar um grande carregamento de heroína vindo da França. Filmado com um orçamento modesto de US$ 1,5 milhão, fez bom uso da experiência documental do diretor para registrar realismo visceral e suspense de tirar o fôlego. A sequência de perseguição de carro do policial Popeye Doyle, interpretado por Gene Hackman, a um trem elevado sequestrado no Brooklyn, é frequentemente citada como a melhor cena de perseguição de carro já filmada. Ela foi rodada sem permissões oficiais nas ruas do Brooklyn, de forma clandestina e em meio ao tráfego real. Friedkin queria que a sequência fosse o mais autêntica possível, então ele e sua equipe filmaram uma perseguição real em alta velocidade, com Hackman de fato dirigindo seu carro. “Conexão Francesa” dominou o Oscar de 1972, vencendo o prêmio de Melhor Filme, Ator (Gene Hackman), Edição, Roteiro Adaptado e, claro, Melhor Direção. A revolução de “O Exorcista” Friedkin conseguiu superar a tensão de “Conexão Francesa” com “O Exorcista”, adaptação do best-seller de terror de William Peter Blatty sobre a possessão demoníaca de uma jovem. Lançado no final de dezembro de 1973, tornou-se um sucesso fenomenal, um dos maiores sucessos de bilheteria de Hollywood até aquela data, com vendas de ingressos de mais de US$ 200 milhões. Foi também o primeiro terror a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme – além de outras 9 estatuetas, incluindo novamente Melhor Direção. O filme é famoso por suas cenas intensas e efeitos especiais inovadores. Durante as filmagens, Friedkin usou várias técnicas para obter as reações desejadas de seus atores. Por exemplo, ele disparou uma arma no set para assustar Jason Miller (que interpretou o Padre Karras) e obter uma reação de choque genuína. Além disso, a cena em que Regan (Linda Blair), a menina possuída, vomita sopa de ervilha no Padre Karras foi realizada com uma mangueira escondida e a sopa foi realmente atirada no ator. Para completar, como teste para ver se a boneca animatrônica de Regan, que girava a cabeça em 360 graus, seria convincente o suficiente, pediu para a equipe levá-la em passeios de táxi, deixando motoristas apavorados – foi a primeira pegadinha de terror da História. Mas “O Exorcista” (1973) não foi um marco apenas no gênero de terror, com sua bilheteria recorde e tratamento de superprodução. Seu lançamento desempenhou um papel crucial na formação da era moderna dos blockbusters. O filme foi um fenômeno cultural e comercial, arrecadando mais de US$ 441 milhões em todo o mundo, um feito impressionante para a época. A década de 1970 foi um período de transição significativa para a indústria cinematográfica. Antes de “O Exorcista”, os filmes eram geralmente lançados em um pequeno número de cinemas e só depois se expandiam para um lançamento mais amplo. No entanto, “O Exorcista” quebrou esse molde com um lançamento em larga escala, chegando a centenas de cinemas simultaneamente. Esse método de distribuição, agora conhecido como “lançamento de saturação”, foi uma estratégia de marketing inovadora que ajudou a maximizar a receita do filme e a criar um burburinho imediato. Além disso, “O Exorcista” foi um dos primeiros filmes a usar uma campanha de marketing extensa e agressiva, com trailers provocativos e pôsteres icônicos que se tornaram sinônimos do filme. Essa abordagem de marketing, que agora é padrão na indústria cinematográfica, foi pioneira na época e contribuiu para o sucesso estrondoso do filme. O efeito de “O Exorcista” na indústria cinematográfica abriu caminho para os blockbusters que se seguiram, como “Tubarão” (1975) e “Guerra nas Estrelas” (1977), que usaram os mesmos métodos de saturação e campanhas de marketing agressivas para alcançar um público amplo e gerar receitas recordes, dando início ao cinema moderno. A ressaca Após o sucesso de “Conexão Francesa” e “O Exorcista”, Friedkin tornou-se um dos diretores mais venerados de Hollywood. No entanto, seu filme seguinte foi um documentário de 1975 em que entrevistava um de seus ídolos, o alemão Fritz Lang, diretor do clássico “Metrópolis” (1927) e de vários filmes noir famosos. Depois, decidiu fazer um remake de “O Salário do Medo”, o clássico thriller francês de Henri-Georges Clouzot de 1953. “O Comboio do Medo” (1977) trouxe Roy Scheider no papel originalmente interpretado por Yves Montand, mas a maioria dos críticos achou o filme longo e pouco emocionante em comparação ao original. Foi lançado ao mesmo tempo que “Guerra nas Estrelas” e sumiu rapidamente. Pelo menos, ganhou revisão histórica e voltou a ser considerado um filme importante com o passar do tempo, ao contrário de seu filme seguinte, a comédia policial “Um Golpe Muito Louco” (1978), pouquíssimo lembrada. Nova polêmica O diretor voltou a ousar com “Parceiros da Noite” (1980), com Al Pacino como um detetive de Nova York que se infiltra em bares gays e na subcultura S&M da cidade para resolver um assassinato. O filme provocou forte oposição de ativistas gays, que se opuseram à representação da comunidade e o consideraram nocivo à sua luta por aceitação, para grande desgosto de Friedkin. Mas este longa também se tornou cultuado com o passar dos anos. Alguns críticos e espectadores reavaliaram o filme, argumentando que, apesar de suas falhas, ele oferece uma visão fascinante e complexa da subcultura gay de Nova York no final dos anos 1970. Além disso, a performance intensa de Al Pacino e a direção estilizada de Friedkin foram reconsideradas, e o filme é atualmente reconhecido por sua abordagem sem rodeios de um tema que era considerado tabu na época. Influência nos anos 1980 Depois de marcar o cinema dos anos 1970, Friedkin criou nova estética cinematográfica que acabou adotada por vários cineastas dos 1980 com “Viver e Morrer em Los Angeles” (1985), outro de seus filmes emblemáticos. O thriller policial, que segue dois agentes federais (William Petersen e John Pankow) em uma caçada implacável a um falsificador de dinheiro (Willem Dafoe), é conhecido por sua paleta de cores vibrantes, cinematografia estilizada, abordagem fashion do mundo do crime e trilha sonora sintetizada pulsante, composta pela banda britânica Wang Chung. Esses elementos combinados criaram uma atmosfera que capturou a essência da cultura pop dos anos 1980. Friedkin criou uma nova linguagem, influenciada pela crescente popularidade dos videoclipes da época, aproveitando as técnicas visuais inovadoras que estavam sendo usadas nesse meio para criar uma obra que era tanto uma experiência sensorial quanto uma narrativa de suspense. Ele combinou cenas que pareciam sair da MTV com algumas de suas marcas mais conhecidas, incluindo outra perseguição de carros que é considerada uma das melhores de todos os tempos. Síntese visual dos anos 1980, o filme teve uma influência significativa para as produções de ação que se seguiram, especialmente os filmes de Tony Scott e Michael Bay. Volta matadora no século 21 Friedkin continuou a dirigir suspenses, terrores e filmes de ação, como “Síndrome do Mal” (1987), “A Árvore da Maldição” (1990), “Jade” (1995). “Regras do Jogo” (2000), “Caçado” (2003) e “Possuídos” (2006), mas nenhum deles teve um terço da repercussão de seus trabalhos anteriores. Seu último filme, “Killer Joe – Matador de Aluguel” (2011), foi um thriller sombrio estrelado por Matthew McConaughey como um assassino de aluguel, contratado por um jovem traficante de drogas (Emile Hirsch) para matar sua mãe e coletar o dinheiro do seguro. Quando o traficante não consegue pagar o adiantamento de Joe, ele sugere uma alternativa perturbadora: a irmã mais nova do jovem (Juno Temple) como “garantia sexual” até que o pagamento seja feito. Chocante, mas irresistivelmente envolvente, o filme baseado numa peça de Tracy Letts, foi classificado como NC-17, a mais elevada classificação etária permitida nos cinemas dos EUA, que normalmente limita a distribuição e a bilheteria de um filme. Friedkin não quis negociar e conseguiu lançar o filme sem cortes apenas para maiores de idade. Sacrificando o sucesso comercial, “Killer Joe” causou ótima impressão entre os críticos e ajudou a relançar Matthew McConaughey como um ator a ser levado a sério, capaz de uma performance ao mesmo tempo charmosa e aterrorizante, que ele não demonstrava ser capaz em suas comédias românticas – dois anos depois, McConaughey ganhou o Oscar de Melhor Ator por “Clube de Compra Dallas” (2013). Muitos alardearam “Killer Joe” como a volta de Friedkin à boa forma cinematográfica. Últimas obras O último lançamento do diretor em vida foi o documentário “The Devil and Father Amorth” (2017), sobre o padre exorcista Gabriele Amorth (que inspirou o recente filme de terror “O Exorcista do Papa”). Mas ele deixou finalizado o longa de ficção “The Caine Mutiny Court-Martial”, que terá première mundial nos próximos dias, durante o Festival de Veneza. O filme é baseado no livro de Herman Wouk, que narra o julgamento de um oficial da marinha por motim, após assumir o comando de um navio por sentir que o capitão estava agindo de maneira instável e colocando a vida da tripulação em risco. A...









