Exibidores cogitam boicotar lançamento de Viva: A Vida É uma Festa no Brasil
Os exibidores brasileiros de cinema estão planejando boicotar a nova animação da Disney, “Viva: A Vida É Uma Festa”. Isto porque o estúdio está exigindo um aumento de 2% no repasse a que tem direito das salas de cinema do Brasil. A Disney quer 52% do faturamento do filme, em vez dos tradicionais 50%. O presidente do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Estado de São Paulo, Paulo Lui, disse para a Folha de S. Paulo que “o mercado foi pego de surpresa com esse aumento”. Para ter uma ideia, se “Viva” fizer o mesmo sucesso da última animação da Disney, “Moana”, as salas de cinema teriam que repassar à Disney R$ 1,4 milhão a mais. Presidente da associação que reúne os pequenos e médios exibidores, Marco Alexandre disse à Folha que a Ancine (Agência Nacional do Cinema) “deveria tomar providências”. “Não é justo. Se a Disney cobrar 52%, as outras exibidoras também vão querer cobrar o mesmo valor.” “Esse aumento é temerário”, também reclamou Márcio Eli de Lima, da rede Centerplex de cinemas. “O percentual de 50% era histórico. Dois pontos percentuais causarão desequilíbrio na negociação com os shoppings, por exemplo.” Como reação, as exibidoras cogitam não exibir o filme, que ficaria restrito às cadeias multinacionais: Cinemark e Cinépolis. Mas a ameaça pode não representar nada, já que as duas redes citadas representam um terço do total das salas do país (isto é, mil salas), circuito que normalmente é ocupado pelo lançamento de blockbuster no Brasil. As exigências da Disney por maior parte na divisão da receita não são exclusivas para o Brasil. Nos Estados Unidos, o estúdio exigiu um repasse de 65% (dez pontos percentuais a mais do que o usual no mercado ) para exibir o último capítulo de “Star Wars”. Também impôs que o filme teria de ser exibido nas salas maiores de cada complexo cinematográfico, e por quatro semanas consecutivas. Imagine o que virá a partir de 2019, quando o estúdio consolidar sua aquisição da Fox… Produção da Pixar, outro estúdio comprado pela Disney, “Viva: A Vida É Uma Festa” (que nos outros países se chama “Coco”) já faturou US$ 500 milhões em todo o mundo e a estreia no Brasil está marcada para a próxima quinta-feira, dia 4 de janeiro.
Disney atinge US$ 6 bilhões em bilheteria mundial pela segundo ano consecutivo
A Disney ultrapassou na sexta (22/12) a impressionante marca de US$ 6 bilhões em bilheteria mundial. O estúdio é o único da história de Hollywood a ter faturado mais de US$ 6 bilhões num único ano. E não fez isso apenas uma vez. A marca foi atingida pelo segundo ano consecutivo, após a Disney bater o recorde de arrecadação em 2016. O estúdio somou mais de US$ 1 bilhão apenas em dezembro, com os lançamentos de “Viva – A Vida é uma Festa” (US$ 456 milhões) e “Star Wars: Os Últimos Jedi” (US$ 650 milhões antes de seu segundo fim de semana em cartaz). Apesar disso, não deve bater seu próprio recorde de arrecadação: US$ 7,6 bilhões em 2016. Este valor só foi atingido com a soma total da bilheteria de “Rogue One: Uma História Star Wars”, que foi lançado em dezembro do ano passado e continuou faturando até março. O mesmo vai acontecer com “Star Wars: Os Últimos Jedi”, que só estreia na China em 2018, gerando valores que ainda serão considerados como faturamento de 2017. Isto significa que a Disney ainda pode chegar a US$ 7 bilhões pelo segundo ano consecutivo. Entre os demais estúdios, os que conseguiram maiores bilheterias foram Warner e Universal. Ambos atingiram US$ 5 bilhões neste ano, pela segunda vez em suas contabilidades.
Star Wars: Os Últimos Jedi tem segunda maior pré-estreia de todos os tempos nos EUA
“Star Wars: Os Último Jedi” arrecadou US$ 45 milhões em sua primeira noite de exibição nos cinemas dos Estados Unidos e Canadá, obtidos nas sessões noturnas de quinta-feira (14/12). Trata-se da segunda maior arrecadação de pré-estreia comercial da história do cinema, segundo dados do site Box Office Mojo. O filme perde apenas para o episódio anterior da própria saga, “Star Wars: O Despertar da Força”, que detém o recorde de US$ 57 milhões arrecadados na pré-estreia de 2015. Nos demais países, a arrecadação já está em US$ 60,8 milhões, graças ao lançamento antecipado na quarta. Analistas do mercado cinematográfico apostam que “Os Últimos Jedi” pode superar os US$ 200 milhões no primeiro fim de semana na América do Norte, colocando-o ao lado de alguns dos lançamentos mais lucrativos da história. O recorde maior abertura de todos os tempos também pertence a “Star Wars: O Despertar da Força”, com US$ 248 milhões. E o Top 3 inclui “Jurassic World” (2015), com US$ 209 milhões, e “Os Vingadores” (2012), com US$ 207 milhões. Internacionalmente, a arrecadação do filme pode chegar a US$ 425 milhões, o que o deixaria atrás do recordista “Velozes e Furiosos 8”, que arrecadou US$ 542 milhões no primeiro fim de semana. “O Despertar da Força” é o segundo deste ranking, com US$ 525 milhões.
Os Simpsons previram compra da Fox pela Disney em episódio exibido há 19 anos
Depois de Donald Trump presidente dos Estados Unidos, a derrota do Brasil na Copa do Mundo e Lady Gaga sobrevoando o Superbowl, os Simpsons acertaram mais uma previsão do futuro. Em episódio exibido em novembro de 1998, a série animada antecipou a compra da Fox pela Disney, firmada 19 anos depois, nesta quinta-feira (14/12). No episódio intitulado “When You Dish Upon a Star”, da 10ª temporada da atração, Homer Simpson começa a trabalhar como assistente do então casal Alec Baldwin e Kim Basinger, em Hollywood. Quando o episódio mostrava o estúdio Fox, um banner na entrada anunciava que a empresa era uma divisão da Walt Disney Company. Veja abaixo. A aquisição da Disney contempla o estúdio 20th Century Fox e diversas outras propriedades da empresa 21st Century Fox, como a produtora Fox Television Studios, que produz a série dos Simpsons.
Disney promete manter Deadpool proibido para menores
A Disney está disposta a quebrar sua regra de não produzir filmes “R-rated” (para maiores) após a aquisição da Fox. Falando com a mídia americana sobre os desdobramentos da compra, o CEO da Disney, Bob Iger, abordou diretamente o futuro de “Deadpool”, a franquia do super-herói que fala palavrões e mostra a bunda no cinema. “‘Deadpool’ claramente é e será marca da Marvel. Mas pensamos que pode haver uma oportunidade para uma marca adulta da Marvel para algo como ‘Deadpool'”, disse Iger. “Uma vez que pudermos deixar claro para o público o que esperar, pensamos que podemos lidar com isso”. A Fox teve grande sucesso nos últimos dois anos com filmes “R-rated” da Marvel. Além dos US$ 783 milhões mundiais conquistados por “Deadpool” em 2016, “Logan” também foi um sucesso comercial e crítico neste ano, com US$ 616 milhões em todo o mundo. Ambos são considerados filmes que revitalizaram o gênero dos super-heróis, dando ao público algo novo. Se antes havia ceticismo em relação aos planos da Disney de continuar estas experiências, a declaração de Iger deve acalmar, ao menos provisoriamente, os fãs mais alarmados da Marvel. Entre eles, o ator Ryan Reynolds, intérprete do próprio Deadpool, que fez várias piadas sobre a compra da Fox pela Disney nas redes sociais. Nesta quinta, ele postou uma nova, com uma foto do herói sendo preso, após alegada tentativa de explodir a Disneylândia – num trocadilho com a palavra “blow” em inglês e o nome da montanha de gelo do parque. Apparently you can’t actually blow the Matterhorn. pic.twitter.com/2bEAAcZrUv — Ryan Reynolds (@VancityReynolds) December 14, 2017
Plataforma de streaming da Disney para rivalizar com a Neflix já existe: é a Hulu
Os planos de crescimento da Disney a partir da compra da Fox começam a ficar mais claros, nas entrevistas do CEO Bob Iger após a transação. Uma das incógnitas era o que a Disney faria com a percentagem da Fox que passaria a controlar na plataforma de streaming Hulu. Afinal, o próprio Iger mencionou planos de lançar um serviço para rivalizar com a Neflix, com filmes, séries e conteúdo original da sua companhia. O projeto da nova plataforma ainda existe. Mas deixou de ser prioridade. A negociação com a Fox apressou o cronograma de Iger, graças ao Hulu. A Disney somou seus 30% de ações aos 30% da Fox e passou a controlar a empresa – formada em joint venture com a Comcast, proprietária da Universal, que ainda detém 30%, e a Warner, dona de 10% do negócio. Falando a analistas de mercado, conforme registrado pelo site The Hollywood Reporter, ele abordou os planos imediatos para a plataforma e como sua ambição é torná-la o principal rival da Netflix. “Hulu, obviamente, é uma ótima oportunidade para expandir no espaço de produto direto para o consumidor”, disse Iger. “Possuir cerca de um terço disso foi ótimo, mas ter controle nos permitirá acelerar muito o Hulu nesse espaço e torná-lo um concorrente ainda mais viável para os serviços que já existem”. Ele acrescentou: “Nós seremos capazes de fazer isso não só por fluir mais conteúdo na direção do Hulu, mas por essencialmente ter seu controle, na medida em que a gestão de Hulu torna-se um pouco mais clara, um pouco mais eficiente, um pouco mais eficaz, ao virarmos um acionista controlador”. O chefe da Disney revelou que a aquisição da Fox lhe abre a oportunidade de oferecer vários serviços de streaming diferentes, focados em públicos específicos, com o Hulu posicionado como um serviço mais orientado para adultos, que complementaria planos de um serviço esportivo da ESPN e outro mais voltado às famílias e/ou aos jovens com super-heróis e desenhos. Iger deixou ainda mais claro seu plano de transformar a Hulu num rival para a Netflix em entrevista à Bloomberg TV, na manhã desta quinta (14/12), ao confirmar que não renovará seu acordo de distribuição de conteúdo com o gigante de streaming. Mais: tampouco renovará os contratos de licenciamentos para a produção de séries. Este segundo ponto representa o fim das séries da Marvel na Netflix. O acordo de distribuição de filmes termina em 2019, mas não se sabe a duração do licenciamento das propriedades da Marvel. Não só isso. A HBO também será afetada. E todos os outros canais que não pertençam ao conglomerado. “Vamos priorizar as oportunidades mais diretas de atingir o consumidor para a nossa empresa e, se isso nos obrigar a interromper relacionamentos com outros distribuidores, é o que faremos, assim como a Disney fez com a Netflix”, disse ele. Iger acrescentou que a Disney usará as propriedades de Fox “para fazer o Hulu crescer, provavelmente em um ritmo mais acelerado. Também usaremos os recursos da Fox para complementar nossos outros serviços, nossos serviços diretos ao consumidor da Disney”. O chefe da Disney disse que o estúdio teve que refletir longamente para decidir acabar com o acordo de licenciamento da Netflix, mas concluiu que precisava fazê-lo para avançar no mercado direto para o consumidor. “Estamos no negócio de criar valor de longo prazo”, acrescentou. “À medida que olhamos para a frente e vemos um mundo onde a interação direta com o consumidor é muito mais atraente, acreditamos que é chegada hora de sair do nosso relacionamento com Netflix e vamos tomar essa mesma abordagem com os ativos que estamos comprando também”, concluiu. Este ano, a Disney lançou sua primeira série da Marvel no Hulu: “Runaways”, adaptação dos quadrinhos dos Fugitivos. E o consenso entre a crítica é que o lançamento se provou a melhor série de super-herói de 2017. 2017 também foi o ano que uma produção de streaming venceu pela primeira vez o Emmy de Melhor Série Dramática. O feito histórico se deu por intermédio de “The Handmaid’s Tale”, do Hulu. Se isso for um indicativo do que vem por aí, a Netflix pode começar a se preocupar.
Disney oferece US$ 52,4 bilhões pela Fox
A Walt Disney Company fez uma oferta oficial de US$ 52,4 bilhões pelas divisões de entretenimento da 21st Century Fox. O negócio, que marca a união de dois gigantes de Hollywood, foi aceito preliminarmente nesta quinta-feira (14/12). O valor total da transação é, na verdade, mais alto: US$ 66,1 bilhões, uma vez que a Disney também assumiu US$ 13,7 bilhões de dívidas da Fox. Com a compra, a Disney vai se tornar o maior conglomerado de entretenimento do mundo, adicionando a seus negócios o estúdio de cinema 20th Century Fox, a produtora indie Fox Searchlight Pictures, a produtora Fox 2000, mais um estúdio de animação, o Blue Sky (de “Rio” e “A Era do Gelo”), o grupo de canais pagos FX e National Geographic, assim como mais de 300 canais internacionais. Também estão inclusas a participação de 30% da Fox no serviço de streaming Hulu e a fatia de 50% da companhia na Endemol (responsável por criar realities como “Big Brother” e “MasterChef”), além das ações da Fox na rede europeia de canais pagos Sky e na rede indiana Star. E, como se não fosse suficiente, participação em mais uma editora de quadrinhos, a Boom! Studios. Em declaração oficial, o CEO da Disney, Bob Iger, afirmou que a aquisição “reflete a demanda crescente dos consumidores por uma maior diversidade de experiências de entretenimento, que sejam mais atraentes, acessíveis e convenientes”. “Estamos honrados e gratos por Rupert Murdoch [diretor da 21st Century Fox] ter confiado a nós o futuro do negócio que ele passou a vida construindo, e estamos felizes com essa oportunidade de aumentar significativamente o nosso portfólio de franquias amadas e conteúdos de marca para aprimorar nossas ofertas aos consumidores. O acordo também irá expandir substancialmente o nosso alcance internacional, permitindo a nós oferecer conteúdo de primeira qualidade e plataformas de distribuição inovadoras a mais consumidores em mercados estratégicos ao redor do mundo”, acrescentou. Murdoch também se pronunciou em comunicado: “Nós estamos extremamente orgulhosos de tudo o que construímos na 21st Century Fox, e eu acredito muito que essa junção com a Disney irá trazer ainda mais valores aos acionistas, conforme a nova Disney continue a ditar os rumos do que é uma indústria empolgante e dinâmica. Além disso, estou convencido de que essa combinação, sob a liderança de Bob Iger, será uma das maiores empresas do mundo. Sou grato a Bob por ter decidido prosseguir e estar comprometido a ser bem-sucedido com um time que não fica atrás de ninguém”. A empolgação de Murdoch se deve ao fato de parte do pagamento pela 21st Centory Fox ser com ações da Disney. Na prática, ele virou sócio de seu comprador, e tem interesse em que Iger seja bem-sucedido no comando dos negócios. Bob Iger, por sinal, estendeu seu contrato como CEO da Disney por mais dois anos, para liderar a transição do novo gigante, pois a expectativa é que o negócio só seja concluído em 18 meses, por precisar ser aprovado pelos órgãos regulatórios do governo americano. Além disso, a Disney tem planos de completar a aquisição da rede Sky e isso enfrentará outra etapa burocrática no Reino Unido. Haverá ainda um período longo de ajustes, com definições de quem comandará cada setor da nova empresa. São esperadas demissões, pois alguns cargos serão duplicados na junção das duas companhias. A Disney espera economizar US$ 2 bilhões só na unificação das operações, fechando escritórios internacionais, divisões de distribuição e marketing da Fox, já que passaria a administrar o estúdio no modelo em que trabalha com a Pixar, a Marvel e a Lucasfilm, suas aquisições anteriores, todas incorporadas numa única operação de distribuição, marketing, etc. Alguns desdobramentos são mais fáceis de alinhavar que outros, como a absorção dos personagens da Marvel que estavam na Fox. Heróis como X-Men, Deadpool, Novos Mutantes e Quarteto Fantástico passarão para o Marvel Studios, algo que o produtor Kevin Feige estava “ansioso” para que acontecesse. Mesmo assim, as consequências disso para a continuação da franquia “Deadpool” e filmes de super-heróis para maiores – “R-rated” – como “Logan” ainda são uma incógnita. A Disney, que já era líder em franquias de animação e de super-heróis, também vai virar a maior produtora de filmes de ficção científica de Hollywood, passando a explorar os mundos de “Avatar”, “Alien”, “Predador” e “Planeta dos Macacos”. Ao mesmo tempo, a companhia terá que aprender a trabalhar com filmes menores: as produções da Fox Searchlight, que costumam ser fortes candidatos ao Oscar. Para se ter ideia, o estúdio “indie” da Fox é responsável por “Três Anúncios de um Crime”, “A Forma da Água” e “A Guerra dos Sexos”, que devem aparecer no Oscar 2018. O conteúdo televisivo também é promissor. A Disney domina o mercado de séries infanto-juvenis por meio de três canais: Disney Channel, Disney XD e Freeform. Mas não tinha acesso ao mercado adulto, que o FX e seu spin-off FXX lhe abre. Além disso, o Fox Studios é responsável por diversos hits em exibição na TV aberta, como “This Is Us”, “Modern Family” e, claro, “The Simpsons”. Sem esquecer das séries clássicas da 20th Century Fox Television que podem ganhar novas versões. Uma delas, por sinal, já estava sendo desenvolvida na Netflix: “Perdidos no Espaço”. E, sim, há planos ambiciosos para o lançamento de um serviço de streaming capaz de rivalizar com a própria Netflix. A marca Fox, porém, continuará com o magnata Rupert Murdoch e seus filhos, James e Lachlan. Segundo rumores, o CEO da 21st Century Fox, James Murdoch, tende a ir para a Disney com a venda, enquanto seu irmão, diretor executivo, deve passar a comandar a nova Fox. James Murdoch é considerado um executivo visionário, por ter ampliado sensivelmente a participação da Fox no mercado internacional, o que, no final das contas, foi a cereja no bolo negociado. Com o acordo, a Disney se tornará a maior provedora de conteúdo da rede Fox. O conglomerado não poderia ter duas redes de TV aberta nos Estados Unidos e já é dono da ABC. Mas pode produzir o que o outro canal exibe, já que Murdoch pretende se focar em desenvolver apenas notícias e coberturas esportivas, explorando os canais Fox News, Fox Business e Fox Sports. Por conta destes canais, a Fox também manterá a parte física dos estúdios e escritórios da companhia nos Estados Unidos. Especula-se ainda que os bens da Fox sejam recombinados com os da News Corp., a empresa de Murdoch dedicada a conteúdo impresso – jornais e revistas. As duas companhias haviam sido separadas em 2013, para evitar que a Fox fosse atingida pelo escândalo de espionagem de celebridades que acabou levando ao fechamento do jornal News of the World no Reino Unido. Este escândalo, por sinal, foi o que levou os reguladores britânicos a barrarem o crescimento do controle da Fox sobre a Sky. A Disney não enfrentará o mesmo problema para adquirir a maior companhia de TV paga da Europa. Mas as repercussões do negócio ainda não foram totalmente exploradas. Muitas novidades serão anunciadas nos próximos dias.
Universal se torna terceiro estúdio do ano a atingir US$ 5 bilhões de arrecadação mundial
A Universal Pictures se tornou o terceiro estúdio de Hollywood a bater a marca de US$ 5 bilhões de arrecadação mundial em 2017, juntando-se à Disney e à Warner na lista de empresas que atingiram o valor neste ano. Assim como aconteceu com a Warner, foi apenas a segunda vez que a Universal obteve este faturamento. Já a Disney atingiu US$ 5 bilhões nos três últimos anos consecutivos e é o único estúdio que conseguiu registrar US$ 6 milhões num único ano – justamente no ano passado. Quase 70% do montante da Universal veio de bilheterias internacionais, e duas produções respondem por quase metade do total: “Velozes & Furiosos 8” e “Meu Malvado Favorito 3”, que renderam US$ 1,23 bilhão e US$ 1,03 bilhão. “Velozes e Furiosos 8 ” virou o longa mais rentável de todos os tempos na China e, com o sucesso do novo filme, a franquia “Meu Malvado Favorito” tornou-se a saga animada de maior bilheteria da história. A Universal também foi a única empresa cinematográfica a emplacar dois lançamentos bilionários em 2017. A Disney, que chegou mais rapidamente à casa dos US$ 5 bilhões, só conseguiu um: “A Bela e a Fera”. Com US$ 1,26 bilhão, a fábula com atores foi a maior bilheteria do ano. Entretanto, este cenário pode mudar com a estreia de “Star Wars: Os Últimos Jedi” a partir do fim de semana. Outras produções da Universal que também se destacaram neste ano foram “A Múmia”, que, apesar de ter arrecadado US$ 409 milhões ao redor do mundo, foi considerado um fracasso pelos altos custos de sua produção, além de “Cinquenta Tons Mais Escuros”, com US$ 381 milhões, e os surpreendentes “Fragmentado” e “Corra!”, produções baratas de terror que atingiram US$ 278 milhões e US$ 254 milhões, respectivamente.
Warner ultrapassa a marca de US$ 5 bilhões de bilheteria mundial pelo segundo ano
A Warner Bros. Pictures cruzou a marca dos US$ 5 bilhões de arrecadação na bilheteria mundial pela segunda vez em sua história. O feito foi conseguido principalmente por conta de cinco lançamentos que arrecadaram mais de US$ 500 milhões em todo o mundo, quantidade que também foi um recorde do estúdio. As cinco maiores bilheterias do estúdio em 2017 foram “Mulher-Maravilha” (US$ 821,8M), “It – A Coisa” (US$ 694,2M), “Liga da Justiça” (US$ 570,3), “Kong: Ilha da Caveira” (US$ 566.7M) e “Dunkirk” (US$ 525 milhões). Como “Liga da Justiça” é um lançamento recente, o faturamento da produção deve aumentar. Além destes, três lançamentos do estúdio atingiram US$ 250 milhões em todo o mundo em 2017: “Lego Batman: O Filme”, “Annabelle 2: A Criação do Mal” e “Blade Runner 2049”, coproduzido com a Sony. Vale apontar que, enquanto alguns filmes como “It” e “Dunkirk” somaram valores muito acima do esperado, outros decepcionaram, como “Liga da Justiça” e “Blade Runner 2049”, que devem dar prejuízo no balanço final entre gastos e rendimentos. De todo modo, a marca é significativa, já que a Warner foi o segundo estúdio a atingi-la este ano, e com apenas uma semana de diferença para o Walt Disney Studios. No caso da Disney, os US$ 5 bilhões foram ultrapassados pelo terceiro ano consecutivo. “Estamos entusiasmados em alcançar esse marca extraordinária à medida que chegamos ao fim de um incrível ano de filmagens”, disse Sue Kroll, presidente de marketing e distribuição mundial da WB, em comunicado. “Superar US$ 5 bilhões em um único ano só pode acontecer com um incrível nível de trabalho duro em todos os departamentos, bem como as inestimáveis contribuições de muitos cineastas e atores talentosos com os quais somos muitos afortunados de poder contar. Parabéns a todos que compartilham desse sucesso”.
Disney avança e pode anunciar compra da Fox na semana que vem
A compra de parte da Fox pela Disney deve ser anunciada na semana que vem, de acordo com fontes do Wall Street Journal e do canal pago CNBC. A notícia das negociações surgiu no começo de novembro, e desde então avanços e recuos têm sido comentados pelas publicações de economia, inclusive com o surgimento de novos interessados, como a Comcast, proprietária dos estúdios Universal. Justamente pelo interesse de concorrentes, a Disney teria aumentado sua oferta. O valor dos ativos da Fox estaria cotado acima de US$ 60 bilhões, conforme informações da CNBC. Mas a aquisição deixaria de fora os canais de TV com a marca Fox, como a própria rede Fox, a Fox News e a Fox Sports, porque a Disney já possuiu um rede de TV, a ABC, e um canal de esportes, ESPN. A aquisição de concorrentes diretos não seria aprovada pelo governo americano. A Disney está mais interessada em empresas como o estúdio de cinema 20th Century Fox, a produtora de séries Fox Television, o estúdio de animação Blue Sky, os canais pagos FX, FXX e National Geographic e as ações da empresa no serviço de streaming Hulu e no canal pago europeu Sky Atlantic. Logicamente, os personagens da Marvel que a Fox explora no cinema e na TV estão inclusos no pacote. Com a venda, a Fox abriria mão do segmento de entretenimento, passando a se apresentar como uma empresa de notícias. Isto iria reverter a atual 21st Century Fox ao status original da News Corp., empresa do magnata Rupert Murdoch, que adquiriu a Fox em 1986. Parte dos executivos da 21st Century Fox acreditam que a companhia não consegue competir no segmento de streaming e que um investimento elevado no setor não compensaria, quando é mais lucrativo concentrar os negócios onde a empresa já é bem-sucedida: nas notícias e no esporte – justamente os setores que não interessam à Disney. A aquisição da Fox pela Disney faria Hollywood tremer. Após comprar a Pixar, a Marvel e a LucasFilm, a Disney se consolidou como o estúdio mais lucrativo do mundo, liderando as bilheterias mundiais por três anos consecutivos. Agora, prepara-se para lançar uma plataforma exclusiva de conteúdo, pretendendo fazer frente à Netflix. O conteúdo da Fox facilitaria este objetivo. A Fox também ajudaria a Disney a se estabelecer em áreas pouco exploradas da companhia, que não tem um canal pago de séries para adultos. A dona do Disney Channel, Disney XD e Freeform entraria num novo nicho com o FX e FXX, além de encontrar sinergia no National Geographic com iniciativas isoladas sob o nome de Disney Nature. A Disney ainda ganharia penetração na Europa com a aquisição dos 39% de participação da Fox na Sky Atlantic. Mas o que fará ao se tornar majoritária no Hulu é uma incógnita que ninguém sabe responder. Não houve comentário oficial de nenhuma das companhias até o momento.
Liga da Justiça lidera bilheterias no Brasil pela terceira semana
“Liga da Justiça” completou sua terceira semana na liderança das bilheterias brasileiras. O filme de super-heróis foi visto por 767 mil pessoas e fez R$ 13,2M entre quinta (30/11) e domingo (3/12). Graças à diferença do calendário de lançamentos, a produção da Warner não enfrenta no país a concorrência de “Viva – A Vida É uma Festa”, a animação da Pixar que há duas semanas tomou a liderança das bilheterias na América do Norte. Segundo dados divulgados pela consultoria ComScore, o Top 3 do Brasil se completa com o estreante “Assassinato no Expresso do Oriente” (270 mil espectadores, R$ 4,8M) e o terror “Jogos Mortais: Jigsaw” (219 mil espectadores, R$ 3,3M). Maior lançamento nacional, o besteirol “Os Parças”, que marca a estreia do humorista Tom Cavalcanti no cinema e também traz o youtuber Whindersson Nunes como protagonista, teve dificuldades para enfrentar a concorrência dos blockbusters de Hollywood e abriu apenas em 4º lugar no fim de semana. O filme foi assistido por 208 mil espectadores e rendeu R$ 3,3M (milhões) em seu fim de semana de estreia nos cinemas.
Disney atinge US$ 5 bilhões nas bilheterias mundiais pelo terceiro ano consecutivo
As compras da Marvel, Pixar e LucasFilm não param de dar lucro para a Disney. Os filmes de super-heróis e animações lançados neste ano estão entre os maiores sucessos do estúdio e ajudaram a empresa a superar, pelo terceiro ano consecutivo, a impressionante marca de US$ 5 bilhões nas bilheterias mundiais. O valor foi atingido após a estreia de seus mais recentes lançamentos, o desenho da Pixar “Viva – A Vida é uma Festa”, que alcançou a marca dos US$ 179 milhões no final de semana, e “Thor: Ragnarok”, que já faturou US$ 800 milhões em todo o mundo. A Pixar e a Marvel respondem por outros sucessos deste ano, como “Carros 3” (US$ 383,2 milhões) e “Guardiões da Galáxia Vol. 2” (US$ 863,6 milhões), sem esquecer de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”, produzido em parceria com a Sony. Para completar, o ano será fechado com o lançamento de “Star Wars: Os Últimos Jedi”, da LucasFilm, que deve bater recorde de arrecadação em dezembro. Assim, o faturamento do estúdio ainda deve aumentar bastante, podendo repetir o recorde de faturamento registrado no ano passado, quando superou os 6 bilhões mundiais, valor nunca antes atingido por nenhum estúdio de cinema. Graças à força de seu conteúdo, o estúdio também prepara sua entrada no mercado de streaming, planejando lançar uma plataforma própria para competir com Netflix e Amazon a partir de 2019.
Luc Besson não desistiu de filmar continuação de Valerian e a Cidade dos Mil Planetas
Apesar do prejuízo financeiro causado pelo fracasso de “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” nas bilheterias, o diretor Luc Besson não desistiu da franquia e planeja lançar sequências menos dispendiosas, com menor investimento em efeitos visuais. Ele já escreveu os roteiros para mais dois filmes. “O preço depende da história. A história do segundo filme é mais simples”, ele contou, em entrevista ao site Collider. “É muito menos ambicioso, então… e há alguns elementos que você pode resgatar do primeiro filme. Já criamos todo o universo da franquia, então a sequência custará menos”, ele apontou. Entretanto, as críticas do filme foram unânimes em apontar que o visual deslumbrante foi o destaque e o que impediu “Valerian” de ser um desastre completo, já que interpretações e roteiros deixaram a desejar. Como “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” foi primeiro filme europeu orçado em mais de US$ 200 milhões e a bilheteria mundial ficou nesta faixa, com US$ 225 milhões de arrecadação, a produção de uma sequência precisa ser muito bem avaliada, tendo em vista a sobrevivência do estúdio EuropaCorp, que chegou a vender parte de sua divisão televisiva para pagar contas do prejuízo. Por isso, antes de se arriscar em uma nova produção, o diretor ressaltou que irá esperar para ver como o filme vai desempenhar nos mercados de Blu-ray e DVD. Se vender bastante cópias, isto pode ajudar a atrair novos investidores para produzir a continuação. “O filme segue inédito em alguns países, e conquistamos uma grande base de fãs. Isso me surpreendeu. Sempre recebo mensagens de pessoas pedindo por ‘Valerian 2’. Existe uma comunidade de fãs, o que é estimulante”, completou.











