Justiça francesa permite pré-estreia do filme que amaldiçoa Terry Gilliam há 20 anos
A justiça francesa autorizou a exibição de “The Man Who Killed Don Quixote” (O homem que matou Dom Quixote) na noite de encerramento do Festival de Cannes 2018. O veredito da corte indeferiu uma liminar do produtor Paulo Branco, que pedia o cancelamento da pré-estreia do filme do cineasta Terry Gilliam. Assim, a primeira exibição mundial do filme está confirmada para o dia 19. A ironia é que a produção não deve ser acompanhada por Gilliam, que sofreu um AVC em Londres, no último fim de semana. Há quem diga que isso é parte da maldição da obra, que assombra a vida do diretor há 20 anos. Apesar da vitória, o tribunal de Paris determinou que a projeção seja precedida por uma declaração de que a exibição não prejudica as alegações de Branco e a disputa legal em andamento sobre os direitos ao filme. Além disso, o tribunal determinou que Gilliam, a Star Invest Films France e o agente de vendas Kinology devem pagar, cada um, o valor de US$ 1,8 mil para ajudar a custear as despesas legais de Branco. Gilliam e os atuais produtores de “Dom Quixote” travam uma disputa legal contra o português, que entrou com uma liminar em uma corte parisiense para impedir que o filme fosse exibido tanto em Cannes como nos cinemas franceses, alegando não ter permitido sua filmagem como detentor legal dos direitos da obra. Para entender os percalços dessa história, é preciso lembrar a história amaldiçoada de “The Man Who Killed Dom Quixote”, cuja pré-produção começou em 1998 e as primeiras filmagens aconteceram em 2000, com Johnny Depp (“Piratas do Caribe”) no papel principal. Já neste momento, foram tantos problemas, incluindo inundações, interferências das forças armadas espanholas e uma hérnia sofrida pelo astro, que a produção precisou ser interrompida e o filme abandonado. Todas as dificuldades enfrentadas pelo projeto foram registradas num documentário premiado, “Lost in La Mancha” (2002). Uma década depois, em 2010, Gilliam voltou a ficar perto de realizar o longa, chegando a filmar Ewan McGregor (“O Escritor Fantasma”) como protagonista e Robert Duvall (“O Juiz”) no papel de Dom Quixote, mas a produção precisou ser novamente interrompida, desta vez por problemas financeiros. Em 2015, ele chegou a anunciar uma nova tentativa, agora estrelada por Jack O’Connell (“Invencível”) e John Hurt (“O Espião que Sabia Demais”), mas a briga com o produtor português Paulo Branco adiou o projeto. Os dois se desentenderam durante a pré-produção, o que levou o diretor a entrar na justiça francesa para anular a cessão de direitos, enquanto realizava o longa com apoio de outra produtora. Neste meio tempo, John Hurt acabou morrendo e precisou ser substituído na quarta filmagem anunciada, desta vez definitiva. Assim, quem acabou nos papéis principais foram Adam Driver (“Star Wars: O Despertar da Força”) e Jonathan Pryce (série “Game of Thrones”). Mas enquanto Gilliam comemorava a conclusão das filmagens amaldiçoadas no ano passado, um tribunal de Paris se pronunciou em primeira instância em favor do produtor português, embora tenha rejeitado seu pedido de interromper a produção. O cineasta recorreu e uma nova audiência da justiça francesa foi marcada para 15 de junho, data em que se saberá qual será o destino do filme. Apesar dessa briga, o filme foi incluído na programação do Festival de Cannes, na sessão especial de encerramento, mas a Alfama Films, controlada por Branco e ex-produtora do filme de Gilliam, recorreu à Justiça para proibir a première mundial, alegando que isso “viola os direitos de divulgação da obra”. Em resposta, a organização de Cannes acusou Branco de proceder com “intimidações e afirmações difamatórias tão irrisórias como grotescas”. Após citar que os advogados de Branco prometeram uma “derrota desonrosa” ao festival, o presidente do festival Pierre Lescure e o delegado geral Thierry Frémaux afirmaram que a única derrota “seria ceder à ameaça”. No mesmo comunicado, os representantes do festival reiteraram que “os artistas necessitam mais que nunca que sejam defendidos, não atacados”. Por isto, neste ano, além do filme de Gilliam, incluíram na seleção de Cannes obras de iraniano Jafar Panahi e do russo Kirill Serebrennikov, que estão presos em seus países. E, para completar, decidiram suspender o veto ao cineasta dinamarquês Lars von Trier, que tinha sido considerado “persona non grata” no evento em 2011. Com a vitória na Justiça, o mundo finalmente poderá ver o filme que tanto desgaste causou na vida de seu diretor.
Terry Gilliam sofre AVC e pode perder première do filme que é uma maldição em sua vida
É até abusar de humor negro num caso tão sério, mas se há um filme amaldiçoado, este é “The Man Who Killed Dom Quixote” (O Homem que Matou Dom Quixote). Após aguardar 20 anos, desde a pré-produção até a véspera da aguardada estreia do longa no Festival de Cannes 2018, o diretor americano Terry Gilliam foi hospitalizado em Londres. De acordo com a imprensa, Gilliam sofreu um AVC durante o fim de semana e os médicos dizem que ele pode não se recuperar completamente até a estreia do filme. Além disso, o longa-metragem pode nem ser exibido. O produtor de “The Man Who Killed Dom Quixote”, Paulo Branco, tenta impedir a projeção do longa devido a uma disputa financeira com o diretor. O veredito do caso será conhecido na quarta (9/5), em Paris. Ex-integrante do grupo humorístico britânico Monty Python, Gilliam, de 77 anos, também dirigiu os clássicos “Brazil – O Filme” (1985) e “Os Doze Macacos” (1995), e já tinha superado dificuldades extremas no passado para concluir um longa, “O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus” (2009), impactado pela morte do astro Heath Ledger na metade das filmagens. Seu projeto mais recente é mais antigo que isso. A pré-produção de “The Man Who Killed Dom Quixote” começou em 1998 e as primeiras filmagens aconteceram em 2000, com Johnny Depp (“Piratas do Caribe”) no papel principal, e foram tantos problemas, incluindo inundações, interferências das forças armadas espanholas e uma hérnia sofrida pelo astro, que a produção precisou ser interrompida e o filme abandonado. Todas as dificuldades enfrentadas pelo projeto foram registradas num documentário premiado, “Lost in La Mancha” (2002). Uma década depois, em 2010, Gilliam voltou a ficar perto de realizar o longa, chegando a filmar Ewan McGregor (“O Escritor Fantasma”) como protagonista e Robert Duvall (“O Juiz”) no papel de Dom Quixote, mas a produção precisou ser novamente interrompida, desta vez por problemas financeiros. Em 2015, ele chegou a anunciar uma nova tentativa, agora estrelada por Jack O’Connell (“Invencível”) e John Hurt (“O Espião que Sabia Demais”), mas a briga com o produtor português Paulo Branco adiou o projeto. Os dois se desentenderam durante a pré-produção, o que levou o diretor a entrar na justiça francesa para anular a cessão de direitos, enquanto realizava o longa com apoio de outra produtora. Neste meio tempo, John Hurt acabou morrendo e precisou ser substituído na quarta filmagem anunciada, desta vez definitiva. Assim, quem acabou nos papéis principais foram Adam Driver (“Star Wars: O Despertar da Força”) e Jonathan Pryce (série “Game of Thrones”). Mas enquanto Gilliam comemorava a conclusão das filmagens amaldiçoadas no ano passado, um tribunal de Paris se pronunciou em primeira instância em favor do produtor português, embora tenha rejeitado seu pedido de interromper a produção. O cineasta recorreu e uma nova audiência da justiça francesa foi marcada para 15 de junho, data em que se saberá qual será o destino do filme. Apesar dessa briga, o diretor pretendia realizar uma première mundial no Festival de Cannes, mas o produtor entrou com uma ação para impedir a première. A briga agora está nos tribunais franceses, que decidirão se o filme poderá ou não ser finalmente visto.
Festival de Cannes começa sob pressão do streaming e do empoderamento feminino
O Festival de Cannes 2018, que inicia nesta terça-feira (8/5), busca um equilíbrio impossível em meio a abalos tectônicos de velhos paradigmas, num período agitado de mudanças para o cinema mundial. Saudado por sua importância na revelação de grandes obras, que pautarão o olhar cinematográfico pelo resto do ano, o evento francês também enfrenta críticas por seu conservadorismo, ignorando demandas femininas e o avanço do streaming. Mas sua aposta para manter-se relevante é a mesma de sempre: a politização do evento. Os carros-chefes do festival desde ano não são obras de diretores hollywoodianos, mas de cineastas considerados prisioneiros políticos, o iraniano Jafar Panahi e o russo Kirill Serebrennikov, que estão em prisão domiciliar em seus países. Ambos vão disputar a Palma de Ouro. O caso de Panahi é um fenômeno. Desde que foi preso e proibido de filmar, já rodou quatro longas, contando o atual “Three Faces”. Do mesmo modo, o evento se apresenta como aliado de um cineasta que enfrenta dificuldades legais para exibir seu filme, programando “The Man Who Killed Don Quixote” (O Homem que Matou Dom Quixote, em tradução literal), de Terry Gilliam, apesar da disputa jurídica que impede sua projeção – um conflito entre o diretor e o produtor, Paulo Branco, que exige o cancelamento da exibição. O mérito da questão está atualmente em análise pelos tribunais franceses. Em comunicado, o presidente do festival Pierre Lescure e o delegado geral Thierry Frémaux afirmaram que Cannes “respeitará a decisão” que será tomada pela Justiça “seja ela qual for”. Mas ressaltaram no texto seu compromisso com o cinema. Após citar que os advogados de Branco prometeram uma “derrota desonrosa” ao festival, afirmaram que a única derrota “seria ceder à ameaça”, reiterando que “os artistas necessitam mais que nunca que sejam defendidos, não atacados”. Para completar esse quadro, digamos, quixotesco, Cannes também decidiu suspender o veto ao cineasta dinamarquês Lars von Trier, que tinha sido considerado “persona non grata” no evento em 2011, após uma entrevista coletiva desastrosa, em que afirmou sentir simpatias por Hitler – num caso de dificuldade de expressão numa língua estrangeira, o inglês. A mensagem do evento é bastante clara. Mas sua defesa da luta de homens contra a opressão e a censura segue ignorando a luta das mulheres. Como já é praxe e nem inúmeros protestos e manifestos parecem modificar, filmes dirigidos por mulheres continuam a ser minoria absoluta no evento francês. Apenas três diretoras estão na disputa pelo principal prêmio: a francesa Eva Husson, a libanesa Nadine Labaki e a italiana Alice Rohrwacher. Diante desse quadro, os organizadores buscaram uma solução curiosa, aumentando a presença feminina no juri do evento – com a inclusão da diretora americana Ava DuVernay (“Uma Dobra no Tempo”), a cantora e compositora Khadja Nin, do Burundi, e as atrizes Kristen Stewart (“Personal Shopper”) e a francesa Léa Seydoux (“Azul É a Cor Mais Quente”), D sob a presidência da australiana Cate Blanchett (“Thor: Ragnarok”). Assim, mulheres poderão votar nos melhores candidatos homens, mais ou menos como acontece na política eleitoral. Obviamente, não se trata de solução alguma. E para adicionar injúria à falta de igualdade, o “perdão” a Lars Von Trier representa um tapa na cara do movimento #MeToo. Seu retorno acontece em meio a escândalos sexuais cometidos em seu estúdio e graves acusações de abusos, reveladas numa reportagem da revista The New Yorker e por uma denúncia da cantora Bjork, que contou detalhes das filmagens de “Dançando no Escuro”, musical que rendeu justamente a Palma de Ouro ao diretor no festival de 2000. Bjork relatou nas redes sociais algumas das propostas indecentes que ouviu e as explosões de raiva do “dinarmaquês” (que ela não nomeia) por se recusar a ceder, enquanto a reportagem da New Yorker descortinou o “lado negro” da companhia de produção Zentropa, criada pelo diretor. Segundo a denúncia, Von Trier obrigava todos os empregados da Zentropa a se despirem na sua frente e nadar nus com ele e seu sócio, Peter Aalbaek Jensen, na piscina do estúdio. Em novembro, a polícia da Dinamarca iniciou uma investigação sobre denúncias de assédio na Zentropa. Entrevistadas pelo jornal dinamarquês Politiken, nove ex-funcionárias revelaram que pediram demissão por não aguentarem se submeter ao assédio sexual e bullying diários. Considerando que o próprio festival francês estabeleceu um “disque denúncia sexual” este ano, como reação tardia à denúncias de abusos cometidos durante eventos passados em Cannes, a decisão de “perdoar” Lars Von Trier sofre, no mínimo, de mau timing. Também há um componente de inadequação na disputa do festival com a Netflix. Afinal, não é a definição de “cinema” que está em jogo – filme é filme, independente de onde seja visto, a menos que se considere que a exibição do vencedor de uma Palma de Ouro na TV o transforme magicamente em algo diferente, como um telefilme. Trata-se, no fundo, na velha discussão da regulamentação/intervencionismo estatal. O parque exibidor francês conta com o apoio das leis mais protecionistas do mundo, que estabelecem que um filme só pode ser exibido em vídeo ou streaming na França três anos após passar nas salas de cinema do país – a chamada janela de exibição. Trata-se do modelo mais extremo da reserva de mercado – como comparação, a janela é de três meses nos Estados Unidos – , e ele entrou em choque com o outro extremo representado pela Netflix, que defende a janela zero, na qual um filme não precisa esperar nenhum dia de diferença entre a exibição no cinema e a disponibilização em streaming. No ano passado, Cannes ousou incluir dois filmes produzidos pela Netflix na disputa da Palma de Ouro, “Okja”, de Bong Joon-ho, e “Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe”, de Noah Baumbach. E sofreu enorme pressão dos exibidores, a ponto de ceder aos protestos, de forma oposta à valentia que demonstra para defender cineastas com problemas em outros países. Em entrevista coletiva do evento deste ano, Thierry Fremaux afirmou que a participação dos filmes da Netflix “causou enorme controvérsia ao redor do mundo”. Um grande exagero, já que a polêmica foi toda local. “No ano passado, quando selecionamos dois de seus filmes, achei que poderia convencer a Netflix a lançá-los nos cinemas. Eu fui presunçoso: eles se recusaram”, disse Fremaux. “As pessoas da Netflix adoraram o tapete vermelho e gostariam de nos mostrar mais filmes. Mas eles entenderam que sua intransigência em relação ao modelo (de negócios) colide com a nossa”. A Netflix poderia, no entanto, exibir filmes em sessões especiais do festival, fora da competição oficial, disse Fremaux. Ao que Ted Sarandos, diretor de conteúdo da Netflix, retrucou: “Há um risco se seguirmos por esse caminho, de nossos cineastas serem tratados desrespeitosamente no festival. Eles definiram o tom. Não acho que será bom para nós participarmos”. Em jogo de cena, os organizadores de Cannes lamentaram a decisão da plataforma de streaming. E, ao fazer isso, assumiram considerar que os filmes da Netflix não são apenas filmes, mas filmes que poderiam fazer falta na programação do próprio festival. Ao mesmo tempo, a Netflix pretende adquirir as obras que se destacarem no evento. Já fez isso no passado, quando comprou “Divines”, vencedor da Câmera de Ouro, como melhor filme de diretor estreante no Festival de Cannes de 2016. E estaria atualmente negociando os direitos, simplesmente, do longa programado para abrir o evento deste ano, “Todos lo Saben”, novo drama do iraniano Asghar Farhadi, vencedor de dois Oscars de Melhor Filme em Língua Estrangeira, que é estrelado pelo casal espanhol Penélope Cruz e Javier Bardem, além do argentino Ricardo Darín. O resultado dessa disputa deixa claro que um festival internacional está sujeito a descobrir que o mundo ao seu redor é vastamente maior que interesses nacionais possam fazer supor. Mas não é necessariamente um bom resultado. Afinal, a política de aquisições da Netflix já corrói de forma irreversível o Festival de Sundance, com repercussões no próprio Oscar. Considere que o filme vencedor de Sundance no ano passado simplesmente sumiu na programação da Netflix, sem maiores consequências. E a concorrência com a plataforma fez a HBO tirar do Oscar 2019 o filme mais falado de Sundance neste ano, programando-o para a televisão. Assim, a recusa “pro forma” de Cannes apenas demonstra seu descompasso com o mundo atual. Não é fechando a porta à Netflix que o streaming vai deixar de avançar. O cinema está numa encruzilhada. Enquanto se discute a defesa da arte e o pacto com o diabo, um trem avança contra os que estão parados. Fingir-se de morto não é mais tática aceitável. Olhar para trás é importante, como nos pôsteres do festival, que celebram a nostalgia, assim como olhar para os lados e, principalmente, para a frente. Este barulho ensurdecedor são os freios do trem. É bom que todos abram os olhos, se quiserem sobreviver.
Escândalo da seita de escravas sexuais de Allison Mack vai virar série
A história bizarra da seita de escravas sexuais que tinha Allison Mack (a Chloe de “Smallville”) como uma de suas líderes vai virar série. A produtora Annapurna fechou um acordo com o jornalista Barry Meier para adaptar sua reportagem-denúncia, publicada em novembro no jornal The New York Times, que chamou atenção mundial para a seita DOS (abreviatura de “dominus obsequious sororium”). O material é um verdadeiro dossiê, intitulado “Inside a Secretive Group Where Women Are Branded” (“Por Dentro de um Grupo Secreto Onde Mulheres São Marcadas a Ferro”), que traz diversos depoimentos de antigos membros da seita, compartilhando em detalhes suas experiências. A série vai partir desses depoimentos para contar a história de mulheres que se juntaram ao grupo acreditando se tratar de uma irmandade secreta de empoderamento, mas que se revela uma seita onde se pratica tortura física e psicológica e onde todas as seguidoras são escravizadas sexualmente pelo líder, Keith Raniere. Apesar da premissa bem definida, ainda não existe um roteirista atrelado ao projeto. O anúncio da produção foi precedido pela prisão de Allison Mack, acusada de tráfico sexual e conspiração para trabalho forçado. A atriz pagou uma fiança de US$ 5 milhões e aguarda o julgamento em liberdade. Keith Raniere também foi preso numa ação do FBI, mas seu crime, como líder da organização, é inafiançável. Ambos podem pegar de 15 anos a prisão perpétua. A reportagem do New York Times revelou que a seita iniciou como um grupo de auto-ajuda, denominado NXIVM (pronuncia-se “Nexium”), que alega ter auxiliado milhares de pessoas a “alcançarem seu potencial” por meio de cursos. Desde os anos 1990, mais de 16 mil se matricularam nos cursos do grupo. Mas apenas as mulheres mais bonitas eram convidadas a ingressar na “classe avançada”, que era a DOS. As seguidoras eram convencidas a participar por um discurso genérico, que afirmava que a organização tinha como objetivo “empoderar as mulheres e erradicar as fragilidades do programa principal”. No entanto, todas as mulheres deveriam atuar como se fossem suas servas. Ele era o único homem do grupo, conhecido como o “Amo das companheiras obedientes”, e marcava todas as mulheres com suas iniciais à ferro e fogo. A estrutura da seita se baseava em um esquema-pirâmide. Além de pagar o curso inicial, as participantes eram obrigadas a comprar aulas adicionais com preço ainda mais elevado e motivadas a recrutar outras mulheres e a marcá-las à ferro com suas iniciais para “subir” dentro da hierarquia da organização e assim obter privilégios, como se aproveitar das demais escravas. Dentro do culto, elas deveriam obedecer uma hierarquia mestre-escravo. Raniere seria “dono” de um harém. As escravas dele, por sua vez, tinham um grupo de servas para si, e assim por diante. Todas as escravas precisavam obedecer aos mestres 24 horas por dia e recrutar outras mulheres para a seita. Caso não conseguissem, eram submetidas a castigos como surras. Além disso, elas tinham que tomar banhos de água fria e ficar 12 horas sem comer, mantendo uma dieta diária de apenas 500 a 800 calorias, pois, segundo o “mestre supremo”, mulheres magras eram mais vigorosas. Não bastasse isso, havia uma condição prévia para participar: ceder informações comprometedoras sobre amigos e familiares, divulgar fotos sem roupas e controlar os pertences das recrutas captadas. Isto dava um poder de chantagem a Raniere, para impedir que fosse denunciado. Estúdio independente de cinema, a Annapurna lançou sua divisão televisiva no final de 2016 e agora começa a emplacar seus primeiros pilotos, como o drama musical “Mixtape”, de Josh Safran (“Smash”), na Fox, a antologia de western “The Ballad of Buster Scruggs”, dos irmãos Coen (“Ave, César”), na Netflix, e “Search & Destroy”, de Carrie Brownstein (“Portlandia”), para a plataforma Hulu.
Fábio Assunção paga fiança e vai responder processo criminal em liberdade
O ator Fábio Assunção, que estava preso após se envolver num acidente de trânsito em São Paulo e ser autuado por embriaguez ao volante, foi liberado ao pagar a fiança de 50 salários mínimos, o equivalente a R$ 47.700. Ele agora vai responder pelo crime em liberdade. A princípio, o ator tinha se recusado a quitar o valor fixado pelo delegado, porém acatou a decisão da juíza em audiência de custódia realizada no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, na tarde desta quinta-feira (3/5). O ator se envolveu em um acidente de trânsito na manhã de quinta e foi detido e encaminhado para o 78º Distrito Policial (Jardins). O carro em que Fábio estava colidiu com outros dois veículos, por volta de 5h, na região dos Jardins, na capital paulista. Na ocasião, o ator discutiu com as vítimas. De acordo com tenente Arrais da Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, Fábio apresentava sinais de embriaguez, mas se recusou a fazer o teste do bafômetro. Ele apenas realizou o exame clínico no IML (Instituto Médico Legal).
Fábio Assunção é preso após acidente de trânsito em São Paulo
O ator Fábio Assunção, atualmente na novela “Onde Nascem os Fortes”, da Globo, foi detido depois de um acidente de trânsito na manhã desta quinta-feira em São Paulo. De acordo com a própria Globo, a PM informou que o artista estava ao volante às 5h40 quando bateu em três carros na Alameda Franca e, em seguida, se recusou a soprar o bafômetro. Assunção foi levado ao 78º Distrito Policial (Jardins), autuado por embriaguez ao volante e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização de um exame de corpo de delito. Ele e outros envolvidos no acidente prestarão depoimentos. A PM informou que o artista tinha sinais de embriaguez. Já o advogado de Assunção, Theodoro Balducci, disse que o ator não estava embriagado e que não se negou a fazer exames. Ele afirmou que o artista estava a caminho de uma padaria quando bateu num carro e que tudo não passou de um “mero acidente de trânsito”. Em junho do ano passado, o ator de 46 anos foi detido em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco. Vídeos que circularam nas redes sociais à época mostraram o artista visivelmente alterado, em uma confusão com moradores e, depois, já recluso no carro da polícia. Naquela noite, a cidade celebrava a festa São João do Arcoverde. Após prestar depoimento na delegacia da cidade, o ator foi levado para o fórum local, onde participou de uma audiência de custódia. Ele foi liberado após pagar uma fiança equivalente a dez salários mínimos (em torno de R$ 9.400). Depois de sair do tribunal, o ator se pronunciou em sua conta no Instagram. “Infelizmente aconteceu uma briga. Errei ao me exceder. Não fiz uso de nenhuma droga ilícita – o que será comprovado pelo exame toxicológico que eu mesmo pedi para ser feito. Serei responsável pelos danos causados”, escreveu. Desta vez, a fiança foi estabelecida em R$ 30 mil para Assunção responder pelo crime em liberdade. De acordo com seu advogado, o ator se recusa a pagar esse valor. Por conta disso, permanece preso, tendo saído do distrito policial apenas para participar de uma audiência de custódia no Fórum da Barra Funda, onde buscaria reverter a decisão.
Filme maldito de Terry Gilliam, proibido de estrear, ganha segundo trailer
“The Man Who Killed Don Quixote” (O Homem que Matou Dom Quixote), o filme que consumiu duas décadas da vida de Terry Gilliam, ganhou seu segundo trailer. A nova prévia troca o surrealismo do primeiro vídeo por uma explicação da trama, mostrando como um diretor convence um ator local de que ele é Dom Quixote e, anos depois, retorna à região para encontrá-lo ainda mergulhado no papel. Para completar, o louco ainda o confunde com Sancho Pança, que teria voltado para acompanhá-lo em novas aventuras. O filme foi selecionado para encerrar o Festival de Cannes 2018, por isso as legendas em francês, mas ele pode ser barrado do evento por estar proibido de estrear, aumentando sua fama de projeto amaldiçoado. A pré-produção deste projeto começou em 1998 e as primeiras filmagens aconteceram em 2000, com Johnny Depp (“Piratas do Caribe”) no papel principal, e foram tantos problemas, incluindo inundações, interferências das forças armadas espanholas e uma hérnia sofrida pelo astro, que a produção precisou ser interrompida e o filme abandonado. Todas as dificuldades enfrentadas pelo projeto foram registradas num documentário premiado, “Lost in La Mancha” (2002). Uma década depois, em 2010, Gilliam voltou a ficar perto de realizar o longa, chegando a filmar Ewan McGregor (“O Escritor Fantasma”) como protagonista e Robert Duvall (“O Juiz”) no papel de Dom Quixote, mas a produção precisou ser novamente interrompida, desta vez por problemas financeiros. Em 2015, ele chegou a anunciar uma nova tentativa, agora estrelada por Jack O’Connell (“Invencível”) e John Hurt (“O Espião que Sabia Demais”), mas a briga com o produtor português Paulo Branco adiou o projeto. Os dois se desentenderam durante a pré-produção, o que levou o diretor a entrar na justiça francesa para anular a cessão de direitos, enquanto realizava o longa com apoio de outra produtora. Neste meio tempo, John Hurt acabou morrendo e precisou ser substituído na quarta filmagem anunciada, desta vez definitiva. Assim, quem acabou nos papéis principais foram Adam Driver (“Star Wars: O Despertar da Força”) e Jonathan Pryce (série “Game of Thrones”). Mas enquanto Gilliam comemorava a conclusão das filmagens amaldiçoadas no ano passado, um tribunal de Paris se pronunciou em primeira instância em favor do produtor português, embora tenha rejeitado seu pedido de interromper a produção. O cineasta recorreu e uma nova audiência da justiça francesa foi marcada para 15 de junho, data em que se saberá qual será o destino do filme. Apesar dessa briga, o diretor pretendia realizar uma première mundial no Festival de Cannes, mas o produtor entrou com uma ação para impedir a première. A briga agora está nos tribunais franceses, que decidirão se o filme poderá ou não ser finalmente visto.
Ashley Judd processa Harvey Weinstein por prejudicar sua carreira
A atriz Ashley Judd entrou com uma ação na justiça da Califórnia nesta segunda-feira (30/4) por difamação e assédio sexual, entre outras acusações, contra o produtor Harvey Weinstein, alegando que ele prejudicou sua carreira depois que ela recusou o seus avanços sexuais. O processo civil, apresentado no Tribunal Superior de Los Angeles, em Santa Monica, alega que Weinstein fez com que Judd perdesse uma papel importante no filme “O Senhor dos Anéis”, ao propagar “mentiras infundadas” contra ela. Na ação, o advogado da atriz alega que Weinstein “retaliou a sra. Judd por ela rejeitar seus abusos sexuais, quando ele a encurralou em um quarto de hotel sob o pretexto de discutir negócios”. “Weinstein usou seu poder na indústria do entretenimento para prejudicar a reputação de Judd e limitar sua capacidade de encontrar trabalho”, acrescenta o processo. O texto recorda que Judd sentia que algo “invisível” estava atrasando sua carreira, mas ela não percebeu o que era até dezembro, quando ficou claro que a culpa era de Weinstein. A atriz chegou a negociar com o diretor Peter Jackson e sua equipe em 1998 para interpretar um dos dois papéis principais na trilogia de fantasia, mas Weinstein “torpedeou” a oportunidade dizendo que ela “era um ‘pesadelo’ para se trabalhar e deveria ser evitada… a todo custo”. Assim, Weinstein teria usado seu poder na indústria do entretenimento para prejudicar a reputação de Ashley Judd e limitar sua capacidade de encontrar emprego em boas produções. Segundo a atriz, ela nunca soube porque não tinha sido escalada para o filme. A verdade só surgiu após ler uma entrevista de Jackson, publicada em dezembro, na qual ele contou o que houve, afirmando que, na época, não tinha razão para questionar o que lhe foi dito, mas que agora suspeitava ter sido alimentado com informações falsas para benefício da agenda de Weinstein. Na ocasião, Jackson pediu desculpas às atrizes por ter acreditado nas mentiras de quem agora se sabe ser um predador sexual, e lamentou ter sido cúmplice na lista negra que prejudicou suas carreiras. O processo contra Weinstein também detalha as alegações feitas por outras atrizes, incluindo Salma Hayek e Uma Thurman, que dizem que o magnata ameaçou suas carreiras depois que elas o rejeitaram sexualmente. Também alega que Mira Sorvino foi igualmente preterida para um papel de “O Senhor dos Anéis” pela mesma razão que Judd. Ashley Judd foi a primeira atriz famosa a denunciar o comportamento sexualmente abusivo de Harvey Weinstein, na reportagem do jornal The New York Times publicada em outubro de 2017, inspirando uma avalanche de acusações, que deram origem ao movimento de mídia social #MeToo contra assédio e agressão sexual. Por sua coragem ao interromper o silêncio das vítimas de Weinstein, ela foi considerada uma das personalidades do ano pela revista Time. Desde sua denúncia, mais de 70 mulheres vieram à público acusar Weinstein de assédio, abuso e até mesmo estupro.
Quentin Tarantino e diversos atores entram na justiça para cobrar milhões de Weinstein
A falência da produtora The Weinstein Company vem atraindo diversos interessados em seus ativos, mas também há muitas dívidas a serem acertadas. Para o diretor Quentin Tarantino, nenhum negócio de venda do estúdio pode ser fechado sem que ele receba sua parte: US$ 4,5 milhões em direitos autorais devidos. O advogado do cineasta deu entrada num processo na justiça da Califórnia para preservar seus direitos e impedir que os diretores da TWC possam embolsar milhões com a venda, sem antes acertar sua dívida. E ele não foi o único a tomar essa iniciativa. Atores como Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Brad Pitt, Jake Gyllenhaal, Bill Murray, Meryl Streep e Julia Roberts alegam que a empresa lhes deve pagamentos por direitos autorais. Até o próprio Harvey Weinstein, cujo escândalo sexual causou a falência da empresa, está cobrando dinheiro da TWC na justiça. A dívida de Tarantino é a maior de todas, porque sua parceria com Weinstein foi duradoura. Começou ainda nos anos 1990, na época da primeira produtora dos irmãos Weinstein, a Miramax, que lançou seus primeiros filmes, “Cães de Aluguel” (1992), “Pulp Fiction” (1994) e “Jackie Brown” (1997). Mas a preocupação do diretor é mesmo com os quatro filmes que dirigiu para a Weinstein Company na última década. Segundo os papéis da declaração de falência, são devidos royalties de “À Prova de Morte” (2007), “Bastardos Inglórios” (2009), “Django Livre” (2012) e “Os Oito Odiados” (2015), pelos quais o diretor reclama, respectivamente, US$ 300 mil, US$ 575 mil, US$ 1,25 milhão e cerca de US$ 2,5 milhões. Leonardo DiCaprio contesta um pagamento devido em seu contrato de atuação em “Django livre”. Jake Gyllenhaal e Rachel McAdams entraram com ações indenizatórias pelo filme “Nocaute”, de 2015. Jennifer Lawrence alega não ter recebido informações suficientes sobre os rendimentos do filme “O Lado Bom da Vida” (2012). Os advogados da atriz pedem para analisar os registros financeiros da produtora para ver o faturamento gerado pelo premiado filme e concluir a participação dela nos lucros. O mesmo acontece em relação a Meryl Streep e Julia Roberts por “Álbum de Família” (2013), e Brad Pitt, por “O Homem da Máfia” (2012), que reclamam da falta de registros financeiros e também da proposta do devedor de transferir seus contratos no leilão sem acenar com nenhuma compensação correspondente aos aditivos contratuais. Outros nomes importantes que entraram na Justiça incluem o autor Stephen King, os herdeiros de Wes Craven, Lin-Manuel Miranda (pelo musical inédito “In the Heights”) e o diretor David O. Russell.
Maldição de Dom Quixote ataca Festival de Cannes 2018
O Festival de Cannes 2018 pode ficar sem seu filme de encerramento. Trata-se de mais um capítulo da maldição de “The Man Who Killed Don Quixote” (O Homem que Matou Dom Quixote, em tradução literal), que atormenta o diretor Terry Gilliam há 20 anos, criando todo o tipo de contratempo possível e imaginável para dificultar a realização e, agora, o lançamento do longa-metragem. A organização do evento denunciou nesta segunda-feira (30/4) estar sofrendo “intimidações” do produtor português Paulo Branco, que exige o cancelamento da exibição do filme no encerramento do evento, marcado para o dia 19 de maio. A Alfama Films, controlada por Branco e ex-produtora do filme de Gilliam, recorreu à Justiça para proibir a première mundial, alegando que isso “viola os direitos de divulgação da obra”. Em resposta, a organização de Cannes acusou Branco de proceder com “intimidações e afirmações difamatórias tão irrisórias como grotescas”. Em comunicado, o presidente do festival Pierre Lescure e o delegado geral Thierry Frémaux afirmaram que Cannes “respeitará a decisão” que será tomada pela Justiça numa audiência marcada para o dia 7 de maio, “seja ela qual for”. Mas ressaltaram no texto seu compromisso com o cinema. Após citar que os advogados de Branco prometeram uma “derrota desonrosa” ao festival, afirmaram que a única derrota “seria ceder à ameaça”. No mesmo comunicado, os representantes do festival reiteraram que “os artistas necessitam mais que nunca que sejam defendidos, não atacados”. Por isto, neste ano, além do filme de Gilliam, incluíram na seleção de Cannes obras de iraniano Jafar Panahi e do russo Kirill Serebrennikov, que estão presos em seus países. Além disso, decidiram suspender o veto ao cineasta dinamarquês Lars von Trier, que tinha sido considerado “persona non grata” no evento em 2011. A briga judicial com Paulo Branco apenas prolonga a via crucis de Terry Gilliam, que começou a pré-produção de “The Man Who Killed Don Quixote” em 1998, há exatos 20 anos. A filmagem original teve início em 2000, com Johnny Depp (“Piratas do Caribe”) no papel principal, e foram tantos problemas, incluindo inundações, interferências das forças armadas espanholas e uma hérnia sofrida pelo astro, que a produção precisou ser interrompida e o filme abandonado. Todas as dificuldades enfrentadas pelo projeto foram registradas num documentário premiado, “Lost in La Mancha” (2002). Uma década depois, em 2010, Gilliam voltou a ficar perto de realizar seu projeto, chegando a filmar Ewan McGregor (“O Escritor Fantasma”) como protagonista e Robert Duvall (“O Juiz”) no papel de Dom Quixote, mas a produção precisou ser novamente interrompida, desta vez por problemas financeiros. Em 2015, ele chegou a anunciar uma nova tentativa, agora estrelada por Jack O’Connell (“Invencível”) e John Hurt (“O Espião que Sabia Demais”), mas a briga com o produtor português adiou o projeto. Os dois se desentenderam durante a pré-produção, o que levou o diretor a entrar na justiça francesa para anular a cessão de direitos, enquanto realizava o longa com apoio de outra produtora. Neste meio tempo, John Hurt acabou morrendo e precisou ser substituído na quarta filmagem anunciada, desta vez definitiva. Assim, quem acabou nos papéis principais foram Adam Driver (“Star Wars: O Despertar da Força”) e Jonathan Pryce (série “Game of Thrones”). O elenco final também inclui Olga Kurylenko (“Oblivion”), Stellan Skarsgård (“Ninfomaníaca”), Óscar Jaenada (“Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas”), Jordi Mollà (“Riddick”), Sergi López (“Faces de uma Mulher”), Jason Watkins (série “Taboo”) e Rossy de Palma (“Madame”). Mas enquanto Gilliam comemorava a conclusão das filmagens amaldiçoadas no ano passado, um tribunal de Paris se pronunciou em primeira instância em favor do produtor português, embora tenha rejeitado seu pedido de parar as filmagens. O cineasta recorreu e uma nova audiência da justiça francesa foi marcada para 15 de junho, data em que se saberá qual será o destino do filme. Uma prévia desta sentença será conhecida antes. A organização de Cannes entrou com uma liminar para exibir o filme e a decisão da justiça foi marcada para 7 de maio, data aludida no comunicado do evento, e que cai um dia antes do início do festival. Inspirado no clássico de Miguel de Cervantes, o longa gira em torno de um cansado diretor de comerciais que viaja para a Espanha para uma gravação, mas acaba embarcando numa jornada bizarra de volta no tempo, onde encontra Dom Quixote, que imediatamente o confunde com Sancho Pança e o arrasta para uma série de aventuras catastróficas. Mas não tão catastróficas como a história de bastidores do próprio filme.
Filme maldito de Dom Quixote, que encerra o Festival de Cannes 2018, ganha 13 fotos
“The Man Who Killed Don Quixote” (O Homem que Matou Dom Quixote), em que o diretor americano Terry Gilliam trabalha há 20 anos, teve uma leva de fotos divulgadas, após ter sido confirmado como filme de encerramento do Festival de Cannes 2018. São 13 imagens no total, um número significativo, tendo em vista a trajetória azarada do longa. Para começar (ou encerrar), a exibição em Cannes pode nem acontecer, porque Gilliam está proibido de lançar o filme. Apesar deste fato, o diretor pretende distribuir a obra no mesmo dia na França, o que deve desencadear problemas legais, justificando a fama maldita da produção. A proibição do lançamento se deve a um processo movido por um produtor português, Paulo Branco, que comprou os direitos do longa através de sua empresa Alfama Films, baseada na França. Ele e o diretor se desentenderam durante a pré-produção, o que o levou a tentar impedir as filmagens, desencadeando uma crise. Gilliam entrou na justiça francesa para anular a cessão de direitos, enquanto tratou de terminar o longa com apoio de outra produtora. Entretanto, Branco travou o lançamento. A briga judicial apenas prolonga a via crucis de Gilliam, que começou a pré-produção de “The Man Who Killed Don Quixote” em 1998, há exatos 20 anos. A filmagem original teve início em 2000, com Johnny Depp (“Piratas do Caribe”) no papel principal, e foram tantos problemas, incluindo inundações, interferências das forças armadas espanholas e uma hérnia sofrida pelo astro, que a produção precisou ser interrompida e o filme abandonado. Todas as dificuldades enfrentadas pelo projeto foram registradas num documentário premiado, “Lost in La Mancha” (2002). Uma década depois, em 2010, Gilliam voltou a ficar perto de realizar seu projeto, chegando a filmar Ewan McGregor (“O Escritor Fantasma”) como protagonista e Robert Duvall (“O Juiz”) no papel de Dom Quixote, mas a produção precisou ser novamente interrompida, desta vez por problemas financeiros. Em 2015, ele chegou a anunciar uma nova tentativa, agora estrelada por Jack O’Connell (“Invencível”) e John Hurt (“O Espião que Sabia Demais”), mas a briga com o produtor português adiou o projeto e Hurt acabou morrendo em janeiro de 2017, precisando ser substituído na quarta filmagem anunciada, desta vez definitiva. Assim, quem acabou nos papéis principais foram Adam Driver (“Star Wars: O Despertar da Força”) e Jonathan Pryce (série “Game of Thrones”). O elenco final também inclui Olga Kurylenko (“Oblivion”), Stellan Skarsgård (“Ninfomaníaca”), Óscar Jaenada (“Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas”), Jordi Mollà (“Riddick”), Sergi López (“Faces de uma Mulher”), Jason Watkins (série “Taboo”) e Rossy de Palma (“Madame”). Mas enquanto Gilliam comemorava a conclusão das filmagens, um tribunal de Paris se pronunciou em primeira instância em favor do produtor português, embora tenha rejeitado seu pedido de parar as filmagens. O cineasta recorreu e a decisão da justiça francesa foi marcada para 15 de junho, data em que se saberá qual será o destino do filme. Inspirado no clássico de Miguel de Cervantes, o longa gira em torno de um cansado diretor de comerciais que viaja para a Espanha para uma gravação, mas acaba embarcando numa jornada bizarra de volta no tempo, onde encontra Dom Quixote, que imediatamente o confunde com Sancho Pança e o arrasta para uma série de aventuras catastróficas. Mas não tão catastróficas como a história de bastidores do próprio filme. A première mundial está marcada para 19 de maio em Cannes.
Atriz de Smallville é acusada de tentar aliciar Emma Watson para seita sadomasoquista
A atriz Allison Mack deixou a prisão na terça-feira (24/4) após pagar a fiança de US$ 5 milhões estabelecida por um juiz da Califórnia. Ela agora vai aguardar em liberdade o julgamento por acusações de recrutar mulheres para servirem como escravas sexuais de uma seita sadomasoquista. Procuradores federais em Nova York acusaram a atriz de desempenhar um papel importante na seita DOS. Ao justificar sua prisão, afirmaram que ela teria tentado aliciar mulheres famosas, como a atriz Emma Watson (“A Bela e a Fera”) e a cantora Kelly Clarkson, para o esquema. Tuítes para as duas, com convites para “conversas” sobre um “movimento feminino”, ainda podem ser lidos em sua linha do tempo. A decisão de libertar a intérprete de Chloe Sullivan em “Smallville” se deu após acordo que a manterá sob a custódia de seus pais. Ela deverá ficar na casa da família em Los Alamitos, na Califórnia, até o julgamento. Ela também está proibida de ter qualquer contato com Keith Raniere, o líder da seita, atualmente preso, ou com outros integrantes do grupo, incluindo classes de auto-ajuda da NXIVM (pronuncia-se “Nexium”). Caso seja condenada, a atriz pode pegar de 15 anos a prisão perpétua. A estrela de “Smallville” foi identificada como braço direito de Raniere na organização. “Como consta na acusação, Allison Mack recrutou mulheres para o que supostamente seria um grupo de orientação feminina, que foi, de fato, criado e liderado por Keith Raniere”, afirmou o procurador Richard Donoghue, ao oferecer a denúncia contra a atriz. “As vítimas foram então exploradas, tanto sexualmente quanto por seu trabalho, em benefício dos réus”. Raniere se promovia como um guru de auto-ajuda para famosos, mas usava palestras da organização conhecida como NXIVM para selecionar mulheres bonitas como escravas sexuais, que eram aliciadas para a seita DOS (abreviatura de “dominus obsequious sororium”), onde a iniciação incluía ter as iniciais de Ranieri marcadas à ferro e fogo na pele. Em novembro, o jornal The New York Times publicou um dossiê expondo a organização, iniciada como um grupo de auto-ajuda, que alega ter auxiliado milhares de pessoas a “alcançarem seu potencial” por meio de cursos. Desde os anos 1990, mais de 16 mil se matricularam nos cursos do grupo. Mas apenas as mulheres mais bonitas eram convidadas a ingressar na DOS. A estrutura da seita se baseava em um esquema-pirâmide. Além de pagar o curso inicial, as participantes eram obrigadas a comprar aulas adicionais com preço ainda mais elevado e motivadas a recrutar outras mulheres e a marcá-las com suas iniciais para “subir” dentro da hierarquia da organização e assim obter privilégios, como se aproveitar das demais escravas. Havia uma condição prévia para participar: ceder informações comprometedoras sobre amigos e familiares, divulgar fotos sem roupas e controlar os pertences das recrutas captadas. Nesta sociedade secreta, Raniere era o único homem, conhecido como o “Amo das companheiras obedientes”. As mulheres eram convencidas a participar da seita sexual por um discurso genérico, que afirmava que a organização tinha como objetivo “empoderar as mulheres e erradicar as fragilidades do programa principal”. No entanto, Raniere sempre ficava no topo da pirâmide. Assim, todas as mulheres deveriam atuar como se fossem suas servas. Dentro do culto, elas deveriam obedecer uma hierarquia mestre-escravo. Raniere seria “dono” de um harém. As escravas dele, por sua vez, tinham um grupo de servas para si, e assim por diante. Todas as escravas precisavam obedecer aos mestres 24 horas por dia e recrutar outras mulheres para a seita. Caso não conseguissem, eram submetidas a castigos como surras. Além disso, elas tinham que tomar banhos de água fria e ficar 12 horas sem comer, mantendo uma dieta diária de apenas 500 a 800 calorias, pois, segundo o “mestre supremo”, mulheres magras eram mais vigorosas. A polícia federal americana também investiga o envolvimento de Kristin Kreuk, a Lana Lang de “Smallville”. Kreuk teria sido a responsável por recrutar Mack, ainda na época de “Smallville”, mas, segundo testemunhos de ex-membros, afastou-se da seita antes que ela se tornasse bizarra de verdade. Kreuk assumiu ter feito o curso do NXIVM, mas negou participação no DOS. “As acusações de que eu faria parte de uma ‘cúpula interna’ ou recrutaria mulheres como ‘escravas sexuais’ são descaradamente falsas”, afirmou a atriz no Twitter, dizendo que entrou no grupo aos 23 anos para lidar com a timidez, abandonando-o cinco anos atrás, e que nunca fez parte do grupo das escravas. “Eu entendia que era algo focado em auto-ajuda/crescimento pessoal e que me ajudou a lidar com minha timidez”, ela contou. “Durante meu período, eu nunca vi nenhuma atividade ilegal ou nefasta. Estou horrorizada pelo que foi revelado do DOS. Obrigada a todas as corajosas mulheres que compartilharam suas histórias e revelaram a verdade sobre o DOS; não posso imaginar a dificuldade que vocês passaram. Estou triste e envergonhada de ter sido associada com o NXIVM. Espero que as investigações levem justiça a todos os afetados”, ela escreveu.
Atriz de Smallville pode pegar prisão perpétua por comandar seita sadomasoquista
A atriz Allison Mack, intérprete de Chloe Sullivan na série “Smallville”, teve sua fiança estabelecida em US$ 5 milhões por um juiz federal nos Estados Unidos nesta terça-feira (24/4). Ela terá que pagar este valor se quiser responder em liberdade as acusações de tráfico sexual e conspiração para trabalho forçado que a levaram à prisão. Ela foi presa na sexta-feira (20/4) e, caso seja condenada, pode ser sentenciada a um mínimo de 15 anos ou até prisão perpétua. Sua prisão aconteceu 20 dias após o FBI desmantelar a seita sadomasoquista DOS e prender seu líder, Keith Raniere. Ele se promovia como um guru de auto-ajuda para famosos, mas usava palestras da organização conhecida como NXIVM para selecionar mulheres bonitas como escravas sexuais, que eram aliciadas para a seita DOS (abreviatura de “dominus obsequious sororium”), onde a iniciação incluía ter as iniciais de Ranieri marcadas à ferro e fogo na pele. A estrela de “Smallville” foi identificada como braço direito de Raniere na organização, responsável por aliciar as vítimas para o esquema. “Como consta na acusação, Allison Mack recrutou mulheres para o que supostamente seria um grupo de orientação feminina, que foi, de fato, criado e liderado por Keith Raniere”, afirmou o procurador Richard Donoghue, ao oferecer a denúncia contra a atriz. “As vítimas foram então exploradas, tanto sexualmente quanto por seu trabalho, em benefício dos réus”. Em novembro, o jornal The New York Times publicou um dossiê expondo a organização, iniciada como um grupo de auto-ajuda, que alega ter auxiliado milhares de pessoas a “alcançarem seu potencial” por meio de cursos. Desde os anos 1990, mais de 16 mil se matricularam nos cursos do grupo. Mas apenas as mulheres mais bonitas eram convidadas a ingressar na DOS. A estrutura da seita se baseava em um esquema-pirâmide. Além de pagar o curso inicial, as participantes eram obrigadas a comprar aulas adicionais com preço ainda mais elevado e motivadas a recrutar outras mulheres e a marcá-las com suas iniciais para “subir” dentro da hierarquia da organização e assim obter privilégios, como se aproveitar das demais escravas. Havia uma condição prévia para participar: ceder informações comprometedoras sobre amigos e familiares, divulgar fotos sem roupas e controlar os pertences das recrutas captadas. Nesta sociedade secreta, Raniere era o único homem, conhecido como o “Amo das companheiras obedientes”. As mulheres eram convencidas a participar da seita sexual por um discurso genérico, que afirmava que a organização tinha como objetivo “empoderar as mulheres e erradicar as fragilidades do programa principal”. No entanto, Raniere sempre ficava no topo da pirâmide. Assim, todas as mulheres deveriam atuar como se fossem suas servas. Dentro do culto, elas deveriam obedecer uma hierarquia mestre-escravo. Raniere seria “dono” de um harém. As escravas dele, por sua vez, tinham um grupo de servas para si, e assim por diante. Todas as escravas precisavam obedecer aos mestres 24 horas por dia e recrutar outras mulheres para a seita. Caso não conseguissem, eram submetidas a castigos como surras. Além disso, elas tinham que tomar banhos de água fria e ficar 12 horas sem comer, mantendo uma dieta diária de apenas 500 a 800 calorias, pois, segundo o “mestre supremo”, mulheres magras eram mais vigorosas. A polícia federal americana também investiga o envolvimento de Kristin Kreuk, a Lana Lang de “Smallville”. Kreuk teria sido a responsável por recrutar Mack, ainda na época de “Smallville”, mas, segundo testemunhos de ex-membros, afastou-se da seita antes que ela se tornasse bizarra de verdade. Kreuk assumiu ter feito o curso do NXIVM, mas negou participação no DOS. “As acusações de que eu faria parte de uma ‘cúpula interna’ ou recrutaria mulheres como ‘escravas sexuais’ são descaradamente falsas”, afirmou a atriz no Twitter, dizendo que entrou no grupo aos 23 anos para lidar com a timidez, abandonando-o cinco anos atrás, e que nunca fez parte do grupo das escravas. “Eu entendia que era algo focado em auto-ajuda/crescimento pessoal e que me ajudou a lidar com minha timidez”, ela contou. “Durante meu período, eu nunca vi nenhuma atividade ilegal ou nefasta. Estou horrorizada pelo que foi revelado do DOS. Obrigada a todas as corajosas mulheres que compartilharam suas histórias e revelaram a verdade sobre o DOS; não posso imaginar a dificuldade que vocês passaram. Estou triste e envergonhada de ter sido associada com o NXIVM. Espero que as investigações levem justiça a todos os afetados”, ela escreveu.











