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    Juiz que autorizou censura e repressão na Bienal do Livro considera homossexualidade uma doença

    7 de setembro de 2019 /

    O desembargador Claudio de Mello Tavares, presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que deu liminar favorável à censura e apreensão de livros LGBTQIA+ na Bienal do Livro, é velho conhecido da comunidade LGBTQIA+ carioca. Responsável por derrubar, neste sábado (7/9), a liminar que impedia a Prefeitura do Rio de invadir a Bienal do Livro para “fiscalizar” o evento em busca de publicações com conteúdos “impróprios”, Tavares tornou-se infame há dez anos ao declarar judicialmente que homossexualidade era uma doença. “Não se pode negar aos cidadãos heterossexuais o direito de, com base em sua fé religiosa ou em outros princípios éticos e morais, entenderem que a homossexualidade é um desvio de comportamento, uma doença, ou seja, algo que cause mal à pessoa humana e à sociedade, devendo ser reprimida e tratada e não divulgada e apoiada pela sociedade”, ele declarou, no julgamento de uma ação popular que questionava estado e município do Rio por destinarem recursos à Parada do Orgulho Gay de 2002. Na ocasião, acabou negando o pedido de censura, mas sua oratória irritou defensores de direitos LGBTQIA+. Na decisão judicial de 1º de abril de 2009, o desembargador usou várias vezes o termo “homossexualismo”, considerado pejorativo, para se referir à homossexualidade. Escreveu à época que homossexuais “devem ter respeitada a sua opção sexual, suas convicções sobre o homossexualismo e os seus demais direitos de cidadão igual ao heterossexual”. Mas fez uma ressalva: quem se opusesse ao afeto entre pessoas do mesmo sexo tinha o “direito de lutar, de forma pacífica, para conter os atos sociais que representem incentivo à prática da homossexualidade e, principalmente, com apoio de entes públicos e, muito menos, com recursos financeiros”. Em 2017, a Amaerj (Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro) reproduziu um texto sobre Tavares que destaca sua religiosidade. Frequentador de missas aos domingos, o então corregedor-geral da Justiça disse ser um católico apostólico romano imbuído da obrigação de “ajudar seu semelhante”. Religioso, Mello Tavares frequenta missas dominicais. Ele leva para sua atuação como juiz a mesma orientação do presidente Bolsonaro, que diz que o Estado é laico, mas ele é cristão. Por “cristão”, entenda-se homofóbico. Como homofobia é crime comparável ao racismo e censura é proibida pela Constituição, aguarda-se posicionamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o caso. A Bienal do Livro informou que vai recorrer ao STF, “a fim de garantir o pleno funcionamento do evento e o direito dos expositores de comercializar obras literárias sobre as mais diversas temáticas – como prevê a legislação brasileira”.

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    Mauricio de Sousa e Turma da Mônica protestam contra censura e falta de respeito do prefeito do Rio

    7 de setembro de 2019 /

    O artista Mauricio de Sousa, criador da “Turma da Mônica” e homenageado na 19ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, se manifestou neste sábado (7/9) contra a censura à quadrinhos LGBTQIA+ e contra a ação repressiva do prefeito e bispo Marcelo Crivella, que enviou fiscais para recolher a publicação “Vingadores: A Cruzada das Crianças” durante o evento. A repressão foi motivada por os quadrinhos da Marvel incluírem um beijo entre dois homens vestidos. O prefeito bispo alegou que a obra tem “conteúdo sexual para menores”. Mauricio postou em suas redes sociais e nos canais da “Turma da Mônica” uma mensagem escrita e assinada por ele: “Contra a censura, a favor da liberdade de expressão e do respeito”. Mauro Sousa, filho de Maurício, que é gay assumido, respondeu à mensagem em seguida: “Meu pai é meu herói”. A Bienal do Rio homenageou Mauricio de Sousa por seus 60 anos de profissão. Ele pretende incluir um novo personagem gay na Turma da Mônica. Ver essa foto no Instagram Rio de Janeiro, Bienal do Livro – 2019 Uma publicação compartilhada por Mauricio de Sousa (@mauricioaraujosousa) em 6 de Set, 2019 às 8:06 PDT Ver essa foto no Instagram Recado MEGA importante escrito por Mauricio de Sousa passando pela sua timeline! ? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ #LeiaComOrgulho #ResisteBienal Uma publicação compartilhada por Turma da Mônica Brasil (@turmadamonicabrasil) em 6 de Set, 2019 às 9:00 PDT

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    Censura é oficializada no Brasil: Prefeito do Rio consegue liminar para recolher obras LGBTQIA+ da Bienal do Livro

    7 de setembro de 2019 /

    O presidente do Tribunal de Justiça, Claudio de Mello Tavares, oficializou a volta da censura no Brasil. Ele concedeu, no início da tarde deste sábado (7/9), liminar favorável à Prefeitura do Rio, cassando a decisão anterior que impedia o Município de “buscar e apreender” o livro “Vingadores: A Cruzada das Crianças”, das estandes da Bienal do Livro. A nova decisão da Justiça autoriza os fiscais da prefeitura a recolherem a publicação da Marvel, que traz uma cena de beijo entre dois personagens masculinos, e mais: qualquer outro tipo de publicação com conteúdo que aborda o que o prefeito Marcelo Crivella trata como “homotransexualismo” (sic). Os procuradores do município alegaram urgência na decisão por entenderem que o caso é “de grave lesão à ordem pública”, impedindo a prefeitura de fiscalizar. O argumento da prefeitura exalta a necessidade de se preservar a “Família Carioca” de publicações “impróprias” de conteúdo LGBTQIA+, o que seria competência do Município. A decisão do juiz Claudio de Mello Tavares usou como fundamento o Estatuto da Criança e do Adolescente, que não faz nenhuma alusão a temática LGBTQIA+. Mas não terá consequência prática, já que o gibi que ultraja o prefeito bispo Marcelo Crivella é antigo e já está esgotado há tempos. Além disso, graças à iniciativa do youtuber e ator Felipe Neto, a Bienal do Livro não tem mais nenhuma publicação LGBTQIA+ à venda. Felipe Neto comprou todos os 14 mil exemplares de livros com temas e personagens LGBTQIA+ vendidos na Bienal, numa reação contra o autoritarismo do prefeito bispo, e distribuiu gratuitamente ao público do evento durante o horário de almoço deste sábado. Filas enormes, formadas principalmente por adolescentes, formaram-se desde cedo para receber as publicações. Entretanto, o problema da decisão judicial não acaba com a impossibilidade de aplicá-la. Ela demonstra a perda crescente de liberdade dos brasileiros, num paralelo ao que aconteceu durante a ascensão do nazismo nos anos 1930. Para quem faltou nas aulas, um dos primeiros alvos dos nazistas foram os livros “degenerados”, de autores judeus, comunistas ou gays. Livrarias foram saqueadas por “fiscais” do governo, que organizaram uma operação de limpeza em nome da família alemã, queimando o material em praça pública. O alvo seguinte foram os judeus, comunistas e gays – “apreendidos”, levados para campos de concentração e eliminados numa “operação de limpeza” em nome da moral, da ordem e da família alemã. Em sua manifestação ao acolher a liminar inicial da Bienal para impedir o ataque autoritário do prefeito bispo, o desembargador Heleno Ribeiro Pereira Nunes chamou atenção para o fato óbvio de não é competência do município atuar como censor e que “tal postura reflete ofensa à liberdade de expressão constitucionalmente assegurada”. O fato de o juiz Claudio de Mello Tavares encontrar brechas legais para permitir censura e repressão é um sinal preocupante num país que vê suas liberdades ameaçadas diariamente por governos municiais, estaduais e federais de extrema direita. A decisão não tem efeito real, mas seu simbolismo é uma afronta à constituição e demostra quão grave é o perigo que paira sobre o Brasil, após eleições marcadas por fake news transformarem o perfil político do pais, aproximando-o da História nazista e de nações islâmicas radicais. Aguarda-se manifestação do STF (Supremo Tribunal Federal) para esclarecer o básico: a Constituição ainda vale?

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    Contra censura, Felipe Neto compra todos os livros LGBTQIA+ da Bienal para distribuição gratuita

    6 de setembro de 2019 /

    Em reação à tentativa de censura da prefeitura do Rio de Janeiro, que realizou operação de busca e apreensão na Bienal do Livro para censurar uma publicação em quadrinhos dos Vingadores com beijo homossexual, o youtuber e ator Felipe Neto (“Tudo por um Pop Star”) decidiu comprar todos os livros de temática LGBTQIA+ do evento. Inicialmente, ele comprou para distribuir gratuitamente 10 mil livros do universo LGBTQIA+. Como sobraram apenas 4 mil, ele decidiu comprar também o resto. E vai entregar, por meio de sua equipe, todos os exemplares para interessados ao meio-dia deste sábado (7/9), na praça de alimentação da Bienal do Livro. Entre os títulos escolhidos, estão “Dois Garotos se Beijando”, de David Levithan (Galera), “Arrase!”, de RuPaul (HarperCollins), “Boy Erased”, de Garrard Conley (Intrínseca), e “Ninguém Nasce Herói”, de Eric Novello (Seguinte). Os livros doados serão retirados de um saco preto e acompanhados de um aviso que diz: “Este livro é impróprio – para pessoas atrasadas, retrógradas e preconceituosas”. O texto reflete mensagens do Twitter do bispo e prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella, que considerou imprópria a graphic novel “Vingadores: A Cruzada das Crianças”, à venda na Bienal, por trazer um desenho de dois homens se beijando. A prefeitura do Rio notificou extrajudicialmente a Bienal, mandando que os exemplares de “Vingadores” fossem recolhidos, lacrados e viessem com uma classificação indicativa ou aviso de que há material ou cenas impróprios para menores de idade. ​A organização da Bienal não aceitou a “recomendação”, pois não considerou o material pornográfico nem impróprio para menores, nem tampouco reconheceu a autoridade da prefeitura para exercer censura. Por conta da recusa, a prefeitura enviou fiscais uniformizados para fazer busca e apreensão da publicação, que já estava esgotada, segundo os editores. Mas a ação repressora gerou protesto generalizado das editoras de livros do Brasil, repercutiu nos Estados Unidos e rendeu mandato de segurança do Tribunal de Justiça do Rio, proibindo o bispo prefeito de tentar novamente algo parecido. A liminar ainda afirma que “tal postura reflete ofensa à liberdade de expressão constitucionalmente assegurada”. Um simples beijo gay em uma HQ foi chamado de material PORNOGRÁFICO pelo maldito prefeito do RJ, Crivella. Violência, adultério, roubo, sequestro, sangue, explosão, nada disso jamais incomodou q estivesse em HQs. O problema é sempre o amor LGBT. Mas CENSURA não será tolerada! pic.twitter.com/dyz2zavTEa — Felipe Neto (@felipeneto) September 6, 2019 Está no ar! Por favor ajude com seu RT. É hora de bater de frente contra a tirania e o autoritarismo. Crivella: AQUI-NÃO!https://t.co/S2KYx7dw1H pic.twitter.com/IiPShhaFqc — Felipe Neto (@felipeneto) September 6, 2019 Acabei de autorizar a compra de mais 4 mil livros para esgotar de vez o estoque de livros com temática LGBT na bienal. Serão 14 mil livros distribuídos GRATUITAMENTE para quem quiser, amanhã (sábado – 07/09), na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Aqui não, @MCrivella pic.twitter.com/ZuR2e9uu5o — Felipe Neto (@felipeneto) September 6, 2019 Todos os livros da nossa estante LGBT+ foram vendidos! ? Quem comprou foi o @felipeneto, que irá distribuir mais de 10 mil livros — nossos e de outras editoras — amanhã, a partir de meio-dia, na @bienaldolivro. Saiba mais: https://t.co/L57yMU5T8P #leiacomorgulho pic.twitter.com/YxJpmvNQY9 — Companhia das Letras (@cialetras) September 6, 2019

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    Censura: Justiça do Rio proíbe prefeito de apreender quadrinhos e ameaçar Bienal do Livro

    6 de setembro de 2019 /

    O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro publicou uma decisão liminar nesta sexta-feira (6/8) que proíbe a Prefeitura de tentar apreender material na Bienal do Livro e cassar o alvará do evento. A decisão ocorre após a Bienal do Livro entrar com um mandado de segurança preventivo na Justiça, motivado pela tentativa de censura do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que enviou fiscais para fazer busca de apreensão de uma publicação de quadrinhos, “Vingadores: A Cruzada das Crianças”, durante a manhã. A determinação judicial garante o funcionamento da feira e o direito dos expositores de vender obras literárias sem temer constrangimento do poder municipal. Crivella mandou recolher exemplares dos quadrinhos da Marvel, porque mostravam um beijo de dois personagens masculinos. Em vídeos publicados na quinta e na sexta, o bispo e prefeito sugeriu que beijo gay atenta contra a família, no sentido de ser considerado pornografia, e que, por isso, poderia ser enquadrado no Estatuto da Criança e do Adolescente. A declaração pode ser considerada homofóbica e passível de punição criminal, de acordo com o entendimento atual do STF (Supremo Tribunal Federal), que equalizou homofobia ao crime de racismo no Brasil. Na decisão do desembargador Heleno Ribeiro Pereira Nunes, a Justiça afirma que não é competência do município fazer esse tipo de fiscalização. “Alguns livros da Bienal espelham os novos hábitos sociais, sendo certo que o atual conceito de família, na ótica do STF, contempla vária formas de convivência humana e formação de células sociais”, diz o texto da liminar. A decisão conclui ainda que “tal postura reflete ofensa à liberdade de expressão constitucionalmente assegurada”.

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    Censura: Para artista dos Vingadores, prefeito do Rio está “desconectado com os tempos atuais”

    6 de setembro de 2019 /

    O artista da Marvel Jim Cheung, que desenhou “Vingadores – A Cruzada das Crianças”, obra que foi alvo de busca e apreensão na Bienal do Livro, por fiscais da prefeitura do Rio de Janeiro, manifestou-se nas redes sociais contra o ato de censura do prefeito e bispo Marcelo Crivella. Dizendo-se surpreso com o que aconteceu no Brasil, Cheung declarou que o político brasileiro está “desconectado com os tempos atuais” por considerar impróprio um beijo LGBTQIA+. “Foi com muita surpresa hoje que soube que o prefeito do Rio de Janeiro decidiu proibir a venda do meu livro (e de Allan Heinberg) por suposto material impróprio. Para quem não conhece o trabalho de 2010, a controvérsia envolve um beijo entre dois personagens masculinos”, escreveu ele no Instagram. “Agora, não sei o que levou o prefeito a fazer uma busca de uma obra com quase uma década e que já estava à venda há muitos anos, mas posso dizer honestamente que não havia motivação por trás da obra na promoção de um estilo de vida específico, nem no direcionamento de um público único”, completou. Ele explica que a cena que causou a polêmica “apenas descreve um momento de ternura entre dois personagens que estão em um relacionamento estabelecido” e que, como artista, sua paixão é contar histórias com personagens autênticos e diversos. “Personagens que retratam todos os estilos de vida e cores, sejam pretos ou brancos, marrons, amarelos ou verdes”, disse. “O fato de este livro, de quase uma década atrás, estar agora sendo destacado pelo prefeito talvez apenas mostre como ele pode estar fora de contato com os tempos atuais. A comunidade LGBTQ está aqui para ficar, e eu não tenho nada além de amor e apoio para aqueles que continuam lutando pela validade e uma voz a ser ouvida.” “Espero que o povo bonito do Brasil, a nação maravilhosamente diversa e orgulhosa, consiga enxergar o que há por trás desse ‘barulho’ político e coloque seu foco na luz e nas maneiras de se unir, em vez de ajudar a semear o conflito e a divisão”, finalizou. Ver essa foto no Instagram Teddy & Billy (2019) . It was with great surprise today, to learn that the mayor of Rio de Janeiro decided to ban the sale of my (and Allan Heinberg's) book, Avengers:The Children's Crusade, for alleged inappropriate material. . For those not familiar with the work from 2010, the controversy involves a kiss between two male characters. . Now I don't know what prompted the mayor to seek out a work that is almost a decade old, and that had already been on sale for many years, but I can say honestly, that there was no hidden motivation or agendas behind the work in promoting any particular lifestyle, nor targeting any unique audience. The scene merely depicts a tender moment between two characters who are in an established relationship. . As an artist, my passion is to tell stories; stories of great heroism, compassion and love, with as authentic and diverse characters as possible. Characters that depict every walk of life and color, whether they be black or white, brown, yellow or green. . The fact that this book, from almost a decade ago, is now being drawn into the spotlight by the mayor perhaps only highlights how out of touch he might be with the current times. The LGBTQ community is here to stay, and I have nothing but love and support for those who continue to struggle for validity and a voice to be heard. . I hope the beautiful people of Brazil, the wonderfully diverse and proud nation, will see through this political 'noise' and place their focus on the light, and on ways to unite, rather than help sow the seeds of conflict and division . #TeddyAltman #Hulkling #BillyKaplan #Wiccan #YoungAvengers #AvengersChildrensCrusade #MarvelComics #Marvel #Comics #MCU #pencils #pencildrawing #process #JimCheung #LoveNotHate #LGBTQ Uma publicação compartilhada por Jim Cheung (@jimcheungart) em 6 de Set, 2019 às 12:40 PDT

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    Censura: Ataque do prefeito do Rio à quadrinhos da Marvel repercute nos EUA

    6 de setembro de 2019 /

    A ordem de busca e apreensão de uma graphic novel da Marvel durante a Bienal do Rio repercutiu na imprensa americana. A revista The Hollywood Reporter deu destaque para o ato arbitrário, ressaltando o absurdo da situação. Mais: a publicação informou à Marvel sobre a tentativa de censura e aguarda uma declaração oficial para publicar. O bispo e prefeito do Rio Marcelo Crivella ordenou o recolhimento dos quadrinhos de “Vingadores – A Cruzada das Crianças”, vendidos na Bienal do Livro, com a justificativa de “defender a família”. Uma equipe de fiscais foi à Bienal logo na sua abertura na manhã desta sexta (6/9), com ordem de apreender os exemplares. Mas não encontrou nenhum. Oficialmente, os expositores afirmam que a publicação foi toda vendida. Além de proibir a venda e apreender os livros, os fiscais pretendiam criar um flagrante para cassar a licença do evento – em outras palavras, fechar a Bienal. A revista americana chamou atenção para o que Crivella descreveu como “conteúdo sexual para menores”. “O chamado conteúdo sexual em questão é um beijo entre dois personagens masculinos, Wiccan e Hulkling, que estão em um relacionamento fixo. Ambos os personagens estão vestidos na cena”. A THR ainda estranhou o fato da publicação estar a venda há vários anos e só agora virar tema de polêmica. “‘Vingadores – A Cruzada das Crianças’ foi publicado entre 2010 e 2012 nos EUA, com a versão brasileira chegando inicialmente em 2012 às bancas e sua edição encadernada publicada em 2016. Não está claro o que exatamente levou o interesse renovado em um título que estava disponível sem causar alardes há vários anos”. A Pipoca Moderna pode ajudar a solucionar esse “mistério”. O ataque à Marvel alinha-se à “política cultural” de Jair Bolsonaro, que desde que assumiu a presidência, em janeiro, tem conduzido o país para a extrema direita. Suas ações incentivam outros políticos a imitá-lo. Há um mês, Bolsonaro fez crítica similar em relação a séries com a temática LGBTQIA+ e mandou suspender edital que aprovava produção de programas do gênero. Um inquérito do Ministério Público Federal (MPF) do Rio já investiga se esta decisão pode ser enquadrada como censura e homofobia, uma proibida e a outra criminalizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O site americano ComicBook, especializado em quadrinhos, incentiva a discussão ao lembrar que a história “polêmica” foi publicada há quase dez anos, quando o tema LGBTQIA+ ainda era novidade nos quadrinhos. A revista “ajudou a estabelecer os Vingadores Jovens como uma equipe voltada para a geração milenar e não tinha medo de enfrentar assuntos que seus predecessores raramente abordavam, como a sexualidade. Portanto, o prefeito Crivella não apenas tenta impor censura ao material literário brasileiro, mas tenta fazer isso em um momento muito menos controverso para os padrões atuais”. O Bleeding Cool, dedicado à cultura pop, ainda destacou que o beijo dos personagens atacados por Crivella é um marco dos quadrinhos americanos, que foi bastante premiado e inclusive celebrado recentemente numa retrospectiva dos grandes momentos da Marvel. “Qual o material do livro é inadequado para menores?”, pergunta o site. “Bem, o livro é notável por apresentar o primeiro beijo entre o casal do mesmo sexo Wiccan e Hulkling, um momento comemorado pela Marvel na capa da colagem da revista Marvel Comics# 1000”. O site CBR acrescentou: “A maioria dos especialistas concorda que se trata de um ato de pura censura e desajeitada: para ter alguma validade, deveria ter sido emitida de forma judicial e, mesmo nesse caso, ainda poderia ser contestada em tribunal”. Até o tradicional jornal The New York Times publicou uma reportagem com retrospectiva de toda a polêmica, com o título: “Dois homens beijam num revista em quadrinhos e o prefeito ordena invasão” (da Bienal do Livro). As reportagens viralizaram no fórum reddit, onde geraram ultraje coletivo.

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    Censura: Prefeito do Rio faz defesa homofóbica de repressão a quadrinhos

    6 de setembro de 2019 /

    O bispo e prefeito do Rio Marcelo Crivella publicou um novo vídeo nas redes sociais nesta sexta (6/9), em que busca justificar sua decisão de recolher os quadrinhos de “Vingadores – A Cruzada das Crianças” como uma “defesa da família”. O vídeo é uma declaração assumida de homofobia, que tenta caracterizar a homossexualidade como uma “degeneração”, para o usar o termo consagrado pelos nazistas para queimar livros e exterminar pessoas de orientação LGBTQIA+ nos anos 1930, por isso deve ser impedida de ser vista pelas crianças. No vídeo de meio minuto de duração, Crivella tenta caracterizar como “uma certa controvérsia na mídia” a “decisão da prefeitura de mandar recolher os livros que tinham conteúdo de homossexualidade atingindo um público infantil, um público juvenil”. Ele realmente repetiu o motivo de seu ultraje, como numa missa. Usando o mesmo discurso que justifica ataques a uma tal de “ideologia de gênero”, Crivella segue: “Esse assunto tem que ser tratado na família. Não pode ser induzido, seja na escola, seja em edição de livro, seja onde for. Nós vamos sempre continuar em defesa da família.” Em nome desta “defesa da família”, a Prefeitura do Rio enviou uma equipe de fiscais para ação de repressão na Bienal do Livro logo na sua abertura na manhã desta sexta (6/9). Comandada pelo subsecretário de operações da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), o coronel Wolney Dias, os fiscais buscaram a graphic novel “Vingadores: A Cruzada das Crianças” nas estantes do evento com ordem de apreender tudo. Mas não encontraram. Oficialmente, os expositores afirmam que a história foi toda vendida e os exemplares acabaram se esgotando. Além de proibir a venda da publicação, os fiscais pretendiam criar um flagrante para cassar a licença do evento. “Em caso de descumprimento, o material sem o aviso será apreendido e o evento poderá ter sua licença de funcionamento cassada”, disse a Seop em comunicado que antecedeu a ação, deixando clara a missão de fechar a Bienal. O vídeo do prefeito, que tenta justificar a repressão, foi publicado no Twitter acompanhado por um texto que retoma o apelo à “defesa da família”, além de incluir desinformação deliberada, para disfarçar o ataque declarado à Cultura. “A decisão de recolher os gibis na Bienal teve apenas um objetivo: cumprir a lei e defender a família”. Que lei seria essa? O texto segue, usando uma mentira oficial como embasamento para sua ação. “De acordo com o ECA, as obras deveriam estar lacradas e identificadas quanto ao seu conteúdo. No caso em questão, não havia nenhuma advertência sobre o assunto abordado”. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não faz nenhuma referência a lacração e identificação de material de conteúdo LGBTQIA+. Só exige que material contendo “mensagens pornográficas ou obscenas” sejam colocados em embalagens lacradas ou opacas para proteger crianças. Vale atentar, porém, para o uso repetido da palavra “família” nas manifestações. O artigo 79 do ECA diz que “as revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família”. Se a justificativa se basear neste artigo, estariam então proibidas as vendas de todas as revistas de super-heróis no Brasil, pois todas elas incluem muitas armas e munições. Deveriam, no mínimo, ser colocadas em embalagens com avisos e proibidas para menores, se essa for realmente a interpretação desse artigo. Mas valores éticos e sociais evoluem. No século 18, um homem branco era considerado ético como senhor de escravos. No século 19, era um valor social impedir manifestações políticas de mulheres. Na Alemanha do século 20, era ético e incentivado pela sociedade nazista perseguir e matar judeus, ciganos e homossexuais. A verdade é que não se trata, nem com grande esforço de retórica, de “cumprir a lei” no caso de “Vingadores – A Cruzada das Crianças”. A organização da Bienal emitiu comunicado em que declara não considerar que o desenho de dois rapazes se beijando, completamente vestidos, seja pornografia. Por isso se recusou a cumprir a ordem arbitrária de Crivella. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (6/9) que também não viu nada “de mais” no livro em quadrinhos. Recentemente, o STF estabeleceu o entendimento jurídico de que homofobia é crime análogo a racismo no Brasil. A decisão de recolher os gibis na Bienal teve apenas um objetivo: cumprir a lei e defender a família. De acordo com o ECA, as obras deveriam estar lacradas e identificadas quanto ao seu conteúdo. No caso em questão, não havia nenhuma advertência sobre o assunto abordado. pic.twitter.com/7tePvvM8ab — Marcelo Crivella (@MCrivella) September 6, 2019

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    Censura: Editores do Brasil se revoltam contra repressão da prefeitura do Rio na Bienal do Livro

    6 de setembro de 2019 /

    Diversas editoras brasileiras de livros decidiram se manifestar nesta sexta (6/9) contra a invasão da Bienal do Livro por censores uniformizados da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), com ordem para encontrar material “impróprio” e caçar a licença de funcionamento do evento – em outras palavras, apreender livros e fechar a Bienal. A ordem partiu do prefeito e bispo Marcelo Crivella, que atacou publicamente a comercialização dos quadrinhos “Vingadores – A Cruzada das Crianças” na Bienal, por conter um beijo entre dois super-heróis do sexo masculino. Crivella publicou um vídeo na noite de quinta, anunciando a repressão. “Pessoal, precisamos proteger as nossas crianças. Por isso, determinamos que os organizadores da Bienal recolhessem os livros com conteúdos impróprios para menores. Não é correto que elas tenham acesso precoce a assuntos que não estão de acordo com suas idades”. A organização da Bienal não aceitou a “ordem” anticonstitucional, considerando que o desenho de dois rapazes se beijando, completamente vestidos, não é pornografia. E se recusou a recolher ou lacrar a publicação para incluir aviso de que o material era proibido para menores de idade. Isto gerou a ação de repressão oficial. Comandada pelo subsecretário de operações da Seop, o coronel Wolney Dias, os fiscais buscaram a graphic novel nas estantes do evento com ordem de apreender tudo. Mas não encontraram. Os quadrinhos sumiram do estande da Panini, que publicou a história em parceria com a editora Salvat há dois anos. O livro também está indisponível no site da Salvat. E não pode ser encontrado em nenhuma outra estande da Bienal. Oficialmente, os expositores afirmam que a história foi toda vendida e os exemplares acabaram se esgotando. Como não encontraram o gibi que procuravam, os fiscais foram aos estandes que vendiam quadrinhos folhar vários exemplares em busca de desenhos com cenas “impróprias” (afeto LGBTQIA+), num ato flagrante de autoritarismo, que lembra a ação nazista contra livros considerados “degenerados” na Alemanha dos anos 1930. Além de recolher a publicação, os fiscais pretendiam criar um flagrante para cassar a licença do evento, com o objetivo expresso de “proteger as nossas crianças” de material LGBTQIA+. “Em caso de descumprimento, o material sem o aviso será apreendido e o evento poderá ter sua licença de funcionamento cassada”, disse a Seop em comunicado que antecedeu a ação, deixando clara a missão de fechar a Bienal. O ato ultrajou as editoras que participam do evento. Em comunicado, a Companhia das Letras manifestou seu “repúdio a todo e qualquer ato de censura” e se posicionou “à favor da liberdade de expressão”. “Posturas como a do prefeito Marcelo Crivella e do governador João Doria — que recentemente mandou recolher uma apostila escolar que falava sobre diversidade sexual — tentam colocar a sociedade brasileira em tempos medievais, quando as pessoas não tinham a liberdade de expressar suas identidades. Eles desprezam valores fundamentais da sociedade e tentam impedir o acesso à informação séria, que habilita os jovens a entrar na fase adulta mais preparados para uma vida feliz”, diz o texto, assinado pelo fundador da empresa, Luiz Schwarcz. A Galera Record, selo do Grupo Editorial Record, publicou uma foto com diversos livros de temática LGBTQIA+ distribuídos por ela, como o vencedor do Pullitzer “As Desventuras de Arthur Less”. “Homofobia é crime e acreditamos que o papel do Estado é incentivar a leitura e não criar barreiras que marginalizem uma parcela da população que já sofre com a intolerância”, diz a nota. “Nossos livros estão à venda no estande e em todas as livrarias brasileiras, online e físicas. Vamos continuar lutando para que todos os jovens se vejam representados em nossas histórias.” De forma semelhante, a Intrínseca compartilhou nas redes sociais imagens de livros de seu catálogo, como “Me Chame pelo Seu Nome”, “Com Amor, Simon” e “E Se Fosse a Gente?”. “Em um mundo que nega nossa existência, os livros nos mostram a beleza de ser quem somos”, diz a publicação. A Todavia escreveu que continuará “publicando e vendendo livros que exprimem nossa visão plural de mundo e do Brasil, direito esse amparado pela Constituição”. Dedicada ao público infanto-juvenil, a Plataforma 21 também se manifestou, afirmando que “a arte está sob ataque” e que “os livros e a literatura são a mais valiosa arma para vencer preconceitos e acabar com a desinformação”. A Quimera Produções Literárias também compartilhou imagem na qual se lê “aqui não acreditamos em censura”. O ataque à Bienal alinha-se à “política cultural” do presidente Bolsonaro, que fez crítica similar em relação a séries com a temática LGBTQIA+ e mandou suspender edital que aprovava produção de programas do gênero. Um inquérito do Ministério Público Federal (MPF) do Rio já investiga se esta decisão pode ser enquadrada como censura e homofobia, uma proibida e a outra criminalizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A escalada de repressão ao que governantes de extrema direita consideram “impróprio” refletem a ascensão do nazismo na Alemanha dos anos 1930. Políticos brasileiros voltam a proibir, reprimir e provocar uma histeria de quase um século atrás contra a cultura “degenerada”, que seria capaz de desviar a formação dos jovens e transformá-los em… gays! Daí para queimar livros é um passo. O resto é consequência.

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    Censura: Prefeitura do Rio ameaça fechar a Bienal do Livro por causa de quadrinhos dos Vingadores

    6 de setembro de 2019 /

    A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), ameaçou fechar a Bienal do Livro. Uma equipe de fiscais foi ao evento logo na sua abertura na manhã desta sexta (6/9), acompanhada por subsecretário militar, para recolher todos os exemplares de uma graphic novel dos Vingadores, que o prefeito e bispo Marcelo Crivella (PRP) considerou “imprópria”. Comandada pelo subsecretário de operações da Seop, o coronel Wolney Dias, os fiscais buscaram a graphic novel “Vingadores: A Cruzada das Crianças” nas estantes do evento com ordem de apreender tudo. Mas não encontraram. Os quadrinhos sumiram do estande da Panini, que publicou a história em parceria com a editora Salvat há dois anos. O livro também está indisponível no site da Salvat. E não pode ser encontrado em nenhuma outra estande da Bienal. Oficialmente, os expositores afirmam que a história foi toda vendida e os exemplares acabaram se esgotando. Além de proibir a venda da publicação, os fiscais pretendiam criar um flagrante para cassar a licença do evento, com o objetivo expresso de “proteger as nossas crianças” de material LGBTQIA+. “Em caso de descumprimento, o material sem o aviso será apreendido e o evento poderá ter sua licença de funcionamento cassada”, disse a Seop em comunicado que antecedeu a ação, deixando clara a missão de fechar a Bienal. A ação aconteceu após a Bienal se recusar a censurar a publicação, repudiando um vídeo em que o bispo prefeito disse ter mandado recolher o livro. Impedido pela Constituição de fazer isso, Crivella na verdade enviou uma notificação extrajudicial para que os livros fossem lacrados e viessem com uma classificação indicativa, ou aviso de que há material ou cenas proibidas para menores de idade. Em sua nota, a Bienal afirmou que não iria recolher nem embalar a publicação, pois seu conteúdo não era impróprio e nem pornográfico. A organização do evento disse ainda que “dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser. Este é um festival plural, onde todos são bem-vindos e estão representados. Inclusive, no próximo fim de semana, a Bienal do Livro terá dois painéis para debater a literatura Trans e LGBTQA+”. Isto gerou a ação de repressão assumida, com a desculpa de verificar se os livros tinham sido lacrados e acompanhados pelos avisos. Como não encontraram o gibi que procuravam, os fiscais foram aos estandes que vendiam quadrinhos folhar vários exemplares em busca de desenhos com cenas “impróprias” (de afeto LGBTQIA+), num ato flagrante de autoritarismo, que lembra a ação nazista contra livros considerados “degenerados” na Alemanha dos anos 1930. Foi a primeira vez que uma fiscalização do tipo aconteceu na história da Bienal do Livro, cuja trajetória coincide com a abertura política e o fim da ditadura militar no Brasil. O aparato do governo municipal foi mobilizado apenas porque a publicação inclui heróis homossexuais. O que causou tudo foi um desenho de dois jovens se beijando. Completamente vestidos. Veja a cena “polêmica” abaixo. A série dos Jovens Vingadores, que envolve “A Cruzada das Crianças”, é uma das mais premiadas da Marvel, tanto pela GLAAD, organização LGBTQIA+ que destaca os produtos mais inclusivos da mídia americana, quanto pelo prestigioso Harvey Award. Um vereador extremista, Alexandre Isquierdo (DEM), também repudiou a obra numa sessão ordinária na Câmara Municipal do Rio na quarta (4/9), deixando claro qual era o “problema” da publicação. “Absurdo um livro que está sendo comercializado na Bienal do Livro: ‘Vingadores – A Cruzada das Crianças’, no qual o autor, que é assumidamente gay, coloca dois super-heróis em um relacionamento homossexual”, apontou. A escalada da ultradireita intolerante chegou à prefeitura na quinta, quando Crivella publicou um vídeo falando da repressão. “Pessoal, precisamos proteger as nossas crianças. Por isso, determinamos que os organizadores da Bienal recolhessem os livros com conteúdos impróprios para menores. Não é correto que elas tenham acesso precoce a assuntos que não estão de acordo com suas idades”. A Bienal discordou, considerando que o desenho de dois rapazes se beijando não era pornografia. O alvo foi decididamente o afeto LGBTQIA+, que pelo entendimento do governo municipal é impróprio para menores. Beijos heterossexuais não foram alvo da repressão. Paralelamente, várias condenações ao material se multiplicaram em sites de tendências nazistas (também atacam cotas raciais, direitos das mulheres e exigem o fim do estado laico), com textos irônicos que acusam os quadrinhos de “lacração”. As manifestações seguem a orientação do presidente Bolsonaro, que fez crítica similar em relação a séries com a temática LGBTQIA+ e mandou suspender edital que aprovava produção de programas do gênero. A tentativa de censura aconteceu no dia em que a rede Globo efetivamente censurou o beijo entre duas personagens femininas de sua novela das 18h. O carinho entre o casal Valéria (Bia Arantes) e Camila (Anajú Dorigon) deveria ir ao ar no capítulo de “Órfãos da Terra” antecipado em streaming na quinta – e que chega na TV nesta sexta (6/9) – , mas foi cortado por “decisão artística”, segundo a emissora, que passou a semana alardeando o “beijo apaixonado” na divulgação oficial da novela. São sinais perigosos, que desenterram o fantasma do nazismo. Políticos brasileiros voltam a proibir, reprimir e provocar uma histeria de quase um século atrás contra a cultura “degenerada”, que seria capaz de desviar a formação dos jovens e transformá-los em… gays! Daí para queimar livros é um passo. O resto é consequência.

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    Censura: Prefeito do Rio manda recolher gibis dos Vingadores na Bienal do Livro

    5 de setembro de 2019 /

    O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, mandou recolher uma graphic novel dos Vingadores da Bienal do Livro. Em post no Twitter, ele se vangloriou do ato de censura, dizendo ter agido para “proteger as nossas crianças” de material “impróprio”. “Pessoal, precisamos proteger as nossas crianças. Por isso, determinamos que os organizadores da Bienal recolhessem os livros com conteúdos impróprios para menores. Não é correto que elas tenham acesso precoce a assuntos que não estão de acordo com suas idades”. O “problema” da publicação é que ele inclui heróis homossexuais. A publicação tem um desenho de dois jovens se beijando. Completamente vestidos. A organização da Bienal, entretanto, não reconheceu a autoridade do prefeito para realizar censura, que é proibida pela Constituição. Ao perceber que prefeitura mandou apenas uma notificação extrajudicial, com um pedido que os livros fossem lacrados e viessem com uma classificação indicativa ou aviso de que há material ou cenas proibidas para menores de idade, a Bienal emitiu seu próprio comunicado. Na nota, a Bienal afirmou que não irá recolher nem embalar a publicação, pois seu conteúdo não é impróprio e nem pornográfico. A organização do evento disse ainda que “dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser. Este é um festival plural, onde todos são bem-vindos e estão representados. Inclusive, no próximo fim de semana, a Bienal do Livro terá dois painéis para debater a literatura Trans e LGBTQA+”. Sobre o conteúdo, a organização do evento diz que se qualquer pessoa que se sentir ofendida, ou não gostar do material, tem todo o direito de trocar o livro. Mas quando a feira abriu às 9h desta sexta-feira (6/9), os quadrinhos sumiram do estande da Panini, que publicou a história em parceria com a editora Salvat há dois anos. O livro também está indisponível no site da Salvat. E não pode ser encontrado em nenhuma outra estande da Bienal. Oficialmente, os expositores afirmam que a história foi toda vendida e os exemplares acabaram se esgotando. A prefeitura do Rio, porém, enviou uma equipe de fiscais, acompanhada por um subsecretário militar, para verificar a venda dos gibis, numa ação que só pode ser caracterizada como repressão. Saiba mais sobre os desdobramentos aqui. A série dos Jovens Vingadores, que envolve “A Cruzada das Crianças”, é uma das mais premiadas da Marvel, tanto pela GLAAD, organização LGBTQIA+ que destaca os produtos mais inclusivos da mídia americana, quanto pelo prestigioso Harvey Award. A reação do prefeito pegou carona numa cruzada conservadora encabeçada pelo vereador Alexandre Isquierdo (DEM), que repudiou a obra numa sessão ordinária na Câmara Municipal do Rio na quarta (4/9). “Absurdo um livro que está sendo comercializado na Bienal do Livro: ‘Vingadores – A Cruzada das Crianças’, no qual o autor, que é assumidamente gay, coloca dois super-heróis em um relacionamento homossexual”, apontou. Assim como o prefeito, o vereador também publicou um vídeo com discurso contra a revista nas redes sociais, paralelamente ao surgimento de várias condenações ao material em sites fundamentalistas, inclusive textos que acusam os quadrinhos de “lacração”. As manifestações seguem a orientação do presidente Bolsonaro, que fez crítica similar em relação a séries com a temática LGBTQIA+ e mandou suspender edital que aprovava produção de programas do gênero. O timing da tentativa de censura foi curioso, pois aconteceu no dia em que a rede Globo efetivamente censurou o beijo entre duas personagens femininas de sua novela das 18h. O carinho entre o casal Valéria (Bia Arantes) e Camila (Anajú Dorigon) deveria ir ao ar no capítulo de “Órfãos da Terra” antecipado em streaming na quinta – e que chega na TV nesta sexta (6/9) – , mas foi cortado por “decisão artística”, segundo a emissora, que passou a semana alardeando o “beijo apaixonado” na divulgação oficial da novela. São sinais perigosos, que lembram o nazismo dos anos 1940 e a caça às bruxas macarthista dos anos 1950. Políticos brasileiros voltam a pressionar, proibir e provocar uma histeria de mais de meio século atrás contra a cultura, que seria capaz de desviar a formação dos jovens e transformá-los em… gays! Daí para queimar livros é um passo. Pessoal, precisamos proteger as nossas crianças. Por isso, determinamos que os organizadores da Bienal recolhessem os livros com conteúdos impróprios para menores. Não é correto que elas tenham acesso precoce a assuntos que não estão de acordo com suas idades. pic.twitter.com/sFw82bqmOx — Marcelo Crivella (@MCrivella) September 5, 2019 Ver essa foto no Instagram Um alerta aos pais! Assista e compartilhe o discurso contra o livro infantil da Marvel que propaga o homossexualismo para as CRIANÇAS! A história em quadrinhos está sendo vendida lacrada na Bienal do Livro e nas livrarias, os pais só percebem o conteúdo depois. Um crime absurdo! #ideologiadegenero #isquierdorio #camarario Uma publicação compartilhada por Alexandre Isquierdo (@alexandreisquierdo) em 4 de Set, 2019 às 5:47 PDT

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