Geoffrey Scott (1942 – 2021)
O ator Geoffrey Scott, que estrelou a série “Dinastia” (Dynasty) nos anos 1980, morreu em decorrência do mal de Parkinson em 23 de fevereiro, um dia após seu aniversário de 79 anos. Scott nasceu em Los Angeles em 22 de fevereiro de 1942, filho de um empresário da empresa aérea Lockheed. Ele e seu irmão Don, que se tornou advogado da Universal, foram criados em San Fernando Valley, na mesma rua em que moravam John Wayne e Clark Gable, e muitas vezes eles pulavam na piscina de Gable sem serem convidados. Contratado pelo lendário agente de talentos Dick Clayton, que também representou nomes como Jane Fonda, James Dean e Burt Reynolds, ele se tornou ator e chamou atenção pela primeira vez na novela “Sombras Tenebrosas” (Dark Shadows), em 1970. Seu próximo papel de destaque só veio na minissérie “The Secret Empire” (1979), como um militar americano que liderava uma luta contra alienígenas no século 19. Depois, em 1981, substituiu Tom Selleck na série “Concrete Cowboys”, adaptação de um telefilme homônimo. A entrada em “Dinastia” aconteceu no início da 3ª temporada, em 1982, como o tenista profissional Mark Jennings, o primeiro marido de Krystle Carrington (Linda Evans). Seu personagem é levado a Denver pela conivente Alexis Colby (Joan Collins) depois que ela descobre que o divórcio de Krystle, realizado anos antes, não era legal. Após dois anos e 45 episódios, seu personagem acabava empurrado de um terraço para a morte, com Alexis emergindo como a principal suspeita. Ao sair de “Dinastia”, Scott foi reaparecer no mesmo ano (1984) como um zagueiro de futebol americano na 1ª temporada da série esportiva “1st & Ten”, da HBO, mas não continuou com a atração quando ela foi renovada. Ele ainda fez várias aparições em programas televisivos, participou do filme “A Manhã Seguinte” (1986), de Syndey Lumet, e descobriu que podia fazer uma fortuna como ator de comerciais, estrelando quase 100 produções publicitárias. Entre seus papéis mais conhecidos nesse segmento, incluem-se o homem de Marlboro, na famosa propaganda de cigarros, e até um marinheiro no primeiro anúncio do desodorante Old Spice. Sua última aparição nas telas foi em 2003, como o presidente dos EUA no filme “Hulk”, dirigido por Ang Lee. O ator decidiu se aposentar após 45 anos de carreira e se mudou para o Colorado com sua família para praticar esqui, sua grande paixão. Ele viveu na área de Boulder nos últimos 10 anos.
Diahann Carroll (1935 – 2019)
A atriz e cantora Diahann Carroll, primeira artista negra a protagonizar uma série americana, morreu nesta sexta (4/10), aos 84 anos, vítima de um câncer de mama. Durante três anos, entre 1968 e 1971, ela viveu Julia Baker, uma enfermeira viúva que cuidava do filho na série “Julia”, que marcou época pelo pioneirismo. A série foi especial para a atriz, porque sua mãe era enfermeira de verdade. Mas chegou após sua carreira já estar consolidada, com diversos prêmios e muitos exemplos de seu pioneirismo como estrela multitalentosa. Carol Diahann Johnson nasceu no Bronx, em Nova York, em 17 de julho de 1935, filha de uma enfermeira e de um condutor de metrô. Antes de atuar, ela foi modelo. Aos 15 anos, já era fotografada para revistas voltadas ao público afro-americano, como Ebony, Tan e Jet. Com apoio dos pais, passou a participar e vencer concursos de talentos para adolescentes, mas com a exigência que continuasse os estudos. Ela entrou na NYU (Universidade de Nova York), enquanto frequentava shows de calouros na televisão. Os prêmios foram incentivos para sua carreira e a levaram a se apresentar como cantora em casas de show famosas dos anos 1950. De Nova York, passou a cantar em Las Vegas e até em Paris. Até que decidiu virar atriz, viajando para Los Angeles para participar de um teste do filme “Carmen Jones”, uma versão negra da ópera “Carmen” (1954), com direção do renomado Otto Preminger. Ela conquistou um papel de coadjuvante, contracenando com Harry Belafonte e Dorothy Dandridge em sua estreia nas telas. A estreia na Broadway aconteceu no mesmo ano. E em seguida ela estrelou outro musical negro importantíssimo de Hollywood, a adaptação de “Porgy & Bess” em 1959, no qual cantou a música clássica “Summertime”, de George Gershwin, novamente sob direção de Preminger. Foi durante essa filmagem que Carroll começou seu relacionamento tumultuado de nove anos com o astro Sidney Poitier, com quem também contracenou em “Paris Vive à Noite” (1961). Em 1960, passou a participar de séries. E por seu papel como professora em sua segunda aparição televisiva, num episódio de “Cidade Nua” exibido em 1962, foi indicada a seu primeiro Emmy. O sucesso de Diahann Carroll tornou-se impossível de ignorar quando o célebre compositor Richard Rodgers decidiu criar um musical especialmente para ela. O resultado foi “No Strings”, uma história romântica sobre uma modelo negra (Carroll) e um tímido escritor branco (Richard Kiley), que rendeu um Tony Award para a atriz, o primeiro conquistado por uma mulher negra pelo papel de protagonista num musical. Após filmar novamente com Preminger, em “O Incerto Amanhã” (1967), ao lado de Michael Caine e Jane Fonda, ela recebeu o convite de estrelar sua própria série. Mas duvidou da coragem dos produtores. “Eu realmente não acreditava que ‘Julia’ fosse funcionar”, ela revelou durante uma entrevista de 1998 para o site The Interviews: An Oral History of Television. Ironicamente, o que mudou sua decisão foi saber que Hal Kanter, o veterano produtor-roteirista que criou o programa, a considerava muito glamourosa para o papel. Ela resolveu mostrar que era capaz de viver uma mãe trabalhadora. Mudou o penteado, postura e inflexão vocal e arrebentou no piloto, convencendo-o rapidamente de que ela era a atriz certa. Carroll se tornou a primeira mulher afro-americana a estrelar um papel não estereotipado em sua própria série no horário nobre da TV americana. Até 1968, data de estreia de “Julia”, negras só apareciam em séries no papel de empregadas domésticas. Mas o impacto da atração não ficava só nisso. Ela era viúva de um soldado que morreu lutando na guerra do Vietnã, conflito muito contestado pela juventude da época, justamente pela grande quantidade de mortos. Sua personagem era muito bem educada, tendo estudado na França, e ela só namorou homens que também eram exemplos de negros bem-sucedidos. “Estávamos dizendo ao país: ‘Vamos apresentar uma mulher negra de classe média alta criando seu filho, e o drama da história não será sobre o sofrimento no gueto'”, observou Carroll na mesma entrevista. “Muitas pessoas ficaram furiosas com isso. Eles achavam que negros não tinham tantas oportunidades para representar nossa situação como povo oprimido… Sentiam que a realidade era muito grave para que fosse trivializada por meio de uma mulher de classe média que lidava com as dificuldades de criar uma criança e trabalhar como enfermeira. Mas nós achamos que estávamos fazendo algo importante, mesmo que algumas dessas críticas fossem válidas. Acreditávamos que esse era um programa diferente e que era importante fazer essa série”. Diahann Carroll foi indicada ao Emmy e venceu o Globo de Ouro pelo papel-título em “Julia”, que durou três temporadas. Depois disso, o Oscar. Ela estrelou no cinema a comédia “Claudine” (1974), interpretando uma mulher do Harlem que criava seis filhos sozinha e se apaixonava por um coletor de lixo (James Earl Jones). Em reconhecimento ao seu desempenho, foi indicada como Melhor Atriz ao prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Ela seguiu sua carreira intercalando espetáculos da Broadway e participações televisivas, entre elas o famoso especial de Natal de “Star Wars” (1978), até que, pela primeira vez, resolveu que queria um papel numa série que já era sucesso. Fã de “Dinastia”, uma das atrações mais populares dos anos 1980, Carroll decidiu pressionar o produtor Aaron Spelling por um papel na atração. “Eles tinham feito tudo, incesto, homossexualidade, assassinato. Eu acho que eles estavam lentamente avançando rumo ao romance inter-racial”, ela lembrou em uma matéria de 1984 da revista People. “E eu queria ser rica e cruel… queria ser a primeira malvadona negra da televisão.” Como a sensual fashionista Dominique Deveraux, a primeira personagem afro-americana de destaque em um drama novelesco, Carroll interpretou a personagem mais ousada de “Dinastia” por três temporadas, bem como no spin-off “The Colbys”, duelando deliciosamente com a vilã Alexis Carrington Colby, vivida pela diva Joan Collins. Sua filmografia ainda acrescentou mais três clássicos, mostrando-a como cantora em “Mais e Melhores Blues” (1990), de Spike Lee, viúva de um empresário musical em “Ritmo & Blues – O Sonho do Sucesso” (1991), de Robert Townsend, e feiticeira da Louisiana em “Amores Divididos” (1997), de Kasi Lemmons. Mas nos últimos anos seus principais papéis foram na televisão. Ela teve um arco importante como mãe do Dr. Preston Burke (Isaiah Washington) em “Grey’s Anatomy”, entre 2006 e 2007, pelo qual voltou a ser indicada ao Emmy, e uma participação recorrente ainda mais destacada em “Crimes do Colarinho Branco” (White Collar), ao longo das seis temporadas da série (2009–2014), como a viúva de um golpista que aluga seu apartamento para o vigarista vivido por Matt Bomer (no papel que o projetou). Em meio às gravações da última série, ela foi introduzida no Hall da Fama da Televisão, numa cerimônia que aconteceu em 2011, quando teve a oportunidade de ser celebrada por todos os seus colegas. “Ela abriu trilhas por florestas densas e despejou diamantes elegantemente ao longo do caminho para que o resto de nós pudesse seguir”, tuitou a cineasta Ava DuVernay (“Olhos que Condenam”), refletindo sobre a importância da artista, com pesar por sua morte. “Obrigado por ajudar a abrir o caminho para mim e tantas outras. Eu tive e tenho a honra de te saudar como uma lenda no passado, no presente e para sempre”, acrescentou a atriz, apresentadora e empresária Oprah Winfrey (dona do canal pago americano OWN). “O impacto que você teve em mim, em Hollywood, nos Estados Unidos e no mundo significa que Deus existe”, completou o diretor e produtor Lee Daniels (criador da série “Empire”).
Joan Collins sobrevive à incêndio de sua casa no fim de semana
A veterana atriz Joan Collins quase morreu queimada nesse fim de semana, quando sua casa pegou fogo. Moradora de Belgravia, bairro elegante de Londres, ela escapou do incêndio, que começou na suíte de hóspedes de sua residência, graças a seu marido, Percy Gibson, que notou a fumaça saindo do local e correu para controlar o fogo até a chegada dos bombeiros. Foram necessários 10 bombeiros para apagar as chamas, que em pouco tempo consumiram a residência. A atriz e o marido estavam sozinhos em casa, e não fosse pela rapidez de Gibson a experiência poderia não se resumir a um susto. Ambos sofreram lesões inalatórias não graves, e tirando isso escaparam ilesos do incidente. Nas redes sociais, a estrela de 85 anos agradeceu aos profissionais da Brigada de Incêndio da capital inglesa que a socorreram e, em especial, o marido, a quem chamou de “meu herói”. Ela também postou um vídeo para mostrar como ficou sua casa após as chamas. Veja abaixo. Sempre lembrada pela série “Dinastia” dos anos 1980, Joan Collins foi vista mais recentemente em arcos das séries “The Royals” e “American Horror Story”, exibidos no ano passado, e num episódio de março de “Hawaii Five-0”. Visualizar esta foto no Instagram. The remains of the day…see my recent #tweet Thank you @londonfirebrigade #shafetsbury !! ❤️❤️ Uma publicação compartilhada por Joan Collins (@joancollinsdbe) em 14 de Abr, 2019 às 4:12 PDT
Joan Collins será avó de Evan Peters na próxima American Horror Story
Ryan Murphy vai incluir mais uma diva icônica em sua franquia de terror. A atriz Joan Collins, com uma carreira repleta de papéis de megera, incluindo uma passagem histórica pela série “Dinastia” original, entrou na 8ª temporada de “American Horror Story”, no papel de avó de Evan Peters, que integra o elenco regular da atração. Em entrevista à revista Entertainment Weekly, a atriz Sarah Paulson, que também aparece em todas as temporadas da série, revelou como o criador do programa, Ryan Murphy, fez o convite para a veterana atriz. “Nós estávamos na festa do Oscar da Vanity fair, quando nos deparamos com ela. ‘Oh meu deus, é a Joan Collins’. Ele me pegou pela mão e fomos até ela. O acordo foi feito naquele salão. Foi incrível”, contou. Apesar de não oferecer muitos detalhes sobre o tema, Murphy disse que a temporada se passará no futuro próximo, no final de 2020, e será mais semelhante a “Asylum” e “Coven”, 2ª e 3ª temporadas da série. Além de atuar, Sarah Paulson e Evan Peter também deverão dirigir episódios do próximo ano, que ainda contará com as voltas de Kathy Bates, Billy Eichner, Cheyenne Jackson, Adina Porter e Leslie Grossman ao elenco. As gravações vão começar em junho para uma provável exibição no outono norte-americano (entre setembro e novembro).
Atriz de Desperate Housewives terá papel de Joan Collins no remake de Dinastia
Os produtores de “Dynasty” definiram quem viverá a importante personagem Alexis Carrington, cuja introdução marcou uma virada na trama da série original dos anos 1980, graças a um desempenho inesquecível de Joan Collins. A nova versão de Alexis será vivida por Nicollette Sheridan, que ficou conhecida pelo papel da “perua” Eddie Britt na série “Desperate Housewives”. A rede CW, inclusive, divulgou a primeira imagem da atriz no papel. Veja acima. Embora a matriarca malévola só tenha sido introduzida na 2ª temporada da “Dinastia” clássica, ela deve aparecer já nos próximos episódios da temporada inaugural do remake, para complicar o casamento de seu ex-marido Blake com Cristal, se aliar aos filhos rebeldes Fallon e Steven, e ainda lutar pelo que tem direito como uma Carrington. A estratégia de antecipar sua entrada em cena tem a ver com a baixa audiência da série, que corre risco de ser cancelada pela rede CW. Os produtores conseguiram uma sobrevida, com a encomenda de episódios extras, que devem servir para introduzir a personagem. Com isso, o primeiro ano de “Dynasty” terá 22 episódios, o tamanho regular de uma série da TV aberta americana. Contudo, mais importante que a personagem, é a contratação de Nicollette Sheridan, e por um motivo completamente alheio ao destino de “Dynasty”. A atriz estava sumida desde que sua personagem foi morta em “Desperate Housewives”, e este exílio de quase uma década servia para confirmar a existência de uma lista negra da indústria televisiva americana. Nicollette chegou a ir à Justiça contra Marc Cherry, criador de “Desperate Housewives”, alegando ter sido demitida injustamente da série após denunciar o produtor por abuso – ela foi agredida. Cherry chegou a declarar durante o julgamento que estava arrependido pelo modo em que tratou a atriz. Mas, mesmo com a confissão, outras 10 testemunhas trazidas ao julgamento pelo canal ABC corroboraram a tese de que a morte da personagem vivida pela atriz já estava prevista antes dos fatos denunciados, e convenceram a maioria dos jurados a votar a favor do canal. Sheridan interpretou a sensual dona-de-casa Eddie Britt em cinco temporadas da atração televisiva. Mas depois que a atriz reclamou publicamente do produtor, sua personagem foi assassinada na trama. Desde então, ela ficou quase sem trabalhar e nunca mais tinha conseguido um papel com a mesma visibilidade da série das donas de casa. Seu advogado, Neil Meyer, afirmou que se tratava de uma punição corporativa da indústria televisiva, por ela ter denunciado o produtor. Só que as conspirações de bastidores implodiram nos últimos meses, após a união de diversas atrizes contra abusos cometidos por outros produtores, que resultaram numa sucessão de denúncias que abalaram as estruturas da indústria. Diversos artistas e executivos, até então considerados intocáveis, foram demitidos. E listas negras como a que supostamente barrava Nicollette Sheridan por denunciar abusos passaram a ser mal-vistas.


