Morre aos 93 anos Antônio Augusto Amaral de Carvalho, o Seu Tuta, fundador da Jovem Pan
Grupo Jovem Pan anuncia falecimento do empresário referência no jornalismo 24 horas
Fábio Porchat revela relacionamento conturbado com Jô Soares: “Maltratado”
O humorista contou sua história com o veterano no documentário "Um Beijo do Gordo", do Globoplay
Globoplay está prestes a lançar série documental sobre Jô Soares
O documentário vai reviver personagens e projetos do artista, além de trazer entrevistas inéditas com pessoas próximas
Iran Lima, da “Escolinha do Professor Raimundo”, morre aos 89 anos
Comediante era o criador do personagem Seu Candinho Manso no programa clássico de Chico Anysio
Jô Soares vai virar avenida do Rio de Janeiro
O humorista Jô Soares vai ficar mais próximo dos amigos Agildo Ribeiro, Chico Anysio e até Bussunda. Seu nome vai batizar uma avenida na Vila do Pan, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. A avenida, com 260 metros de extensão, era antes conhecida como Rua Projetada 4. Ela liga outras duas avenidas que homenageiam Cláudio Besserman Vianna, o Bussunda do “Casseta e Planeta”, e Agildo Ribeiro, com quem Jô trabalhou em vários programas. A nova avenida ainda fica bem próxima da Curva Chico Anysio. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Município. José Eugênio Soares, o Jô Soares, morreu em agosto do ano passado, aos 84 anos, e deixa um imenso legado para a cultura brasileira, tanto na televisão, onde foi pioneiro do humor e do jornalismo, lançando o formato dos talk shows no Brasil, quando no teatro, na literatura e no cinema. Em comunicado, a Prefeitura do Rio afirmou que a homenagem é para “um carioca de múltiplos talentos”.
Causa da morte de Jô Soares é revelada após quatro meses
O apresentador Jô Soares, falecido em agosto deste ano, teve a causa de sua morte revelada. Segundo a certidão de óbito, o ator enfrentou “complicações com a obesidade, que comprometeu parte de seu sistema interno”. O Notícias da TV obteve acesso público ao documento pelo Hospital Sírio-Libanês nesta quinta-feira (22/12), embora a certidão estivesse emitida desde a morte de Jô. A publicação apontou que o artista teve “insuficiência renal e cardíaca, estenose aórtica e fibrilação atrial” como a causa definitiva. Em outras palavras, os rins de Jô perderam suas funções básicas, enquanto o coração não bombeava sangue o suficiente. A certidão de óbito também acusou um estreitamento da abertura da válvula aórtica, que bloqueou a passagem do sangue, que já não estava circulando. Até então, as informações envolvendo a morte de Jô haviam sido preservadas a pedido do próprio apresentador, conforme explicou a ex-esposa Flávia Pedras. “Tendo sua morte sido natural e não trágica, felizmente, sendo ele um sujeito elegante na vida, desejamos que a morte dele fosse um pouco mais calma e reservada. Ele se mostrou tanto na vida, estava de bom tamanho. Quis caixão fechado e cremação, tudo rápido, e teve todo meu apoio”, afirmou. José Eugênio Soares faleceu em 5 de agosto aos 84 anos, após mais de seis décadas dedicadas à carreira de ator, humorista, escritor e diretor.
Jô Soares vai virar nome de rua ou praça no Rio de Janeiro
A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou uma homenagem ao humorista Jô Soares, falecido em agosto aos 84 anos, em São Paulo. Um dos maiores ícones da televisão brasileira, reconhecido também no teatro, na literatura e no cinema, Jô Soares vai virar nome de rua, praça ou outra via pública da capital carioca. Após o projeto dos vereadores Jorge Felippe (União), Laura Carneiro (PSD), Chico Alencar (PSOL) e Cesar Maia (PSOL) ser aprovado, segue agora para sanção do prefeito Eduardo Paes. Entretanto, a via que ganhará o nome do artista ainda não foi definida.
Globo e SBT vão exibir programas de Jô Soares
As redes Globo e SBT decidiram alterar suas programações para homenagear Jô Soares, falecido na madrugada desta sexta (5/8) em São Paulo. A Globo exibirá um episódio do humorístico “Viva o Gordo” após o “Globo Repórter”, por volta das 23h45. O programa foi o primeiro liderado pelo humorista na emissora. Lançado em 1981, era exibido semanalmente às segundas-feiras e representou a culminação do trabalho de Jô, após participar de várias atrações clássicas, como “A Praça É Nossa” e “Família Trapo” na Record, e “Faça Humor, Não Faça a Guerra”, “Satiricon” e “Planeta dos Homens” na Globo. Cheio de esquetes com personagens inesquecíveis, bordões marcantes e muito deboche sobre a política e costumes do país, “Viva o Gordo” marcou época pelas criações de Jô Soares, como o Capitão Gay, o Reizinho, Gardelón e outros. A atração durou até 1987, quando o humorista mudou para o SBT por um cachê milionário e lançou o “Veja o Gordo” e seu primeiro programa de entrevistas, “Jô Soares Onze e Meia”. O SBT, por sinal, vai exibir uma edição histórica do talk show no lugar do “The Noite” que iria ao ar nesta sexta. O programa selecionado foi o que marcou a despedida de Jô do canal em dezembro de 1999, antes de sua volta à Globo, reunindo diante do entrevistador ninguém menos que Hebe Camargo, Gugu Liberato e Carlos Alberto de Nóbrega. Depois do programa “Operação Mesquita”, a madrugada do SBT terá mais edições do “Jô Soares Onze e Meia”, com participações de ícones como Ronald Golias, Zeca Pagodinho, Hebe Camargo e Dercy Gonçalves, entre outros. E na madrugada de domingo (7/8), a emissora também vai reprisar uma edição do “Viva o Gordo”. Já a Globo estenderá os tributos a vários programas, como “Conversa com Bial”, “É de Casa” e “Altas Horas”, com reprises de momentos e homenagens ao artista. Além disso, a sessão Supercine exibirá o filme “O Xangô de Baker Street” (2001), baseado num best-seller escrito por Jô, durante a madrugada deste sábado (6/8).
Artistas celebram Jô Soares e seu impacto no Brasil
A morte de Jô Soares, na madrugada desta sexta-feira (5/7), fez o Brasil acordar mais triste e mobilizou as redes sociais. Vários amigos, colegas, jornalistas, celebridades, apresentadores, humoristas, cantores, ídolos nacionais e até políticos se manifestaram em homenagem ao artista genial. Foi uma das maiores manifestações coletivas de amor e tristeza no país desde que Twitter e Instagram começaram a publicar textos e imagens. “Eu tive a honra de conhecer e conviver com esse jornalista e humorista tão talentoso e querido por todos nós. Hoje o dia amanheceu sem graça”, escreveu Ana Maria Braga. Eu tive a honra de conhecer e conviver com esse jornalista e humorista tão talentoso e querido de todos nós. Hoje o dia amanheceu mais sem graça. Vá em paz meu amigo! #ripjôsoares #josoares pic.twitter.com/N7s31M6k3E — Ana Maria Braga (@ANAMARIABRAGA) August 5, 2022 “Jô era um grande amigo, inteligente, perspicaz, bem humorado e que adorava uma boa conversa. Acordo muito triste com a notícia de que essa grande estrela nos deixou. Apesar daquela famosa fala do filme, não, eu não sou Jô Soares. Mas como profundo admirador, eu adoraria ter sido”, disse Pelé, lembrando uma cena do filme “”Os Trombadinhas”. Jô era um grande amigo, inteligente, perspicaz, bem humorado e que adorava uma boa conversa. Acordo muito triste com a notícia de que essa grande estrela nos deixou. Apesar daquela famosa fala do filme, não, eu não sou Jô Soares. Mas como profundo admirador, eu adoraria ter sido. pic.twitter.com/A4Y8EoMATv — Pelé (@Pele) August 5, 2022 “Difícil de acreditar… Admirava demais o Jô. Ele fazia parte das nossas vidas… Seu talento atravessou gerações… Obrigada pelas risadas Jô… Descanse em paz”, manifestou-se Patricia Poeta. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Patrícia Poeta (@patriciapoeta) Tata Werneck, que seguiu os passos do mestre e lançou seu próprio talk show, publicou um vídeo com um trecho de sua participação no “Programa do Jô” e escreveu no Twitter: “Jô! Amado Jô! Tão importante pra gente! Que bom que consegui te dizer o quanto você é uma referência. Você mudou muitas vidas. Te amo”. Além disso, publicou uma declaração no Instagram: “Eu desmarquei 6 vezes a ida ao seu programa pq tinha pânico de ir e não ser bom. Porque “Ir ao Jô ” pra mim, era sentir que tinha dado certo. Aí você me ligou e disse ‘Você não gosta de mim? Por favor, venha. Quero te conhecer’. E você foi o que você é: um GÊNIO , generoso. Gentil. Engraçado. Brilhante. Jô o que eu quero ser hoje só existe pq eu vi você sendo. Eu te amo muito. Te agradeço”. Jô! Amado Jô! Tão importante pra gente! Que bom que consegui te dizer o quanto você é uma referência. Você mudou muitas vidas. Te amo — Tata werneck (@Tatawerneck) August 5, 2022 Ele era um líder pra gente https://t.co/hzUQ33CShi — Tata werneck (@Tatawerneck) August 5, 2022 Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Tata Werneck (@tatawerneck) Xuxa reuniu uma série de fotos de suas participações no Programa do Jô e disse ter tentado se despedir, sem saber que era uma despedida. “Esses dias, eu pensei muito em você… vi que seu celular não era o mesmo… mandei mensagem por direct (mas era uma página de fã). Acho que era meu anjo da guarda pedindo pra te dizer que eu adoro você, e que estava aqui se precisasse de algo… não consegui, mas agora fica uma saudade grande e a vontade enorme de um abraço que eu não te dei.” Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Xuxa Meneghel (@xuxameneghel) Fábio Porchat, que foi revelado no “Programa do Jô”, também prestou homenagens ao apresentador. “O Brasil sem Jô Soares é um Brasil em preto e branco. Sem alegria, sem força, sem bom humor… A comédia no país é uma antes e outra depois. Por tudo o que foi feito por Jô e por todos aqueles que ele lançou pro mundo por conta de sua generosidade. Obrigado por ter me dado a chance pra perceber que fazer rir é a melhor coisa do mundo. Mas hoje vai ser difícil… Um beijo do gordo”, finalizou. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Fabio Porchat (@fabioporchat) Bruno Mazzeo, filho de Chico Anysio, que conviveu com Jô desde criança, fez uma postagem emocionada. “Ah, meu amado Jô. Depois de me fazer rir desde que me entendo por gente, hoje me fez chorar logo ao acordar e receber a noticia de sua passagem. Fico aqui tentando buscar palavras para caprichar nesse textão, mas elas não chegam. Meus olhos se encharcam e eu nem enxergar consigo direito. Meu coração aperta e manda dizer que agradeço por todos os momentos que passamos juntos desde minha infância, por todo o carinho que sempre me foi dedicado, pelas tantas vezes em que me tratou como filho e, brincando, provocava meu pai dizendo que eu era mais fã seu do que dele. Essa primeira foto, comigo criança vestido de Carlos Suely ao lado seu icônico Capitão Gay no camarim do Teatro Fênix, ficou na parede do meu quarto por muitos anos. Olhando agora, é visível o afeto que transborda a cada foto, um sentimento mútuo que sempre tivemos prazer de nutrir um pelo outro. Como eu sempre te dizia, o filho do maior humorista do Brasil é completamente apaixonado pelo outro maior humorista do Brasil. Muito obrigado por tudo e por tanto. O Brasil agradece. Viva esse gênio da raça. Viva o Gordo!”, escreveu. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Bruno Mazzeo (@eumazzeo) A atriz Lilia Cabral disse que estava triste desde que o “Programa do Jô” acabou. “Como eu gostava do Jô! Sempre inteligente, divertido, inesperado e criativo. Eu fiquei triste quando o programa acabou, mas tinha certeza que iria continuar vendo o Jô de outras maneiras na TV. Isso não aconteceu, somente as referências e cada vez mais a certeza do grande artista que tivemos e sempre teremos. Minha alegria desde a infância, a minha alegria de tantos anos, com personagens inesquecíveis, seu talento absoluto, sua história emocionante. Acordei cedo, vou para SP, abro as notícias e vejo sua foto. Chorei, fiquei muito triste. Acho que ele sempre soube o quanto eu gostava dele, queria que soubesse mais. Obrigada querido por ser tão parceiro e querido em todas as entrevistas, obrigada pelo respeito e por me ensinar tanto”. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Lilia Cabral (@lilia_cabral) Serginho Groisman lembrou as décadas em que conviveram. “Fomos vizinhos no SBT e Globo por mais de 20 anos. Tive o privilégio de conviver com Jô um ser humano único dedicado à arte e sempre atento aos que o rodeavam. O céu tem agora mais humor. E nós saudades. Descansa amigo.” Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Serginho Groisman (@serginhogroisman) A cantora Sandy também celebrou o humorista. “Existem pessoas que são inesquecíveis, e, por isso, imortais. Tô impactada aqui com essa partida tão precoce…”, escreveu. “Jô fez parte da vida de todos os brasileiros. E parte muito importante da minha vida artística também. Tenho lembranças incríveis de muitos momentos com ele, como esse aqui, aos 7 meses de gravidez. Obrigada, Jô, pela sua presença linda nesse mundo, pela arte, pelo amor, pelo humor, diversão, cultura e por tudo que você construiu e deixou aqui. Paz pra vc, amor pra todos os familiares e amigos que ficam”. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Sandy (@sandyoficial) Monica Iozzi destacou a importância de Jô em sua vida: “Acredito que a maioria das pessoas que me acompanham não fazem ideia da sua importância em minha vida. Nos próximos dias vou tentar compartilhar minha história com você por aqui. Pra te homenagear. Pra mostrar pras pessoas que, além de uma artista genial, você também era uma cara excepcional, doce, carinhoso. Como sentirei sua falta! Sentirei falta dos conselhos, das risadas, dos abraços, dos papos sobre política, sobre a história da TV, sobre a vida. Te amo, gordoto! Pra sempre”. Ela incluiu um vídeo de sua entrevista no “Programa do Jô”, dizendo que teve “a honra de ser a sua penúltima convidada”. “Me lembro que após o fim da gravação, já na sua sala, você me abraçou forte e disse: “Precisava me fazer passar essa vergonha, menina zóiuda? A sua sorte é que eu te amo.” Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Monica Iozzi (@monica.iozzi) Vizinha de Jô, Adriana Galisteu também lamentou a perda: “Meu Deus o mundo sem você… Meu amado amigo, diretor, conselheiro, vizinho que tristeza… Você sempre foi cercado de amor e sempre será assim! Vou seguir te aplaudindo e através de suas obras aprendendo com você! Obrigada por tantas risadas, tantas conversas por todos os ensinamentos.” Meu amado amigo, diretor, conselheiro e vizinho, que tristeza… Você sempre foi cercado de amor e sempre será assim! Vou seguir te aplaudindo e através das suas obras, aprendendo com você. Obrigada por tantas risadas, tantas conversas e por todos ensinamentos, te amo eternamente pic.twitter.com/HD37UunVNs — Adriane Galisteu (@GalisteuOficial) August 5, 2022 Tadeu Schmidt encontrou palavras para descrever o que muitos famosos sentiram ao conhecer Jô. “Quantas vezes eu não ensaiei, sozinho, o que eu ia dizer quando fosse entrevistado pelo Jô… Sentar naquele sofá e conversar com aquele monstro sagrado era sonho obrigatório de todo mundo que buscava sucesso na carreira! Era ali que rolavam as entrevistas antológicas, aquelas que a gente comentaria por anos: ‘lembra quando Fulano foi ao Jô e disse que…'”, apontou. “Cresci dando risada com esse gênio fazendo graça na TV com seus programas de humor. Quantas vezes repeti seus bordões… Bom, e quando finalmente chegou a hora de falar com o Jô, foi diferente de tudo que eu pudesse ter ensaiado por tantos anos. Foi uma farra só! Foi risada do começo ao fim! Foi surpreendente e sensacional! Mas uma coisa foi exatamente como imaginei: foi inesquecível”. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Tadeu Schmidt (@tadeuschmidt) Toquinho relembrou momentos com o apresentador. “Jô Soares, meu querido amigo, o Brasil chora sua falta. Morre muito de nós quando um amigo se vai. Conheci Jô quando ele trabalhava na produção do mítico Silveira Sampaio. Eu com 16 pra 17 anos e ele em torno de 24. Andei muito na garupa de sua Harley branca. Ele amava história em quadrinhos. Fiz um curso com ele. Muitas andanças, muitas histórias. Adeus, Jô. Fica em paz, meu amigo.” Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Toquinho (@toquinho) A cantora Zélia Duncan, que hoje está em um relacionamento com Flavia Pedras, ex-mulher de Jô, lamentou: “O Brasil perdeu hoje um artista único, um comediante que amava seu ofício acima de tudo, um ator fora de série. Um entrevistador brilhante. Um cidadão que amava seu país e seus amigos. Jô Soares, obrigada por tanto!” O Brasil perdeu hoje um artista único, um comediante que amava seu ofício acima de tudo, um ator fora de série. Um entrevistador brilhante. Um cidadão que amava seu país e seus amigos. Jô Soares, obrigada por tanto!🥲💔 — Zélia Duncan 🏳️🌈 (@zeliaduncan) August 5, 2022 A ex-presidente Dilma Rousseff lembrou com carinho do apoio que recebeu de Jô na véspera do Impeachment, quando o humorista foi o único a abrir espaço para sua defesa na Globo. “Lamento profundamente sua morte. O Brasil perde um grande artista e eu, atrevo-me a dizer, perdi um amigo. Meus sentimentos aos familiares, admiradores e fãs deste artista brasileiro de rara sensibilidade”, ela escreveu. “Quando eu estava sob intenso ataque da mídia e dos adversários políticos, pouco antes do processo de impeachment, em abril de 2016, ele abriu seu programa para me entrevistar. Foi uma conversa respeitosa e muito importante. Jô foi a única voz dentro da Globo disposta a me ouvir naquele momento. E disso eu não me esqueço. Ele foi um democrata e era um artista de princípios”, completou. É com tristeza que recebo a notícia da passagem de Jô Soares. Escritor notável, humorista brilhante e um entrevistador...
Jô Soares morre em São Paulo aos 84 anos
O ator, humorista, escritor e diretor Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira (5/8), aos 84 anos. A notícia foi dada por sua ex-esposa, Flavia Pedras, no Instagram. “Aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida. A vida de um cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor”, ela escreveu, ao comunicar o falecimento. A causa da morte não foi divulgada, mas Jô estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, desde o fim do mês passado, revelou sua assessoria. José Eugênio Soares nasceu em 1 de janeiro de 1938 no Rio de Janeiro. Queria ser diplomata, mas o senso de humor e a criatividade o levaram para outra direção. Em 1954, iniciou sua carreira nas telas com a chanchada “Rei do Movimento”, primeiro de quatro filmes estrelados por Ankito de que participou. Também trabalhou com Oscarito na famosa comédia “O Homem do Sputnik” (1959), de Carlos Manga, além de Ronald Golias em “Tudo Legal” (1960), de Victor Lima. Paralelamente, Jô começou a aparecer numa esquete semanal do humorístico “A Praça É Nossa”. E depois de dez anos sentando ao lado de Manuel de Nóbrega, voltou a contracenar com Golias na revolucionária sitcom “Família Trapo”, que em 1967 já fazia o que “Sai de Baixo” repetiria décadas mais tarde. O sucesso do programa da Record e sua transformação em protagonista, no clássico do cinema marginal “A Mulher de Todos” (1969), de Rogério Sganzerla, chamou a atenção da Globo. E em 1970, a emissora fisgou Jô para o lançamento de “Faça Humor, Não Faça a Guerra”, a primeira produção moderna de humor do canal carioca – na verdade, bastante avançada para a época – , que ainda contava com o talento de Renato Côrte Real. Jô voltou a dividir a tela com outros humoristas famosos em “Satiricom” (lançado em 1973) e no popular “Planeta dos Homens” (de 1976), onde escreveu roteiros e apresentou personagens que marcaram época. No mesmo ano, assinou seu único filme como diretor, “O Pai do Povo” (1976), que também escreveu e estrelou como o último homem fértil da Terra, convocado a dar continuidade à espécie humana. A versatilidade o levou a conquistar seu primeiro programa “solo”: “Viva o Gordo”, em 1981. Mas com a audiência nas alturas, decidiu trocar a Globo pelo SBT, onde lançou uma versão extremamente parecida, chamada “Veja o Gordo”, em 1988. Essa encarnação não teve vida longa, mas o interesse de Jô ao fazer a mudança de canal era outro. Ele conseguiu de Sílvio Santos a promessa de comandar um programa noturno de entrevistas, que estreou no mesmo ano do humorístico. “Jô Soares Onze e Meia” acabou virando o primeiro talk show da TV brasileira, abrindo caminho para outros humoristas seguirem sua deixa. Realizado como entrevistador, Jô nunca mais quis encabeçar programas de humor. Mas não largou completamente a atuação, fazendo pequenas e pontuais participações em filmes como “Cidade Oculta” (1986), de Chico Botelho, “Sábado” (1995), de Ugo Giorgetti, “O Xangô de Baker Street” (2001), de Miguel Faria Jr., e “Giovanni Improtta” (2013), de José Wilker. “O Xangô de Baker Street”, por sinal, foi uma adaptação de um best-seller escrito pelo próprio Jô, que imaginava a vinda de Sherlock Holmes ao Brasil colonial para investigar um caso na corte de D. Pedro II. Virou um enorme sucesso de bilheteria. Ele acabou voltando para a Globo no ano 2000, 12 anos depois de largar “Viva o Gordo”, para continuar a fazer entrevistas e alegrar as noites da TV brasileira com “O Programa do Jô”, que conduziu até se aposentar das telas em 2016.
Cecil Thiré (1943 – 2020)
O ator Cecil Thiré morreu nesta sexta-feira (9/10), aos 77 anos, enquanto dormia em sua casa, no Rio de Janeiro. Filho da famosa atriz Tônia Carrero, ele enfrentava o Mal de Parkinson há alguns anos. Além de ser reconhecido como ator de novelas da Globo, especialmente por seus papéis de vilões, como Mário Liberato, em “Roda de Fogo” (1987), e Adalberto, em “A Próxima Vítima” (1995), Thiré também foi roteirista e diretor de diversas obras no cinema e no teatro. Nascido em 28 de maio de 1943, no Rio, Cecil Aldary Portocarrero Thiré foi o filho único do casamento entre Tônia Carrero e o artista plástico Carlos Arthur Thiré, e desde cedo seguiu a tradição artística da família. Sua estreia nas telas foi aos 9 anos, numa pequena participação no filme “Tico-Tico no Fubá”, sucesso musical de 1952 estrelado pela mãe. Sua carreira teve impulso durante o apogeu do Cinema Novo. Aos 19 anos, apareceu em dois segmentos do clássico “Cinco Vezes Favela” (1962). Aos 21, fez sua estreia atrás das câmeras, como assistente de direção de Ruy Guerra em “Os Fuzis” (1964), em que também atuou. Com 24, ganhou projeção internacional no filme “Arrastão” (1967), do francês Antoine d’Ormesson, e virou ator de novelas, no elenco de “Angústia de Amar” (1967), da TV Tupi. Ao chegar aos 25, tornou-se diretor de cinema, comandando o drama “O Diabo Mora no Sangue” (1968). Mas depois desse começo avassalador, o AI-5 mudou os rumos do cinema brasileiro e da maioria das pessoas que trabalhavam nele. Com a censura dos filmes de temática política e social, Cecil Thiré se reinventou como comediante. Integrou o programa humorístico “Balança Mas Não Cai” e ingressou nas pornochanchadas, que faziam sucesso na época, tanto como ator, em “Como Nos Livrar do Saco” (1973), “Ainda Agarro Esta Vizinha…” (1974) e “Eu Dou o que Ela Gosta” (1975), quanto como roteirista, do último filme citado e de “O Roubo das Calcinhas” (1975). Ele também escreveu o sucesso musical “Amante Latino” (1979), estrelado pelo cantor Sidney Magal, enquanto se dedicava, ao mesmo tempo, ao teatro e à televisão. Sua primeira experiência como diretor de teatro foi em 1971, numa montagem de “Casa de Bonecas”, de Henrik Ibsen, e em 1975 recebeu o Prêmio Molière por sua montagem da peça “A Noite dos Campeões”, de Jason Miller. Ao ingressar na Globo, deu vazão ainda maior à sua versatilidade. Após se destacar como ator de novelas – em “O Espigão” (1974) e “Escalada” (1975) – , começou a aparecer em humorísticos, como “Planeta dos Homens” (a partir de 1976), o que o aproximou de Jô Soares e lhe abriu novos caminhos. Quando Jô Soares ganhou seu próprio programa, “Viva o Gordo”, em 1981, Thiré virou diretor de TV. Depois disso, passou a se alternar na frente e atrás das câmeras, inclusive em novelas. Ele estrelou “Sol de Verão” (1982), “Champanhe” (1983), “Roda de Fogo” (1987), “Top Model” (1989), “Renascer” (1993), “A Próxima Vítima” (1995), “Celebridade” (2003) e dirigiu “Sassaricando” (1987), “Araponga” (1990) e episódios de “Você Decide” e “Sai Debaixo”, além de ter ido para Portugal com sua mãe, para dirigi-la na série “Cupido Electrónico”, em 1993. Mesmo com tanto trabalho, sempre reservou espaço na agenda para o cinema, atuando em filmes famosos, como “Luz del Fuego” (1982), de David Neves, “A Bela Palomera” (1988), de Ruy Guerra, “Forever – Juntos para Sempre” (1991), de Walter Hugo Khouri, “O Quatrilho” (1995), de Fábio Barreto, indicado ao Oscar, “Cronicamente Inviável” (2000), de Sergio Bianchi, “Sonhos Tropicais” (2001), de André Sturm, entre outros. Thiré chegou a viver o mesmo personagem, o Marechal Henrique Lott, na TV e no cinema, respectivamente na minissérie “JK” (2006) e no filme “Bela Noite para Voar” (2009), de Zelito Viana. Ainda apareceu em três novelas da Record, antes de se afastar das telas em 2013, após a novela “Máscaras” e a série “Se Eu Fosse Você”, ano em que também publicou o livro “A Carpintaria do Ator”, resultado de outra atividade paralela, ensinando o ofício da atuação. A doença o impediu de continuar em atividade. Durante a cerimônia de cremação da mãe, em março de 2018, seu estado de saúde chamou atenção, pela dificuldades demonstradas para andar e falar. Em um vídeo enviado pelo WhatsApp a pessoas próximas da família, a filha de Cecil, a atriz Luisa Thiré, disse: “Ele vai deixar muita saudade, porque papai foi um cara muito importante para a arte toda. Deixou muita coisa boa, muito aprendizado. Foi professor de muita gente, tanto de cinema quanto de teatro. Lembro de eu, pequena, entrando no Teatro Fênix, ele gravando o ‘Viva o Gordo’, e a claque inteira vindo falar comigo como papai era querido. Por onde andou, ele fez amigos de A a Z. Que ele descanse, porque ele merece. Esse final estava bem difícil”, contou a atriz. A família puxou o pai e a avó, com três dos quatro filhos de Thiré seguindo a carreira de atores: Luisa, Carlos e Miguel.
Marcus Majella vai viver o Capitão Gay no cinema
O comediante Marcus Majella (de “Vai que Cola” e “Ferdinando Show”) vai viver o Capitão Gay no cinema. De acordo com a coluna da jornalista Patrícia Kogut, no jornal O Globo, ele foi escolhido para dar vida ao super-herói brasileiro num filme com roteiro e direção de Matheus Souza (de “Tamo Junto”). Personagem de Jô Soares no antigo programa humorístico “Viva o Gordo”, Capitão Gay serve sob medida à atual safra de comédias brasileiras, marcadas por piadas homofóbicas. Afinal, sua própria premissa era uma paródia gay de Batman. Criado por Max Nunes, o super-herói cor-de-rosa vivido por Jô Soares era um dos carro-chefe do “Viva o Gordo”, ao lado de seu fiel assistente, Carlos Suely, vivido por Eliezer Motta. Mas o mundo mudou muito desde os anos 1980. A ponto de até a série “Chaves” sofrer censura politicamente correta há poucos dias, quando o canal pago Multishow optou por redublar uma piada que referenciava, justamente, a suposta homossexualidade de Batman. De todo modo, vale lembrar que não é a primeira vez que Patria Kogut escala um filme do “Capitão Gay”. Em 2012, ela publicou que Leandro Hassum (“Até que a Sorte nos Separe”) viveria o personagem no cinema, num filme de José Henrique Fonseca (“Heleno”), com produção da Goritzia. Agora o longa terá produção da Zola e deve mesmo começar a ser rodado em outubro.







