Shailene Woodley é condenada por conduta desordeira, após prisão em protesto
Após ser presa e acusada de invasão de propriedade no ano passado, quando protestava contra a construção de um oleoduto em território indígena, no Estado de Dakota do Norte, a atriz americana Shailene Woodley (“Divergente” e “A Culpa É das Estrelas”), chegou a um acordo com a Justiça. Segundo a revista Variety, ela se declarou culpada no tribunal por “conduta desordeira”, o que lhe rendeu uma condenação mais branda. Em vez de ser enviada à prisão, ela ficará em liberdade condicional por um ano, tendo de pagar uma fiança simbólica de US$ 500. No julgamento, Shailene se livrou ainda de duas acusações menores: participação em rebelião e invasão de território privado. A atriz foi presa no último dia 10 de outubro junto com outros 26 manifestantes, que se opunham à construção de um oleoduto por baixo do rio Missouri, que fica próximo a áreas de reserva indígena. Ela transmitiu sua prisão ao vivo pelo Facebook, foi fichada e, na ocasião, declarou-se inocente das acusações. Shailene participou do protesto junto da tribo sioux Standing Rock, que buscava impedir a construção do oleoduto, orçado em US$ 3,8 milhões, sob o argumento de que seu abastecimento de água poderia ser contaminado, além da obra violar um antigo cemitério indígena. Protestos em apoio a tribos locais vinham sendo realizados há meses, contabilizando 269 prisões, mas, conforme Shailene escreveu, em artigo publicado na revista Time, foi preciso que uma pessoa branca fosse presa para o assunto receber a devida atenção. “Não tenho medo. Estou agradecida, e maravilhada de estar ao lado de tantos guerreiros pacíficos. Os ‘protestos’ de Standing Rock são feitos como cerimônias e orações. Estive com eles. E todas essas narrativas sobre tumultos? Assista ao vídeo que transmiti no meu Facebook e decida quem oferece mais perigo: a polícia, paramentada para o confronto e armada de cassetetes, ou as avós e crianças que cantam e espalham sálvia”, escreveu ela, terminando o texto com um chamado para que mais pessoas participem da causa. Diante da repercussão do caso, o governo do ex-presidente Obama colocou o projeto do oleoduto em espera para explorar rotas alternativas. Mas, em janeiro, o governo Trump ordenou uma revisão acelerada, e o Exército concedeu aprovação à antiga rota.
Vídeo de bastidores de The Son detalha trama da série estrelada por Pierce Brosnan
O canal pago americano AMC divulgou um vídeo de bastidores com mais de 4 minutos de “The Son”. A atração marca a volta de Pierce Brosnan às séries de TV, 30 anos após o final de “Remington Steele” (1982–1987), e mescla uma história passada no Velho Oeste com empreendedorismo, ao mostrar cowboys, índios e Brosnan como um capitalista selvagem. Adaptação do livro homônimo de Philipp Meyer, “The Son” vai contar a história da expansão econômica dos EUA por meio da saga de uma família durante o boom do petróleo no Texas no início do século 20. Na trama, Brosnan vive Eli, o carismático patriarca da família McCullough. Quando criança, ele foi sequestrado e criado em uma tribo Comanche. A experiência influenciou sua vida, a aponto dele encontrar sucesso ao aplicar a filosofia brutal dos nativos americanos em seus negócios. De acordo com a sinopse, Eli “nasceu no dia em que o Texas tornou-se uma república independente, ganhando o apelido de ‘Primeiro Filho do Texas’ e é uma relíquia do Velho Oeste, inquieto com a domesticação inexorável do Texas e do futuro incerto de seu legado”. O elenco também inclui Henry Garrett (série “Poldark”), Zahn McClarnon (série “Fargo”), Shane Graham (“Boyhood”), o espanhol Carlos Bardem (“Escobar: Paraíso Perdido”), Jess Weixler (série “The Good Wife”), a venezuelana Electra Avellan (“Machete”), a mexicana Paola Nunez (novela “Reina de Corazones”) e as crianças Sydney Lucas (“Minha Vida Dava um Filme”), Caleb Burgess (série “Better Call Saul”) e Jacob Lofland (“Amor Bandido”). A série de 10 episódios está sendo desenvolvida pelo próprio autor do livro, em parceria com Kevin Murphy (produtor-roteirista da série “Mystery Science Theater 3000”) e a dupla Lee Shipman e Brian McGreevy (criadores da série “Hemlock Grove”). Os quatro assinam os textos e a produção. O primeiro episódio tem direção do cineasta Tom Harper (“A Mulher de Preto 2” e toda a minissérie “Guerra e Paz”) e a estreia vai acontecer em 4 de abril.
Matheus Nachtergaele pretende dirigir filme na Amazônia com elenco indígena
Matheus Nachtergaele (“Trinta”) prepara seu segundo filme como diretor. E novamente pretende filmar na Amazônia. O detalhe é que, desta vez, ele planeja trabalhar apenas com atores indígenas. As informações são do blog Sem Legendas, da Folha de São Paulo. O veterano e premiado ator brasileiro estreou como diretor de cinema em “A Festa da Menina Morta” (2008), rodado em Barcelos, no interior do Amazonas. Na ocasião, misturou atores locais com astros reconhecidos do cinema e da TV, como Daniel de Oliveira e Paulo José. Seu novo filme será uma adaptação da peça “Woyzeck”, do dramaturgo Georg Buchner, que Nachtergaele já encenou no teatro. A trama original acompanha Franz Woyzeck, um soldado que é humilhado pelo chefe no quartel, traído pela esposa e submetido a uma experiência científica bizarra pelo médico da sua vila: comer apenas ervilhas durante meses. “Não me sai da cabeça algo que vi na Amazônia: índios marchando como soldados. Tudo foi retirado deles e, ainda assim, eles têm que defender as fronteiras de um país que não é mais deles”, disse o ator, citado no blog. Não está claro se a adaptação fará uma transferência do enredo para o cotidiano de uma tribo indígena. E também não há informações sobre o início das filmagens. A produção será feita pela Bananeira Filmes, que produziu “A Festa da Menina Morta”. “Woyzeck” já foi levado aos cinemas em filmes marcantes do alemão Werner Herzog, em 1979, e do húngaro János Szász, em 1994.
The Son: Trailer e 30 fotos detalham a volta de Pierce Brosnan às séries de TV
O canal pago americano AMC divulgou 30 fotos e um novo trailer de “The Son”, que marca a volta de Pierce Brosnan às séries de TV, 30 anos após o final de “Remington Steele” (1982–1987). A prévia utiliza flashbacks para estabelecer uma mistura de Velho Oeste com empreendedorismo, ao mostrar cowboys, índios e Brosnan como um capitalista selvagem. Adaptação do livro homônimo de Philipp Meyer, “The Son” vai contar a história da expansão econômica dos EUA por meio da saga de uma família durante o boom do petróleo no Texas no início do século 20. Na trama, Brosnan vive Eli, o carismático patriarca da família McCullough. Quando criança, ele foi sequestrado e criado em uma tribo Comanche. A experiência influenciou sua vida, a aponto dele encontrar sucesso ao aplicar a filosofia brutal dos nativos americanos em seus negócios. De acordo com a sinopse, Eli “nasceu no dia em que o Texas tornou-se uma república independente, ganhando o apelido de ‘Primeiro Filho do Texas’ e é uma relíquia do Velho Oeste, inquieto com a domesticação inexorável do Texas e do futuro incerto de seu legado”. O elenco também inclui Henry Garrett (série “Poldark”), Zahn McClarnon (série “Fargo”), Shane Graham (“Boyhood”), o espanhol Carlos Bardem (“Escobar: Paraíso Perdido”), Jess Weixler (série “The Good Wife”), a venezuelana Electra Avellan (“Machete”), a mexicana Paola Nunez (novela “Reina de Corazones”) e as crianças Sydney Lucas (“Minha Vida Dava um Filme”), Caleb Burgess (série “Better Call Saul”) e Jacob Lofland (“Amor Bandido”). A série de 10 episódios está sendo desenvolvida pelo próprio autor do livro, em parceria com Kevin Murphy (produtor-roteirista da série “Mystery Science Theater 3000”) e a dupla Lee Shipman e Brian McGreevy (criadores da série “Hemlock Grove”). Os quatro assinam os textos e a produção. O primeiro episódio tem direção do cineasta Tom Harper (“A Mulher de Preto 2” e toda a minissérie “Guerra e Paz”) e a estreia vai acontecer em 4 de abril.
Andrea Tonacci (1944 – 2016)
Morreu o cineasta Andrea Tonacci, um dos principais nomes do cinema marginal brasileiro. Ele faleceu na sexta-feira, vítima de câncer no pâncreas. Tonacci nasceu em Roma, na Itália, em 1944, e se mudou com a família para São Paulo aos 10 anos. Fez sua estreia no cinema com o curta “Olho por Olho” (1966), feito na mesma época e com a mesma equipe de “Documentário”, de Rogério Sganzerla, e “O Pedestre”, de Otoniel Santos Pereira. Seu primeiro longa, “Bang-Bang” (1971), com Paulo Cesar Pereio numa máscara de macaco, se tornou um marco do cinema marginal brasileiro, como ficou conhecida a geração contracultural, que reagia ao intelectualismo exacerbado do Cinema Novo. A ditadura militar não distinguia entre os dois movimentos e tratava de dificultar a exibição por igual. Por isso, o filme teve carreira restrita a cineclubes no Brasil, mas acabou escolhido para a prestigiada Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. Rodada em Belo Horizonte, a obra trazia Pereio mascarado e delirante, em fuga de sujeitos estranhos, e pode ser interpretada como alegoria à falta de saídas diante da ditadura. Ele também provocou a ditadura com o curta “Blábláblá” (1968), em que o ator Paulo Gracindo vivia um ditador demagógico. Mas não demorou a abandonar as alegorias para mostrar o que realmente acontecia no país, aproximando-se da linguagem documental e se especializando em temas da cultura indígena. Em curto período, ele dirigiu filmes como “Guaranis do Espírito Santo” (1979), “Os Araras” (1980) e “Conversas no Maranhão” (1977-83). Nos anos 1990, fez apenas um documentário sobre a “Biblioteca Nacional” (1997) para ressurgir com força na década seguinte com seu filme mais impactante, “Serras da Desordem” (2006), que resgata a história do massacre da tribo Awá-Guajá nos anos 1970 na Amazônia, a partir do ponto de vista de um sobrevivente. Combinação de documentário com ficção, o longa venceu os prêmios de Melhor Filme, Direção e Fotografia no Festival de Gramado. E recentemente entrou na lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, elaborada pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). O último filme de Tonacci foi “Já Visto Jamais Visto” (2014), no qual o cineasta revisita suas memórias com registros inéditos de imagens de família, viagens, projetos inacabados, etc. No começo do ano, ele completou o balaço com uma homenagem e retrospectiva no Festival de Tiradentes, em celebração aos seus 50 anos de carreira.
Hugh Jackman vai estrelar adaptação de best-seller sobre índio adolescente
O ator Hugh Jackman (“Wolverine – Imortal”) vai estrelar a adaptação do best-seller “Diário Absolutamente Verdadeiro de um Indio de Meio-Expediente”, de Sherman Alexie (roteirista de “Sinais de Fumaça”). Segundo o site The Hollywood Reporter, além de atuar, o astro também será produtor do filme. O livro acompanha a vida de Arnold Spirit Junior, garoto que vive em uma reserva indígena extremamente carente e que sofre de hidrocefalia, fazendo com que sua cabeça seja maior do que o normal. Ele também tem outros problemas de saúde, que o fazem ser ridicularizado em sua tribo. Cansado de sofrer, ele resolve se matricular em uma escola majoritariamente de brancos, onde o único outro índio é um mascote do time estudantil, e descobre que precisará enfrentar desafios cada vez mais difíceis. O papel de Jackman não trama ainda não foi revelado, mas seu personagem será um coadjuvante. O longa não tem data para chegar aos cinemas.
Depois de três filmes, indiazinha Tainá vai ganhar série animada
O canal pago infantil Nickelodeon está desenvolvendo um desenho animado inspirado na indiazinha Tainá, que já protagonizou três longas brasileiros desde “Tainá: Uma Aventura na Amazônia” (2000). Em parceria com a produtora Sincrocine, a Nick prepara o lançamento da série animada “Tainá, A Protetora da Floresta” para o segundo semestre de 2017, em toda a América Latina. Mas já surgiram as primeiras artes da produção, que podem ser conferidas acima. A adaptação foi inspirada nos elementos visuais e folclóricos da Amazônia e também na trilogia cinematográfica de Tainá, protagonizada pelas atrizes Eunice Baía e, no filme de 2011, Wiranu Tembé. A direção da série está a cargo de Carlos Luzzi, que tem um currículo internacional brilhante, com animador de “A Familia Radical: O Filme” (2005) e do maravilhoso “Chico & Rita” (2010), além de ser desenhista dos personagens do belíssimo “Festa no Céu” (2014). A animação será destinada a crianças de 3 a 6 anos, com uma 1ª temporada com 26 episódios de 11 minutos cada, que acompanharão a corajosa indiazinha Tai e seus amigos animais na Floresta Amazônica. Os coadjuvantes são Catu, um macaquinho independente e maroto que sempre está envolvido em alguma enrascada, Suri, uma ouriço que apesar dos espinhos é meiga e fofa, e Pepe, um urubu-rei mal-humorado, responsável, metódico e organizado.
Shailene Woodley será julgada após ser presa por participar de protesto
A atriz Shailene Woodley (“Divergente”) irá a julgamento por invasão de propriedade e perturbação da ordem pública no estado de Dakota do Norte em março. No começo do mês, ela foi presa com outros 27 ativistas que protestavam contra a construção do oleoduto Dakota Access, que passa perto de reservas indígenas. Ela transmitiu sua prisão ao vivo pelo Facebook, foi fichada e, na semana passada, declarou-se inocente das acusações. Documentos do tribunal indicam que o julgamento de Shailene está previsto para a corte estadual de Mandan. Se for considerada culpada, a atriz poderá passar 60 dias na cadeia e ser condenada a multas de até US$ 3 mil. A tribo sioux Standing Rock busca impedir a construção do oleoduto previsto para custar US$ 3,8 milhões sob o argumento de que seu abastecimento de água poderia ser contaminado, além da obra violar um antigo cemitério indígena. Protestos em apoio a tribos locais vem sendo realizados há meses, contabilizando 269 prisões até o último domingo. Na quinta-feira, Woodley publicou um artigo na revista “Time”, dizendo que foi preciso que uma pessoa branca fosse presa para o assunto receber a devida atenção. “Crescemos romanceando a cultura indígena, a arte indígena, a história indígena… sem conhecer a realidade indígena”, criticou a atriz em seu texto, chamando atenção para a pouca visibilidade que os povos originais dos Estados Unidos recebem, apesar de diversos elementos culturais, como mocassins e miçangas, terem sido incorporados na cultura urbana. “Não tenho medo. Estou agradecida, e maravilhada de estar ao lado de tantos guerreiros pacíficos. Os ‘protestos’ de Standing Rock são feitos como cerimônias e orações. Estive com eles. E todas essas narrativas sobre tumultos? Assista ao vídeo que transmiti no meu Facebook e decida quem oferece mais perigo: a polícia, paramentada para o confronto e armada de cassetetes, ou as avós e crianças que cantam e espalham sálvia”, continuou ela, terminando o texto com um chamado para que mais pessoas participem da causa.
A Cidade Onde Envelheço vence o Festival de Brasília
Primeiro longa de ficção da documentarista Marília Rocha, “A Cidade Onde Envelheço” foi o grande vencedor do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ao todo, o filme recebeu quatro troféus Candangos. Além de Melhor Filme, também rendeu o prêmio de Melhor Direção para Rocha, Ator Coadjuvante para Wederson Neguinho, e Atriz, que foi dividido entre Elizabete Francisca e Francisca Manuel. O filme conta o drama de Teresa (Elizabete Francisca Santos), uma jovem portuguesa que decide deixar seu país para morar no Brasil, onde já está uma amiga (Francisca Manuel). O choque cultural rendeu alguns dos momentos mais bem-humorados do festival. Ao contrário do júri, o público preferiu um documentário, “Martírio”, de Vincent Carelli, que retrata o drama dos índios Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, em luta centenária para permanecer em seu território. Foi um dos longas mais aplaudidos durante a competição e também ganhou um Prêmio Especial do Júri. A animação “Quando os Dias Eram Eternos”, de Marcus Vinicius Vasconcelos, venceu como melhor curta. Segundo a organização do festival, cerca de 30 mil pessoas assistiram aos filmes deste ano. Mas, após a abertura marcada por forastemer, o encerramento aconteceu sem a presença de autoridades e com poucos premiados para receber os troféus. Retomando a tradição de lançar novos filmes, todos os longas em competição no evento eram inéditos no Brasil. Confira abaixo a relação dos longas premiados e a lista completa dos vencedores no site do festival. Longas Premiados no Festival de Brasília 2016 Melhor Filme A Cidade Onde Envelheço Melhor Filme – Júri Popular Martírio Melhor Filme – Júri da Crítica Rifle Prêmio Especial do Júri Martírio Melhor Direção Marília Rocha (A Cidade Onde Envelheço) Melhor Ator Rômulo Braga (Elon Não Acredita na Morte) Melhor Atriz Elizabete Francisca e Francisca Manuel (A Cidade Onde Envelheço) Melhor Ator Coadjuvante Wederson Neguinho (A Cidade Onde Envelheço) Melhor Atriz Coadjuvante Samya De Lavor (O Último Trago) Melhor Roteiro Rifle Melhor Fotografia O Último Trago Melhor Direção de Arte Deserto Melhor Trilha Sonora Vinte Anos Melhor Som Rifle Melhor Montagem O Último Trago Prêmio Conterrâneos Vinte Anos Prêmio Marco Antônio Guimarães Martírio
The Son: Pearce Brosnan é empresário cowboy nos primeiros teasers da nova série de época
O canal pago americano AMC divulgou os primeiros dois teasers de sua nova série, “The Son”. As prévias mostram cowboys, índios e o ator inglês Pearce Brosnan dominando a cena com uma presença imponente. Adaptação do livro homônimo de Philipp Meyer, “The Son” vai contar a história da expansão econômica dos EUA por meio da saga de uma família durante o boom do petróleo no Texas no início do século 20. Na trama, Brosnan vive Eli, o carismático patriarca da família McCullough. Quando criança, ele foi sequestrado e criado em uma tribo Comanche. A experiência influenciou sua vida, a aponto dele encontrar sucesso ao aplicar a filosofia brutal dos nativos americanos em seus negócios. De acordo com a sinopse, Eli “nasceu no dia em que o Texas tornou-se uma república independente, ganhando o apelido de ‘Primeiro Filho do Texas’ e é uma relíquia do Velho Oeste, inquieto com a domesticação inexorável do Texas e do futuro incerto de seu legado”. O elenco também inclui Henry Garrett (série “Poldark”), Sydney Lucas (“Irmãos Desastre”), Zahn McClarnon (série “Fargo”), Shane Graham (“Boyhood”), o espanhol Carlos Bardem (“Escobar: Paraíso Perdido”), a venezuelana Electra Avellan (“Machete”), a mexicana Paola Nunez (novela “Reina de Corazones”) e os meninos Caleb Burgess (série “Better Call Saul”) e Jacob Lofland (“Amor Bandido”). A série de 10 episódios está sendo desenvolvida pelo próprio autor do livro, em parceria com Kevin Murphy (produtor-roteirista da série “Mystery Science Theater 3000”) e a dupla Lee Shipman e Brian McGreevy (criadores da série “Hemlock Grove”). Os quatro assinam os textos e a produção. O primeiro episódio tem direção do cineasta Tom Harper (“A Mulher de Preto 2” e toda a minissérie “Guerra e Paz”) e a estreia vai acontecer em 2017, em data ainda não definida.
Colombiano O Abraço da Serpente é o grande vencedor do Prêmio Platino 2016
O filme colombiano “O Abraço da Serpente” foi o grande vencedor da terceira edição dos Prêmios Platino de Cinema Ibero-Americano. O terceiro longa de Ciro Guerra (“As Viagens do Vento”) levou sete prêmios, incluindo Melhor Filme e Direção, no evento que busca se firmar como um Oscar do cinema falado em espanhol e português. “Compartilho este prêmio com as comunidades amazônicas que nos abriram seu mundo”, disse Ciro Guerra em seu agradecimento. Filmado em preto e branco, o filme se baseia em relatos de dois cientistas e exploradores da região amazônica e acompanha a história de um índio em dois tempos: na juventude em que desconfiava dos brancos e numa idade mais avançada, quando se tornou um xamã desiludido (leia a crítica completa). Das oito categorias em que estava indicado, “O Abraço da Serpente” não levou apenas o prêmio de Melhor Roteiro, vencido pelo chileno “O Clube”, escrito por Pablo Larraín, Guillermo Calderón e Daniel Villalobos. As demais vitórias aconteceram nas chamadas categorias técnicas – Melhor Fotografia, Edição, Direção de Arte, Som e Música Original. O cinema argentino também foi comemorado nas categorias de atuação, com os prêmios para Dolores Fonzi por seu papel em “Paulina” e para Guillermo Francella em “O Clã”. Além disso, Ricardo Darín foi ovacionado pelos cerca de 2 mil espectadores presentes na festa quando subiu ao palco para receber o troféu especial Platino de Honra por sua carreira. Nenhum filme brasileiro concorria à premiação, que aconteceu no domingo (24/7) no Centro de Convenções de Punta del Este, no Uruguai. Mesmo assim, “Que Horas Ela Volta?”, de Anna Muylaert levou um prêmio fora de competição. Entregue pela vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1992, a guatemalteca Rigoberta Menchú, o drama nacional recebeu o Prêmio Platino de Cinema e Educação em Valore. Vencedores do Prêmio Platino 2016 Melhor filme “O abraço da serpente” (Colômbina, Venezuela e Argentina) Melhor diretor Ciro Guerra (“O abraço da serpente”) Melhor ator Guillermo Francella (“O clã”) Melhor atriz Dolores Fonzi (“Paulina”) Melhor roteiro Pablo Larraín, Guillermo Calderón e Daniel Villalobos (“O clube”) Melhor animação “No Mundo da Lua” (Espanha) Melhor documentário “O Botão de Pérola” (Chile e Espanha) Melhor edição Etienne Boussac e Cristina Gallego (“O abraço da serpente”) Melhor direção de arte Angélica Perea (“O abraço da serpente”) Melhor direção de fotografia Carlos García e Marco Salavarria (“O abraço da serpente”) Melhor música original Nascuy Linares (“O abraço da serpente”) Melhor direção de som Carlos García e Marco Salaverría (“O abraço da serpente”) Melhor filme de diretor estreante “Ixcanul” (Guatemala)
Hector Babenco (1946 – 2016)
Morreu o cineasta Hector Babenco, autor de clássicos do cinema brasileiro como “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia” (1976), “Pixote, a Lei do Mais Fraco” (1980), “O Beijo da Mulher-Aranha” (1985) e “Carandiru” (2003). Ele faleceu na noite de quarta-feira (13/7), aos 70 anos de idade, no Hospital Sírio Libanês em São Paulo. Babenco havia sido internado na última terça-feira para um cirurgia simples, para tratar uma sinusite, da qual estava se recuperando quando teve uma parada cardiorrespiratória. Considerado um dos diretores de cinema mais importantes do Brasil, ele dirigiu dez longas-metragens e foi indicado ao Oscar de Melhor Direção por “O Beijo da Mulher-Aranha” (1986). Nascido em Mar del Plata, na Argentina, em 1946, Babenco mudou-se para o Brasil aos 17 anos com a família, indo morar numa pensão em São Paulo. Um ano depois, pegou um navio em Santos e foi viver na Europa, onde passou cinco anos dormindo na rua e trabalhando como figurante em filmes italianos e espanhóis. “Quando voltei para São Paulo, me empenhei seriamente e em fazer cinema, mas continuei sobrevivendo meio à margem, vendendo enciclopédias e túmulos e sendo fotógrafo de restaurantes, com uma máquina polaróide”, disse o diretor, em entrevista em 1985. “Com isso, aprendi que os marginais — esse clichê tão grande — vivem mais intensamente, nas fronteiras da morte.” Não por acaso, seu primeiro longa de ficção girou em torno da boemia paulistana, “O Rei da Noite”, lançado em 1975, dois anos após estrear nos cinemas com o documentário “O Fabuloso Fittipaldi” (1973), sobre Emerson Fittipaldi, primeiro ídolo brasileiro da Fórmula 1. Em plena ditadura, ele foi crítico da política oficial da Embrafilme, e financiou de forma privada seus primeiros longas. Mas não ficou apenas nisso. Em 1977, seu filme “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia” desafiou a Censura ao denunciar a atuação brutal do Esquadrão da Morte, dando ao ator Reginaldo Faria um dos principais papéis de sua carreira. A produção teve 6 milhões de espectadores no país, um sucesso retumbante e até hoje uma das dez maiores bilheterias do cinema nacional. Além disso, agradou em cheio à crítica, conquistando o prêmio de Melhor Filme da Mostra de São Paulo. Orgulhoso, na época desse lançamento decidiu que faria não só cinema brasileiro, mas seria brasileiro, naturalizando-se aos 31 anos. “Lúcio Flávio” já seria um marco na carreira de qualquer cineasta. Mas o trabalho mais importante do diretor ainda estava por vir. Atento aos problemas sociais, Babenco ousou escalar um adolescente inexperiente, vindo da periferia, para expressar a situação dos menores abandonados, que alimentavam a crescente criminalidade do país, em “Pixote” (1980). Com cenas impactantes, e sem aliviar a barra na relação entre o menor, vivido por Fernando Ramos da Silva, e a prostituta interpretada por Marília Pêra, o filme foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e premiado pelos críticos de Nova York, chamando atenção mundial para o cineasta. O sucesso lhe rendeu uma carreira internacional, iniciada com “O Beijo da Mulher-Aranha” (1985), que também apresentou Sonia Braga a Hollywood. Filmado no Brasil e combinando atores brasileiros com dois astros hollywoodianos, Raúl Julia e William Hurt, o longa adaptou a obra homônima do escritor argentino Manuel Puig para os porões da ditadura militar brasileira, onde um preso político faz amizade com um travesti sonhador, que cultua um filme romântico nazista – de onde vem a Mulher-Aranha, vivida de forma onírica por Braga. O papel de homossexual rendeu a Hurt os principais prêmios de sua carreira, como o troféu do Festival de Cannes e o Oscar de Melhor Ator. O longa também foi indicado aos Oscars de Melhor Filme, Direção e Roteiro Adaptado, consagrando Babenco como o primeiro cineasta brasileiro a disputar o troféu da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. A repercussão consolidou a carreira estrangeira de Babenco, que filmou a seguir um filme 100% americano, “Ironweed” (1987), adaptação de romance americano estrelado por Jack Nicholson e Meryl Streep. Ambos os atores foram indicados ao Oscar, mas o lançamento não teve o impacto das produções anteriores do cineasta. Paralelamente, um fato trágico voltou a chamar atenção para seu melhor filme: o assassinato de Fernando Ramos da Silva pela polícia, aos 19 anos de idade. O menino, que tinha conseguido fama mundial como protagonista de “Pixote”, tinha tentado seguir a carreira de ator na Globo, após o sucesso do filme, mas, semi-analfabeto, não conseguia memorizar os roteiros e não emplacou no elenco de novelas. Acabou retornando para as favelas de Diadema, onde teve o destino de tantos outros jovens envolvidos no tráfico. Abalado, Babenco voltou ao Brasil e aos temas nacionais, filmando a seguir o épico “Brincando nos Campos do Senhor” (1991), sobre a situação de abandono dos índios no país. Caríssima, a produção contou com financiamento e elenco internacional (Tom Berenger, John Lithgow, Daryl Hannah, Tom Waits, Kathy Bates e Aidan Quinn) para denunciar uma situação de genocídio no Brasil, com índios exterminados por doenças e pela ganância de fazendeiros. Sombrio demais para o gosto popular, o filme virou referência para outros cineastas. James Cameron disse que suas imagens poderosas da Amazônia serviram de inspiração para o seu “Avatar” (2009). Assistente de direção em “Brincando dos Campos do Senhor”, Vicente Amorim, que tinha 23 anos na época, definiu a experiência com “intensa”, ao relembrar o trabalho com Hector Babenco para o jornal O Globo. “É um filme que valeu por dez, foi muito trabalhoso, muito desgastante. Foi um desafio logístico comparável a ‘Fitzcarraldo’ (de Werner Herzog). Hoje, os filmes são rodados em quatro ou cinco semanas. Aquele foi feito em 36 semanas! Estávamos no meio da selva, e dormíamos num navio. A equipe tinha quase 200 pessoas e uns cem índios, que faziam figuração.” O fracasso nas bilheterias acabou abalando o cineasta, que se distanciou das telas por sete anos, retornando com uma obra mais intimista, o semibiográfico “Coração Iluminado” (1998), que refletia sua juventude em Buenos Aires, num reencontro com suas raízes. Ele retomou os temas sociais em outro filme forte, “Carandiru” (2003), passado no interior da maior prisão do Brasil, cenário de rebeliões e massacres reais, reencenados na produção. Baseado no livro “Estação Carandiru”, do médico Drauzio Varella, o longa se provou um retrato contundente da situação precária dos presídios nacionais e foi premiado em diversos festivais ao redor do mundo. Seu filme seguinte, “O Passado” (2007), foi estrelado por Gael Garcia Bernal (“Diários de Motocicleta”) e novamente falado em espanhol. “Sou um exilado no Brasil e um exilado na Argentina. Não consigo me fazer sentindo parte de nenhuma das culturas. E as duas coisas convivem em mim de forma poderosa”, resumiu o diretor, em entrevista de 2015. Na virada para o século 21, Babenco tratou de um linfoma e, em seu último filme, “Meu Amigo Hindu” (2015), decidiu contar a história de um diretor e sua luta contra o câncer. Mas o drama também tinha inspiração romântica, já que incluía no elenco sua mulher Barbara Paz, atriz que conheceu justamente no período retratado. Já o alter ego de Babenco foi vivido pelo americano Willem Dafoe. Na trama, que acabou sendo sua obra definitiva, o personagem do diretor, quando confrontado pela Morte (encarnada por Selton Mello), expressava apenas um desejo: realizar mais um filme. “Esse é o filme que a morte me deixou fazer”, disse o cineasta, no ano passado. Refletindo a passagem do grande mestre, o cineasta Walter Salles resumiu o sentimento de grande perda do cinema nacional: “Babenco foi um dos maiores diretores da história do cinema brasileiro. Construiu uma obra única, aguda e original, que desvenda a dimensão da tragédia brasileira, mas também expõe nosso drama existencial, humano. ‘Pixote’ é um filme extraordinário, um soco no estomago, assim como ‘Lucio Fávio, o Passageiro da Agonia’. O mestre se vai, mas sua filmografia ampla e insubstituível sobreviverá ao tempo, como um dos mais potentes reflexos dos anos em que vivemos.











