Elvis Presley fará primeira turnê mundial em 2024 graças à inteligência artificial
Elvis Presley vai voltar aos palcos em sua primeira turnê após a morte em 1977. Os shows começam por Londres em novembro, mas também acontecerão em Las Vegas, Berlim e Tóquio, graças aos avanços da tecnologia dos hologramas aliados à Inteligência Artificial. Intitulada Elvis Evolution, será a primeira turnê mundial do Rei do Rock, que nunca se apresentou comercialmente fora da América do Norte durante sua vida. Os shows exibirão uma imagem hiper-realista do cantor interpretando seu repertório clássico, graças à consulta, processamento e virtualização de milhares de vídeos e fotos do artista. A iniciativa tem apoio da Authentic Brands Group, empresa que detém os direitos de imagem do músico e gerencia seu patrimônio. Já a realização está a cargo da Layered Reality, que ingressa num mercado cada vez lucrativo. Há 18 meses, um espetáculo similar do grupo Abba, “Abba Voyage”, lotou o Parque Olímpico de Stratford e se tornou um dos maiores sucessos recentes de público da capital inglesa. A diferença é que, na ocasião, os quatro membros vivos do ABBA participaram da produção de seu show, ao lado da produtora sueca Pophouse e da empresa de efeitos visuais Industrial Light & Magic, que conquistou diversos Oscars pelo visual da franquia “Star Wars” e outros filmes. A banda Kiss também revelou recentemente que continuará a se apresentar com avatares digitais, após anunciar a aposentadoria dos palcos no ano passado, num novo acordo com Pophouse. As performances do gênero têm aumentado depois que experiências pioneiras, incluindo hologramas de Tupac, Whitney Houston e Michael Jackson, provaram-se viáveis no passado. Mas foi a turnê completa do Abba que chamou atenção para o apelo comercial da tecnologia. A turnê foi um sucesso de vendas, com mais de 1,5 milhões de ingressos vendidos e receitas de mais de US$ 150 milhões.
Banda Kiss será substituída por avatares digitais em novos shows
Após encerrar sua última turnê, “End of the Road”, com um show espetacular no Madison Square Garden, em Nova York, a banda Kiss anunciou um novo capítulo em sua história. Paul Stanley e Gene Simmons, fundadores do grupo musical, confirmaram que não farão mais shows presenciais, mas continuarão a se apresentar de uma forma inovadora: por meio de avatares criados com inteligência artificial (IA). Durante o anúncio, feito no final do último show da turnê, os fãs foram surpreendidos pela substituição dos músicos por seus avatares digitais, que tocaram a última música da turnê, no bis: “God Gave Rock And Roll To You”. Desde então, a banda tem feito atualizações nas redes sociais sobre sua transição para turnês virtuais. Num dos vídeos disponibilizados, o vocalista Paul Stanley afirmou: “A banda nunca vai parar, porque os fãs são donos dela. O mundo é dono da banda. A banda merece viver, porque ela é maior do que nós”. Nas redes sociais do Kiss, também foram compartilhadas imagens do processo de captura de expressões faciais dos músicos, que serão utilizadas nos avatares digitais. A iniciativa não é nova e segue os passos do ABBA, que em 2022 lançou um show holográfico após a gravação de um novo álbum. A apresentação foi gravada previamente, com o grupo mapeando seus movimentos, da mesma forma que o Kiss faz agora. E, vale dizer, as apresentações foram um sucesso de público. Essa deve ser uma tendência crescente no mercado do entretenimento, que foi inaugurada com shows holográficos de artistas mortos, como Whitney Houston, Tupac Shakur, Frank Zappa e Roy Orbison. A novidade é o interesse por artistas vivos na tecnologia, que evolui ainda mais com suas participações no processo criativo. Enquanto Hollywood fez uma greve contra o medo da substituição de atores por avatares digitais, a indústria musical vai na direção oposta, visando manter o rock’n’roll tocando a noite inteira, ou melhor, pela eternidade. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por KISS (@kissonline) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por KISS (@kissonline) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por KISS (@kissonline) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por KISS (@kissonline)
Turnê holográfica de Whitney Houston impressiona e faz grande sucesso no Reino Unido
A turnê holográfica de Whitney Houston no Reino Unido é um enorme sucesso. Falecida em 2012, a cantora está fazendo sua primeira excursão póstuma, graças à tecnologia que a transforma num avatar de holograma. Desde que “voltou” aos palcos no fim de fevereiro, seus shows estão lotando e levando os fãs ao delírio, e também sinalizando uma nova era para o entretenimento. Chamado de “An Evening with Whitney Houston”, o show holográfico permite que fãs mais novos, que nunca viram Whitney viva, tenham uma experiência bastante próxima à da realidade, apesar da apresentação ser totalmente dublada. Mas a performance é muito bem dirigida, utilizando até conversas de Whitney com o público, extraídas de shows antigos. Ao mesmo tempo em que o avatar da cantora é extremamente realístico, interagindo com dançarinos e banda real no palco, o show não esconde seu aspecto virtual, usando efeitos visuais para registrar suas trocas de figurinos diante do público, de forma a materializar diferentes fases de sua carreira, cada uma representada por um visual característico e completamente diferente – se fosse um show real, isso seria muito difícil, para não dizer impossível. O público não resiste e dança nas canções mais populares da cantora, como “I’m Every Woman” e “I Wanna Dance with Somebody”. Até o site musical (ex-revista) NME elogiou: “Whitney parece perfeita: aquela imagem idealizada, tipo Disney, deixa o público encantado e alguns disseram que ajuda a apagar as memórias da turnê de 2010, quando ela aparecia afetada por drogas”. Veja abaixo alguns vídeos da turnê britânica, que vai chegar em seguida à América do Norte. Será este o futuro dos shows musicais? E, mais importante ainda, quando poderemos ver o show dos Beatles?
Negócio das Arábias envolve sem que o espectador perceba
A carreira do cineasta alemão Tom Tykwer é marcada por filmes bastante distintos entre si. Ele ganhou notoriedade internacional com o divertido “Corra Lola Corra” (1998), trabalhou em um dos filmes de um projeto póstumo de Krzysztof Kieslowski, “Paraíso” (2002), dirigiu a adaptação de um best-seller de prestígio, “Perfume – A História de um Assassino” (2006), e fez parceria com os irmãos Wachowski no ambicioso “A Viagem” (2012), para citar alguns de suas obras mais conhecidas. Há muito pouco em comum entre todos esses filmes, a não ser uma certa plasticidade, que se apresenta evidente em todos os seus trabalhos. Difícil considerá-lo um autor. De qualquer maneira, isso não é preciso. Cada filme é um projeto único e pode ser visto de forma totalmente independente. Principalmente no caso de um diretor como Tykwer. “Negócio das Arábias” é o seu mais recente trabalho para o cinema, que volta a reuni-lo com Tom Hanks, com quem havia trabalhado em “A Viagem”. Trata-se de um filme de narrativa diferenciada desde as primeiras imagens, um tanto rápidas, quase lisérgicas, no modo como apresenta o dia a dia do protagonista Alan, um executivo falido que deixa o seu país arruinado, os Estados Unidos, para tentar a sorte na Arábia Saudita, lugar que experimenta crescimento econômico. O retrato dos Estados Unidos, inclusive, é bem pequeno e pobre, em contraste com a vastidão dos desertos e dos prédios gigantescos daquele lugar de cultura estranha. Há um homem que serve de motorista e de guia turístico para Alan, o divertido Yousef (o estreante Alexander Black). Mas é curioso como, apesar de se destacar, ele sempre aparece em cenas curtas. Como, aliás, todos os demais personagens que rodeiam Alan. Mesmo a médica por quem ele se interessa, vivida por Sarita Choudhury (série “Homeland”), e que ganha mais espaço no final, parece um apêndice na vida do protagonista – e até um pouco deslocada na história, como se quisessem incluir um interesse amoroso a fórceps. Outra coisa que desaponta é a tal apresentação que ele vai fazer para o Rei da Arábia, em um holograma – razão do título original, “A Hologram for a King”. Do jeito que é mostrada, não causa o menor fascínio. Principalmente porque é criada grande expectativa para sua exibição. Mesmo assim, “Negócio das Arábias” é um filme que envolve, apesar de frágil, sem que o espectador perceba.
Tom Hanks tenta fazer negócios na Arábia no trailer da adaptação de Um Holograma para o Rei
A Roadside Attractions divulgou o pôster e o primeiro trailer de “Negócio das Arábias” (A Hologram for the King), nova dramédia estrelado por Tom Hanks (“Ponte de Espiões”). A prévia é bem interessante, desde o começo, em que Hanks encarna um videoclipe dos Talking Heads (“Once in a Lifetime”) como forma de demonstrar sua falência, até o choque cultural que está no centro da trama, sobre um americano que tenta vender tecnologia de ponta (o holograma do título) na Arábia, para um rei saudita. Como a produção é hollywoodiana, o vídeo também trata de encaixar um desencaixado romance entre o protagonista e uma mulher árabe. O filme é uma adaptação do romance “Um Holograma para o Rei” do escritor Dave Eggers, publicado nos EUA em 2012 e lançado no Brasil no ano passado pela Companhia das Letras. Curiosamente, Hanks vai estrelar neste ano outra adaptação do mesmo autor, a sci-fi “O Círculo”, baseado no livro seguinte de Eggers. Na trama, Hanks vive Alan Clay (Hanks), um empresário americano falido que busca novas oportunidades na Arábia Saudita, para continuar pagando os estudos de sua filha. Na cidade de Jeddah, onde ele arruma trabalho, Alan é levado todo dia de carro para encontrar o Rei Abdullah, que pretende transformar o deserto numa cidade vibrante com tecnologia de ponta. O problema é que o rei sempre falta ao compromisso. Com roteiro e direção do alemão Tom Tykwer (“A Viagem”), o filme também traz em seu elenco os atores Tom Skerritt (“Alien – O Oitavo Passageiro”), Ben Wishaw (“007 Contra Spectre”), Sarita Choudhury (série “Homeland”), Sidse Babett Knudsen (“O Duque de Burgundy”), Jay Abdo (“Rainha do Deserto”), Dhaffer L’Abidine (série “Hunted”) e Atheer Adel (também da série “Homeland”). “Negócio das Arábias” tem estreia marcada para o dia 22 de abril nos EUA e ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.



