“Vermiglio” faz história no David di Donatello, o “Oscar italiano”
Filme ambientado na 2ª Guerra leva sete prêmios e consagra Maura Delpero como primeira mulher a vencer Melhor Direção na premiação do cinema da Itália
I Wanna Be Tour confirma edições em Curitiba e São Paulo com Fall Out Boy e Good Charlotte
Festival de pop punk e emo retorna em agosto com shows no Couto Pereira e Allianz Parque
Gena Rowlands, estrela de “Gloria” e “Diário de uma Paixão”, morre aos 94 anos
A atriz ficou conhecida por suas colaborações com o marido John Cassavetes, que lhe renderam duas indicações ao Oscar
Festival de Berlim revela programação com diretores renomados
O Festival de Cinema de Berlim revelou uma seleção promissora para sua próxima edição, com títulos de diretores renomados, como Claire Burger, Olivier Assayas, Hong Sangsoo, Bruno Dumont, Abderrahmane Sissako e Mati Diop na mostra competitiva. A programação também inclui o novo longa da brasileira Juliana Rojas na seção Berlinale Enconters, dedicada a filme mais ousados e inovadores. A produção irlandesa “Small Things Like These”, de Tim Mielants, vai abrir a competição e a mostra cinematográfica, destacando o ator Cillian Murphy que vive uma consagração na temporada de prêmios por “Oppenheimer”. O filme se passa em 1985 e conta a história de um vendedor de carvão, interpretado por Murphy, que descobre sobre as lavanderias de Madalena para “jovens caídas” da cidade. As lavanderias, que também foram retratadas no premiado filme “Em Nome de Deus” (2002), eram administradas por freiras católicas e recebiam solteiras grávidas e filhas rejeitadas. Elas foram acusadas de aprisionar 10 mil mulheres e meninas – algumas com apenas 9 anos – que eram tratadas como escravas, impondo um regime de medo e devoção que resultou na morte de uma a cada dez internas, entre 1922 e 1996. Outros destaques da programação incluem “La Cocina”, filme do mexicano Alonso Ruizpalacios, estrelado por Rooney Mara, que acompanha a correria da hora do almoço em uma cozinha de Nova York; “Another End”, ficção científica do italiano Piero Messina com Gael García Bernal, focada em relacionamentos de pessoas que encontram conforto em substitutos para os mortos; “Langue Etrangere”, terceira obra da francesa Claire Burger, vencedora da Câmera de Ouro em Cannes; “Suspended Time” do francês Olivier Assayas, uma comédia sobre dois casais durante o confinamento; “A Traveler’s Needs”, descrito como uma comédia leve do sul-coreano Hong Sangsoo, em nova parceria com a atriz Isabelle Huppert após “A Visitante Francesa” (2012); “The Empire”, uma comédia pós-apocalíptica do francês Bruno Dumont; “Sons”, um thriller psicológico do sueco Gustav Moller; “Pepe”, a história de um hipopótamo de Pablo Escobar, narrada pelo próprio animal e dirigida pelo dominicano Nelson Carlos de los Santos Arias; “Dahomey”, um documentário de Mati Diop que explora a questão da colonização através da história de obras de arte restituídas ao Benin em novembro de 2021, após terem sido roubadas por colonizadores franceses em 1892; e o primeiro filme do Nepal na competição, “Shambhala”, de Min Bahadur Bham. Para completar, os títulos alemães incluem “Dying” de Matthias Glasner e “From Hilde With Love” de Andreas Dresen. Seis dos filmes da mostra principal são dirigidos ou co-dirigidos por mulheres, mantendo o mesmo número do ano passado, e dois são longas de estreia. Apenas um filme selecionado já foi exibido previamente: “A Different Man”, do diretor americano Aaron Schimberg, que chega a Berlim após première bem-sucedida no Festival de Sundance. Carlo Chatrian, diretor artístico, e Mariëtte Rissenbeek, diretora executiva, destacaram a importância política dos filmes selecionados. “Festivais oferecem um espaço para expressão artística e diálogo pacífico. Acreditamos que, por meio do poder dos filmes e discussões abertas, podemos ajudar a promover empatia, consciência e compreensão, especialmente em tempos dolorosos como estes”, declarou Chatrian, enquanto Rissenbeek anunciou iniciativas durante o festival para promover um diálogo aberto sobre a crise no Oriente Médio. Outros títulos Além dos filmes na disputa pelo Urso de Ouro, a Berlinale Encounters apresenta uma seleção de cineastas de vanguarda, destacando “Cidade; Campo”, de Juliana Rojas, filme estrelado por Fernanda Vianna, Mirella Façanha e Bruna Linzmeyer sobre a migração entre o meio urbano e o rural – ou São Paulo e o Mato Grosso do Sul. Ela vai competir numa seção repleta de cineasta femininas, como a alemã Nele Wohlatz, a portuguesa Margarida Gil, a francesa Christine Angot, a austríaca Ruth Beckermann e a alemã Eva Trobisch. A programação também agendou várias premières fora de competição. Adam Sandler, Carey Mulligan e Paul Dano são esperados no tapete vermelho para a estreia mundial de “Spaceman” da Netflix. Kristen Stewart retorna com o thriller “Love Lies Bleeding”, que deu muito o que falar em Sundance. Hunter Schafer estará presente para a estreia mundial do filme de terror “Cuckoo” do diretor germano-americano Tilman Singer. Amanda Seyfried vem para “Seven Veils” de Atom Egoyan. E Julia von Heinz lançará “Treasure” com Lena Dunham e Stephen Fry. Sem esquecer que o festival também exibirá a série “Supersex” da Netflix. Lupita Nyong’o presidirá o júri da mostra principal do evento, que ocorrerá de 15 a 24 de fevereiro na capital da Alemanha. Confira a programação oficial Competição Internacional “Small Things Like These”, de Tim Mielants “Another End”, de Piero Messina “Architecton”, de Victor Kossakovsky “Black Tea”, de Abderrahmane Sissako “La Cocina”, de Alonso Ruizpalacios “Dahomey”, de Mati Diop “A Different Man”, de Aaron Schimberg “L’Empire”, de Bruno Dumont “Gloria!”, de Margherita Vicario “Hors du Temps”, de Olivier Assayas “In Liebe, Eure Hilde”, de Andreas Dresen “Keyke Mahboobe Man”, de Behtash Sanaeeha e Maryam Moghaddam “Langue Etrangere”, de Claire Burger “Me el Ain”, de Meryam Joobeur “Pepe”, de Nelson Carlos De Los Santos Arias “Shambhala”, de Min Bahadur Bham “Sterben”, de Matthias Glasner “Des Teufels Bad”, de Severin Fiala e Veronika Franz “Vogter”, de Gustav Moller “Yeohaengjaui Pilyo”, de Hong Sang-soo Berlinale Encounters “Arcadia”, de Yorgos Zois “Cidade; Campo”, de Juliana Rojas “Demba”, de Mamadou Dia “Direct Action”, de Guillaume Cailleau e Ben Russell “Dormir de Olhos Abertos”, de Nele Wohlatz “The Fable”, de Raam Reddy “Une Famille”, de Christine Angot “Favoriten”, de Ruth Beckermann “Ivo”, de Eva Trobisch “Khamyazeye Bozorg”, de Aliyar Rasti “Kong Fang Jian li de nv Ren”, de Qiu Yang “Mãos no Fogo”, de Margarida Gil “Matt and Mara”, de Kazik Radwanski “Through the Graves the Wind Is Blowing”, de Travis Wilkerson “Tu me Abrasas”, de Matias Pineiro
Séries online: 25 lançamentos para maratonar no fim de semana
As plataformas de streaming oferecem 25 opções entre novidades, continuações e nostalgia para maratonar neste fim de semana. A lista é dominada por thrillers criminais e desenhos adultos, mas o título que mais chama atenção é uma comédia romântica: “À Procura do Amor”, tanto pela realização quanto pelos bastidores. Baseada no livro de Nancy Mitford, a minissérie foi escrita pela atriz Emily Mortimer, que também fez sua estreia como diretora, e gira em torno de duas primas, cuja busca pelo marido perfeito se transforma numa aventura sexual escandalosa na Inglaterra às vésperas da 2ª Guerra Mundial. A produção acabou virando um escândalo na Inglaterra do século 21, após tabloides revelarem o envolvimento da atriz Lily James (a “Cinderela”) com seu colega casado, o ator Dominic West (o infiel de “The Affair”). Flagrados por paparazzi, West veio à público defender seu casamento, deixando James a ponderar as semelhanças da ficção com a realidade. Entre os thrillers, destaca-se “Jogo Perigoso” (Most Dangerous Game), uma das raras séries que sobreviveu ao fiasco da plataforma Quibi, lançada e falida durante a pandemia no ano passado. Com episódios de curta duração, apresenta-se como um filme em capítulos de ação intensa, no qual Liam Hemsworth (“Jogos Mortais”) vive um doente terminal que aceita a proposta sinistra de Christopher Waltz (“Django Livre”), entrando num jogo em que tudo que tem fazer é ficar vivo por 24 horas. Cada hora de sobrevivência representa depósitos milionários na conta de sua mulher, mas também ameaças maiores à sua vida. Foi renovada e terá 2ª temporada com novo “jogador”. A HBO Max oferece uma impressionante seleção de séries europeias, desde o noir nórdico de “Beartown”, até épicos históricos espanhóis como “A Linha Invisível”, sobre a origem do grupo terrorista basco ETA, e “Liberdade”, bangue-bangue com ecos de “Os Miseráveis” criado pelo cineasta Enrique Urbizu, vencedor do Goya (o Oscar espanhol) por “Não Haverá Paz Para os Malvados” (2011). Outro diretor famoso adentra o mundo das séries em “Dr. Brain”, primeira atração sul-coreana da Apple TV+. Criada por Kim Jee-woon, responsável por filmes famosos como o terror “Medo” (A Tale of Two Sisters) e o thriller “Eu Vi o Diabo”, traz Lee Sun-kyun (intérprete do milionário de “Parasita”) como um gênio autista incapaz de sentir empatia, que inventa uma forma de se conectar com a mente de pessoas recentemente mortas. As principais novidades animadas são “M.O.D.O.K.”, primeiro desenho adulto da Marvel, e “Arcane”, ambientada no universo do game “League of Legends” (LoL), que traz as participações vocais de Hailee Steinfeld (“Dickinson”) e Ella Purnell (“Army of the Dead”) como as irmãs Vi e Jinx, além de uma belíssima arte desenvolvida pelo estúdio parisiense Fortiche. Por falar em Hailee Steinfeld e “Dickinson”, a série da Apple TV+ sobre a poeta Emily Dickinson começa a se despedir com a disponibilização dos três primeiros episódios de sua 3ª e última temporada. Na Netflix, “Narcos: México” também se encerra na 3ª temporada, contando a história de El Chapo. E se essa quantidade de atrações inéditas não for suficiente, há coleções completas de séries clássicas para maratonar, com absoluto destaque para a sci-fi “Fringe”, última criação televisiva de J.J. Abrams, lançada logo após “Lost” e antes dele assumir as franquias de cinema “Star Trek” e “Star Wars” – e com participação saudosa de Leonardo Nimoy, o eterno Spock! Bem mais populares, há ainda a versão original de “Gossip Girl”, a pioneira do gênero super-heróis “Heroes”, o mau-humor genial de “House” e até a subestimada “2 Broke Girls”, imprescindível para quem achou Kat Dennings engraçada em “Loki”. Confira abaixo os 25 títulos disponibilizados na semana, acompanhados por seus respectivos trailers. À Procura do Amor | Reino Unido | 1 Temporada – Minissérie (HBO Max) The Gloaming | Austrália | 1 Temporada – Minissérie (Star+) Assassinato do Primeiro-Ministro | Suécia | 1 Temporada – Minissérie (Netflix) Jogo Perigoso | EUA | 1ª Temporada (Amazon Prime Video) Beartown | Suécia | 1ª Temporada (HBO Max) A Linha Invisível | Espanha | 1ª Temporada (HBO Max) Liberdade | Espanha | 1ª Temporada (HBO Max) Smother | Irlanda | 1ª Temporada (HBO Max) Uma Conspiração Sueca | Suécia | 1ª Temporada (HBO Max) Dr. Brain | Coreia do Sul | 1ª Temporada (Apple TV+) Gloria | Portugal | 1ª Temporada (Netflix) Arcane | EUA | 1ª Temporada (Netflix) M.O.D.O.K. | EUA | 1ª Temporada (Star+) gen:Lock | EUA | 2ª Temporada (Star+) Dave | EUA | 2ª Temporada (Star+) Narcos: México | EUA | 3ª Temporada (Netflix) Dickinson | EUA | 3ª Temporada (Apple TV+) Big Mouth | EUA | 5ª Temporada (Netflix) Vergonha | Espanha | 3 Temporadas – Completa (HBO Max) Heroes | EUA | 4 Temporadas – Completa (Globoplay) Fringe | EUA | 5 Temporadas – Completa (HBO Max) The New Adventures of Old Christine | EUA | 5 Temporadas – Completa (HBO Max) 2 Broke Girls | EUA | 6 Temporadas – Completa (HBO Max) Gossip Girl | EUA | 6 Temporadas – Completa (HBO Max) House | EUA | 8 Temporadas – Completa (HBO Max)
Buck Henry (1930 – 2020)
Morreu o ator, roteirista e diretor Buck Henry, duas vezes indicado ao Oscar, pelo roteiro de “A Primeira Noite de um Homem” (1967) e pela direção de “O Céu Pode Esperar” (1978). Ele também foi cocriador da série clássica “Agente 86” (1965-1970) e faleceu nesta quinta (9/1) aos 89 anos, em Los Angeles, após sofrer uma parada cardíaca no hospital Cedars-Sinai. Henry Zuckerman era filho de um general da Força Aérea dos EUA e da atriz Ruth Taylor, estrela do cinema mudo que protagonizou a primeira versão de “Os Homens Preferem as Loiras” (1928), no papel que 30 anos depois seria vivido por Marilyn Monroe. “Buck” era um apelido de infância, que ele adotou como nome artístico ao estrear como ator. O mais curioso é que Henry ficou famoso como ator antes mesmo de estrelar uma peça, um filme ou uma série, graças a uma pegadinha histórica. Entre 1959 e 1963, ele apareceu como G. Clifford Prout, presidente de uma organização conservadora, numa série de entrevistas em jornais, revistas e programas de TV, para defender a agenda da fictícia Sociedade contra a Indecência dos Animais Nus (SINA, na sigla em inglês). O objetivo era divulgar campanhas, petições e angariar fundos para vestir animais selvagens, que poderiam causar acidentes nas estradas com a distração de sua nudez, e animais domésticos, que traumatizavam crianças por exibir suas partes íntimas sem pudor. A SINA tentou até fechar o Zoológico de São Francisco por mostrar animais indecentes à menores, mas, após quatro anos de zoeira, a farsa foi descoberta. Muitos jornalistas ficaram irritados por terem caído na pegadinha. Mas isso lançou a carreira de Henry. Ele passou a integrar uma trupe de humoristas nova-iorquinos, chamada The Premise, fez stand-up e foi escrever programas de comédia, onde pudesse exercitar seu humor febril. Em 1964, ajudou a criar a série “That Was the Week That Was”, uma sátira de telejornais, em que também apareceu como ator, e roteirizou seu primeiro projeto de cinema, “O Trapalhão”, estrelado por vários integrantes da trupe The Premise. Logo depois disso, juntou-se a outro maluco beleza, Mel Brooks, para conceber uma comédia de espionagem para a televisão. Por incrível que pareça, a rede ABC não achou a premissa engraçada. Mas a NBC, que estava atrás de uma série para o humorista Don Adams, adorou o roteiro de Henry e Brooks, que resultou num dos maiores clássicos televisivos dos anos 1960. Com Adams no papel-título, “Agente 86” durou cinco temporadas, entre 1965 e 1970, continuou em telefilmes até 1995 e ainda rendeu um remake cinematográfico em 2008. Henry ganhou um Emmy de Melhor Roteiro pelo episódio de duas partes “Ship of Spies”, da 1ª temporada. Mas depois de criar o célebre Cone de Silêncio, preferiu seguir carreira no cinema. O diretor Mike Nichols estava descontente com o roteiro de seu segundo longa, que adaptava o livro de Charles Webb sobre um universitário recém-formado, envolvido com a esposa do parceiro de negócios de seu pai. Num impulso, resolveu apostar no roteirista televisivo em ascensão. O resultado foi outro clássico: “A Primeira Noite de Um Homem” (1967), que rendeu a Henry sua primeira indicação ao Oscar – de Melhor Roteiro Adaptado. Henry ainda criou um papel para se divertir no filme, como o gerente do hotel que sugere ter flagrado a atividade sexual do graduado (Dustin Hoffman) e da Mrs. Robinson (Anne Bancroft). Nichols manteve a parceria com o roteirista em seus longas seguintes, “Ardil 22” (1970) e “O Dia do Golfinho” (1973), e nesse meio-tempo Henry ainda assinou o cult psicodélico “Candy” (1968) e as comédias de sucesso “O Corujão e a Gatinha” (1970) e “Essa Pequena é uma Parada” (1972), ambas estreladas por Barbra Streisand. Paralelamente, alimentou sua carreira de ator com pequenos papéis nos filmes que escrevia e também em produções como “O Homem que Caiu na Terra” (1976), com David Bowie, e “Glória” (1980), um dos maiores clássicos de John Cassavetes, além de virar quase um integrante fixo do humorístico “Saturday Night Live”. A experiência atrás e à frente das câmeras o impulsionou a estrear como diretor. Em seu primeiro trabalho na função, dividiu o comando de “O Céu Pode Esperar” (1978) com o astro Warren Beatty. Remake de “Que Espere o Céu” (1941), o filme trazia Beatty como um jogador de futebol americano que voltava a vida no corpo de um milionário, e recebeu nada menos que nove indicações ao Oscar, inclusive Melhor Filme e Direção. Entusiasmado, Henry resolveu dirigir sozinho seu filme seguinte, que ele também escreveu. Mas “Primeira Família” (1980) foi um fracasso clamoroso de público e crítica. Ele nunca mais dirigiu outro filme. E assinou apenas mais quatro roteiros de cinema, todos comédias: a clássica “Trapalhadas na Casa Branca” (1984), com Goldie Hawn, a cultuada “Um Sonho sem Limites” (1995), que transformou Nicole Kidman numa atriz de prestígio, o fracasso “Ricos, Bonitos e Infiéis” (2001), num reencontro com Warren Beatty, e “O Último Ato” (2014), que juntou Al Pacino e Greta Gerwig sem muita repercussão. Nos últimos anos, Henry vinha se dedicando mais à atuação, fazendo pequenas participações em filmes repletos de celebridades. Ele chegou a encarnar o “difícil” papel de si mesmo em “O Jogador” (1992), de Robert Altman, em que tenta convencer o executivo de cinema vivido por Tim Robbins a produzir “A Primeira Noite de um Homem – Parte II”. Mas os demais trabalhos foram todos fiascos de bilheteria, como “À Beira da Loucura” (1999), “Gente Famosa” (2000) e “Luzes, Câmera, Ação” (2004). Acabou chamando mais atenção na TV, com papéis recorrentes nas séries “30 Rock”, na qual viveu o pai de Tina Fey (entre 2007 e 2010), e “Hot in Cleveland”, como noivo de Betty White (em 2011). Sua última aparição televisiva foi como juiz em dois episódios de “Franklin & Bash”, exibidos em 2013.
Vingadores: Ultimato faz História com estreia mundial de US$ 1,2 bilhão
“Vingadores: Ultimato” virou a maior estreia de cinema de todos os tempos. Como num estalar de dedos de Thanos, sua chegada nas telas reduziu todos os recordes possíveis a pó, arrecadando em seu primeiro fim de semana 1,2 bilhão em todo o mundo. Nenhuma projeção foi tão otimista quanto a realidade. Estimava-se como possibilidade a meta de US$ 1 bilhão, mas o quarto “Vingadores” foi além. Com o sucesso mundial, “Vingadores: Ultimato” se tornou o primeiro filme a ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em apenas um fim de semana. O novo recorde foi atingido em cinco dias, considerando o lançamento na quarta-feira (24/4) nos primeiros mercados internacionais. Os recordes começaram a cair já no primeiro dia de exibição, como a maior bilheteria de 24 horas de vários países, incluindo China, Brasil, Estados Unidos e Canadá. A expectativa do mercado apontava que “Vingadores: Ultimato” poderia se tornar o primeiro filme a atingir US$ 300 milhões em sua estreia na América do Norte. E o lançamento acabou rendendo US$ 350M. O valor é quase US$ 100M maior que o recorde anterior, que pertencia justamente ao filme que o antecedeu na franquia – “Vingadores: Guerra Infinita” faturou “só” US$ 257,6M em sua abertura norte-americana. O mercado norte-americano foi responsável pelo principal faturamento, mas o chinês não ficou muito distante, com arrecadação de US$ 330,5M – que é outro recorde, como maior estreia na China. O valor total é tão elevado que já superara 17 das 21 produções da Marvel, incluindo “Capitã Marvel”. E ainda rendeu um efeito colateral inusitado. O interesse no filme fez com que o público voltasse ao cinema para rever “Capitã Marvel”, que reassumiu lugar de destaque no ranking, ocupando o 2º lugar neste fim de semana na América do Norte. O empurrão até ajudou o longa estrelado por Brie Larson a chegar a US$ 1,1 bilhão em sua bilheteria mundial e a superar “Mulher-Maravilha” no mercado doméstico – por US$ 1M de diferença. A estratégia da Disney para atingir esses resultados foi a mesma em todos os países, estabelecendo recordes de ocupação de salas. Isto aconteceu até na América do Norte, onde o longa chegou a 4,6 mil telas – a maior distribuição de todos os tempos. A diferença – em relação ao Brasil, por exemplo – é que o mercado norte-americano tem leis regulatórias que impedem multiplexes de exibirem apenas um filme. Com isso, a ocupação do filme no parque exibidor doméstico foi de “apenas” 10% (contra 80% neste país desgovernado). A saída para enfrentar a demanda foi exibir a produção de três horas de duração em horários alternativos, madrugada à dentro. A Disney comemorou o resultado com um comunicado elogiando o presidente da Marvel Studios. “Kevin Feige e a equipe da Marvel Studios continuam desafiando as noções sobre o que é possível no cinema, tanto em termos de narrativa quanto nas bilheterias”, diz o texto, assinado pelo presidente da Walt Disney Studios, Alan Horn. “Embora o ‘Ultimato’ esteja longe de ser um fim para o Universo Cinematográfico da Marvel, esses primeiros 22 filmes constituem uma grande conquista, e o sucesso monumental deste final de semana é um testemunho da riqueza do mundo que eles imaginaram, do talento envolvido e de sua paixão coletiva, igualada apenas pelo entusiasmo irreprimível dos fãs de todo o mundo”. Dá para apostar que, diante desse fenômeno, a Disney vai querer mais filmes dos Vingadores. Especialmente se “Ultimato” seguir nesse ritmo e superar os US$ 2,7 bilhões de “Avatar”, consagrando-se como a maior bilheteria de todos os tempos. Projeções sugerem que é possível. Confira abaixo os demais rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Vingadores: Ultimato Fim de semana: US$ 350M Total EUA e Canadá: US$ 350M Total Mundo: US$ 1,2B 2. Capitã Marvel Fim de semana: US$ 8M Total EUA e Canadá: US$ 413,5M Total Mundo: US$ US$ 1,1B 3. A Maldição da Chorona Fim de semana: US$ 7,3M Total EUA e Canadá: US$ 41,2M Total Mundo: US$ 86,9M 4. Superação: O Milagre da Fé Fim de semana: US$ 6,3M Total EUA e Canadá: US$ 26,1M Total Mundo: US$ 33,7M 5. Shazam! Fim de semana: US$ 5,5M Total EUA e Canadá: US$ 131,1M Total Mundo: US$ 346,3M 6. A Chefinha Fim de semana: US$ 3,4M Total EUA e Canadá: US$ 35,8M Total Mundo: US$ 42,4M 7. Dumbo Fim de semana: US$ 3,2M Total EUA e Canadá: US$ 107M Total Mundo: US$ 327,6M 8. Cemitério Maldito Fim de semana: US$ 1,2M Total EUA e Canadá: US$ 52,6M Total Mundo: US$ 102,3M 9. Nós Fim de semana: US$ 1,1M Total EUA e Canadá: US$ 172,8M Total Mundo: US$ 249,4M 10. Pinguins Fim de semana: US$ 1M Total EUA e Canadá: US$ 5,7M Total Mundo: US$ US$ 5,7M
A Maldição da Chorona estreia em 1º lugar na América do Norte
Em plena Páscoa, uma praga fez sucesso nos cinemas norte-americanos. “A Maldição da Chorona” estreou em 1º lugar neste fim de semana nos Estados Unidos e Canadá. Com US$ 26,5M (milhões), liderou as bilheterias, mas não virou uma praga bíblica, já que teve um dos faturamentos mais fracos do chamado “universo Invocação do Mal”. A produção não contou com aval da crítica. Na verdade, só não teve a pior avaliação entre os filmes produzidos por James Wan porque “A Freira” o precedeu. Mesmo assim, foi considerado podre com 32% de aprovação no site Rotten Tomatoes – “A Freira” é podríssima, com 26%. O mercado internacional adicionou mais US$ 30M ao lançamento, gerando ao todo US$ 56,5M para os cofres da Warner. Isto significa que o filme, orçado em US$ 9 milhões, deu lucro na estreia. A Warner comemorou dobradinha no ranking, com “Shazam!” no 2º lugar em sua terceira semana em cartaz. Orçado em US$ 100M, o filme do super-herói da DC Comics atingiu US$ 121,3M no mercado doméstico e já tem US$ 322,8M em todo o mundo. O 3º lugar ficou com a segunda estreia da semana, o drama evangélico “Superação: O Milagre da Fé”, que no Brasil ficou conhecido como “o filme do Bolsonaro”. Fez US$ 11,1M em sua estreia, mais do que costumam render as produções que botam “fé” no título. O fato de ser o principal lançamento religioso da Páscoa na América do Norte, somado à presença da atriz Chrissy Metz, da série-fenômeno “This Is Us”, ajudou sua decolagem. A semana só teve dois lançamentos amplos, nenhum deles superprodução, diante da expectativa causada pelo calendário da semana que vem – a estreia de “Vingadores: Ultimato”, que deve bater todos os recordes. De resto, vale registrar uma façanha rara no ranking: dois títulos subiram posições em relação à semana passada. Na espera por “Vingadores”, “Capitã Marvel” escalou do 6º para o 4º lugar e atingiu número redondo nas bilheterias norte-americanas: US$ 400M – já são mais de US$ 1 bilhão em todo o mundo. E a animação “O Elo Perdido”, que estreou em 9º na semana passada, atingiu o 8º. Como consolo, ela superou o candidato frustrado a blockbuster “Hellboy”, que despencou para o 10º lugar em sua segunda semana, consagrando-se como um dos maiores fiascos de 2019. Confira abaixo os demais rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. A Maldição da Chorona Fim de semana: US$ 26,5M Total EUA e Canadá: US$ 26,5M Total Mundo: US$ 56,5M 2. Shazam! Fim de semana: US$ 17,3M Total EUA e Canadá: US$ 121,3M Total Mundo: US$ 322,8M 3. Superação: O Milagre da Fé Fim de semana: US$ 11,1M Total EUA e Canadá: US$ 11,1M Total Mundo: US$ 20,5M 4. Capitã Marvel Fim de semana: US$ 9,1M Total EUA e Canadá: US$ 400M Total Mundo: US$ 1B 5. A Chefinha Fim de semana: US$ 8,4M Total EUA e Canadá: US$ 29,3M Total Mundo: US$ 34,1M 6. Dumbo Fim de semana: US$ 6,8M Total EUA e Canadá: US$ 101,2M Total Mundo: US$ 307,8M 7. Cemitério Maldito Fim de semana: US$ 4,8M Total EUA e Canadá: US$ 49,5M Total Mundo: US$ 95,6M 8. O Elo Perdido Fim de semana: US$ 4,3M Total EUA e Canadá: US$ 12,9M Total Mundo: US$ 12,9M 9. Nós Fim de semana: US$ 4,2M Total EUA e Canadá: US$ 170,4M Total Mundo: US$ 245,7M 10. Hellboy Fim de semana: US$ 3,8M Total EUA e Canadá: US$ 19,6M Total Mundo: US$ US$ 19,6M
Shazam mantém 1º lugar enquanto Hellboy implode nos EUA
“Shazam!” enfrentou quatro estreias neste fim de semana, mas não teve dificuldades para se manter no topo da bilheteria dos Estados Unidos e Canadá. A adaptação da DC Comics fez mais US$ 25M (milhões) em seu segundo fim de semana, atingindo US$ 94,9M em dez dias em cartaz na América do Norte. No mundo inteiro, já são US$ 258,8M. A surpresa ficou com a disputa do 2º lugar, em que “A Chefinha” (Little) superou “Hellboy”. A comédia com premissa fantasiosa, um “De Repente 30” às avessas e com elenco negro, faturou US$ 15,4M, quantia bastante comemorada, já que a produção custou apenas US$ 20M. Além disso, a crítica achou medíocre, com 49% de aprovação no agregador Rotten Tomatoes. Para se ter noção do quanto “A Chefinha” é “prioridade”, o filme só vai chegar no Brasil em agosto. “Hellboy”, por outro lado, custou US$ 50M – sem considerar as despesas de marketing. E implodiu com US$ 12M. O desempenho muito abaixo das expectativas – e das aberturas dos dois filmes anteriores do personagem, em 2004 e 2008 – foi salgado por críticas extremamente negativas da imprensa americana, que renderam média de 15% de aprovação no Rotten Tomatoes. A Millennium segurou os números do mercado internacional, mas as projeções apontam um início ainda pior no exterior. Esta combinação de sinais apocalípticos representa o fim da franquia. Os outros dois lançamentos da semana foram o drama teen “After” e a animação “O Elo Perdido”, que ficaram em 8º e 9º lugares, respectivamente. Considerado o pior lançamento da semana, “After” teve apenas 13% de aprovação e rendeu US$ 6,2M. Já “O Elo Perdido” agradou à crítica, com 89%, mas teve a pior abertura de uma produção do estúdio Laika, especializado em animação em stop motion, com US$ 5,8M. Até então, a pior abertura da Laika tinha sido seu filme anterior, “Kubo e as Cordas Mágicas” (2016), com US$ 12,6M. Mas este longa, adorado pela crítica, ganhou indicação ao Oscar, o que não deve ocorrer com “O Elo Perdido”, levando em conta sua avaliação abaixo do padrão elevadíssimo do estúdio. “After” já estreou no Brasil e “O Elo Perdido” não tem previsão de lançamento no país. Confira abaixo os demais rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Shazam! Fim de semana: US$ 25,1M Total EUA e Canadá: US$ 94,9M Total Mundo: US$ 258,8M 2. A Chefinha Fim de semana: US$ 15,4M Total EUA e Canadá: US$ 15,4M Total Mundo: US$ 17,3M 3. Hellboy Fim de semana: US$ 12M Total EUA e Canadá: US$ 12M Total Mundo: US$ 22M 4. Cemitério Maldito Fim de semana: US$ 10M Total EUA e Canadá: US$ 41,1M Total Mundo: US$ 76,8M 5. Dumbo Fim de semana: US$ 9,1M Total EUA e Canadá: US$ 89,9M Total Mundo: US$ 266,9M 6. Capitã Marvel Fim de semana: US$ 8,6M Total EUA e Canadá: US$ 386,5M Total Mundo: US$ 1B 7. Nós Fim de semana: US$ 6,9M Total EUA e Canadá: US$ 163,4M Total Mundo: US$ 235,9M 8. After Fim de semana: US$ 6,2M Total EUA e Canadá: US$ 6,2M Total Mundo: US$ 18,4M 9. O Elo Perdido Fim de semana: US$ 5,8M Total EUA e Canadá: US$ 5,8M Total Mundo: US$ 5,8M 10. The Best of Enemies Fim de semana: US$ 2M Total EUA e Canadá: US$ 8,1M Total Mundo: US$ US$ 8,1M
Shazam! estreia em 1º lugar nos Estados Unidos
“Shazam!” não quebrou recordes, mas fez bastante barulho em sua estreia nos cinemas dos Estados Unidos e Canadá. O longa da Warner embolsou US$ 53,4 milhões em seu primeiro fim de semana, impulsionado por críticas muito positivas – 91% de aprovação no site Rotten Tomatoes – para conquistar o 1ª lugar nas bilheterias. O valor não é tão imponente quanto os lançamentos da Marvel, mas foi além das expectativas, já que havia previsão de uma arrecadação inicial entre US$ 40 e 45 milhões. Além disso, “Shazam!” custou muito menos que a maioria dos filmes de super-heróis – foi produzido por US$ 100 milhões – e só precisa de metade da arrecadação de “Mulher-Maravilha” – ou um terço de “Aquaman” – para dar lucro. O tom do filme estrelado por Zachary Levi vinha sendo comparado ao “Homem-Formiga” e é interessante reparar que o longa da Marvel abriu com US$ 57 milhões, na mesma faixa, mas com uma etiqueta mais cara – custou US$ 130 milhões. Com a arrecadação internacional, “Shazam!” atingiu US$ 158,7 milhões em seu fim de semana inaugural, o que confirma que a Warner lançou mais uma franquia da DC Comics. E que a cena pós-crédito introduz, sim, uma continuação. Enfrentando a concorrência superpoderosa, o terror “Cemitério Maldito” também mostrou ótimo desempenho com uma arrecadação de US$ 25 milhões, que lhe rendeu o 2º lugar. O detalhe é que a nova adaptação do romance de Stephen King só custou US$ 21 milhões para ser produzida. O filme atingiu 61% de aprovação da crítica no site Rotten Tomatoes, agradando mais que a primeira versão da história. Ainda que cultuado por muitos, o “Cemitério Maldito” de 1989 foi considerado medíocre, com média de 48%. A estreia do remake está prevista no Brasil para 9 de maio. Os dois lançamentos empurraram “Dumbo” para o 3º lugar, numa queda drástica, de 60% na arrecadação em relação à semana passada. Após 10 dias em cartaz, o filme da Disney acena com prejuízo, ao não passar dos US$ 76,2 milhões no mercado doméstico. A semana ainda registrou a estreia do drama “The Best of Enemies”, que fez US$ 4,5 milhões em 6º lugar. Com 52% de aprovação, foi criticado por simplificar a aliança entre uma militante negra e um líder da Ku Klux Klan, que se uniram para revolucionar o sistema educacional americano. Não há previsão para o lançamento no Brasil. Confira abaixo os demais rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Shazam! Fim de semana: US$ 53,4M Total EUA e Canadá: US$ 56,7M Total Mundo: US$ 158,7M 2. Cemitério Maldito Fim de semana: US$ 25M Total EUA e Canadá: US$ 25M Total Mundo: US$ 42,3M 3. Dumbo Fim de semana: US$ 18,2M Total EUA e Canadá: US$ 76,2M Total Mundo: US$ 213,7M 4. Nós Fim de semana: US$ 13,8M Total EUA e Canadá: US$ 152,3M Total Mundo: US$ 216,5M 5. Capitã Marvel Fim de semana: US$ 12,6M Total EUA e Canadá: US$ 374,1M Total Mundo: US$ 1B 6. The Best of Enemies Fim de semana: US$ 4,5M Total EUA e Canadá: US$ 4,5M Total Mundo: US$ 4,5M 7. A Cinco Passos de Você Fim de semana: US$ 3,7M Total EUA e Canadá: US$ 41,5M Total Mundo: US$ 62,5M 8. Unplanned Fim de semana: US$ 3,2M Total EUA e Canadá: US$ 12,4M Total Mundo: US$ 12,4M 9. O Parque dos Sonhos Fim de semana: US$ 2M Total EUA e Canadá: US$ 41,5M Total Mundo: US$ 59,9M 10. Como Treinar Seu Dragão 3 Fim de semana: US$ 1,9M Total EUA e Canadá: US$ 156,6M Total Mundo: US$ 508M
Dumbo estreia em 1º lugar, mas com um dos piores desempenhos da Disney nos EUA
“Dumbo” não voou muito alto em sua estreia. O remake em live-action dirigido por Tim Burton estreou com US$ 45M (milhões) em 4,2 mil cinemas na América do Norte, abaixo das expectativas do mercado – e da própria Disney. Embora o valor tenha lhe rendido o 1º lugar nas bilheterias do fim de semana nos Estados Unidos e Canadá, representa uma das piores aberturas de um remake do catálogo animado da Disney, desde que o próprio Tim Burton lançou a tendência com “Alice no País das Maravilhas” em 2010. Em comparação, a “Bela e a Fera” (2017) estreou com US$ 174M, “Mogli (2016) com US$ 103M e “Cinderela” (2015) com US$ 67M. Apenas “Christopher Robin” (2018) foi pior – e muito, com US$ 24,5M. Não faltam teorias para explicar porque o elefantinho não conseguiu atrair mais público. Há o fato de o desenho original ter 80 anos e ser menos lembrado que desenhos mais recentes, como “A Bela e a Fera”, entre o público atual. Há também o problema da fadiga causada pelo lançamento em massa desse tipo de produção. E, se for esse o caso, a Disney terá problemas à vista, já que programou uma avalanche de remakes em curto prazo – “Aladdin”, “Rei Leão” e “Malévola: A Mestra do Mal” também estreiam em 2019. Para complicar as contas, “Dumbo” teve um orçamento de produção de US$ 170M – mais caro que a “Capitã Marvel”, por exemplo. E para recuperar o investimento, terá que fazer muito sucesso no exterior. Sua abertura internacional foi melhor que a doméstica, levando o total mundial para US$ 116M, mas ainda muito longe da meta de US$ 600M para se pagar. A produção também teve problemas para agradar a crítica, dividindo radicalmente as opiniões da imprensa norte-americana. Isto se refletiu em redondos 50% de aprovação na média registrada no site Rotten Tomatoes – inclusive entre os chamados “críticos top”. O fato impressiona de forma negativa, porque também foi a pior avaliação entre os lançamentos da semana. Pior até que o horrendo “Unplanned”, drama literalmente barato da produtora evangélica PureFlix, que não esconde sua agenda política. Peça de propaganda anti-aborto, o filme foi lançado para “inspirar” mudanças nas leis dos Estados Unidos, assim como “Deus Não Está Morto 2” (2016) em relação à divisão entre “igreja” e estado. Com aval de críticos de blogs conservadores, conseguiu atingir 53% de aprovação no Rotten Tomatoes. É muito, considerando que, entre os “tops”, sua nota é 0%. “Unplanned” abriu em 5º lugar. Bem melhor que o desastre “The Beach Bum”, novo fracasso estrelado por Matthew McConaughey, que fechou o Top 10 com apenas US$ 1,8M em seu lançamento. Nenhum desses dois filmes tem previsão de estreia no Brasil. Outra novidade no ranking é o thriller “Hotel Mumbai”, que ampliou seu circuito. Após ser lançado em quatro salas na semana passada, adicionou mais 920 telas e apareceu em 8º lugar. Curiosamente, a produção vai estrear em maio no Brasil com um título bem diferente: “Atentado ao Hotel Taj Mahal”. Coisa de “tradutor” criativo. Entre os demais filmes em cartaz, vale destacar ainda que “Capitã Marvel” está a US$ 10M de entrar no clube dos bilionários mundiais. E “Como Treinar Seu Dragão 3” superou a marca dos US$ 500 mil. Confira abaixo os demais rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Dumbo Fim de semana: US$ 45M Total EUA e Canadá: US$ 45M Total Mundo: US$ 116M 2. Nós Fim de semana: US$ 33,6M Total EUA e Canadá: US$ 128,2M Total Mundo: US$ 174,5M 3. Capitã Marvel Fim de semana: US$ 20M Total EUA e Canadá: US$ 353,8M Total Mundo: US$ 990,6M 4. A Cinco Passos de Você Fim de semana: US$ 6,2M Total EUA e Canadá: US$ 35,8M Total Mundo: US$ 50,6M 5. Unplanned Fim de semana: US$ 6,1M Total EUA e Canadá: US$ 6,1M Total Mundo: US$ 6,1M 6. O Parque dos Sonhos Fim de semana: US$ 4,9M Total EUA e Canadá: US$ 37,8M Total Mundo: US$ 52,2M 7. Como Treinar Seu Dragão 3 Fim de semana: US$ 4,2M Total EUA e Canadá: US$ 348,9M Total Mundo: US$ 501,8M 8. Hotel Mumbai Fim de semana: US$ 3,1M Total EUA e Canadá: US$ 3,2M Total Mundo: US$ 3,2M 9. Um Funeral em Família Fim de semana: US$ 2,7M Total EUA e Canadá: US$ 70M Total Mundo: US$ 71,1M 10. The Beach Bum Fim de semana: US$ 1,8M Total EUA e Canadá: US$ 1,8M Total Mundo: US$ 1,8M
Nós, novo terror de Jordan Peele, assusta a concorrência com recorde de bilheteria nos EUA
“Nós”, segundo filme dirigido por Jordan Peele, fez história ao arrecadar US$ 70 milhões em sua estreia neste fim de semana na América do Norte. O valor não só é muito maior que os US$ 38M (milhões) obtidos pela estreia elogiadíssima – e premiada com o Oscar – do diretor, o filme “Corra!” em 2017, como se trata da maior bilheteria inaugural de um terror que não faz parte de uma franquia – deixando muito para trás o antigo recordista, “Um Lugar Silencioso”, lançado com US$ 50,2M no ano passado. Mesmo diante das franquias, a estreia de “Nós” impressiona, sendo superada apenas por dois lançamentos de terror em todos os tempos, o fenômeno “It – A Coisa” (US$ 123,4M) e a sequência recente de “Halloween” (US$ 76,2M). Também é a segunda maior estreia do ano, atrás somente de “Capitã Marvel”, que arrecadou US$ 153M em sua abertura há três semanas. O terror de Peele sobre uma família confrontada por um grupo de sósias também assustou quem se baseou nas projeções dos “especialistas”, que estimavam inicialmente algo entre US$ 38M e 45M nos primeiros três dias. Com isso, a produção do estúdio Blumhouse, com distribuição da Universal, tirou o 1º lugar de “Capitã Marvel”, que após duas semanas no topo faturou US$ 35M entre sexta e domingo (24/3). Apesar da queda, o filme da super-heroína da Marvel não sofreu grande abalo, atingindo um total de US$ 321,4M na América do Norte e US$ 910,2M em todo o mundo. Sua entrada no clube do bilhão não deve passar do próximo fim de semana. Como não houve nenhum outro grande lançamento, o resto do ranking estendeu a despedida de alguns fracassos deste ano, como “Uma Aventura Lego 2” e “Alita: Anjo de Combate”, ambos em seu último fim de semana no Top 10. Mesmo com relativo sucesso internacional, “Alita” tornou amarga a despedida da Fox como estúdio independente. A produção orçada em US$ 200M sairá de cartaz em breve, sem ter nem sequer rendido US$ 100M no mercado doméstico. Seu prejuízo vai se somar aos elevados custos da compra da Fox pela Disney. Confira abaixo os demais rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Nós Fim de semana: US$ 70,2M Total EUA e Canadá: US$ 70,2M Total Mundo: US$ 86,9M 2. Capitã Marvel Fim de semana: US$ 35M Total EUA e Canadá: US$ 321,4M Total Mundo: US$ 910,2M 3. O Parque dos Sonhos Fim de semana: US$ 9M Total EUA e Canadá: US$ 29,4M Total Mundo: US$ 39,6M 4. A Cinco Passos de Você Fim de semana: US$ 8,7M Total EUA e Canadá: US$ 26,4M Total Mundo: US$ 32,7M 5. Como Treinar Seu Dragão 3 Fim de semana: US$ 6,5M Total EUA e Canadá: US$ 145,7M Total Mundo: US$ 488M 6. Um Funeral em Família Fim de semana: US$ 4,5M Total EUA e Canadá: US$ 65,8M Total Mundo: US$ 66,8M 7. Gloria Bell Fim de semana: US$ 1,8M Total EUA e Canadá: US$ 2,4M Total Mundo: US$ 3M 8. No Manches Frida 2 Fim de semana: US$ 1,7M Total EUA e Canadá: US$ 6,6M Total Mundo: US$ _ 9. Uma Aventura Lego 2 Fim de semana: US$ 1,1M Total EUA e Canadá: US$ 103,3M Total Mundo: US$ 179,5M 10. Alita: Anjo de Combate Fim de semana: US$ 1M Total EUA e Canadá: US$ 83,7M Total Mundo: US$ 399,8M











