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Mensagens de Dani Calabresa vazam para demonstrar assédio de Marcius Melhem
Após o site da revista Veja publicar uma reportagem bombástica na quarta (14/12) passada, desmontando a acusação de assédio sexual que Dani Calabresa e outras funcionárias da Globo moveram contra o ex-diretor de humor da emissora Marcius Melhem, com acesso a mensagens privadas entre as partes, um novo vazamento seletivo, desta vez de mensagens trocadas entre a atriz e terceiros, foi disponibilizado pela coluna de Leo Dias. O vazamento visa virar o jogo da opinião pública, que também foi impactada por uma entrevista de Melhem no programa “Domingo Espetacular” no último domingo (18/12). O objetivo é reforçar que houve assédio sim, e não um relacionamento consensual. Numa mensagem enviada a um grupo em maio de 2017, Dani declara aos atores George Sauma e Luis Miranda que se arrependeu de continuar na festa do ex-diretor Mauro Faria. “Put* merd*! Paguei meus pecados ficando até o fim lá no Mauro com Celso e Gabi trêbados [bêbados]”, começou a atriz. “Marcius é um tarado, não vou mais em nada.” “Só fiquei sabendo ontem (2/5/2017) que Marcius se separou. Aí já imaginei a possível taradice, não que casado fosse mudar muito”, respondeu Sauma. Entre julho e setembro do mesmo ano, a comediante voltou a se queixar da insistência de Melhem com o amigo Rodrigo Magal, mais conhecido como Magalzão. “Nossa, tô fudid*. O Marcius tá enchendo meu saco e eu não sei como mandar alguém a merd*, assim, com educação. Tá um inferno”, disse Dani. Na sequência, a humorista pede que Magalzão “chegue com uma lata de energético estourada” na cara de Melhem para impor respeito. “Tipo aquele amigo que se mete [na confusão]: ‘Ela disse que não quer, cara’”, completou. Nos mesmos dias, Dani Calabresa reportou o comportamento do ex-chefe a Paulo Mathias. “Eu acho o Marcius meio ciumentão e competitivo. […] Aliás, eu preciso ver como cortar o Marcius. Acabei de lembrar que tá fod*, porque não quero. Mas tenho pavor de brigar com ele.” Ainda em setembro de 2017, o comediante teria convidado a atriz para participar de uma festa em sua residência. Como os amigos em comuns estariam presentes, Dani acabou comparecendo a tal evento devido a insistência. “Fala pra essas carentes que eu pedi pro Mathias chamar vocês aí. [Mas] só chamei você diretamente, porque… Porque… Porque não posso escrever aqui senão me compromete”, disse Melhem na ocasião. Embora essas trocas de mensagens reforcem as investidas de Melhem, as conversas mais comprometedoras aconteceram com o ator Welder Rodrigues. Conforme os prints de novembro de 2017, a comediante contou que Marcius Melhem apareceu de surpresa no estúdio de gravação. “Marcius veio aqui e falou: ‘Que horas eu tenho que chegar amanhã?’, aí eu falei às 22h. Daí ele falou que não queria ver o programa. ‘Quero saber que horas tenho que chegar para encontrar você um pouco bêbada para te convencer a ficar comigo’. Eu falei: ‘para, não existe esse horário, para de ser louco’.” Em outro momento, Dani relatou a Welder que o comediante lhe assediou durante a festa de comemoração dos 100 episódios do “Zorra”. “FUI ASSEDIADA, SÉRIO. Ele sóbrio me agarrou. Marcius é mau caratão”, afirmou. “O tarado que tentou me beijar a força na festa do Zorra. Put* constrangimento. Ele me agarrou bizarramente, segurou minha cabeça e eu tampava a boca dele. Isso [foi] na frente de todo mundo!” “Cheguei [no dia seguinte] pra gravar no ‘Zorra’ e a equipe inteira falando ‘caralh*, o Marcius tentou te agarrar a noite inteira!’. Chato pra caralh*!” Segundo a defesa de Dani, as investidas de Melhem teriam começado no palco de karaokê quando ele tentou beijá-la e teria terminado com o contato físico indesejado. A defesa de Marcius Melhem também se pronunciou sobre os novos vazamentos. Para começar, ressaltou que sempre foi a favor de que o público tivesse acesso a todas as mensagens e que foi Dani Calabresa quem entrou na Justiça para impedir que elas fossem compartilhadas com a imprensa. A alegação da atriz era que estava tendo sua “vida íntima devassada”. A tentativa de barrar a divulgação das mensagens foi derrotada por Melhem. A nota sobre as revelações feitas por Leo Dias ainda lembrou uma frase dita por Calabresa em seu depoimento na ação, em que a atriz afirma que a relação provocante era vantajosa para ela. “Deixa ele me cantar, deixa me chamar de gostosa. Para mim, era uma vantagem. Prefiro continuar brincando com o meu chefe tarado do que comprar briga com ele”, disse a atriz nos autos do processo aberto contra o ex-diretor do humor da Globo. “Os prints selecionados, somados a outros da investigação, apenas evidenciam a trama e o jogo de quem via ‘vantagem’ na relação”, diz comunicado da defesa. “Esses prints acabam comprovando o que as últimas reportagens mostram. Existe um modo claro de agir: provocando pela frente e reclamando pelas costas. Quando o jogo não dá o resultado esperado, acontece a denúncia. Mais claro, impossível”, acrescentou.
Dado Villa-Lobos fará trilha do filme sobre a Fluminense FM
O músico Dado Villa-Lobos, guitarrista da Legião Urbana, está fazendo a trilha sonora do filme “Aumenta que é Rock’n’Roll”, sobre a história da rádio Fluminense FM nos anos 1980. Conhecida como “a Maldita”, a rádio foi fundada em 1982 e se tornou a primeira FM especializada em rock no Brasil – um ano antes da gaúcha Ipanema FM e três anos antes da paulista 89 FM. A emissora chegou a se tornar a segunda rádio mais ouvida no Brasil e tocava em sua programação até fitas demo de bandas novas, entre elas a Legião Urbana – bem antes de suas primeiras gravações oficiais. O filme é baseada no livro autobiográfico de Luis Antonio Mello, fundador da “Maldita”, que deixou a rádio depois do primeiro Rock in Rio, em 1985. Acompanhando o apogeu e a queda da geração mais popular do rock brasileiro, a Fluminense durou apenas até 1990. Segundo a coluna de Ancelmo Gois no jornal O Globo, a produção também mostrará um show da Legião Urbana. “Aumenta que é Rock’n’Roll”, cujo título lembra uma música da época, gravada por Celso Blues Boy (“Aumenta que Isso Aí é Rock’n’Roll”), tem direção de Tomás Portella (“Operações Especiais”, “Desculpe o Transtorno”) e destaca em seu elenco Johnny Massaro (“O Filme da Minha Vida”), Marina Provenzano (“Bom Dia, Verônica”), Adriano Garib (também de “Bom Dia, Verônica”), George Sauma (“Sai de Baixo: O Filme”), João Vitor Silva (“Impuros”) e Flora Diegues (“O Grande Circo Místico”). Por sinal, este foi o último trabalho de Flora, filha do diretor Cacá Diegues e da produtora Renata Magalhães, que faleceu em 2019, vítima de um câncer.
Rasga Coração atualiza conflitos de gerações para a era da intolerância
Oduvaldo Vianna Filho, o Vianninha (1936-1974), escreveu em 1970 a peça “Rasga Coração”, que dá origem ao novo filme de Jorge Furtado – com roteiro dele, de Ana Luiza Azevedo e de Vicente Moreno. O centro de toda a narrativa é a relação pai e filho, permeada pela política, por valores de vida, por estratégias de ação, com o pressuposto de que os jovens querem mudar o mundo e construir algo em que acreditem genuinamente. A motivação psicológica é clara: os jovens precisam se diferenciar dos pais, ter identidade própria, conquistar autonomia. Para isso, o rapaz terá que “matar o pai”, no sentido simbólico. Negar o pai, rejeitá-lo, tirá-lo da sua vida, momentaneamente. Ou, pelo menos, distanciar-se dele, isolar-se. E buscar os seus caminhos individuais. Com esse substrato, “Rasga Coração”, a peça, refletindo o momento de ebulição de 1968, em contraponto à opressão da ditadura militar, coloca a alternativa hippie de vida e de política frente à ação típica dos movimentos de esquerda tradicionais, reformista e revolucionário. A revolução agora é outra: passa pela negação da guerra, pela liberdade, mas também pela comida, pela vestimenta, pela busca de novos padrões de comportamento e de vida. Esse choque geracional, no entanto, não é novo. Repete o que foi vivido pelo pai quando filho, na juventude. Ele fará tudo para, como pai, não repetir o que viveu como filho. Mas conseguirá? É um enfrentamento necessário, difícil e permanente, no sentido de se repetir ao longo da história e nos mais diversos espaços geográficos. O filme de Jorge Furtado atualiza essa narrativa, trazendo a questão de gênero para os comportamentos. A mãe, Nena (Drica Moraes), reage ao que imagina ser um encontro homossexual porque confunde a namorada do garoto com outro garoto, pela vestimenta “masculina” da menina. Luca, o filho (Chay Suede), acaba pintando as unhas de vermelho e usando uma ampla saia, os novos modos de encarar o sexo estão mais descomplicados. Participa da invasão da sua escola, em lugar das reuniões e ações políticas que visam a toda a sociedade, por exemplo. A tecnologia também se atualiza. As formas de comunicação mais instantâneas geram outro tipo de respostas. Os projetos de longo prazo, como o consultório médico do futuro, já não servem. Novos modelos de atuação médica são valorizados. Mas a rejeição do caminho planejado e acomodado já é um legado daquela era hippie. Vista hoje, a trama de “Rasga Coração” mantém sua atualidade. Até porque esses confrontos pai-filho, permeados pela dinâmica social e política do país, apresentam atitudes que se repetem e se renovam. Quando os jovens de agora lutam pela preservação do planeta e priorizam questões globais a questões nacionais ou latino-americanas, dá para entender. O que Vianninha talvez não projetasse é que a oposição à esquerda racional e careta poderia se tornar uma juventude de extrema direita, violenta, com traços racistas, misóginos, homofóbicos, intolerantes. Isso não soa como evolução, assusta. Jorge Furtado, ao falar sobre o filme e perguntado sobre qual seria a revolução do momento, optou pela efetivação do diálogo com quem pensa diferente, combatendo o ódio e em busca do mínimo denominador comum que nos une como brasileiros. Muito lúcido. O talento de Jorge Furtado como cineasta não deixa margem a dúvidas. Bastaria lembrar de “Ilha das Flores”, de 1989, o curta mais festejado e premiado da história do cinema brasileiro. E ele faz muita coisa há décadas, na Casa de Cinema de Porto Alegre e na TV. O elenco de “Rasga Coração” é também recheado de talentos. Marco Ricca, o Manguari pai, é sempre um grande ator em cena. João Pedro Zappa está bem no papel de Manguari filho, embora sua caracterização física seja um tanto caricata, não convencendo em relação à figura mostrada do adulto em que se tornou. Drica Moraes, excelente como a mãe Nena, Chay Suede, muito bem como Luca, o filho. Luísa Arraes mostra força e segurança como Mil. Lorde Bundinha é uma oportunidade para o ator George Sauma extravasar seus dotes histriônicos. Enfim, o elenco todo é bem homogêneo, e brilha. O filme envolve, comunica e faz pensar.
Jorge Furtado vai filmar a peça censurada Rasga Coração, de Vianinha
O diretor Jorge Furtado (“Real Beleza”) vai filmar o texto da peça “Rasga Coração”, de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha (criador de “A Grande Família”), centrada em política e no conflito de gerações. A peça foi proibida de ser encenada em 1974 e ficou cinco anos censurada pela ditadura militar. “Rasga Coração” foi o último texto teatral de Vianinha, integrante do Teatro de Arena de São Paulo, que logo após terminar o texto morreu de câncer pulmonar, aos 38 anos de idade. O texto chegou a circular clandestinamente em cópias mimeografadas, mas o grande público só foi conhecer seu conteúdo durante o processo de abertura democrática, com a primeira encenação no Rio de Janeiro em 1979, trazendo Raul Cortez no papel principal e Lucélia Santos, Ary Fontoura e Vera Holtz no elenco. A versão de cinema deve manter os temas, mas provavelmente atualizará a história para os dias atuais, uma vez que o recorte da história propicia a mudança – e a luta contra o Estado Novo pode confundir a cabeça de uma esquerda que “mudou de ideia” sobre Getúlio Vargas. Além disso, é impossível ignorar que Furtado gravou vídeos para o PT em defesa contra a perseguição “política” de Lula. Na trama, um militante político, depois de 40 anos de lutas, vê o filho acusá-lo de conservadorismo. Sem dinheiro para pagar as contas, sofrendo com as dores de uma artrite crônica e num crescente conflito com o filho, ele reflete sobre seu passado e se vê repetindo as mesmas atitudes de seu pai. Intercalando fragmentos de vários momentos da vida do protagonista, a história atravessa 40 anos da vida política brasileira. O roteiro é assinado pelo diretor ao lado de Ana Luiza Azevedo (criadora da série “Doce de Mãe”) e Vicente Moreno (“A Última Estrada da Praia”). O elenco destaca Marco Ricca (“Chatô: O Rei do Brasil”) e Chay Suede (“A Frente Fria que a Chuva Traz”) como o pai e o filho do conflito central, além de Luisa Arraes, Drica Moraes, George Sauma, João Pedro Zappa, Duda Meneghetti, Kiko Mascarenhas, Fabio Enriquez, Nelson Diniz, Anderson Vieira e Cinândrea Guterres. A Casa de Cinema de Porto Alegre é responsável pela produção do longa, que será filmado até o começo de dezembro na capital gaúcha, com previsão de lançamento para setembro de 2018.




