Cantora brasileira é acusada de plagiar artistas portugueses
A cantora pernambucana Danieze Santiago lançou na última sexta-feira (4/8) o disco “Romântica como Sempre”, que a colocou no centro de uma polêmica envolvendo plágio de artistas portugueses. As canções “Saída de Emergência”, originalmente de Diogo Piçarra, e “Vai Lá”, de Carolina Deslandes, aparecem no álbum da brasileira em versões não autorizadas, sem os devidos créditos aos compositores originais e como se fossem escritas pela brasileira. No álbum disponível no Spotify, Danieze Santiago apresenta versões em forró romântico dos dois hits portugueses. Ela manteve o título de “Saída de Emergência”, de Diogo Piçarra, mas alterou o nome de “Vai Lá”, de Carolina Deslandes, para “Sou Eu a Louca”. Ambas as versões são apresentadas como composições próprias. Reações dos portugueses Diogo Piçarra e Carolina Deslandes reagiram nas redes sociais ironizando as “composições próprias! dos plágios. “Hoje acordei ao som de Danieze Piçarra… a ‘versão’ estava perfeita se tivesse pedido autorização, minha querida”, escreveu Diogo Piçarra. Carolina Deslandes, por sua vez, brincou com a situação, dançando a música de Danieze: “Quando descobres que foste plagiada e pensas ‘que falta de respeito’, mas a tua veia forró romântica faz-te dançar na mesma”. Ela ainda ironizou uma frase de Danieze sobre as gravações. “‘Todas as canções são escritas e compostas por mim e falam das minhas experiências pessoais’, disse a brasileira”, escreveu na mesma postagem. No comunicado de lançamento do álbum, a brasileira afirmou que todas as músicas eram originais suas. “Esse novo EP tem um significado grande para mim, pois são todas as músicas com letras escritas por mim”, declarou, continuando: “São histórias da vida real cantadas em forma de música, sem fugir do que amo fazer, que é forró romântico. São letras que falam de sentimentos, relações, que costumam mexer com a memória e lembrança das pessoas”. A polêmica também chamou a atenção de outros artistas portugueses. A cantora Sónia Tavares, por exemplo, saiu em defesa de seus colegas e fez um comentário em uma das publicações de Danieze Santiago: “Plagiadora. Roubar é crime, para além da arrogância de achar que os portuguesinhos não descobririam. Ganhe vergonha, minha jovem. Roubar dois dos maiores artistas portugueses, achando que sairia impune é indecente”. Danieze Santiago se defende Em resposta às acusações, Danieze afirmou que não é a compositora das músicas e que não estava previsto que fossem lançadas. Segundo a cantora, o objetivo era que as músicas fossem cantadas em shows. “Subir essas músicas foi um erro que não foi meu, mas tenho de me responsabilizar porque foi um erro das pessoas que trabalham comigo”, ela declarou. Detalhe: o EP “Romântica como Sempre” tem só seis faixas. Ou seja, segundo Danieze, um terço do disco “não estava previsto”. A brasileira também explicou a autoria das canções, dizendo que um membro de sua equipe acreditou que as canções eram versões e, como todas as versões que ela lança têm letras escritas por ela, ele a colocou como compositora e lançou as músicas. Quem é Danieze Santiago? Danieze Santiago, de 26 anos, é natural de Uiraúna, no Sertão da Paraíba, e começou a cantar profissionalmente aos 11 anos na extinta banda Forró das Manas, na qual fazia trio com suas irmãs. A cantora e compositora do estilo forró romântico já foi vocalista das bandas Moleca 100 Vergonha e Banda A Loba. Em 2017, Santiago começou sua carreira solo, que rendeu o hit “É Que Eu Não Te Esqueci”, com cerca de 30 milhões de visualizações no YouTube. Conheça as gravações originais Veja os clipes dos hits originais, compare com as gravações de Danieze e confira reação dos portugueses abaixo. Também Diogo Piçarra foi alvo de plágio pela cantora brasileira Danieze Piçarra, que copiou a sua música "Saída de Emergência". pic.twitter.com/WrJGbGJF1D — Mundo Vivo (@mundo__vivo) August 7, 2023 Às vezes o melhor é mesmo não dizer nada 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣Culpa os outros, ela compôs músicas e quem trabalha com ela achava que eram delas 🤣🤣🤣As músicas não eram para ser lançadas Hahahahahahahahhahaha@diogopicarra #daniezesantiago 🖕 pic.twitter.com/vOICT6rzIu — Catherine Carvalho (@cathcarvalho92) August 7, 2023
Wesley Safadão e Anitta fazem parceria em clipe de forró
Wesley Safadão e Anitta lançaram uma nova parceria, que deve dominar as ondas do rádio nos próximos meses. Afinal, são dois dos artistas mais populares do Brasil. E apesar de se especializarem em gêneros diferentes, o dueto impressiona de forma positiva pela boa combinação. O clipe de “Romance com Safadeza” mostra a dupla num forró, que anima casais de todas as idades entre as paredes de barro de um bar interiorano. Wesley tem papel duplo, como cantor da festa e cliente, enquanto Anitta vive uma animada garçonete. O óculos de Clark Kent não disfarça a disposição de herói do cantor/cliente, quando um folgado com o dobro do seu tamanho puxa briga com a mocinha e ele intervém, conquistando Anitta. As cenas foram gravadas em Fortaleza, com direção de Mess Santos, que já tinha trabalhado antes com Safadão no clipe de “Sonhei que Tava me Casando”. E entre os figurantes, há alguns “influenciadores” – gente que, na verdade, só os influenciados conhecem. Embora habitem universos musicais bem distantes, “Romance com Safadeza” marca a segunda parceria entre Wesley Safadão e Anitta, após participarem juntos da gravação de “Você Partiu Meu Coração”, de Nego do Borel.
Documentário Danado de Bom vence o festival Cine-PE
O documentário “Danado de Bom”, de Deby Brennand, foi o grande vencedor do 20º Cine-PE, levando os troféus Calunga de Melhor Filme, Fotografia, Montagem e Edição de Som. Único documentário na mostra competitiva de longas, o filme traça um perfil do compositor João Silva, parceiro de Luiz Gonzaga que morreu em 2003 e não chegou a ver o trabalho pronto. “Danado de Bom” foi o único filme aplaudido de pé em todo o Cine PE-2016. Com um tema popular – o forró – , ele já tinha sido exibido no festival É Tudo Verdade, onde não chamou tanta, para não dizer nenhuma, atenção. O mais curioso, entretanto, é que na hora de definir seu prêmio, o público preferiu outro longa, ignorando sua suposta popularidade. Longa mais premiado da noite, “Por Trás do Céu”, de Caio Sóh, venceu o troféu do júri popular e também conquistou quatro categorias da premiação do juri: Melhor Roteiro (do próprio Caio Sóh), Ator Coadjuvante (Paulo Góes), Atriz Coadjuvante (Paula Burlamaqui) e Direção de Arte. O troféu de Melhor Direção ficou com Rodrigo Gava, pela animação “As Aventuras do Pequeno Colombo”, enquanto os prêmios de interpretação foram para os dois protagonistas do filme “Leste Oeste”, Felipe Kannenberg e Simone Iliescu. Dirigido por Rodrigo Grota, “Leste Oeste” tinha sido o longa mais elogiado do evento… Além dos prêmios “oficiais”, o veterano cineasta Luiz Rosemberg Filho, que apresentou “Guerra do Paraguay” na competição, recebeu um Calunga especial pelo conjunto da obra. “Guerra do Paraguay” ainda foi considerado o Melhor Filme do festival na votação da crítica. Ou seja, com apenas seis longas em competição, o Cine-PE só deixou de premiar a comédia “O Prefeito”, de Bruno Safadi, evidenciando o loteamento que costuma resultar de uma amostragem limitada. Outro problema derivado dessa opção, por sinal, acabou prejudicando a festa da premiação: a ausência da maioria dos vencedores, que não compareceram ao evento para receber seus troféus. Diante do acumulo de desculpas, ficou a sensação de desprestígio do festival. Um dos mais importantes festivais de cinema do país, o Cine-PE aconteceu de 2 a 8 de maio, em Pernambuco, trazendo, ainda, 18 curta-metragens. A ficção “Redemunho”, estreia na direção da atriz Marcélia Cartaxo (sempre lembrada por “A Hora da Estrela”), ganhou o prêmio de Melhor Curta. Os títulos dos demais premiados podem ser conferidos abaixo, na lista completa dos vencedores. Vencedores do Cine-PE 2016 MOSTRA COMPETITIVA DE LONGAS Melhor Filme Danado de Bom (PE), de Deby Brennand Melhor Direção Rodrigo Gava, por As Aventuras do Pequeno Colombo (RJ) Melhor Roteiro Caio Sóh, por Por Trás do Céu (SP) Melhor Fotografia Jane Malaquias, Pablo Nóbrega e Pedro Von Kruger, por Danado de Bom (PE) Melhor Edição Jordana Berg, por Danado de Bom (PE) Melhor Edição de Som Ernesto Sena e Antonio de Pádua, por Danado de Bom (PE) Melhor Trilha Sonora Ary Sperling, por As Aventuras do Pequeno Colombo (RJ) Melhor Direção de Arte Ana Isaura, Zeno Zanardi e Kennedy Mariano, por Por Trás do Céu (SP) Melhor Ator Coadjuvante Renato Góes, por Por Trás do Céu (SP) Melhor Atriz Coadjuvante Paula Burlamaqui, por Por Trás do Céu (SP) Melhor Ator Felipe Kannenberg, por Leste Oeste (PR) Melhor Atriz Simone Iliescu, por Leste Oeste (PR) Prêmio Especial do Júri Luiz Rosemberg Filho, pelo conjunto de sua obra e contribuição ao cinema brasileiro Prêmio da Crítica (júri da Abraccine) Guerra do Paraguay, de Luiz Rosemberg Filho (RJ) Prêmio do Júri Popular Por Trás do Céu, de Caio Sóh (SP) MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS Melhor Filme Redemunho, de Marcélia Cartaxo (PB) Melhor Direção Marcello Sampaio, por O Coelho (RJ) Melhor Roteiro Marcélia Cartaxo e Virginia de Oliveira, por Redemunho (PB) Melhor Atriz Ingrid Cairo, por O Coelho (RJ) Melhor Ator Daniel Porpino, por Redemunho (PB) Melhor Fotografia Marcello Sampaio, por O Coelho (RJ) Melhor Direção de Arte Hermerson Souza, por This is not a Song of Hope (PE) Melhor Edição de Som Alexandre Barcellos e Felipe Mattar, por Das Águas que Passam (ES) Melhor Trilha Sonora Lívio Tragtemberg, Naná Vasconcellos e Villa Lobos, por Gramatyka (DF) Melhor Edição Guto BR, por O Último Engolervilha II (RJ) Prêmio do Júri Popular O Coelho, de Marcello Sampaio (RJ) Prêmio da Crítica (júri da Abraccine) Paulo Bruscky, de Walter Carvalho (PE) Prêmio Canal Brasil Redemunho, de Marcélia Cartaxo (PB) MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS PERNAMBUCANOS Melhor Filme Maria, de Carol Correia Melhor Direção Tauana Uchôa, por Não Tem Só Mandacaru Prêmio do Júri Popular Diva, de Luiz Rodrigues Jr.
Festival Cine-PE completa 20 anos valorizando o cinema brasileiro
O Festival Cine-PE completa 20 anos de existência numa época de bastante valorização do cinema pernambucano, um dos mais efervescentes e criativos da nova safra autoral brasileira. A mais recente consagração foi a inclusão de “Aquarius”, novo filme de Kleber Mendonça Filho (“O Som ao Redor”), na mostra competitiva do Festival de Cannes. A fase de reconhecimento global ao cinema brasileiro teve uma consequência bem-vinda no festival pernambucano, que parece ter abandonado sua desfocada pretensão de virar um evento internacional, passando a valorizar o que fez de melhor em suas duas décadas de existência: lançar novos clássicos nacionais. A crise econômica (a questão cambial) também ajudou na composição das mostras, que voltam a ser exclusivas de filmes brasileiros. São três mostras competitivas: uma de longas, outra de curtas e uma terceira de curtas do estado de Pernambuco. Debates e workshops também entram na programação, que ainda presta homenagem às carreiras do ator Jonas Bloch (“Amarelo Manga”) e da atriz-cineasta Carla Camurati (“Carlota Joaquina: Princesa do Brazil”). Mesmo com a exclusão de filmes internacionais, a mostra competitiva de longas permanece bastante enxuta, com apenas seis títulos, mas, paradoxalmente, eclética ao extremo, incluindo na mesma seleção um filme alegórico de cineasta da velha guarda, um documentário sobre forró e uma animação infantil. A disputa começa com a exibição de “Por Trás do Céu”, do paulista Caio Sóh, diretor de “Teus Olhos Meus” (vencedor do prêmio do público da Mostra de São Paulo de 2011) e marido da protagonista, a atriz Nathalia Dill (“Paraísos Artificiais”). Filme encantado pelo céu azul nordestino, foi rodado no Cariri paraibano, a “Roliúde Nordestina”, onde se passaram clássicos como “São Jerônimo” (1999), de Júlio Bressane, “O Auto da Compadecida” (2000), de Guel Arraes, e “Cinema, Aspirinas e Urubus” (2005), de Marcelo Gomes. A mencionada projeção internacional se reflete na exibição da comédia “O Prefeito”, de Bruno Safadi (“Éden”), sobre um prefeito fictício (Nizo Neto) que quer a independência do Rio. O filme integra uma quadrologia (com obras de outros cineastas) que foi lançada no Festival de Locarno no ano passado. Um dos filmes mais esperados da competição é “Guerra do Paraguay”, do mítico Luiz Rosemberg Filho, lenda-viva do chamado Cinema de Invenção, que interrompeu um longo hiato com “Dois Casamento$”, seu filme mais pop, lançado em apenas duas salas em 2015. Na ocasião, comparou a burocracia da Ancine à ditadura que o censurava nos anos 1970. Sua nova obra é uma crítica alegórica ao fascismo, contada em tom de fábula. Com apelo mais popular, o documentário “Danado de Bom”, de Deby Brennand, celebra o forró, ao relembrar a carreira musical de João Silva, grande parceiro de Luiz Gonzaga. O filme da cineasta pernambucana já foi exibido no festival É Tudo Verdade, no mês passado. Voltado ao público infantil, a animação “As Aventuras do Pequeno Colombo”, de Rodrigo Gava (“Turma da Mônica em Uma Aventura no Tempo”), contrasta com a seriedade da seleção, acompanhando uma aventura do jovem Chris (Christóvão Colombo) e seus amigos Leo (Leonardo da Vinci) e Lisa (Monalisa) em busca dos tesouros da lendária Ilha de Hi-Brasil. Assumidamente comercial, a produção já assegurou sua estreia no circuito em dezembro. Completa a programação “Leste Oeste”, primeiro longa-metragem dirigido pelo cineasta Rodrigo Grota, que envolve pilotos de corridas e parece ter sido rodado em outro país, onde há neblinas e manhãs frias. Antítese do cenário ensolarado das demais obras selecionadas, foi filmado em Londrina, na “república” do Paraná.



