Filmes online: Confira as melhores estreias de cinema em casa
A Netflix disponibiliza a estreia que mais chama atenção na semana com o lançamento de “Awake”, uma sci-fi apocalíptica com ecos de “Bird Box”. A trama se passa após um acontecimento global avariar todos os aparelhos eletrônicos e impedir a humanidade de conseguir dormir, enlouquecendo lentamente a população. Conforme o caos toma conta do mundo, a protagonista vivida por Gina Rodriguez (“Jane the Virgin”) tenta levar sua família para segurança e, em sua jornada, descobre que pode ter a chave da cura: sua filha. A menina é a única que ainda consegue dormir. A programação também destaca “First Cow – A Primeira Vaca da América”, que foi lançado simultaneamente nos cinemas. O novo longa da diretora Kelly Reichardt (“Certas Mulheres”) gira em torno de um padeiro habilidoso (John Magaro) em viagem para o Velho Oeste que encontra uma verdadeira conexão com um imigrante chinês também em busca de sua fortuna. Juntos, eles percebem que podem ficar ricos ao transformar o leite da primeira vaca da região em biscoitos. Infelizmente, a vaca não é deles. E o que se segue é uma fábula sobre amizade, capitalismo e sustentabilidade que venceu nada menos que 24 prêmios e foi eleito pelos críticos de Nova York como o melhor filme do ano passado. A maioria dos demais títulos são comédias inéditas no Brasil, que vão da hilária “Shiva Baby”, passada em tempo real durante um funeral judeu, à sombria “O Diário de um Maquinista”, vencedora de nada menos que 19 troféus no circuito dos festivais internacionais. Para o fim do semana dos namorados, as plataformas receberam vários telefilmes convencionais com Amor no título. Mas a única opção digna de “cinema em casa” é “Um Fim de Semana Prolongado”, comédia romântica com algumas reviravoltas. A propósito, “Judy & Punch”, que ganhou Amor e Vingança no subtítulo nacional, não é nada romântica, mas uma fábula feminista mais “Kill Bill” que “A Princesa Prometida” (a propósito, fica a dica da melhor comédia romântica de todas). Confira abaixo a seleção (com os trailers) das 10 melhores opções de filmes disponibilizadas em streaming nesta semana. Awake | EUA | Sci-Fi (Netflix) First Cow – A Primeira Vaca da América | EUA | Drama (Apple TV, NOW, YouTube Filmes) Shiva Baby | EUA, Canadá | Comédia (MUBI) Falsos Milionários | EUA | Comédia (Apple TV, Vivo Play, Sky Play, Oi Play) O Diário de um Maquinista | Sérvia | Comédia (Apple TV, Google Play, Looke, NOW, Vivo Play, YouTube Filmes) Um Fim de Semana Prolongado | EUA | Comédia (Apple TV, Google Play, Vivo Play, YouTube Filmes) Judy & Punch – Amor e Vingança | Austrália | Comédia (Apple TV, Google Play, Looke, Vivo Play, YouTube Filmes) O Sequestro de Daniel Rye | Dinamarca, Noruega, Suécia | Thriller (Apple TV, Google Play, Looke, NOW, Sky Play, Vivo Play, YouTube Filmes) Selva Trágica | México, França, Colômbia | Mistério (Netflix) Uma Skatista Radical | Índia, EUA | Drama (Netflix)
Cinemas recebem animação, drama premiado e quatro filmes brasileiros
Os exibidores de cinema apostam em “Spirit – O Indomável” para manter a tendência de aumento no público durante mais um fim de semana. A produção da DreamWorks Animation tem a maior distribuição desta quinta (10/6), chegando a cerca de 300 salas. Infelizmente, também é uma das animações mais fracas do estúdio, uma reciclagem da reciclagem. O filme é uma adaptação da série “Spirit Riding Free” da Netflix, que por sua vez era inspirada no longa animado “Spirit: O Corcel Indomável” (2002). Só que a obra original, indicada ao Oscar, não tinha garotinhas galopando, mas índios. A nova versão troca o contexto histórico-cultural por uma trama com DNA de fábula de princesinha. Com direção de Elaine Bogan (“Como Treinar o Seu Dragão – A Série”) e do brasileiro Ennio Torresan (chefe de arte de “Abominável”), o longa acompanha a menina Lucky Prescott, que tem sua vida alterada para sempre ao se mudar da cidade grande para um pequeno vilarejo fronteiriço, onde se torna amiga de um cavalo selvagem chamado Spirit. Em circuito limitado, o destaque é “First Cow – A Primeira Vaca da América”, que só não apareceu no Oscar porque seu pequeno estúdio, A24, não tinha dinheiro para fazer campanha conjunta para dois títulos e optou por “Minari”. Mesmo assim, o novo longa da diretora Kelly Reichardt (“Certas Mulheres”) venceu nada menos que 24 prêmios e foi eleito pelos críticos de Nova York como o melhor filme do ano passado. A trama gira em torno de um padeiro habilidoso (John Magaro) em viagem para o Velho Oeste que encontra uma verdadeira conexão com um imigrante chinês também em busca de sua fortuna. Juntos, eles percebem que podem ficar ricos ao transformar o leite da primeira vaca da região em biscoitos. Infelizmente, a vaca não é deles. E o que se segue é uma fábula sobre amizade, capitalismo e sustentabilidade. A programação ainda inclui o drama alemão “Eu Estava em Casa, Mas…”, que rendeu o Urso de Prata do Festival de Berlim à diretora Angela Schanelec (“Uma Tarde Qualquer”) e é uma verdadeira aula sobre a técnica cinematográfica. Mas… o que chama realmente atenção no leque de opções é o lançamento simultâneo de quatro longas brasileiros de ficção. A maior expectativa recai sobre “Acqua Movie”, primeiro longa do premiado pernambucano Lírio Ferreira desde “Sangue Azul” em 2014. O road movie é passado no mesmo universo do cult “Árido Movie” (2005), com fotografia e elenco impressionantes. Um contraste enorme com “AmarAção”, cheio de problemas, que é quase cinema de guerrilha pela falta de recursos evidentes. Mas em termos de narrativa coesa são as comédias bobas que se saem melhor. O tema sobrenatural de “Missão Cupido” é realmente para não se levar a sério e rende boa diversão, enquanto “Quem Vai Ficar com Mário?” parte de uma premissa com pontos de conexão com “A Gaiola das Loucas” para, além de fazer rir, ajudar a refletir sobre preconceito sexual. Veja abaixo os trailers de todos os lançamentos. Spirit – O indomável | EUA | 2021 First Cow – A Primeira Vaca da América | EUA | 2020 Acqua Movie | Brasil | 2020 Quem Vai Ficar com Mário? | Brasil | 2020 Missão Cupido | Brasil | 2020 AmarAção | Brasil, França, Israel | 2020 Eu Estava em Casa, Mas | Alemanha, Sérvia | 2020
Spirit Awards 2021: Bacurau é indicado ao “Oscar” do cinema independente dos EUA
A organização do Film Independent (Cinema Independente) divulgou nesta terça (26/1) os indicados à premiação do Spirit Awards 2021, considerado o Oscar do cinema independente americano. E o Brasil está representado em dois títulos na lista. “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, vai disputar o troféu de Melhor Filme Internacional, enquanto “Nine Days”, do paulista Edson Oda, foi selecionado como Melhor Longa de Estreia. A inclusão de “Bacurau”, um ano após a seleção de “A Vida Invisível” para o mesmo prêmio, é uma curiosa coincidência. Os dois filmes disputaram a indicação da Academia Brasileira de Cinema para tentar uma vaga no Oscar do ano passado, com o filme de Karim Aïnouz sendo selecionado. Como “Bacurau” ficou de fora daquela disputa, os distribuidores atrasaram seu lançamento nos EUA. O filme só chegou aos cinemas americanos em 2020, qualificando-se assim aos prêmios da atual temporada em Hollywood. Já “Nine Days” é uma produção hollywoodiana inédita no Brasil, com tema espiritual e estrelada por Winston Duke (“Pantera Negra”), Zazie Beetz (“Coringa”) e Benedict Wong (“Doutor Estranho”). Edson Oda já tinha sido premiado pelo roteiro deste filme no Festival de Sundance passado. A disputa principal é liderada por “Never Rarely Sometimes Always”, sobre os obstáculos que uma adolescente encontra para fazer um aborto. Com sete indicações, o filme de Eliza Hittman foi o mais lembrado, sendo seguido de perto por “Minari”, drama de Lee Isaac Chung, vencedor do Festival de Sundance, que conta a história de uma família de imigrantes sul-coreanos em busca de construir uma vida no sul rural dos EUA. Ambos os filmes competem na categoria de Melhor Filme com “Nomadland”, drama de Chloé Zhao que venceu os festivais de Veneza e Toronto, “A Voz Suprema do Blues”, último filme de Chadwick Boseman (que disputa o troféu de Melhor Ator), e “First Cow”, da cineasta Kelly Reichardt. A lista dos indicados também destaca “Uma Noite em Miami”, estreia da atriz Regina King (“Watchmen”) na direção, como o filme selecionado para receber o troféu especial Robert Altman, como melhor combinação de elenco e cineasta. A premiação do Film Independent Spirit Awards 2021 acontece no próximo dia 22 de abril, três dias antes da cerimônia do Oscar. Vale lembrar que “A Despedida” (The Farewell) foi o vencedor do ano passado. O fato de o Oscar ter ignorado completamente a obra de Lulu Wang não desvaloriza o Spirit Awards. Ao contrário, ressalta a importância de um prêmio que realmente celebra o melhor do cinema americano – e não apenas blockbusters. Veja abaixo a relação completa dos indicados. CINEMA Melhor Filme “First Cow” “A Voz Suprema do Blues” “Minari” “Never, Rarely, Sometimes, Always” “Nomadland” Melhor Direção Lee Isaac Chung (“Minari”) Emerald Fennell (“Promising Young Woman”) Eliza Hittman (“Never, Rarely, Sometimes, Always”) Kelly Reichardt (“First Cow”) Chloe Zhao (“Nomadland”) Melhor Filme de Estreia “I Carry You With Me” “Nine Days” “The 40 Year Old Version” “The Sound of Metal” “Miss Juneteenth” Melhor Atriz Nicole Beharie (“Miss Juneteenth”) Viola Davis (“A Voz Suprema do Blues”) Sidney Flanigan (“Never, Rarely, Sometimes, Always”) Julia Garner (“The Assistent”) Frances McDormand (“Nomadland”) Carey Mulligan (“Promising Young Woman”) Melhor Ator Riz Ahmed (“The Sound of Metal”) Chadwick Boseman (“A Voz Suprema do Blues”) Rob Morgan (“Bull”) Steven Yeun (“Minari”) Adarsh Gourav (“O Tigre Branco”) Melhor Atriz Coadjuvante Alexis Chikaeze (“Miss Juneteenth”) Yeri Han (“Minari”) Valerie Mahaffey (“French Exit”) Talia Ryder (“Never, Rarely, Sometimes, Always”) Yuh-jung Youn (“Minari”) Melhor Ator Coadjuvante Coleman Domingo (“A Voz Suprema do Blues”) Orion Lee (“First Cow”) Paul Raci (“The Sound of Metal”) Glynn Turmann (“A Voz Suprema do Blues”) Benedict Wong (“Nine Days”) Melhor Roteiro “Má Educação” “Minari” “Você Nem Imagina” “Never, Rarely, Sometimes, Always” “Promising Young Woman” Melhor Roteiro de Estreia Kitty Green (“The Assistent”) Noah Hutton (“Lapsis”) Channing Godfrey Peoples (“Miss Juneteenth”) Andy Siara (“Palm Springs”) James Sweeney (“Straight Up”) Melhor Fotografia Jay Keitel (“She Dies Tomorrow”) Shabier Kirchner (“Bull”) Michael Latham (“The Assistent”) Hélène Louvart (“Never, Rarely, Sometimes, Always”) Joshua James Richards (“Nomadland”) Melhor Edição “I Carry You With Me” “O Homem Invisível” “Residue” “Never, Rarely, Sometimes, Always” “Nomadland” Melhor Documentário “Collective” “Crip Camp” “As Mortes de Dick Johnson” “Time” “The Mole Agent” Melhor Filme Internacional “Bacurau” “The Disciple” “Night of the Kings” “Preparations to be Together for an Unknown Period of Time” “Quo Vadis, Aida?” Prêmio John Cassavetes “The Killing of Two Lovers” “La Leyenda Negra” “Língua Franca” “Residue” “Saint Frances” Prêmio Piaget Producers Kara Durrett Lucas Joaquin Gerry Kim Prêmio Someone to Watch David Midell (“The Killing of Kenneth Chamberlain”) Ekwa Msangi (“Farewell Amor”) Annie Silverstein (“Bull”) Prêmio Truer Than Fiction Cecilia Aldarondo (“Landfall”) Elegance Bratton (“Pier Kids”) Elizabeth Lo (“Stray”) Prêmio Robert Altman “Uma Noite em Miami” TELEVISÃO Melhor Série “I May Destroy You” “Little America” “Small Axe” “A Teacher” “Nada Ortodoxa” Melhor Série Documental “Atlanta’s Missing and Murdered: The Lost Children” “City So Real” “Immigration Nation” “Love Fraud” “We’re Here” Melhor Atriz em Série Elle Fanning (“The Great”) Shira Haas (“Nada Ortodoxa”) Abby McEnany (“Work in Progress”) Maitreyi Ramakrishnan (“Eu Nunca…”) Jordan Kristine Seamón (“We Are Who We Are”) Melhor Ator em Série Conphidance (“Little America”) Adam Ali (“Little America”) Nicco Annan (“P-Valley”) Amit Rahav (“Nada Ortodoxa”) Harold Torres (“Zero, Zero, Zero”) Melhor Elenco em Série Nova “I May Destroy You”
Críticos de Nova York elegem First Cow melhor filme do ano
Além de eleger “Bacurau” como o Melhor Filme Internacional de 2020, o New York Film Critics Circle, associação de críticos de cinema residentes de Nova York, destacou o drama indie “First Cow”, da cineasta Kelly Reichardt (“Certas Mulheres”), como o Filme do Ano nos EUA. A produção realizada pelo estúdio A24 segue um cozinheiro habilidoso (John Magaro) que viaja para o Oeste e se junta a um grupo de caçadores de peles em Oregon. Ele encontra uma verdadeira conexão com um imigrante chinês que também busca sua fortuna e, logo, os dois colaboram em um negócio de sucesso. Os críticos nova-iorquinos também escolheram uma cineasta feminina como vencedora do prêmio de Melhor Direção, Chloe Zhao, por “Nomadland” – filme que faturou os festivais de Veneza e Toronto. A lista também destaca o elenco de “Destacamento Blood”, de Spike Lee, nos prêmios de interpretação masculina, reconhecendo Delroy Lindo como Melhor Ator e o falecido Chadwick Boseman como Melhor Ator Coadjuvante. Já os prêmios de atuação feminina foram para Sidney Flanigan, Melhor Atriz por “Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre”, e Maria Bakalova, pelo desempenho como Tutar, a filha de Borat, na comédia “Borat: Fita de Cinema Seguinte”. “Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre” ainda foi celebrado na categoria de Melhor Roteiro, enquanto os cinco filmes do projeto “Small Axe”, do diretor Steve McQueen (“12 Anos de Escravidão”) para a Amazon, foram premiados como Melhor Fotografia. Veja a lista completa da premiação abaixo. Melhor Filme: “First Cow”, de Kelly Reichardt Melhor Direção: “Chloé Zhao” (“Nomadland”) Melhor Filme de Estreia: “The Forty-Year-Old Version”, de Rhada Black Melhor Ator: Delroy Lindo (“Destacamento Blood”) Melhor Atriz: Sidney Flanigan (“Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre”) Melhor Ator Coadjuvante: Chadwick Boseman (“Destacamento Blood”) Melhor Atriz Coadjuvante: Maria Bakalova (“Borat: Fita de Cinema Seguinte”) Melhor Roteiro: Eliza Hittman (“Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre”) Melhor Fotografia: “Small Axe” (todos os filmes do projeto de Steve McQueen na Amazon) Melhor Filme Estrangeiro: “Bacurau” (Brasil), de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles Melhor Documentário: “Time”, de Garrett Bradley Melhor Animação: “Wolfwalkers”, de Tomm Moore e Ross Stewart. Prêmios Especiais: Kino Lorber, pela criação de Kino Marquee, um serviço de distribuição de cinema virtual que foi projetado para ajudar a apoiar as salas de cinema, não destruí-las, e Spike Lee por inspirar a comunidade de Nova York com seu curta-metragem “New York New York” e por defender uma sociedade melhor por meio do cinema.
Gotham Awards: Bacurau é indicado a prêmio de cinema indie dos EUA
Tradicionalmente considerado pontapé inicial para a temporada de premiações de cinema dos EUA, o Gotham Awards, evento nova-iorquino que elege os melhores do circuito independente americano, divulgou os indicados de sua edição de 2021 nesta quinta (12/11) com uma surpresa brasileira. Apesar de lançado no ano passado, “Bacurau” emplacou indicação na categoria de Melhor Filme Internacional. O longa de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles vai disputar o troféu com “Lindinhas”, lançamento francês da Netflix que chegou a sofrer tentativa de censura de grupos evangélicos no Brasil e foi chamado de “pornografia infantil” por integrantes do governo Bolsonaro. Ambos os filmes tem credenciais premiadas. O brasileiro ganhou o Prêmio do Júri do Festival de Cannes e o francês rendeu o troféu de Melhor Direção para Maïmouna Doucouré no Festival de Sudance. Os outros filmes da categoria internacional são o russo “Uma Mulher Alta”, de Kantemir Balagov, o irlandês “Wolfwalkers”, de Tomm Moore e Ross Stewart, o italiano “Martin Eden”, de Pietro Marcello, e o mexicano “Identifying Features”, de Fernanda Valadez. A lista americana, por sua vez, destacou “First Cow”, de Kelly Reichardt, com quatro indicações. Mas o que mais chamou atenção foi que todos os cinco filmes selecionados para o prêmio principal tiveram direção feminina. Um feito histórico. Além do longa de Reichardt, a disputa ao prêmio de Melhor Filme Indie do ano inclui “Nunca Raramente Às Vezes Sempre”, de Eliza Hittman, “A Assistente”, de Kitty Green, “Relic”, de Natalie Erika James, e o favorito “Nomadland”, de Chloé Zhao – que já venceu o Leão de Ouro do Festival de Veneza. Vale destacar ainda a nomeação póstuma de Chadwick Boseman a Melhor Ator por “A Voz Suprema do Blues”, drama musical que estreia em 18 de dezembro na Netflix. A premiação vai acontecer em 11 de janeiro em Nova York num formato híbrido, ao estilo dos Emmy Awards, com apresentação presencial e participação virtual dos nomeados. Confira a lista completa dos indicados abaixo. Melhor Filme “Nunca Raramente Às Vezes Sempre” “First Cow” “A Assistente” “Nomadland” “Relic” Melhor Documentário “76 Days” “Time” “City Hall” “Our Time Machine” “A Thousand Cuts” Melhor Ator Riz Ahmed (“Sound of Metal”) Jesse Plemons (“Estou Pensando em Acabar com Tudo”) Chadwick Boseman (“A Voz Suprema do Blues”) John Magaro (“First Cow”) Jude Law (“The Nest”) Melhor Atriz Carrie Coon (“The Nest”) Yuh-Jung Youn (“Minari”) Nicole Beharie (“Miss Juneteenth”) Jessie Buckley (“Estou Pensando em Acabar com Tudo”) Frances McDormand (“Nomadland”) Melhor Ator/Atriz Revelação Sidney Flanigan (“Nunca Raramente Às Vezes Sempre”) Kingsley Ben-Adir (“One Night in Miami”) Jasmine Batchelor (“The Surrogate”) Orion Lee (“First Cow”) Kelly O’Sullivan (“Saint Frances”) Melhor Diretor Revelação Radha Blank (“The Forty-Year-Old Version”) Channing Godfrey Peoples (“Miss Juneteenth”) Alex Thompson (“Saint France”) Carlo Mirabella-Davis (“Swallow”) Andrew Patterson (“A Vastidão da Noite”) Melhor Roteiro “The Forty-Year-Old Version” “First Cow” “Má Educação” “A Vastidão da Noite” “Fourteen” Melhor Filme Internacional “Bacurau” “Uma Mulher Alta” “Lindinhas” “Wolfwalkers” “Martin Eden” “Identifying Features” Melhor Série Estreante de Formato Longo (episódios com mais de 40 min.) “The Great” “Immigration Nation” “P-Valley” “Unorthodox” “Watchmen” Melhor Série Estreante de Formato Curto (episódios com menos de 40 min.) “Betty” “Dave” “I May Destroy You” “Taste the Nation” “Work in Progress”
René Auberjonois (1940 – 2019)
O ator René Auberjonois, que participou da série “Star Trek: Deep Space Nine” e da comédia clássica “M*A*S*H”, morreu neste domingo (8/12) em sua casa, em Los Angeles, aos 79 anos. Ele tinha câncer no pulmão. Auberjonois nasceu em 1940 em Nova York e herdou seu nome do avô, um pintor pós-impressionista suíço também chamado René Auberjonois. Filho de um jornalista suíço que trabalhava como correspondente internacional, foi criado entre Nova York, Paris e Londres, e por um tempo viveu com sua família em uma colônia de artistas, cujos moradores incluíam os atores John Houseman, Helen Hayes e Burgess Meredith. Ele acabou se inspirando a seguir carreira no teatro, eventualmente conseguindo papéis na Broadway e até vencendo um Tony de Melhor Ator em 1969 – pela peça “Coco”, sobre a vida da estilista Coco Chanel, interpretada pela lendária Katharine Hepburn no palco. A carreira de Auberjonois incluiu diversos outros prêmios e indicações, pois ele trabalhou em várias eras douradas, desde o teatro dinâmico da década de 1960 ao renascimento do cinema com a Nova Hollywood da década de 1970, até o auge da programação das redes de TV, nas décadas de 1980 e 1990 e a consagração do cinema indie nos anos 2000 – e cada geração o conheceu por realizações diferentes. Os fãs de cinema o lembram mais como o padre John Mulcahy, o capelão militar que mantinha a serenidade diante das travessuras dos médicos de “M*A*S*H” (1970), a premiadíssima comédia de Robert Altman, que virou uma série ainda mais famosa. Mulcahy foi seu primeiro papel significativo no cinema e o início de uma duradoura parceria com Altman – seguiram-se “Voar É com os Pássaros” (1970), “Onde os Homens São Homens” (1971) e “Imagens” (1972). Ele também apareceu nos grandiosos “O Dirigível Hindenburg” (1975) e “King Kong” (1976), além do suspense “Os Olhos de Laura Mars” (1978), antes de se especializar nos “episódios da semana” na televisão, onde se multiplicou em participações especiais – em atrações populares como “Mulher Biônica”, “O Homem do Fundo do Mar”, “Mulher-Maravilha”, “Casal 20” e “As Panteras” – , até entrar no elenco fixo de “O Poderoso Benson”, sitcom que marcou o seu primeiro papel fixo na TV em 1980. Na série sobre o mordomo de um governador, que durou sete temporadas, Auberjonois viveu um conselheiro político aristocrata e hipocondríaco, chamado Endicott. Ao participar da dublagem da animação “O Último Unicórnio”, em 1982, o ator versátil ingressou numa nova etapa em sua carreira, passando a fazer vozes para vários desenhos de sucesso – como as versões repaginadas de “Scooby-Doo”, “Superamigos”, “Os Smurfs”, “Os Jetsons” e “Jonny Quest”, e novos lançamentos como “Batman: A Série Animada”, “DuckTales”, “Rugrats: Os Anjinhos”, “A Pequena Sereia” e “Aladdin”, entre muitos outros. Seu papel mais famoso surgiu em 1993, com sua escalação no elenco central de “Star Trek: Deep Space Nine”. Na série, Auberjonois interpretou Odo, o metamorfo responsável pela segurança da estação espacial que batizava a produção. A atração durou sete temporadas, até 1999, mas o ator continuou ligado ao personagem após o encerramento, com participações em videogames e em muitas convenções de fãs sobre o universo de “Star Trek”. Ele ainda teve um papel destacado na série “Justiça Sem Limites” (Boston Legal), de 2004 a 2008, e arcos importantes nas mais recentes “Warehouse 13” e “Madam Secretary”. Mas seus principais trabalhos ao final da carreira foram filmes de cineastas independentes excepcionalmente bem-avaliados, entre eles as obras da diretora Kelly Reichardt, que o filmou em “Certas Mulheres” (2016) e no ainda inédito “First Cow”, seu desempenho final. “Eu sou todos esses personagens e adoro isso”, disse Auberjonois em uma entrevista de 2011 ao site oficial da franquia “Star Trek”. “Mas tem vezes que eu encontro as pessoas e elas pensam que sou um primo ou o cara da lavanderia. E eu amo isso também.”





