Bradford Dillman (1930 – 2018)
Morreu Bradford Dillman, que fez diversos filmes de prestígio e produções cultuadas, como “Fuga do Planeta dos Macacos” (1971), “Nosso Amor de Ontem” (1973) e “Piranha” (1978). Ele faleceu na terça (16/1) em Santa Monica, na California, devido a complicações de pneumonia, aos 87 anos. Dillman nasceu em 14 de abril de 1930, em São Francisco, e passou seus verões em Santa Barbara, atuando em produções teatrais locais. Após servir como oficial na Guerra da Coréia, ele entrou no lendário Actors Studio, de Lee Strasburg, junto com James Dean e Marilyn Monroe. E de lá fez sua estreia na Broadway em 1956, com a peça “Longa Jornada Noite Adentro”, pelo qual foi premiado como melhor ator do ano, o que lhe rendeu um contrato com o estúdio 20th Century Fox. Ele iniciou a carreira cinematográfica em 1958, como coadjuvante no drama “Um Certo Sorriso” (1958), de Jean Negulesco, e no filme de guerra “Três Encontros com o Destino”, de Philip Dunne, e recebeu o Globo de Ouro como o estreante mais promissor daquele ano. Sua carreira ganhou ainda mais impulso quando ele estrelou o suspense “Estranha Compulsão” (1959), ao lado de Dean Stockwell. O filme de Richard Fleischer recriava o famoso caso de Leopold e Loeb, dois estudantes de direito que mataram um colega para provar que poderiam cometer o crime perfeito. A história também tinha inspirado “Festim Diabólico” (1948), de Alfred Hitchcock. Mas a versão de Fleischer foi mais premiada, rendendo um troféu compartilhado de Melhor Ator a Dillman, Stockwell e Orson Wells no Festival de Cannes. O começo retumbante lhe encheu de trabalho. No ano seguinte, foi a Londres filmar o suspense “Círculo de Decepção” (1960), seu primeiro papel de protagonista, e se apaixonou no set por sua colega de trabalho, a modelo e atriz Suzy Parker. Os dois casaram e viveram juntos até a morte dela, em 2003. Em ascensão, também estrelou a cinebiografia de “São Francisco de Assis” (1961), do mestre Michael Curtiz. Mas, a partir daí, tomou uma decisão inusitada para a época, passando a fazer participações em atrações televisivas. Ele apareceu em mais de uma centena de séries, chegando até a ter um papel recorrente como um padre em “Dr. Kildare”, além de viver um vilão em um episódio duplo de “O Agente da UNCLE” que foi adaptado para o cinema. Onipresente na telinha, Dillman deixou sua marca em “Mulher-Maravilha”, “Mod Squad”, “São Francisco Urgente”, “James West”, “Missão Impossível”, “O Sexto Sentido”, “O Homem de Virgínia”, “Têmpera de Aço”, “A Ilha da Fantasia”, “As Panteras”, “O Incrível Hulk”, “Barnaby Jones”, “Galeria do Terror” e em muitas outras produções. Ao mesmo tempo, manteve-se presente no cinema, estrelando os suspenses “Obsessão de Amar” (1965) e “A Noite Convida ao Crime” (1968), o filme de guerra “A Ponte de Remagem” (1969), seu primeiro terror, “Balada Para Satã” (1971), e sua primeira sci-fi, “Fuga do Planeta dos Macacos” (1971). Voltou a trabalhar num filme premiado em “Nosso Amor de Ontem” (1973), no qual interpretou o melhor amigo de Robert Redford. Segundo a filha do ator, a obra foi a que melhor captou a essência de Dillman, particularmente durante a cena em um barco, quando os dois atores relembram suas vidas e os melhores momentos do passado. O filme venceu dois Oscars, por trilha e música original. Dillman também coestrelou dois longas da franquia “Dirty Harry” com Clint Eastwood, “Sem Medo da Morte” (1976) e “Impacto Fulminante” (1983). E se especializou em filmes de desastre com ataques de animais. Ele estrelou três produções do gênero: “Praga Infernal” (1975), “O Enxame” (1978) e o clássico “Piranha” (1978). O ator ainda participou de dois novelões televisivos, “Falcon Crest” (num arco entre 1982 e 1983) e “Dinastia” (em 1984), antes de embarcar em diversos filmes B que estagnaram sua carreira. Seu último trabalho foi um telefilme: “O Coração da Justiça” (1992), dirigido pelo brasileiro Bruno Barreto.
Peggy Cummins (1925 – 2017)
A atriz Peggy Cummins, loira fatal do cinema noir, morreu na sexta-feira passada (29/12) aos 92 anos de idade. A atriz, que vivia em Londres, foi vítima de um ataque cardíaco. Peggy Cummins nasceu em 18 de dezembro de 1925 no País de Gales e iniciou a sua carreira de atriz ainda jovem, aos 13 anos, nos palcos londrinos. Ela protagonizou alguns longas britânicos antes de ir para Hollywood após a 2ª Guerra Mundial. E logo em seu primeiro filme americano teve seu nome destacado nos letreiros e cartazes, como a filha que escolhe o noivo “errado” na comédia “Tenho Direito ao Amor” (1947), de Joseph L. Mankiewicz. Apesar deste começo, sua carreira não seguiu o caminho dos risos fáceis. Ao contrário, foi marcada por personagens sombrias, como a chantagista do potencial assassino vivido por Victor Mature no suspense “Rosas Trágicas” (1947), a jovem que ajuda um presidiário (Rex Harrison) a fugir da polícia em “Homem em Fuga” (1948) e a filha que rouba o amante da mãe (Myrna Loy!) em “Se Isto É Pecado” (1949). O filme que lhe deu reconhecimento como femme fatale veio em 1950. E foi um papel radical até mesmo para o gênero noir. Como dizia o título nacional, ela era “Mortalmente Perigosa” (1950) no grande clássico do diretor Joseph H. Lewis, escrito por Dalton Trumbo sob pseudônimo, durante o auge da lista negra. O pôster original de “Gun Crazy” (o título em inglês) a estampava de blazer, saia, salto alto, boina e dois acessórios de metal em cada mão: revólveres em ponto de bala. Sua personagem, Annie Laurie Starr, era uma atiradora de circo com a pontaria perfeita, que amava armas e, após se casar com um ex-militar, convence o marido a resolver os problemas financeiros do casamento com uma maratona de assaltos ousados. O problema é que a natureza violenta da mulher não demora a assustar o homem que ela arrasta para o crime. “Mortalmente Perigosa” foi considerado um marco do cinema e é tido como precursor do revolucionário “Um Rajada de Balas” (1967), sobre a história real do casal de assaltantes Bonnie e Clyde (Fay Dunaway usa até a famosa boina popularizada por Cummins), além de ter influenciado produções da nouvelle vague francesa. Até Quentin Tarantino lista o filme entre seus favoritos de todos os tempos. Temendo ficar marcada, a atriz buscou fazer mais comédias, como “A Noiva Eterna” (1953), “A Loteria do Amor” (1954) e “Com a Cegonha Não Se Brinca” (1954). Mas nenhum desses filmes atingiu a mesma repercussão, o que a trouxe de volta ao Reino Unido e ao noir no clássico “Na Rota do Inferno” (1957), de Cy Endfield. Ela não parou nisto e radicalizou, ao estrelar o único terror de sua filmografia, novamente um clássico, “A Noite do Demônio” (1957), sobre um culto satânico, que foi dirigido pelo mestre francês do gênero, Jacques Tourneur (de “Sangue de Pantera”). Sua carreira não foi muito além, encerrando-se em 1962 após mais quatro comédias britânicas bobas. O título da última revela o tom das produções: “Deu a Louca no Doutor”. Mas Cummins não precisava fazer mais nenhum outro filme para completar sua importância na história do cinema. “Na Rota do Inferno” e “A Noite do Demônio” foram belos bônus. Mas sua participação em “Mortalmente Perigosa” é lendária, a ponto de ser considerada uma das maiores interpretações de femme fatale da história do cinema.
Fernando Birri (1925 – 2017)
Morreu o cineasta, escritor e poeta argentino Fernando Birri. Considerado o pai do novo cinema latino-americano, ele faleceu na quarta-feira (27/12), aos 92 anos, em Roma. Birri fundou a Escola Latino-Americana de Documentários de Santa Fé, na Argentina, e da Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de los Baños, em Cuba. Ele rodou um de seus filmes mais famosos na cidade em que nasceu, Santa Fé. No curta “Jogue uma Moeda” (1958), mostrou a situação de miséria em que viviam as crianças de sua província natal. Seu primeiro longa de ficção foi “Los Inundados” (1961), comédia com toques dramáticos sobre uma família pobre forçada a fazer várias viagens de trem durante um período de inundações, a fim de alcançar um refúgio seguro, enquanto burocratas corruptos transforam a vida do povo num inferno. Muito ligado ao Brasil, deu aulas para Maurice Capovilla e Vladimir Herzog na escola de Santa Fé. E também viu o nascimento do Cinema Novo, ao lado dos amigos Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha, quando desembarcou no Rio para fugir da ditadura argentina. Birri foi forçado a se exilar após o golpe militar na Argentina, e foi na Itália que filmou sua obra mais experimental, “Org” (1979), que ele descrevia como um pesadelo de três horas de duração. Sua filmografia inclui dois documentários distintos sobre Che Guevara, além de uma colaboração com o escritor Gabriel García Márquez, com quem escreveu o roteiro de “Un Señor Muy Viejo Con unas Alas Enormes” (1988), clássico cinematográfico do realismo fantástico. Seu último filme foi “El Fausto Criollo” (2011), adaptação de um poema de Estanislao del Campo. Em 2015, a ex-presidente argentina Cristina Kirchner o homenageou por “sua inestimável ajuda ao cinema argentino e latino-americano” e anunciou um projeto de recuperação digital de todas as suas obras.
Documentário da HBO sobre Steven Spielberg ganha trailer
A HBO divulgou o trailer do seu documentário sobre a vida e a obra do diretor Steven Spielberg. A prévia combina imagens de arquivo, que mostram Spielberg novinho, histórias de bastidores, depoimentos de atores com quem ele trabalhou e de outros cineastas que ele produziu, além, claro, de cenas de seus clássicos cinematográficos – “Tubarão”, “E.T.”, “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, “Os Caçadores da Arca Perdida”, “O Império do Sol”, “A Lista de Schindler” e “O Resgate do Soldado Ryan”, para citar alguns. A direção é da produtora Susan Lacy (série “American Masters”) e narrará desde a infância obcecada por cinema de Spielberg, passando pelos seus primeiros trabalhos, até chegar aos dias de hoje. Entre os artistas que participam da retrospectiva, incluem-se J.J. Abrams, Harrison Ford, Oprah Winfrey, Leonardo DiCaprio, Martin Scorsese, Liam Neeson e muitos outros. Intitulado “Spielberg”, o documentário estreia em 7 de outubro nos EUA.
Steven Spielberg vai ganhar documentário da HBO
O cineasta Steven Spielberg vai ganhar um documentário da HBO, que pretende abordar sua vida e sua vasta filmografia. A obra será dirigida por Susan Lacy, que venceu um Emmy pela série de documentários “American Masters”. Ela conduziu mais de 30 horas de entrevistas com Spielberg para a produção. O documentário também incluirá cenas inéditas de bastidores de diversos longas do diretor, além de conversas com familiares, amigos, atores e outros realizadores, incluindo J.J. Abrams, Francis Ford Coppola e George Lucas. Considerado um dos mais cineastas mais importantes de Hollywood, Steven Spielberg é o diretor que possui mais títulos na prestigiada lista dos 100 melhores longas de todos os tempos organizada pelo American Film Institute. Entre seus grandes sucessos estão “Tubarão” (1975), “Contatos Imediatos de Terceiro Grau” (1977), “Os Caçadores da Arca Perdida” (1981), “ET – O Extraterrestre” (1982), “Jurassic Park” (1993), “A Lista de Schindler” (1993) e “O Resgate do Soldado Ryan” (1998). Os dois últimos foram premiados com o Oscar de Melhor Direção. A estreia do documentário está prevista para 7 de outubro na HBO.
Elena Verdugo (1925 – 2017)
Morreu a atriz Elena Verdugo, que teve uma prolífica carreira cinematográfica antes de se concentrar na TV e ser indicada ao Emmy por seu trabalho na série “Marcus Welby”. Ela faleceu na terça-feira (30/5) em Los Angeles, aos 92 anos. Elena Angela Verdugo debutou no cinema antes de debutar na vida real. Nascida e criada na Califórnia, numa família hispânica, ela conquistou seu primeiro papel aos 6 anos de idade, em 1931, e durante a adolescência encarou a rotina de aparecer em vários filmes por ano. Entre suas dezenas de produções da época, destacam-se muitos musicais, inclusive “Serenata Tropical” (1940) com Carmen Miranda, e clássicos de terror da Universal, que fez bom uso de seu sobrenome – Verdugo significa carrasco ou pessoa cruel – em “A Mansão de Frankenstein” (1944) e “The Frozen Ghost” (1945), ambos estrelados por Lon Chaney Jr. Mas ela também participou de aventuras populares, como “Jim das Selvas – A Tribo Perdida” (1949), “Cyrano de Bergerac” (1950) e “A Princesa de Damasco” (1952), antes de ir parar na TV, assumindo o papel principal da série “Meet Millie”, que durou quatro temporadas, entre 1952 e 1955. Verdugo integrou o elenco de várias outras séries de duração efêmera, até entrar em “Marcus Welby” em 1969. A produção era estrelada por Robert Young, ator conhecido do cinema noir, que já tinha em seu currículo uma atração televisiva de enorme sucesso, “Papai Sabe Tudo” (1954-1960). A trama acompanhava o cotidiano de seu personagem, o médico do título, um exemplo de doutor à moda antiga, atencioso e dedicado, que era capaz de tratar de tudo e com quem todo mundo queria se consultar. Verdugo interpretava sua enfermeira, Consuelo Lopez, e o elenco ainda incluía James Brolin como o médico assistente Dr. Steven Kiley. Sucesso retumbante, “Marcus Welby” se tornou a série médica mais popular de sua época, rendendo 170 episódios, exibidos ao longo de sete temporadas, entre 1969 e 1976. Além disso, venceu o Emmy de Melhor Série Dramática de 1970 e rendeu inúmeras indicações ao seu elenco. Verdugo foi lembrada por dois anos seguidos na categoria de Atriz Coadjuvante, em 1971 e 1972. Curiosamente, ela pensou em recusar o papel, quando os produtores lhe falaram que queriam uma empregada latina. “Eu disse: ‘Esquecam! Eu não vou interpretar uma empregada doméstica, que era o tipo de papel que os latinos recebiam na época”, ela contou em entrevista ao canal PBS. Sua personagem acabou sendo uma das primeiras latinas proeminentes da televisão norte-americana. Após o fim da série, a atriz ainda apareceu no telefilme “A Volta de Marcus Welby”, que reuniu o elenco original em 1984. Mas fez pouquíssima coisa mais. Ela se aposentou no ano seguinte.
Jonathan Demme (1944 – 2017)
Morreu o diretor Jonathan Demme, vencedor do Oscar por “O Silêncio dos Inocentes” (1991). Ele faleceu nesta quarta (26/4) em Nova York, aos 73 anos, vítima de um câncer no esôfago e de complicações cardíacas. O cineasta foi diagnosticado com a doença em 2010, quando passou por um tratamento bem sucedido. Infelizmente, o câncer retornou em 2015 e sua saúde se deteriorou, até seu estado se tornar grave nas últimas semanas. Com mais de 40 anos de carreira, Demme integrava a brilhante geração de cineastas que deu seus primeiros passos sob a tutela do produtor Roger Corman nos anos 1970, da qual também fazem parte Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, James Cameron, Ron Howard e Curtis Hanson. Seu primeiro trabalho foi como roteirista do filme B de motoqueiros “Angels Hard as They Come”, produzido por Corman em 1971. A estreia como diretor aconteceu logo em seguida, com “Celas em Chamas (1974), que explorava a vertente sensacionalista dos filmes de presídios femininos, exemplar típico das produções de Corman. A partir daí, alternou thrillers, comédias e documentários, uma rotina que o acompanhou por toda a carreira. Não demorou a chamar atenção, eletrizando com o suspense “O Abraço da Morte” (1979) e encantando com a comédia “Melvin e Howard” (1980), sobre um suposto herdeiro da fortuna de Howard Hughes. Mas o trabalho que lhe trouxe mais atenção foi um documentário musical, que registrava a banda Talking Heads ao vivo. Com trechos transformados em clipes, “Stop Making Sense” (1984) acabou espalhando o nome de Demme. E ele passou a fazer clipes, assinando vídeos de The Pretenders, UB40, New Order e Bruce Springsteen, entre outros. Um dos trabalhos mais importantes desta fase foi o vídeo de protesto “Sun City” (1985), que reuniu uma multidão de artistas contra o Apartheid da África do Sul. Toda essa experiência foi vertida na confecção de seu filme-síntese, “Totalmente Selvagem” (1986), em que uma mulher fatal “rapta” um yuppie para um fim de semana de loucuras. Estrelado por Melanie Griffith, Jeff Daniels e o praticamente estreante Ray Liotta, o filme começava como comédia e terminava como suspense, e pelo meio do caminho enveredava por cenas musicais. Cultuadíssimo, foi escolhido para lançar a revista Set, de cinema, no Brasil. Demme retomou a alternância de seus três gêneros prediletos com o documentário “Declarações de Spalding Gray” (1987), a comédia “De Caso com a Máfia” (1988) e, claro, o suspense “O Silêncio dos Inocentes” (1991). O filme que introduziu o serial killer Hannibal Lecter no imaginário popular tornou-se icônico, com cenas referenciadas até hoje. Mas tão fantástica quanta a interpretação de Anthony Hopkins, vencedor do Oscar pelo papel do psicopata canibal, foi a direção de Demme, criando tensão absurda em simples diálogos e estabelecendo um vocabulário cinematográfico que se tornaria muito imitado. “O Silêncio dos Inocentes” venceu merecidos cinco Oscars: Melhor Filme, Direção, Roteiro, Ator e Atriz (Jodie Foster). Mas não foi a obra mais relevante do diretor. O maior legado de Demme, em termos de impacto cultural e social, veio logo a seguir. A consagração da Academia o inspirou a enveredar pela primeira vez pelo drama adulto. E seu filme seguinte, “Filadélfia” (1993), tornou-se pioneiro no registro da luta contra o preconceito sexual e o estigma da Aids. O Oscar vencido por Tom Hanks, pelo papel do aidético que processa a empresa que o demitiu, ajudou a mudar a visão do mundo sobre a Aids. Assim como a escalação de Denzel Washington, como o advogado homofóbico que defende sua causa, humanizou o questionamento de intransigências antiquadas. Os dois sucessos consecutivos de público e crítica renderam a Demme o status de cineasta de grandes produções. Mas nenhum de seus filmes seguintes teve a mesma repercussão. De fato, foram decepcionantes, como a adaptação do best-seller “Bem-Amada” (1998), com Oprah Winfred, e os remakes “O Segredo de Charlie” (2002), nova versão da trama de “Charada” (1963) com Mark Wahlberg, e “Sob o Domínio do Mal” (2004), com Denzel Washington. Frustrado, Demme voltou aos documentários. Filmou, entre outros, três longas sobre o cantor Neil Young e um registro do trabalho social do ex-presidente Jimmy Carter. E ao recarregar as baterias, mostrou que ainda sabia ousar, voltando à ficção com um drama de estrutura indie. “O Casamento de Rachel” (2008) combinou sua experiência em documentários com uma narrativa esparsa, num registro quase improvisado. O fio narrativo era a desconexão sentida pela personagem de Anne Hathaway, uma ex-viciada que sai de uma clínica para comparecer ao casamento da irmã. Estranho de assistir, o filme se provou hipnótico, rendendo a primeira indicação ao Oscar da atriz, ex-estrela da Disney. Apesar dos elogios da crítica, “O Casamento de Rachel” (2008) fracassou nas bilheterias (fez apenas US$ 16 milhões em todo o mundo) e distanciou ainda mais o diretor da ficção cinematográfica. Ele seguiu fazendo documentários e enveredou pela TV, usando seu nome para lançar “A Gifted Man” (em 2011), série espírita estrelada por Patrick Wilson, que teve apenas a 1ª temporada produzida. Também assinou o piloto de “Line of Sight” (2014), que não foi aprovado, e dois episódios de “The Killing” em 2013 e 2014. No cinema, sua adaptação da peça de Ibsen “A Master Builder” (2013) passou em branco, graças ao elenco de atores pouco conhecidos, a maioria vindo do teatro. A crítica adorou, mas ninguém viu. O filme fez apenas US$ 46 mil nas bilheterias dos EUA e não teve lançamento internacional fora do circuito dos festivais. Por conta disso, Demme fez exatamente o contrário com sua obra seguinte, a comédia “Ricki and the Flash – De Volta pra Casa” (2015), chamando a atriz mais famosa de Hollywood, Meryl Streep, para viver a protagonista, uma roqueira veterana que reencontra a família após vários anos, para ajudar sua filha depressiva. Foi também uma forma de voltar a trabalhar com música no cinema. Um fecho sonoro para sua filmografia. Demme ainda dirigiu o documentário musical “Justin Timberlake + the Tennessee Kids” (2016) e um episódio da série “Shots Fired” (2017). Como lembrou seu colega Edgar Wright no Twitter, “ele podia fazer qualquer coisa” que tivesse imagens em movimento. E sempre com qualidade, mesmo que o público não visse.
Barbara Hale (1922 – 2017)
Morreu Barbara Hale, atriz da série “Perry Mason” e par romântico, no cinema, de alguns dos principais astros de Hollywood. Ela tinha 94 anos e faleceu na quinta (26/1) em sua casa, em Sherman Oaks, na California. Hale começou a carreira como modelo nos anos 1940, o que levou a um contrato para filmar produções do estúdio RKO, a partir de 1943. Diz a lenda que ela ouviu um diretor de casting fazer uma ligação desesperada em busca de uma substituta para uma atriz que estava doente, e foi assim que estrelou em Hollywood. “Claro que aumentaram a história, porque não era um papel importante e eu tinha só uma frase”, ela contou, anos depois. Mas esse começo modesto não demorou a colocá-la ao lado dos grandes astros da época, como Frank Sinatra (“A Lua a Seu Alcance”, 1943), Robert Mitchum (“A Oeste de Pecos”, 1945), Robert Young (“A Dama da Sorte”, 1946, e “Três é Demais”, 1949), Robert Ryan (“O Menino dos Cabelos Verdes”, 1948) e James Stewart (“Radiomania”, 1950). Os papéis românticos foram diminuindo com o passar dos anos, levando-a a explorar outras vertentes, o que lhe rendeu protagonismo num par de clássicos do cinema noir – “Ninguém Crê em Mim” (1949), de Ted Tetzlaff, e “Alma em Sombras” (1949), de Richard Fleischer – , mas principalmente em diversos westerns B, em que fez par com cowboys clássicos de Hollywood, como Broderick Crawford (“O Sabre e a Flecha”, 1953), Randolph Scott (“O Fantasma do General Custer”, 1956), Joel McCrea (“Na Sombra do Disfarce”, 1953, e “Quando as Pistolas Decidem”, 1957), Jock Mahoney (“Nos Degraus da Glória”, 1957) e até Rock Hudson (“Seminole”, 1953). Ela adorava westerns, porque foi no primeiro que estrelou que conheceu seu futuro marido, o ator Bill Williams, coadjuvante de “A Oeste de Pecos” (1945). Ela aceitou o convite do rapaz para tomar um café e um ano depois já estavam casados. O pai de seus três filhos também foi responsável por demonstrar que fazer séries de TV podia ser prazeroso. Após uma longa carreira cinematográfica, Bill Williams estrelou com sucesso a série “As Aventuras de Kit Carson”, que rendeu mais de 100 episódios entre 1951 e 1955. Em 1957, Hale se juntou ao elenco de “Perry Mason”, uma das séries jurídicas mais influentes da história da TV, no papel de Della Street, a secretária do protagonista interpretado por Raymond Burr. Ela era responsável por alguns insights importantes na resolução dos casos da semana, invariavelmente resolvidos num tribunal. “Quando começamos, ainda havia poucas mulheres na TV retratadas como profissionais, pois eram quase todas donas de casa”, disse Hale, numa entrevista dos anos 1990, sobre o revival da série, “Eu também gostava que ela fosse independente a ponto de não ser casada, porque meu marido, Bill, não precisava me ver casada com outro homem, e nossos filhos não tinham que me ver cuidando de outras crianças”. Pelo papel, Barbara Hale venceu o Emmy como Melhor Atriz Coadjuvante de Série Dramática de 1959. Mas ela participou da série até 1966, aparecendo em todos os 271 episódios produzidos de suas impressionantes nove temporadas. Após o fim de “Perry Manson”, a atriz fez participações em algumas séries, inclusive “Têmpera de Aço”, a nova atração do ator Raymond Burr, e coestrelou o longa “Aeroporto” (1970), como a esposa do piloto vivido por Dean Martin. A produção, que incluía um terrorista a bordo de uma aeronave, gerou um frenesi tão grande que acabou responsável pela tendência dos filmes de desastre. A carreira cinematográfica só incluiu mais um filme relevante, “Amargo Reencontro” (1978), de John Millius, sobre surfistas, em que viveu a mãe de seu filho na vida real, William Katt. Por sinal, ela também fez uma participação num episódio da série que popularizou o filho, “Super-Herói Americano”, em 1982, e ainda atuou ao lado do marido no telefilme “Meu Amigo Lobo” (1976), da Disney. Enquanto isso, “Perry Mason” continuava a ser reprisada com sucesso em diversas estações americanas. A rede CBS tinha tentado se aproveitar disso ao lançar “The New Perry Mason”, uma série com outro elenco nos anos 1970, mas o público não aceitou Monte Markham como Perry Mason e Sharon Acker como Della Street. A novidade foi tão mal recebida que não passou dos 15 episódios. Curiosos para ver como o público reagiria à volta do elenco original, os produtores convidaram Burr e Hale a retomarem seus papéis num telefilme, que foi lançado com toda a pompa como “O Retorno de Perry Mason” em 1985. A produção bateu recorde de audiência. A repercussão foi tanta, que novos telefilmes foram encomendados, num total de 30, rendendo mais uma década de casos resolvidos. Nem a morte de Raymond Burr, em 1993, interrompeu a produção, mas deixou Della Street, a personagem de Hale, como a única que participou de todos casos originais de “Perry Mason”. Notadamente, o último telefilme, exibido em 1995, foi também o último trabalho da carreira da atriz.
Emmanuelle Riva (1927 – 2017)
Morreu a atriz francesa Emmanuelle Riva, ícone da nouvelle vague, que ganhou fama mundial como a protagonista de “Hiroshima Meu Amor” (1959), de Alain Resnais, e voltou a ter grande destaque recentemente com “Amor” (2012), do austríaco Michael Haneke, que lhe rendeu a sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Ela lutava havia anos contra um câncer e faleceu na sexta-feira (27/1), aos 89 anos. Nascida em 1927 em uma família de operários do leste da França, Paulette (seu nome real) declamava desde a adolescência as falas de personagens clássicos do teatro em seu quarto. Aos 19 anos, pouco depois do fim da 2ª Guerra Mundial, viajou a Paris para estudar artes dramáticas, mas só foi aparecer no cinema no final da década seguinte. Após figurar em “Volúpia de Prazer” (1958), topou o desafio de aparecer nua num filme de caráter poético-experimental, sobre o romance entre uma francesa e um arquiteto japonês de Hiroshima, a cidade devastada pelo primeiro ataque com bomba atômica da história. Sua nudez serviu de chamariz para o filme, que era extremamente intelectual. Mas se virou musa instantânea, também precisou lutar para não ficar marcada como sexy. Para tanto, tomou uma série de decisões ousadas, ilustrando o lado pouco sensual da prostituição em “Ádua e Suas Companheiras” (1960), de Antonio Pietrangeli, e aparecendo totalmente desglamourizada em “Kapò: Uma História do Holocausto” (1960), de Gillo Pontecorvo, como uma prisioneira de campo de concentração nazista. Em 1962, ela venceu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza por seu papel em “Thérèse Desqueyroux”, como a fria personagem-título, suspeita de ter matado o próprio marido. Mas não voltar a receber maiores reconhecimentos por décadas, mesmo trabalhando com grandes cineastas, como André Cayatte em “Atentado ao Pudor” (1967), Fernando Arrabal em “Irei Como um Cavalo Louco” (1973), Marco Bellochio em “Olhos na Boca” (1982), Philippe Garrel em “Liberté, la Nuit” (1984) e Krzysztof Kieslowski em “A Liberdade É Azul” (1993). Passaram-se 50 anos até Riva voltar às cerimônias de premiação. Em “Amor” (2012), ela interpretou uma mulher doente, à beira da morte e em meio a grandes sofrimentos, compartilhados por seu marido, interpretado por Jean-Louis Trintignant, e a filha, vivida por Isabelle Huppert. Filmado nos cômodos de uma casa, de onde a personagem não conseguia sair, “Amor” se tornou o filme-sensação de 2012, iniciando uma carreira vitoriosa a partir de sua première com a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Ao ser indicada ao Oscar, Riva se tornou a atriz mais velha já reconhecida pela premiação. Não conquistou o troféu americano, mas venceu o César (o “Oscar francês”) e o BAFTA (o “Oscar inglês”). Ela também apareceu no simpático “O Verão do Skylab” (2011), de Julie Delpy, e viu aumentar os convites para filmar obras de cineastas dos mais diferentes países, enquanto buscava retomar a carreira no teatro, num surto de atividade com mais de 80 anos de idade. Em 2014, recebeu seu último prêmio, o Beaumarchais, entregue por um júri de críticos do jornal francês Le Figaro, por sua atuação na peça “Savannah Bay”, de Marguerite Duras. A atriz deixou um filme inédito, “Alma”, do islandês Kristín Jóhannesdóttir, e iria estrelar “Les Vacances”, do iraniano Mohsen Makhmalbaf. “Até o final permaneceu ativa”, declarou sua agente, Anne Alvares Correa. “Emmanuelle Riva era uma mulher comovente, uma artista de rara exigência”, afirmou Frédérique Bredin, presidente do Centro Nacional do Cinema (CNC) da França. “Foi-se uma voz inesquecível, habitada pelo amor das palavras e da poesia.”
Zsa Zsa Gabor (1917 – 2016)
Morreu a atriz Zsa Zsa Gabor, uma das primeiras estrelas a se tornar mais conhecida como celebridade do que por seus papéis. Ela faleceu no domingo (18/12) em sua casa em Los Angeles, aos 99 anos, de uma parada cardíaca, após quase uma década de luta contra diversas doenças. Gabor tinha piorado muito nos últimos dias e seu marido – o nono – convidou seus parentes para que comemorassem com ela seu centenário antecipadamente. A atriz sofreu um infarto e foi levada ao hospital onde os médicos não puderam fazer nada para salvar sua vida. Ela estava com um delicado estado de saúde desde que sofreu um acidente de trânsito em 2002, situação agravada por uma embolia e um derrame em 2005, além de uma fratura de quadril em 2011. A atriz, que ia completar 100 anos em fevereiro, nasceu em 1917 na Hungria e chegou a Hollywood seguindo os passos de sua irmã Eva. Ela começou a carreira com 35 anos, o que não era comum na indústria cinematográfica dos anos 1950. Mas depois de figurar em “O Amor Nasceu em Paris” (1952) conseguiu coadjuvar em mais dois musicais, “Moulin Rouge” (1952), de John Huston, no qual interpretou uma modelo do pintor Toulouse Lautrec, e “Lili” (1953), de Charles Walters. O sucesso destes filmes a levou ironicamente de volta à Europa, rendendo convites para estrelar filmes franceses num grande upgrade em sua carreira: como protagonista. Ela virou a cabeça de um bandido em “O Inimigo Público Nº 1” (1953) e de um toureador em “Luz e Sangue” (1954). Mas o nome nos cartazes franceses não saciaram seu desejo por fama e Zsa Zsa preferiu voltar a coadjuvar em Hollywood, aparecendo em “O Rei do Circo” (1954), ao lado de Jerry Lewis e Dean Martin, e “Destruí Minha Própria Vida”(1956), um drama noir em que disputou com Yvonne de Carlo (a futura Lili Monstro da série “Os Monstros”) quem era a mulher mais fatal. Por esta época, Zsa Zsa começou a aparecer em programas de variedade na TV, arrancando risos do público com seu sotaque, personalidade e carisma marcantes. Daí para fazer rir em sitcoms foi um pulo. Ela foi convidada a participar de um episódio de “The Red Skelton Show” para representar uma “estrela de cinema” e, um ano depois, contratada para interpretar, pela primeira vez, a si mesma num programa de ficção. Não só isso, o título do episódio da série de comédia “The Bob Cummings Show” tinha seu nome: “Vovô encontra Zsa Zsa Gabor”. A exposição fez bem para sua carreira, rendendo-lhe o papel de dona de um clube de strip-tease no clássico “A Marca da Maldade” (1958), de Orson Welles, mas principalmente transformando-a em chamariz de bilheterias de filmes de baixo orçamento. Ela virou a rainha dos filmes B, estrelando produções sensacionalistas como “A Prisioneira do Kremlin” (1957) e principalmente “Rebelião dos Planetas” (1958). Este filme ruim se tornou cultuadíssimo pela trama fetichista, que acompanhava o pouso da primeira espaçonave americana em Vênus, um planeta habitado apenas por mulheres belíssimas e governado por uma rainha despótica (Zsa Zsa). Ela voltou a viver Zsa Zsa Gabor em “Pepe” (1960), comédia estrelada por Cantinflas, e basicamente seguiu sendo um clichê de si mesma, aparecendo também como Zsa Zsa, a “rainha de Vênus”, em “Dois Errados no Espaço” (1962), e Zsa Zsa, a celebridade que sua diamantes, no filme de assalto “Valete de Ouros” (1967). Nos anos 1960, ainda participou de diversas séries de impacto popular, como “Mister Ed”, “A Ilha dos Birutas”, “Bonanza” e até “Batman”, na qual viveu a vilã Minerva. “Famosa por ser famosa”, como chegou a se definir, fazia de tudo para aparecer, investindo na excentricidade. Sua origem estrangeira ajudou a popularizar seu bordão: “querido” com um forte sotaque – porque, como ela dizia, “não lembrava do nome de ninguém”. Mas a personagem Zsa Zsa tinha frases inteiras prontas para o close-up. Sempre com colar de diamantes, ela fazia questão de avisar para quem elogiasse: “Querido, estes são só meus diamantes de trabalho”. Ou: “Nunca odiei um homem o suficiente como para devolver-lhe suas joias”. Suas frases espirituosas eram mais engraçadas e sua vida privada mais cheia de ação que seus filmes e isso a ajudou a permanecer na mídia. Não por acaso, seus romances também tiveram mais astros que suas produções, envolvendo de Frank Sinatra a Howard Hughes. Ela jamais escondeu sua preferência por ricos e famosos. Foram nove maridos ao todo, entre eles Conrad Hilton, dono dos hotéis Hilton, com quem teve sua única filha, Francesca. Hilton nunca acreditou que a menina fosse sua e a deixou fora de sua herança. Graças à voracidade sexual e a ostentação que os tabloides transformaram em lenda, a atriz acabou quebrando barreiras em Hollywood ao continuar vivendo personagens glamourosas com 60 anos de idade – como na comédia “O Que Toda Mulher Tem” (1978). Zsa Zsa transcendeu a idade e qualquer papel para se dedicar a viver Zsa Zsa Gabor em tempo integral a partir dos anos 1980. Interpretou variações dela mesma em séries tão diferentes quanto “O Barco do Amor”, “Knots Landing”, “Pee Wee’s Playhouse”, “Um Maluco no Pedaço” e “Cybill”, além de aparecer em filmes de sucesso como “A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos” (1987), “Corra Que a Polícia Vem Aí 2 1/2” (1991), “A Família Buscapé” (1993) e “A Volta da Família Sol Lá Si Dó” (1996), seu último trabalho, aos 79 anos. Sua vida pessoal continuou rendendo notícias por anos, principalmente por conta de seu último casamento em 1986, com Frederick von Anhalt, 30 anos mais novo, que se apresentava como príncipe alemão, mas que tinha uma ficha corrida de pelo menos 15 problemas judiciais. Ainda assim, ficaram juntos até a morte dela. A atriz manteve o mesmo temperamento e atitude inabalável até o fim. Mas os tempos mudaram enquanto ela permaneceu Zsa Zsa. E, infelizmente, isso acabou levando-a para a cadeia. Detida por dirigir embriagada em alta velocidade, ela esbofeteou o policial que teve a audácia de pará-la em 1989. Afinal, ela era uma estrela, como sua carteira de motorista vencida poderia facilmente comprovar. Ou o simples fato de estar dirigindo um Rolls-Royce – com um porta-bebidas cheio de whisky. Passou três dias presa e prestou 120 horas de trabalho comunitário. Mas adorou a atenção da mídia durante todo o período e pôde até estrelar um novo filme – um documentário sobre o incidente. Em 1992, publicou suas memórias, “Uma Vida Não É Suficiente”, com revelações sobre seus maridos e amantes. Sobre sua preferência por maridos bem-sucedidos, afirmou: “Eu quero um homem que seja bondoso e compreensivo. É demais pedir um milionário?”. Outra: “Um homem apaixonado está incompleto até que esteja casado. Então, está acabado”. No livro, ela também se definiu como uma ótima dona de casa. “Toda vez que me divorcio, eu fico com a casa”.
Catherine Zeta-Jones homenageia Kirk Douglas com vídeo de momentos felizes em seu aniversário de 100 anos
Catherine Zeta-Jones prestou uma bela homenagem a seu sogro, o ator Kirk Douglas, por ocasião de seu 100º aniversário, comemorado na sexta-feira (9/12). A atriz postou um vídeo em sua conta no Instagram, que reúne imagens de filmes clássicos, fotos de álbum de família e gravações recentes do ator em momentos descontraídos, bancando o vovô. “Feliz aniversário Kirk!”, ela desejou na legenda do post. Veja abaixo. As redes sociais também desejaram feliz aniversário para o ator, em mensagens compartilhadas no Twitter por celebridades como o cantor do Kiss Gene Simmons, o jornalista Larry King e atores como Billy Crystal, Josh Gad, Marlee Matlin e Alec Baldwin. Além do vídeo, Catherine Zeta-Jones também ajudou seu marido Michael Douglas a organizar uma festa de aniversário para 200 convidados em Hollywood. Happy Birthday Kirk! Um vídeo publicado por Catherine Zeta-Jones (@catherinezetajones) em Dez 9, 2016 às 7:55 PST
Kirk Douglas completa 100 anos de vida
Issur Danielovitch está completando 100 anos nesta sexta (9/12). Mas o leitor deve conhecê-lo melhor por seu nome artístico, Kirk Douglas. Filho de um imigrante judeu analfabeto, ele se tornou uma lenda de Hollywood desde que estreou em seu primeiro filme, apropriadamente intitulado “O Tempo Não Apaga”, nada menos que há sete décadas atrás. Famoso pelo rosto endurecido, caracterizado por uma covinha profunda no queixo, Kirk Douglas estrelou filmes de todos os gêneros e para alguns dos maiores diretores de todos os tempos, de Billy Wilder a Stanley Kubrick, geralmente interpretando o que ele chamava de filho-da-mãe. Mas também encarnou mocinhos e foi um herói da história real de Hollywood, ao encerrar a vergonhosa Lista Negra dos estúdios, resquício persecutório da era macarthista, ao peitar conservadores para dar créditos de roteirista ao proibido Dalton Trumbo em “Spartacus” (1960), um de seus filmes mais famosos, que ele estrelou e produziu. Esta história está contada no filme “Trumbo”, lançado no Brasil em janeiro passado. Outros filmes de destaque em sua extensa filmografia incluem “O Invencível” (1949), “Êxito Fugaz” (1950), “A Montanha dos 7 Abutres” (1951), “Assim Estava Escrito” (1952), “20.000 Léguas Submarinas” (1954), “Ulysses” (1954), “Homem sem Rumo” (1955), “Sede de Viver” (1956), “Sem Lei e Sem Alma” (1957), “Glória Feita de Sangue” (1957), “Duelo de Titãs” (1959), “O Discípulo do Diabo” (1959), “O Nono Mandamento” (1960), “O Último Por-do-Sol” (1961), “Cidade Sem Compaixão” (1961), “Sete Dias de Maio” (1964), “A Primeira Vitória” (1965), “Os Heróis de Telemark” (1965), “Gigantes em Luta” (1967), “Movidos pelo Ódio” (1969), “Ninho de Cobras” (1970), “O Farol do Fim do Mundo” (1971), “Como Agarrar um Espião” (1971), “A Fúria” (1978), “Cactus Jack, o Vilão” (1979), “Nimitz – De Volta ao Inferno” (1980), “Herança de um Valente” (1982), “Os Últimos Durões” (1986) e “Acontece Nas Melhores Famílias” (2003). Ele credita a sua longevidade à esposa, Anne, que também é bastante idosa. Ela tem 97 anos e os dois estão juntos há 63 anos. A comemoração do centenário está sendo preparada por seu filho, o também ator Michael Douglas, e a nora, a atriz Catherine Zeta Jones, numa festa para 200 convidados em Los Angeles.











