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    O Filho Eterno evita a pieguice ao tratar de deficiência com uma narrativa dura e humanizadora

    10 de dezembro de 2016 /

    Tarefa complicada adaptar uma obra sobre um pai que não aceita a condição do filho, que tem Síndrome de Down, e não resvalar na pieguice, no dramalhão. O mérito está em toda a equipe envolvida, passando pelo roteiro adaptado de Leonardo Levis (“Canção da Volta”), pela produção sempre competente de Rodrigo Teixeira, que só este ano se mostrou atuante em quatro produções importantes, pela direção contida – mas sem perder o interesse na emoção – de Paulo Machline (“Trinta”), nos dois protagonistas, vividos por Marcos Veras (“Porta dos Fundos: Contrato Vitalício”) e Débora Falabella (minissérie “Nada Será Como Antes”), e também no trabalho comovente do garoto Pedro Vinícius, que empresta seu coração gigante para o último ato do filme, sem parecer se esforçar muito para isso. “O Filho Eterno” também tem recria fielmente as décadas de 1980 e 1990, já que a história se passa no intervalo entre duas Copas, a de 1982, quando a seleção brasileira de Zico e cia. perdeu naquele histórico 3×2 para a Itália e deixou um gosto amargo no país inteiro, e termina em 1994, com a conquista do título de tetracampeão, com a seleção de Romário e a memorável disputa por pênaltis. Percebemos não apenas o bom trabalho de direção de arte na reconstrução de época, mas também o próprio espírito desse período, exemplificado no próprio modo mais duro e até desumano como as coisas eram ditas. Naquela época, era natural chamar um garoto com Síndrome de Down de mongol, ou dizer coisas que não deveriam ser ditas para os próprios amigos, como se pode ver em um diálogo entre o personagem de Veras e um amigo, em uma festa regada a vinho em sua casa. Esse jeito duro de mostrar as coisas também se traduz na condução narrativa do filme, que evita, na maior parte do tempo, o caminho fácil da emoção. Afinal, trata-se de uma história de negação do próprio filho, que para o pai é um grande problema, um grande desgosto. Marcos Veras, em seu primeiro trabalho dramático para o cinema, confere verdade a seu personagem, embora sua performance seja apenas correta. Como ele é o condutor da narrativa, também não é fácil para o espectador acompanhar, ainda que com certo distanciamento, o modo como ele encara a situação, seja fugindo para a bebida ou para outras mulheres, seja tratando o filho de forma agressiva e impaciente, seja até mesmo ficando feliz ao saber que crianças com Down podem morrer cedo. O mais interessante é que o filme não transforma esse personagem em um monstro ou um sujeito odiável, mas apenas num ser humano. Apenas num homem que demora a enxergar o presente que lhe foi dado de maneira amorosa. Até ele chegar nesta conclusão, o amor aparece na figura da mãe, vivida por Débora Falabella. E é dela o grande momento do filme. Desses de fazer muito espectador chorar. Trata-se de um monólogo em que ela conta sobre um dia na vida dela com o filho. Percebemos que a emoção está ali de verdade, não apenas uma técnica de interpretação. É o tipo de cena que já eleva o filme a um outro patamar. Baseado na história real de Cristóvão Tezza, que desabafou em forma de romance sobre esse difícil processo de aceitação da condição do próprio filho, “O Filho Eterno” também já teve uma adaptação para os palcos na forma de monólogo. E, nas versões anteriores, a personagem da mãe aparecia ainda menos. Na adaptação cinematográfica, ela não só está mais presente, como também representa o amor incondicional, ajudando a tornar mais palatável as cenas duras de negação do diferente. Foi uma escolha muito feliz dos realizadores (roteirista e diretor), e por causa disso o filme ganhou uma força maior. Outro acerto foi a escalação do ótimo garoto que interpreta o Fabrício pré-adolescente, um amor de menino, que empresta sensibilidade e espontaneidade à obra.

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  • Filme

    A Economia do Amor subtrai e divide uma vida a dois numa obra-prima dolorosa

    10 de dezembro de 2016 /

    O título americano de “A Economia do Amor” (2016) é “After Love” (depois do amor). Não se refere ao amor significando sexo como em algumas canções românticas de Roberto Carlos, mas ao fim do amor, quando a mulher, depois de algum tempo, passa a não gostar mais do marido, a ficar irritada com qualquer coisa que ele faça. Algo se perdeu, por algum motivo aparentemente desconhecido, num relacionamento de muitos anos. O filme, porém, não mostra os motivos e eles não são tão importantes. O cineasta belga Joachim Lafosse tem um interesse especial na temática de famílias partidas em sua obra. Foi assim em “Propriedade Privada” (2006) e também em “Perder a Razão” (2012). E “A Economia do Amor”, curiosamente, ainda é estrelado por Bérénice Bejo, que já protagonizara um importante filme sobre a questão do divórcio, “O Passado” (2013), do cineasta iraniano Arghar Fahadi. O filme se passa quase que inteiramente e claustrofobicamente dentro de uma casa de apenas um piso e poderia muito bem ser confundido com uma adaptação teatral, mas não o é. Há um cuidadoso e dinâmico trabalho de câmera e de encenação no interior daquele espaço. Desde o começo, em uma cena na cozinha, esse uso criativo da câmera torna o espectador cúmplice dos momentos dolorosos, tensos e de ressentimento por que passa o casal vivido por Bejo e Cédric Kahn (“Os Anarquistas”), respectivamente Marie e Boris Como diz o título, a maior dificuldade da atual situação é de natureza financeira, embora se perceba que a resistência do marido, de querer evitar sair de vez da relação, esteja também no fato de ainda amar a esposa e de não querer se afastar das duas filhas ainda crianças. Alquebrados física, financeira e emocionalmente, eles vivem na mesma casa por não terem dinheiro para morar em casas diferentes. Boris afirma que não sairá do espaço a não ser que receba o que acredita ser seu de direito: os 50% do valor casa, já que, segundo ele, foi graças à reforma feita por ele, agora um arquiteto desempregado, que a casa se valorizou. Ele também afirma ter trazido amor para a casa. E de fato presenciamos momentos extremamente amorosos dele com as crianças. No começo do filme, elas preferem estar com ele que com a mãe, enquanto em outros momentos é o contrário. O rosto insatisfeito de Marie e a presença pouco bem-vinda de Boris refletem no atrito que constantemente surge, principalmente quando ele tenta, em vão, uma reaproximação. Uma das cenas mais memoráveis do incômodo gerado pela convivência forçada acontece quando Marie está jantando com um grupo de amigos e Boris chega, criando uma situação constrangedora. Este é um dos poucos momentos em que podemos ouvir da própria Marie um desabafo sobre sua perda do amor por Boris. Mas a melhor e mais tocante cena ainda estaria por vir. Boris havia passado um tempo com as crianças e, quando ele chega, Marie está particularmente mais afável. É quando podemos nos dar ao luxo de ver o lindo sorriso de Bérénice Bejo, que ainda a torna mais bela. A cena em questão, e certamente uma das mais arrebatadoras cenas do ano, é a da dança da família ao som de “Bella”, de Maître Gims. É um momento de catarse, que mistura amor, tristeza e até um pouco de alegria, e que ajuda a quebrar um pouco a tensão, mas que também potencializa a amargura. Lafosse, porém, não cai na armadilha de oferecer uma conclusão convencional, seja feliz ou extremamente trágica, embora situações não faltem para que isso aconteça. O corte seco ao final se assemelha à vida, aos momentos em que é preciso desapegar, antes que mais alguém saia machucado. Mas, mesmo depois de tantos sufocantes momentos por que passamos ao longo da projeção, o sentimento que permanece é de tristeza. E, claro, também de alegria pela obra-prima que acabamos de presenciar.

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  • Série

    Cauã Reymond diz viver papéis de sua vida em Dois Irmãos, próxima minissérie da Globo

    2 de dezembro de 2016 /

    Adiada várias vezes pela Globo, a minissérie “Dois Irmãos” vai finalmente estrear em janeiro. E o ator Cauã Reymond (“Alemão”) já garante que, graças a ela, conseguiu os papéis de sua vida. No plural, já que ele interpreta irmãos gêmeos, Yaqub e Omar. A série teve seu primeiro teaser divulgado durante a Comic-Con Experience (CCXP), com muito drama, violência e cenas quentes, o cardápio já típico das minisséries das 23h da emissora. Além disso, rendeu conversa com o ator, o escritor do livro e a roteirista responsável pela adaptação durante o painel da rede Globo no evento. Baseada na obra homônima de Milton Hatoum, a trama gira em torno da rivalidade entre os irmãos gêmeos, que corrói uma família de imigrantes libaneses em Manaus. Eles desenvolvem essa rivalidade a partir da predileção da mãe, Zana, por um deles, Omar. Cauã revelou que desejava interpretar os irmãos desde que leu o romance homônimo de Hatoum, quando tinha 26 anos de idade. “Quem me deu o livro foi minha mãe. E eu falei ‘Eu posso fazer esses dois irmãos’. Ainda estava no começo da carreira”, contou o ator no evento. E a vontade também se estendia à oportunidade de trabalhar com o diretor Luiz Fernando Carvalho. “Tinha o sonho de trabalhar com ele desde ‘Malhação’, para vocês verem como sou arrogante”, brincou. Quando foi divulgado que o diretor da novela “Velho Chico” trabalhava na adaptação, Cauã disse a um dos produtores de elenco da Globo, que gostaria de participar. E a resposta afirmativa veio tempo depois: “Nelsinho me dá um tapinha no ombro e diz ‘Acho que esse projeto vai cair no seu colo’. Fiquei extremamente emocionado e extremamente ansioso, porque até eu encontrar o Luiz e a Maria [Camargo, escritora] levaram três meses. E quando teve esse encontro eu sabia que tinha o papel da minha vida nas mãos”. A ideia da minissérie chegou à Globo por meio da roteirista Maria Camargo (“Nise: O Coração da Loucura”) em 2003. Sentindo-se “presa” pela história do livro, ela sugeriu à emissora que ele fosse adaptado para uma minissérie. O projeto, na época, não foi para a frente, mas rendeu amizade com o autor do livro. “Me apresentei pro Milton, fui muito cara de pau. Falei ‘Eu amo seu livro, estou apaixonada e quero fazer algo’. O Milton foi de uma generosidade ímpar, virou meu amigo. Depois entrou o Luiz. Várias vezes parecia que o projeto ia, não ia”. Emocionado em ver pela primeira vez uma prévia da série, Hatoum aprovou a adaptação e disse não ter preconceitos com outras mídias, como a televisão. “É uma obra pra romper os preconceitos. Ainda estou emocionando. Fico imaginando o que foi até chegar aí. Eu na minha idade ter preconceitos seria triste, o fim da picada. Acho que tem que ter nuances pra tudo. Há programas que eu não assisto na TV brasileira, não assisto de jeito nenhum, mas há minisséries que eu assisto”. Em sua avaliação, a atração pode ajudar a obra a encontrar um novo público. “Eu acho que o grande barato dessa minissérie é que ela vai atingir um público também que nunca viu isso, que infelizmente não lê, mas que pode se interessar em ler”, afirmou, em seguida emendando uma provocação: “Qual a batalha do escritor? É tirar o leitor da lista do best seller e trazer o leitor, não digo nem pro ‘Dois Irmãos’, de levar pro ‘São Bernardo’, pro ‘Vidas Secas’. Sai da lista dos mais vendidos e entra na literatura, vai ajudar você a se conhecer mais, a conhecer os outros, as relações humanas”.

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  • Filme

    É Apenas o Fim do Mundo embaraça o cinema pretensioso de Xavier Dolan

    26 de novembro de 2016 /

    O prestígio que cerca precocemente jovens talentos costuma dividir opiniões. Não por acaso, todas as reações ao trabalho do cineasta canadense Xavier Dolan são exaltadas, sejam elas positivas ou negativas. Dolan tinha acabado de atingir a maioridade quando foi revelado ao mundo com o desconcertante “Eu Matei a Minha Mãe” (2009). Desde então, transformou-se em um queridinho dos franceses, recebendo em Cannes um Prêmio do Júri por “Mommy” (2014) e o Grande Prêmio do Júri por seu novo filme, “É Apenas o Fim do Mundo”, tendo somente 27 anos, algo que veteranos que batem cartão com frequência no festival jamais conseguiram. Por um lado, não se questiona que ele seja um bom diretor de elenco, algo que advém de também desempenhar o ofício da interpretação, e que compreende bem as possibilidades de artimanhas da linguagem, tendo em “Mommy” modificado a largura da tela com uma intenção muito mais do que estética. Por outro lado, a sua visão para dramas adultos soa infantilizada, por vezes tratando banalidades com a pirraça de um jovem que visualiza tudo como o fim do mundo – vem bem a calhar aqui o título de seu novo filme. Seu sexto longa-metragem concentra tudo o que de pior é apontado em seu cinema. Isso porque a adaptação que faz da peça de Jean-Luc Lagarce é insuportável, um pavor. Escritor que oculta o fato de estar com uma doença terminal, Louis-Jean Knipper (Gaspard Ulliel, de “Saint Laurent”) volta para a casa de sua família com a intenção de revelar a sua condição. Não há um segundo que ele não ensaie o modo como trará a informação à tona, mas sempre se acovarda quando se julga preparado. Há quatro membros da família que o aguardam: a sua mãe (Nathalie Baye, de “Uma Doce Mentira”), a sua irmã caçula Suzanne (Léa Seydoux, de “007 Contra Spectre”), o seu irmão mais velho Antoine (Vincent Cassel, de “Em Transe”) e a sua cunhada Catherine (Marion Cotillard, de “Macbeth”, deslocada como nunca). Raramente se viu um núcleo familiar que usa tanto as trivialidades como justificativa para discutir aos berros. Ainda que alguma escolha no passado de Louis-Jean tenha deixado um mal estar na atmosfera da residência, briga-se por várias outras coisas, como a preparação do jantar, a ausência de cartas, a passividade de Catherine, a notificação de partida do anfitrião e por aí vai. Dolan faz algo pior que um teatro filmado. Quase sem pausas para respiros, a sua câmera fica grudada nas faces do elenco durante 90 minutos, como se pretendesse com isso representar a rua sem saída em que está o seu protagonista, captando cada olhar e gota de suor, mas jogando pela lixeira a potencialidade dos intérpretes, ao ignorar que uma atuação depende da anatomia em sua totalidade para se comunicar. A pretensão dessa escolha, somada à artificialidade da iluminação do diretor de fotografia André Turpin (também de “Mommy”) para reforçar a inconstância do temperamento dos personagens, marca “É Apenas o Fim do Mundo” como o ponto mais embaraçoso da carreira de Dolan, mais do que o elenco composto exclusivamente por atores franceses. E também leva a questionar os critérios do juri do último Festival de Cannes, presidido pelo cineasta George Miller (“Mad Max: Estrada da Fúria”), que preferiu premiar isso e ignorar, por exemplo, “Elle”, de Paul Verhoeven.

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  • Filme

    Depois da Tempestade reflete de forma sensível a dissolução de uma família

    26 de novembro de 2016 /

    O foco na família continua o forte do cinema de Hirokazu Koreeda. Ainda que seja bem menos sombrio do que “Ninguém Pode Saber” (2004) e “O Que Eu Mais Desejo” (2011), “Depois da Tempestade” (2016) é desses filmes que parecem manter uma nuvem negra sobre seu protagonista Ryota, um escritor fracassado, que agora faz bicos trabalhando como detetive particular e que tem muita dificuldade para pagar a pensão do filho, fruto de um casamento que chegou ao fim. Ele ainda sente muita falta da esposa, demora para virar a página, sem falar que é muito doloroso para ele ter que ficar longe do garoto. O personagem é problemático, chega até mesmo a tentar roubar a própria mãe, entre outras coisas, mas percebemos que se tratam de atos desesperados. Podemos vê-lo como um sujeito que demorou a crescer e por isso acaba perdendo tudo o que havia conquistado, mas também podemos mais solidários com ele, especialmente quando há uma triste identificação com muitos aspectos de sua personalidade e de sua vida. Uma das curiosidades de “Depois da Tempestade” é o modo como Koreeda filma as ruas, quase sempre vazias. Aquilo passa uma sensação de um universo quase morto, como se não houvesse escapatória para o protagonista a não ser tentar se reconciliar com a esposa, que, no entanto, está bastante ciente de que seu casamento acabou e tem um posicionamento bem prático diante da vida. Para ela, não dá para conviver com um homem tão irresponsável. E assim vai até o terço final do filme, quando a narrativa encaminha os personagens para a casa da avó (Kirin Kiki, a velhinha de “Sabor da Vida”). Aliás, impressionante como a atriz, que já havia aparecido em outros filmes do diretor, funciona como a personificação da mãe/avó amorosa. E de como esse aspecto, bem como o ritual de fazer refeições e de comer, é tão próximo dos valores japoneses. A parte final do filme é a mais rica em significação e em sentimento, com a chegada de Ryota e do filho na casa da avó, enquanto esperam um tufão que deve causar alguns estragos na cidade. O aconchego da casa da avó, seus olhos amorosos e tristes pelo insucesso do filho, a tentativa de aproximação com a nora, tudo isso é explorado com muita delicadeza. Evitando o melodrama carregado, Koreeda prefere um drama agridoce, sutil, que aproxima o espectador daquela família e transmite sua tristeza, até concluir de forma conformista, diante da situação final. Que, aliás, não chega a ser uma solução pessimista, mas realista.

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    Florence Henderson (1934 – 2016)

    25 de novembro de 2016 /

    Morreu a atriz Florence Henderson, que ficou conhecida como a mãe da serie “A Família Sol-Lá-Si-Dó” (The Brady Bunch), famosa nos anos 1970. Ela tinha 82 anos e faleceu na noite de quinta-feira (25/11), no Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, após sofrer um infarto. “A Família Sol-Lá-Si-Dó” foi uma das sitcoms mais populares da TV americana, além de pioneira por se concentrar em uma família não tradicional. A personagem de Florence Henderson, Carol Brady, era uma mãe solteira – o programa era vago sobre os motivos – com três filhas – , que se casava com Mike Brady (Robert Reed), um arquiteto viúvo com três filhos. O roteirista-produtor Sherwood Schwartz (criador também da “Ilha dos Birutas”) teve a ideia desse arranjo familiar ao ler que, já naquela época, a maioria dos casamentos modernos incluía filhos de relações anteriores. Mesmo assim, a produção evitava estabelecer que Carol era uma divorciada, situação vista de forma preconceituosa pelos executivos de TV. A sitcom foi exibida na rede ABC entre 26 de setembro de 1969 e 8 de março de 1974, e é citada até hoje como uma das mais influentes de todos os tempos, tendo, inclusive, inspirado inúmeros spin-offs e filmes. Entre as atrações derivadas, teve até uma série animada, “The Brady Kids. Henderson também participou de revivals, como “The Brady Bunch Variety Hour”, um especial de 1976 que reuniu a família dois anos após o fim da série, e “The Brady Girls Get Married”, que mostrou os Brady crescidos em 1981. Este telefilme, por sua vez, rendeu outra série, “The Brady Brides”, centrada na vida de casadas das filhas de Carol, que durou só dez episódios. Os reencontros continuaram, com o telefilme “A Very Brady Christmas”, em 1988, e o nascimento dos netos de Carol na série “The Bradys”, em 1990. Até que a franquia chegou ao cinema em 1995, numa versão satírica, que trocou o elenco, mostrando uma família jovem e otimista dos anos 1970 em meio ao cinismo da vida moderna dos anos 1990. A comédia ganhou o mesmo nome da série e também fez muito sucesso, gerando duas continuações. O papel de Carol foi vivido por Shelley Long, mas Florence não se afastou da família, aparecendo como a vovó Brady. Apesar de marcada pelo papel, Henderson já era uma atriz respeitada quando estreou na série. Ela tinha estrelado diversos musicais da Broadway nos anos 1950 e 1960 e foi a primeira mulher a ser convidada para apresentar o “The Tonight Show Starring Johnny Carson” em 1962. Entretanto, depois de “A Família Sol-Lá-Si-Dó” nunca mais conseguiu deixar de ser vista como Carol Brady, papel em apareceu até em séries diferentes, como “O Barco do Amor”, em 1987, e “Instant Mom”, em 2014. Mas ela não lamenta. “Era como ver o mundo através dos olhos de uma criança. Era como um lindo livro infantil. Um clássico”, disse ela, em entrevista no ano passado ao falar do programa.

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    Canção da Volta reflete fascínio e frustração com suicidas

    11 de novembro de 2016 /

    Os índices de suicídios têm aumentado de modo tão assustador nos últimos anos que o fascínio pela história de pessoas que vão ao extremo de tirar a vida pode despertar inevitável curiosidade. Em seu primeiro longa de ficção, o paulistano Gustavo Rosa de Moura parte de um registro privado sobre uma personagem que sobreviveu para carregar o peso de ter, em um momento de desespero, tentado provocar a própria morte, algo forte o suficiente para manter, ao menos a princípio, o interesse por “Canção da Volta”. Sem uma experiência expressiva como intérprete, Marina Person, que é esposa de Gustavo, tem a difícil missão de incorporar Júlia, na maior parte do tempo em dissintonia com um mundo que outrora tentou abandonar. No entanto, a perspectiva que acompanhamos é a de Eduardo (João Miguel, de “Xingu”), o marido que lida praticamente só com as responsabilidades domésticas após cumprir a rotina profissional. Sem verbalizar as motivações de Júlia, “Canção da Volta” prefere se ater a um presente em que o incômodo de ter algum familiar ou conhecido indagando sobre a motivação de seu desejo suicida se transformou em uma questão diária. Há também a dinâmica de um casal que não funciona mais e a presença de um filho, Lucas (Francisco Miguez, o protagonista de “As Melhores Coisas do Mundo”), que agora convive com a impressão de não ter sido priorizado durante a escolha radical de sua mãe. Com mais sugestões que resoluções, o drama não progride, especialmente pela direção não oferecer um tratamento visual que seja capaz de representar uma atmosfera de sufoco físico e emocional. Além do mais, a adoção de uma estrutura quase fragmentada mais dispersa do que garante o envolvimento com a história, esta praticamente jogada ao deus-dará em um terceiro ato com pistas mal ajambradas (as notificações no WhatsApp, a caixa misteriosa) e um encerramento no mínimo descuidado.

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  • Filme

    The Big Bang Theory vai ganhar um spin-off centrado na adolescência de Sheldon

    7 de novembro de 2016 /

    Os cocriadores de “The Big Bang Theory”, Chuck Lorre e Bill Prady, estão desenvolvendo um spin-off da série, passado na adolescência de Sheldon Cooper, o personagem de Jim Parsons. Fontes ouvidas pelo site The Hollywood Reporter descrevem o projeto como uma espécie de “Malcolm in the Middle”, centrada na esquisita família Cooper. Nenhum dos integrantes do elenco original da série está envolvido na produção, que pode inclusive substituir “The Big Bang Theory” caso as negociações por renovação gerem um impasse. Atualmente em sua 10ª temporada, a atração paga os salários mais caros da televisão americana e ainda não foi renovada para novos episódios além do ciclo atual. A notícia, porém, não foi confirmada pela rede CBS e a Warner, que produz a atração. Tampouco foi negada. Detalhes adicionais sobre o projeto estão sendo mantidos em segredo.

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    All We Had: Primeiro filme dirigido por Katie Holmes ganha trailer

    2 de novembro de 2016 /

    A Gravitas divulgou o pôster e o trailer do drama indie “All We Had”, primeiro filme dirigido pela atriz Katie Holmes. Ela também estrela a produção, no papel de uma mãe solteira que enfrenta problemas financeiros. Despejadas e com o carro quebrado, ela e sua filha decidem recomeçar a vida numa nova cidade, arranjando trabalho numa lanchonete e formando laços inesperados com simpáticos desconhecidos. O elenco também inclui Stefania LaVie Owen (série “The Carrie Diaries”), Richard Kind (série “Gotham”), Luke Wilson (série “Roadies”), Judy Greer (“Homem-Formiga”), Eve Lindley (série “Mr. Robot”), Mark Consuelos (série “Pitch”) e Katherine Reis (série “Unbreakable Kimmy Schmidt”). O filme teve première no Festival de Tribeca e conquistou a crítica, com 80% de aprovação no site Rotten Tomatoes. A estreia comercial vai acontecer em circuito limitado nos Estados Unidos no dia 9 de dezembro, mas não há previsão para o lançamento no Brasil.  

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    Fala Sério, Mãe: Paulo Gustavo se junta a Ingrid Guimarães e Larissa Manoela em novo besteirol

    2 de novembro de 2016 /

    Paulo Gustavo tem mesmo vocação para mãe. O astro da franquia “Minha Mãe É uma Peça” entrou no elenco do filme “Fala Sério, Mãe”. Ele postou uma foto no Instagram em que aparece ao lado das estrelas da produção, a rainha do besteirol Ingrid Guimarães (“De Pernas pro Ar”) e a atriz mirim Larissa Manoela (“Carrossel”). Por sinal, Larissa e Ingrid também postaram suas versões do selfie à três. O encontro dos campeões de bilheteria, porém, será breve. Gustavo escreveu ao lado da foto que sua participação é pequena. “Ontem fiz uma pequena participação, mas que eu fiquei imensamente feliz, no filme da minha amiga máxima @ingridguimaraesoficial! ‘Fala Sério, Mãe’ e ainda contracenei com essa linda e boa atriz @lmanoelaoficial! Amei! Muito Obrigado”, disse ele. Por sinal, a mãe do título, desta vez, não é Paulo Gustavo, mas a personagem de Ingrid Guimarães. Larissa, claro, vive a filha. E a pequena notável do SBT também terá a chance de contracenar com o namorado (como eles crescem rápido, hoje em dia), o ator João Guilherme Ávila (“Entrando numa Roubada”). O elenco da comédia ainda inclui Marcelo Laham (“Um Namorado para Minha Mulher”). A trama é baseada no livro homônimo escrito por Thalita Rebouças, a mesma autora de “É Fada!”, e a direção está a cargo de Pedro Vasconcelos (“O Concurso”). Ainda sem data confirmada, “Fala Sério, Mãe” deverá chegar aos cinemas em 2017.

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    20th Century Women: Annette Bening, Greta Gerwig e Elle Fanning ajudam a criar adolescente em trailer indie

    1 de novembro de 2016 /

    A A24 divulgou o pôster e um novo trailer da comédia “20th Century Women”, produção indie passada na época do punk/new wave e estrelada pelas atrizes Annette Bening (“Minhas Mães e Meu Pai”), Greta Gerwig (“Frances Ha”) e Elle Fanning (“Malévola”). A prévia situa a época em 1979, por meio da narração de Bening e pela trilha sonora da banda Talking Heads. O filme gira em torno de Dorothea (Bening), uma mãe que tenta criar o seu filho Jamie (Lucas Jade Zumann, de “A Entidade 2”) da melhor maneira possível, e para isso pede ajuda de duas outras mulheres de diferentes gerações. Gerwig vai interpretar uma fotógrafa sofisticada, submersa na cultura punk, que é forçada a voltar para sua cidade natal e acaba vivendo com Dorothea e Jamie. Fanning, por sua vez, será Julie, uma garota de 16 anos que é amiga/namorada do menino. O elenco ainda conta com Billy Crudup (“Spotlight”) e Alia Shawkat (“Sala Verde”). Escrito e dirigido por Mike Mills, do premiado “Toda Forma de Amor” (2010), com base na sua própria experiência de juventude, “20th Century Women” tem estreia marcada para 25 de dezembro nos EUA, buscando qualificação para os prêmios da temporada, com um lançamento mais amplo em 20 de janeiro. Ainda não há previsão para o Brasil.

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    A Economia do Amor: Bérénice Bejo tenta se divorciar em trailer legendado de drama francês

    26 de outubro de 2016 /

    A Imovision divulgou o trailer legendado do drama francês “A Economia do Amor”, em que um casal decidido a se separar encontra dificuldades para acertar as contas da partilha de bens e se vê estendendo a convivência. No filme, o cineasta Joachim Lafosse (“Os Cavaleiros Brancos”) examina os aspectos financeiros do divórcio, destacando o impacto econômico de uma separação. Curiosamente, trata-se do segundo divórcio cinematográfico recente da atriz Bérénice Bejo, que estrelou “O Passado”, de Asghar Farhadi, em 2013. No novo longa, ela tenta se separar de Cédric Kahn (“Um Amor à Altura”), certa de que o amor acabou após 15 anos de casamento, mas o marido não sai de casa e, além do estresse de discutir detalhes da separação, ainda precisa lidar com o tempo que cada um deve passar com as filhas pequenas. Exibido na Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes deste ano, “A Economia do Amor” tem estreia prevista para 24 de novembro no Brasil.

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