Estreias da semana: 2ª temporada de “Pacificador” é a principal novidade do streaming
Série da DC lidera lista de lançamentos, que ainda inclui a volta de "Invasão", a estreia de "Pssica" e filmes como "Jurassic World: Recomeço"
Diretores de “Fale Comigo” retornam com novo terror “Faça Ela Voltar”
Sony divulga primeiro teaser do suspense sobrenatural com Sally Hawkins, que estreia em maio nos cinemas
Estreias | Os 10 melhores lançamentos de streaming do começo do ano
Os destaques da programação de streaming da primeira semana de 2024 são seis filmes e quatro séries. Entre as novidades do cinema em casa, estão obras que impressionaram a crítica em suas passagens recentes pelo cinema, como o drama de sobrevivência “A Sociedade da Neve”, o terror “Fale Comigo” e a biografia nacional “Nosso Sonho”, além do novo “Jogos Vorazes”. Já as séries são compostas por dois animes e duas produções live-actions estreladas por grandes astros asiáticos, com destaque para a vencedora do Oscar 2023 de Melhor Atriz, Michelle Yeoh. Confira abaixo mais detalhes. FILMES A SOCIEDADE DA NEVE | NETFLIX O drama de sobrevivência do cineasta espanhol J.A. Bayona é uma recriação dramática do desastre aéreo envolvendo o voo 571 da Força Aérea Uruguaia em 1972. Este evento, que se tornou conhecido como “Milagre dos Andes” e “Sobreviventes dos Andes”, envolveu a queda de um avião na cordilheira chilena, transportando uma equipe uruguaia de rúgbi, com seus amigos e familiares. Baseada no livro de 2009 do jornalista uruguaio Pablo Vierci, a produção oferece uma narrativa autêntica, destacando a resiliência humana e a realidade angustiante do canibalismo enfrentado pelos sobreviventes. O elenco, composto por atores latino-americanos relativamente desconhecidos, adiciona realismo à história, capturando as dificuldades da situação extrema vivida pelos personagens. A produção contou com filmagens em locações reais, nas próprias montanhas dos Andes e na Serra Nevada, na Espanha. A história é principalmente narrada por Numa Turcatti (Enzo Vogrincic), um estudante de direito, que originalmente optou por não participar da viagem. A narrativa alterna entre os eventos anteriores ao acidente, destacando o espírito jovial da equipe de rúgbi de Old Christians, e os momentos após a queda, com cenas intensas do acidente e dos esforços para sobrevivência em condições extremas. A representação do acidente é marcada por realismo e tensão, seguida pela luta contínua pela sobrevivência dos personagens, culminando em uma dramática caminhada de 10 dias para a segurança realizada por Nando Parrado (Agustín Pardella) e Roberto Canessa (Matías Recalt). Repleto de momentos emocionantes, o longa também destaca a cinematografia de Pedro Luque e a trilha sonora de Michael Giacchino, que contribuem para a atmosfera de tensão e desespero. Os 96% de aprovação no Rotten Tomatoes confirmam que se trata da melhor versão cinematográfica da tragédia, que já foi filmada anteriormente numa produção mexicana dos anos 1970 e no drama hollywoodiano “Vivos”, de 1993. Além disso, os fatos reais servem de clara inspiração para a série “Yellowjackets”, atual sucesso da Paramount+. FALE COMIGO | PRIME VIDEO Com a fama de melhor terror dos últimos anos, o longa de estreia dos irmãos gêmeos Danny e Michael Philippou apresenta uma trama de possessão diferente de tudo que já foi feito. O filme acompanha um grupo de jovens na Austrália, que descobrem uma mão embalsamada que supostamente pertenceu a um médium ou satanista. Essa mão torna-se o objeto central de um jogo perigoso e viciante, que permite aos jogadores comunicar-se com os mortos. Ao segurar a mão e pronunciar as palavras “fale comigo”, o jogador pode ver o que parece ser um fantasma. Ao adicionar “eu te deixo entrar”, o espírito assume o controle do corpo do jogador até que alguém retire o objeto de suas mãos. Existem regras adicionais, como um tempo limite, para impedir que a possessão se torne definitiva. A protagonista é Mia (Sophie Wilde, de “Eden”), uma adolescente introvertida que perdeu a mãe e se vê atraída por essa experiência sobrenatural, inicialmente tratada como uma atração de festa. Sua obsessão em contatar a mãe logo a faz descobrir como a brincadeira pode ser mortal, quando as regras são quebradas. A trama também aborda temas como a cultura da internet, onde a possessão demoníaca se torna uma tendência viral, e a busca por escapismo através de rituais perigosos. O filme foi um sucesso instantâneo no Festival de Sundance deste ano, quando caiu nas graças dos críticos e desencadeou uma guerra por seus direitos de distribuição – vencida pelo estúdio indie especializado A24. Com impressionantes 95% de aprovação da crítica, registrada no site Rotten Tomatoes, a obra chama atenção pelos efeitos assustadores e a habilidade dos diretores em equilibrar humor e terror. JOGOS VORAZES: A CANTIGA DOS PÁSSAROS E DAS SERPENTES | VOD* Versão “Malévola” de “Jogos Vorazes”, o filme é um prólogo centrado na trajetória inicial de Coriolanus Snow, que mais tarde se torna o presidente tirânico de Panem. Interpretado por Tom Blyth (da série “A Idade Dourada”), o jovem Snow é apresentado como um estudante de uma família outrora influente, mas agora empobrecida. Ele é encarregado de ser mentor de Lucy Gray Baird, uma tributo do Distrito 12 (o mesmo de Katniss), vivida por Rachel Zegler (“Amor, Sublime Amor”). Ambientada numa época em que os Jogos Vorazes ainda estão se estabelecendo como um instrumento de opressão, a trama explora as origens do evento e o início da ascensão de Snow ao poder. Dirigido por Francis Lawrence e escrito por Michael Arndt, veteranos da franquia, o filme detalha o desenvolvimento moral de Snow, entre a sua ambição e seu senso de moralidade. A dinâmica entre Snow e Lucy Gray evolui durante os Jogos, com o futuro presidente reconhecendo o potencial dos Jogos como ferramenta política e espetáculo manipulador. A narrativa é enriquecida por personagens secundários marcantes, como a Dra. Volumnia Gaul, interpretada por Viola Davis (“A Mulher Rei”), uma personificação da crueldade e manipulação do regime de Panem, o reitor de universidade Dean Casca Highbottom, vivido por Peter Dinklage (“Game of Thrones”) e responsável por uma dinâmica complexa com Snow, além de Jason Schwartzman (“Fargo”), que acrescenta uma camada de humor negro como Lucretius “Lucky” Flickerman, o apresentador dos Jogos que é antepassado do personagem de Stanley Tucci nos filmes originais. Apesar de ter conquistado boa bilheteria, “A Canção dos Pássaros e das Serpentes” dividiu a crítica dos EUA, atingindo apenas 59% de aprovação, devido à duração excessiva (2h37) e por falhar em fornecer insights profundos sobre questões morais e políticas. O filme tenta balancear a violência dos Jogos com um drama político, mas acaba não atingindo plenamente esses objetivos. Além disso, introduz várias cenas de música, particularmente em torno do personagem de Lucy Gray Baird, aproveitando o talento vocal de Rachel Zegler, que prolongam demais a produção. O uso da música é um aspecto distintivo deste filme em comparação com os filmes anteriores, que se concentravam mais na ação. NOSSO SONHO | TELECINE Maior bilheteria nacional do ano, o filme biográfico narra a história de Claudinho e Buchecha, interpretados pelos atores Lucas Penteado (“BBB 21”) e Juan Paiva (“Um Lugar ao Sol”). A produção conta como uma amizade de infância se tornou icônica, apresentando os desafios pessoais de Claudinho (Penteado) e Buchecha (Paiva), dos bastidores da fama às dificuldades enfrentadas rumo ao sucesso, antes do final trágico da dupla, com a morte de Claudinho num acidente de trânsito em 2001. A história é contada sob visão de Buchecha, que insistiu para que Claudinho aceitasse formar uma dupla. O destino dos artistas começa a ser traçado quando sua primeira música toca numa rádio local e eles assinam contrato nos anos 1990. A história dirigida por Eduardo Albergaria (“Happy Hour”) ainda é marcada por hits que marcaram época, como “Só Love”, “Coisa de Cinema” e a homônima “Nosso Sonho”, que embalam a trama. O elenco também conta com Tatiana Tiburcio (“Terra e Paixão”), Nando Cunha (“Os Suburbanos”), Clara Moneke (“Vai na Fé”), Antônio Pitanga (“Amor Perfeito”) e Isabela Garcia (“Anos Dourados”) entre outros. Há algumas simplificações narrativas, mas “Bohemian Rhapsody” cometeu os mesmos pecados. “Nosso Sonho” ainda compartilha os mesmos acertos do filme sobre Freddie Mercury, ao enfatizar a emoção de seus personagens, que de forma catártica também emociona o público. DO OUTRO LADO DA DOR | NETFLIX Estreia do ator e roteirista Daniel Levy na direção de longa-metragens, o filme apresenta uma abordagem sensível e pessoal sobre a perda, diferenciando-se das comédias anteriores do artista, mais conhecido pelo sucesso de “Schitt’s Creek”. Ambientada em Londres e Paris, história relata o luto de Marc, interpretado pelo próprio Levy, um artista que se vê em um turbilhão de emoções após a trágica morte de seu marido, Oliver (Luke Evans), um famoso escritor de romances de fantasia. A trama se desenrola em torno da dificuldade de superação de Marc, destacando os desafios emocionais e a complexidade dos relacionamentos humanos. Para ajudar Marc no momento difícil, o filme destaca dois amigos mais próximos: Sophie (Ruth Negga, de “Preacher”) e Thomas (Himesh Patel, de “Yesterday”). Esses personagens, cada um com seus próprios desafios e inseguranças, formam uma espécie de família improvisada ao redor do enlutado. A narrativa se desenvolve quando Marc, após quase um ano da morte de Oliver, decide abrir um cartão de Natal deixado por ele, revelando segredos que abalam sua compreensão do relacionamento que eles compartilhavam. Esse ponto de virada leva os três amigos a uma viagem a Paris, onde Marc busca compreender melhor a vida secreta de Oliver, enquanto Sophie e Thomas enfrentam suas próprias lutas internas. Além de apresentar locais visualmente atraentes e um elenco carismático, a produção propõe uma reflexão sobre como lidamos com a perda e a importância dos amigos durante momentos difíceis. MAVKA – AVENTURA NA FLORESTA | *VOD A animação ucraniana explora a coexistência entre humanos e o mundo natural. Inspirada na peça de 1911 “The Forest Song” de Lesya Ukrainka, a trama segue Mavka, uma ninfa de cabelos verdes encarregada de proteger o “Coração da Floresta”. Ela se vê dividida entre seu dever e seu amor por Lukas, um músico humano. A história ganha complexidade quando Lukas é enviado para buscar um elixir mágico na floresta, intensificando o conflito entre os mundos humano e espiritual. A animação é notável por sua paleta de cores hipersaturada e pela atenção aos detalhes no movimento dos personagens. A trilha sonora é outro ponto alto, especialmente as canções folclóricas ucranianas que são incorporadas à trama, contribuindo para o caráter distintivo da obra. O filme também aborda temas mais amplos, como a invasão russa na Ucrânia, embora de forma alegórica. Mavka, em um momento crucial, acessa uma “faísca de raiva” que lhe dá força para enfrentar os invasores, um elemento que tem sido interpretado como uma metáfora para a resiliência ucraniana. Produzido pelo estúdio de animação ucraniano Animagrad, o filme levou sete anos para ser concluído e superou “Avatar: O Caminho da Água” nas bilheterias locais no começo e 2023. SÉRIES IRMÃOS SUN | NETFLIX A nova série estrelada por Michelle Yeoh, vencedora do Oscar 2023 de Melhor Atriz por “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, traz a atriz como uma ex-chefona do crime, que tem que revelar a verdade sobre a família para o filho ingênuo americano, após rivais descobrirem seu paradeiro e tentarem matá-lo. A personagem da atriz é Eileen Sun, uma mulher astuta e experiente que construiu uma vida para si e para seu filho mais novo, Bruce (Sam Song Li), depois de deixar o mundo dos crimes e gangsteres de Taiwan para trás. Mas anos depois de se estabelecer em Los Angeles, seu passado a alcança, quando rivais descobrem seu segredo. Para sobreviver e salvar o filho, ela conta com o retorno de seu filho mais velho, Charles (Justin Chien). Criado como um criminoso endurecido dentro de uma tríade taiwanesa, ele viaja aos EUA para manter sua mãe e seu irmão seguros depois que seu pai é morto por um assassino desconhecido. Embora a trama seja repleta de socos, balas e chutes, “Irmãos Sun” também é uma história de família, na qual mãe e filhos trabalham para curar as feridas causadas por sua separação, antes que um de seus incontáveis inimigos os mate. Criada por Brad Falchuk (“American Horror Story”) e o estreante Byron Wu, a série tem direção de Kevin Tancharoen (de “Mortal Kombat: Rebirth”), um especialista em cenas de ação. A CRIATURA DE GYEONGSEONG – PARTE 2 | NETFLIX Os três últimos capítulos...
Retrospectiva | Os 15 melhores terrores de 2023
2023 foi um ano pavoroso, com muitos terrores impactantes. A seleção dos destaques reúne lançamentos do circuito cinematográfico, VOD e plataformas de streaming, disponibilizados entre 1 de janeiro e 31 de dezembro no Brasil. O listão vem cheio de demônios, serial killers, bruxas, alienígenas, freiras diabólicas e até uma boneca assassina, mas também comédias que satirizam as convenções do gênero – os filmes de “terrir”. Não tenha medo de conferir quais foram os melhores abaixo. FALE COMIGO Com a fama de melhor terror dos últimos anos, o longa de estreia dos irmãos gêmeos Danny e Michael Philippou apresenta uma trama de possessão diferente de tudo que já foi feito. O filme acompanha um grupo de jovens na Austrália, que descobrem uma mão embalsamada que supostamente pertenceu a um médium ou satanista. Essa mão torna-se o objeto central de um jogo perigoso e viciante, que permite aos jogadores comunicar-se com os mortos. Ao segurar a mão e pronunciar as palavras “fale comigo”, o jogador pode ver o que parece ser um fantasma. Ao adicionar “eu te deixo entrar”, o espírito assume o controle do corpo do jogador até que alguém retire o objeto de suas mãos. Existem regras adicionais, como um tempo limite, para impedir que a possessão se torne definitiva. A protagonista é Mia (Sophie Wilde, de “Eden”), uma adolescente introvertida que perdeu a mãe e se vê atraída por essa experiência sobrenatural, inicialmente tratada como uma atração de festa. Sua obsessão em contatar a mãe logo a faz descobrir como a brincadeira pode ser mortal, quando as regras são quebradas. A trama também aborda temas como a cultura da internet, onde a possessão demoníaca se torna uma tendência viral, e a busca por escapismo através de rituais perigosos. O filme foi um sucesso instantâneo no Festival de Sundance deste ano, quando caiu nas graças dos críticos e desencadeou uma guerra por seus direitos de distribuição – vencida pelo estúdio indie especializado A24. Com impressionantes 95% de aprovação da crítica, registrada no site Rotten Tomatoes, a obra chama atenção pelos efeitos assustadores e a habilidade dos diretores em equilibrar humor e terror. M3GAN A nova franquia do terror acompanha uma cientista especialista em robótica (Allison Williams, de “Corra!”), que dá um protótipo de boneca robô realista para sua sobrinha (Violet McGraw, de “Doutor Sono”), para confortá-la no luto pela morte de seus pais. Só que a boneca ultrapassa expectativas e se apega. Basta alguém ameaçar a criança para que M3gan saia em sua caçada. Para completar, o robô humanoide também começa a desobedecer comandos quando deixa de ser tratada como alguém da família. Realizado por apenas US$ 12 milhões, o terror tecnológico impressionou nas bilheterias internacionais, faturando US$ 180 milhões em todo o mundo. Também agradou a critica, com 95% de aprovação no Rotten Tomatoes. Vale apontar que os elogios destacam a superioridade da produção da Universal no subgênero dos terrores com “brinquedos assassinos”, como Chucky e Annabelle, elegendo “M3GAN” como a criatura definitiva dos dias atuais, por ecoar até a era das dancinhas de TikTok – detalhe: um dos produtores, James Wan (“Invocação do Mal”), é o criador de Annabelle. Wan também escreveu o roteiro com Akela Cooper (“Maligno”). Já a direção é do neozelandês Gerard Johnstone (“Housebound”). E a sequência já foi confirmada. PEARL O diretor Ti West volta a se juntar com a atriz Mia Goth nesse prólogo de “X – A Marca da Morte”. A trama acompanha a juventude da psicopata idosa do longa anterior, que vê seus sonhos de virar estrela de cinema sufocados pela vida reclusa na fazenda da família. Esse ressentimento dá início à sua saga sangrenta. A própria Mia Goth assina a história, em parceria com o diretor. Vale apontar que a atriz tinha vivido tanto a protagonista Maxine quanto Pearl em “X”. Mas estava irreconhecível no papel da serial killer, debaixo de muitas camadas de maquiagem prostética para parecer uma mulher de mais de 90 anos. Até Martin Scorsese elogiou esse prólogo, que teve uma première mundial bastante aplaudida no Festival de Veneza e atingiu 91% de aprovação no Rotten Tomatoes. A história vai continuar em “MaXXXine”, o fim da trilogia, atualmente em produção. PISCINA INFINITA O novo horror de Brandon Cronenberg (“Possessor”), filho do mestre David Cronenberg (“Crimes of the Future”), passa-se num resort tropical de luxo, onde James, um escritor com bloqueio criativo (Alexander Skarsgård, de “Succession”), e sua esposa rica (Cleopatra Coleman, de “Dopesick”) tiram férias ao estilo “The White Lotus”. No entanto, a suposta tranquilidade do paraíso rapidamente desmorona quando eles são convidados por outro casal, que inclui uma fã sedutora do escritor, Gabi (Mia Goth, de “Pearl”), para explorar o lado mais sombrio do país tropical. Enquanto Skarsgård apresenta uma performance cativante ao revelar instintos ferais e masoquistas, é Goth quem mantém o público na ponta dos pés com sua energia arrebatadora, alternando entre sutileza e histeria de maneira espetacular. Um acidente de carro resultante de uma noite de bebedeira coloca o protagonista em um dilema de vida ou morte, levando a trama a um rumo bizarro, com a revelação de um sistema de justiça peculiar que permite aos turistas ricos testemunhar e experimentar a sua própria morte por meio de clones. Cronenberg, seguindo os passos de seu pai, constrói uma trama que vai além do simples terror, com uma narrativa marcada pela paranoia e a sátira da elite, inspirado nos clássicos surrealistas do mestre Luis Buñuel. A visão distorcida de luxo, orgias e hedonismo, bem como o conflito entre a riqueza e a pobreza, são capturados de forma habilidosa e visceral, dando ao filme um toque de humor negro. A despeito do clima pesado e das situações perturbadoras, a narrativa é frequentemente permeada por momentos de comédia e mudanças súbitas de tom. Embora o filme seja instigante e assustador em sua maneira macabra e provocativa, também oferece uma profundidade de caracterização raramente encontrada em filmes de horror mais convencionais. A MORTE DO DEMÔNIO – A ASCENSÃO O resgate da franquia dos anos 1980 surpreende ao se mostrar um dos melhores filmes de toda a saga. Visceral e sangrento, o longa mostra a assustadora possessão demoníaca de uma mulher, que tenta matar a irmã e os próprios filhos. A trama gira em torno de duas irmãs distantes, vividas por Alyssa Sutherland (“Vikings”) e Lily Sullivan (“Mental”), que decidem reatar após longo afastamento, apenas para ter sua reunião atrapalhada por uma possessão que coloca a vida de seus entes queridos em risco. Além de novos personagens, o filme também inova em relação à premissa original. Em vez de se passar numa cabana no meio da floresta, desta vez os ataques demoníacos acontecem num apartamento comum. Rodado na Nova Zelândia, o terrorzão é o segundo longa do diretor irlandês Lee Cronin, selecionado pessoalmente por Sam Raimi, produtor e criador da franquia, após sua estreia com o horror indie “The Hole in the Ground” – premiado em 2019 no Fant, festival de cinema fantástico de Bilbao, na Espanha. O resultado atingiu 96% de aprovação no Rotten Tomatoes. FERIADO SANGRENTO Eli Roth, o diretor de “Cabana do Inferno” (2002) e “O Albergue” (2005), retorna ao terror, após um longo período distante, com uma produção que segue o modelo clássico dos slashers, incluindo um psicopata mascarado e uma data comemorativa. A trama se desenrola em Plymouth, Massachusetts, e começa com uma cena caótica de liquidação de Black Friday que termina em tragédia. Um ano após o evento, um assassino misterioso começa a matar aqueles que estiveram envolvidos no incidente, vestindo uma fantasia de peregrino e uma máscara representando John Carver, o primeiro governador da colônia de Plymouth. Roth, conhecido por seu estilo gráfico e gore, cria uma narrativa que flerta com uma sátira ao consumismo e à obsessão das redes sociais, embora esses temas sirvam mais como dispositivos de enredo do que elementos profundamente explorados. O filme, no entanto, acaba se concentrando mais no padrão de fuga, perseguição e captura, típico do slasher, além de outros elementos do subgênero, como violência gráfica e mortes chocantes. Mesmo assim, apresenta algumas reviravoltas interessantes, ao brincar com a antecipação do público. Vale lembrar que o longa tem uma origem curiosa, introduzido como um trailer falso no projeto “Grindhouse” de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez em 2007. A ideia de “Grindhouse” era fazer uma homenagem às salas de cinema baratas dos EUA que exibiam terrores de baixo orçamento e baixa qualidade. Tarantino e Rodrigues realizaram dois filmes, “À Prova de Morte” e “Planeta Terror”, respectivamente, com o intuito de que fossem exibidos numa sessão dupla, à moda das exibições desses cinemas. E para complementar a experiências, eles convidaram amigos para desenvolverem trailers de filmes inexistentes que poderiam habitar esse universo trash. Vários desses trailers acabaram virando filmes reais, como “Machete” (2010) e “Hobo with a Shotgun” (2011). “Feriado Sangrento” é o terceiro da lista. O roteiro foi coescrito por Eli Roth e Jeff Rendell, que também foi responsável pela ideia do falso trailer. Já o elenco é diversificado, combinando astros consagrados como Patrick Dempsey (“Grey’s Anatomy”), Gina Gershon (“Riverdale”), Rick Hoffman (“Suits”), Milo Manheim (“Zombies”) e Nell Verlaque (“Big Shot”) com influenciadores como a estrela do TikTok Addison Rae (“Ela é Demais”) e diversas celebridades digitais americanas. PÂNICO VI O mais recente filme da franquia de terror chega ao streaming com novas referências meta e mortes ainda mais sangrentas, entregando tudo o que os fãs esperam. Como de praxe, os sobreviventes do filme anterior são perseguidos por um novo psicopata com a máscara de Ghosface. Só que este assassino se mostra muito mais violento e ousado, atacando em plena cidade de Nova York (ou um set canadense disfarçado como a metrópole). Os sobreviventes são Jenna Ortega (“Wandinha”), Melissa Barrera (“Vida”), Jasmin Savoy Brown (“Yellowjackets”), Mason Gooding (“Com Amor, Victor”), além da veterana da franquia Courteney Cox (vista em todos os filmes) e até Hayden Panettiere (“Nashville”), que retorna após aparecer em “Pânico 4”, agora como agente do FBI. O elenco também foi reforçado com as adições de Samara Weaving (“Casamento Sangrento”), Dermot Mulroney (“Sobrenatural: A Origem”), Tony Revolori (“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”), Liana Liberato (“Banana Split”), Henry Czerny (“Casamento Sangrento”), Josh Segarra (“Arrow”) e Devyn Nekoda (“Os Tênis Encantados”). E qualquer um deles pode ser o assassino por trás da máscara. Parte da diversão é descobrir a verdadeira identidade do psicopata. O roteiro é de Guy Busick (“Casamento Sangrento”) e James Vanderbilt (“Mistério no Mediterrâneo”), e a direção é novamente de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillertt (também de “Casamento Sangrento”), que assumiram o comando da franquia no longa anterior, após a morte do diretor Wes Craven. DEZESSEIS FACADAS A comédia de horror estrelada por Kiernan Shipka (“O Mundo Sombrio de Sabrina”) tem viagem no tempo e psicopata mascarado, numa espécie de mashup de “De Volta para o Futuro” com “Sexta-Feira 13”. O filme acompanha o retorno de um infame serial killer, batizado de “Sweet Sixteen Killer”, que volta na noite de Halloween, 35 anos após o chocante assassinato de três adolescentes, para reivindicar uma quarta vítima. A personagem de Shipka é Jamie, uma jovem de 17 anos que ignora avisos de sua mãe superprotetora (Julie Bowen, de “Modern Family”) e se depara com o maníaco mascarado. Em fuga por sua vida, ela acidentalmente viaja no tempo para 1987, ano dos assassinatos originais. Forçada a navegar pela cultura desconhecida e extravagante dos anos 1980, Jamie se une à versão adolescente de sua mãe (Olivia Holt, de “Manto e Adaga”) para derrotar o assassino de uma vez por todas, tentando evitar ficar presa no passado para sempre. Dirigido por Nahnatchka Khan (“Young Rock”), o terrir tem roteiro de David Matalon (“Até o Fim”), Sasha Perl-Raver (“Let’s Get Merried”) e Jen D’Angelo (“Abracadabra 2”). THE BLACKENING Como qualquer fã de terror sabe, a última garota – final girl, geralmente branca – sobrevive à carnificina do serial killer, enquanto qualquer pessoa negra vive apenas cerca de 30 minutos na tela,...
Retrospectiva | Os 50 melhores filmes internacionais de 2023
Os blockbusters, os lançamentos em streaming e o circuito de arte se encontram na retrospectiva dos melhores filmes live-actions internacionais do ano. A relação de destaques abrange os títulos lançados no Brasil entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2023, por isso há filmes exibidos e premiados no exterior em 2022. Por outro lado, muitos títulos da temporada do Oscar 2024, que só chegam no país a partir de janeiro de 2024, não foram considerados. Este é o balanço do que de melhor passou pelas telas do país no ano: OPPENHEIMER O blockbuster de Christopher Nolan (“Tenet”) é uma obra monumental sobre a vida de Julius Robert Oppenheimer, físico conhecido por sua participação na criação da bomba atômica durante a 2ª Guerra Mundial. Desafiando categorização, a produção é ao mesmo tempo um drama, um filme de guerra, um thriller e até mesmo um terror. E abre de forma ambivalente, em 1954 com um interrogatório destinado a desacreditar Oppenheimer, que, apesar de ser chamado de “o pai da bomba atômica”, tornou-se um oponente da arma por medo de uma reação em cadeia que poderia causar a destruição do mundo. A história é contada a partir do ponto de vista de Oppenheimer, com flashbacks de seus estudos pré-guerra na Europa, seus encontros com grandes mentes da época, as mulheres que amou e a invenção que precipitou a humanidade na era atômica. Apesar de repleto de diálogos, o longa nunca se perde em conceitos científicos complexos. Em vez disso, Nolan apresenta essas sequências como cenas de ação cativantes, com a música de Ludwig Göransson (que também trabalhou em “Tenet” com o diretor) criando uma atmosfera pesada e envolvente. Mesmo com um impressionante elenco de apoio, que inclui Matt Damon (“Jason Bourne”), Robert Downey Jr. (“Vingadores: Ultimato”) e Emily Blunt (“Um Lugar Silencioso”), o filme é carregado por Cillian Murphy (“Peaky Blinders”), intérprete do personagem-título, que facilita a transformação da narrativa épica, exaustiva e fascinante de Nolan numa reflexão sobre a origem do mundo moderno. OS BANSHEES DE INISHERIN Um dos filmes mais premiados do ano, a dramédia reúne os atores Colin Farrell e Brendan Gleeson com o diretor Martin McDonagh, que trabalharam juntos no ótimo “Na Mira do Chefe” (2008). Com diálogos rápidos e desnorteantes, o longa se passa em 1923, quando um sujeito mais velho (Gleeson) subitamente para de conversar com o seu antigo amigo (Farrell) na ilha irlandesa fictícia de Inisherin, sem lhe oferecer uma explicação para isso. A decisão acaba gerando irritação e consequências para ambos. O que começa com uma pequena desavença vai crescendo e se transforma praticamente em uma guerra, numa metáfora da polarização do mundo atual. Aplaudida por 14 minutos no Festival de Veneza, a produção conquistou os troféus de Melhor Roteiro (para McDonagh) e Melhor Ator (para Farrell) no evento cinematográfico italiano, os primeiros prêmios de um total que não para de crescer – foram cerca de 150 vitórias. Indicado em nove categorias do Oscar 2023, o longa atingiu média de 97% de críticas positivas no Rotten Tomatoes. CONTRATEMPOS A atriz francesa Laure Calamy (“Dix pour Cent”) venceu o prêmio de Melhor Atriz do Festival de Veneza pelo desempenho como a protagonista Julie, uma mãe solteira com dois filhos pequenos para criar. Quando finalmente consegue uma entrevista para um emprego, com chances de sair do aperto financeiro, ela se depara com uma greve nacional de trânsito. O cineasta Eric Gravel (“Crash Test Aglaé”) também foi premiado em Veneza pela direção, que transforma a aflição dramática de quem busca apenas melhorar de vida numa correria digna de thriller tenso. MONSTER Aclamado com 98% de aprovação no site Rotten Tomatoes e vencedor do troféu de Melhor Roteiro no último Festival de Cannes, o novo drama do mestre japonês Hirokazu Kore-eda (“Assuntos de Família”) se desenrola em três partes distintas, iniciando com um incêndio em um prédio que serve como um marco temporal e simbólico para a trama. A primeira seção acompanha a vida de Saori (Sakura Ando), mãe solteira, e seu filho Minato (Soya Kurokawa). Eles compartilham um lar amoroso, porém caótico, revelando uma relação delicada onde Saori ainda sofre pela morte do marido e Minato exibe comportamentos preocupantes. As ações de Minato, incluindo uma confissão sobre o professor Michitoshi (Eita Nagayama), desencadeiam uma cadeia de mal-entendidos e conflitos com a escola. À medida que a história retorna ao incêndio, a perspectiva se altera para Michitoshi, oferecendo uma visão alternativa dos eventos e questionando as noções de culpa e intenção. O filme se torna ainda mais complexo com o terceiro foco em Yori (Hinata Hiiragi), colega de Minato, cuja realidade oscila entre ser um agressor, vítima ou uma figura mais enigmática. Ao longo do filme, observa-se que Minato luta para compreender e expressar seus sentimentos, que parecem estar relacionados à sua sexualidade emergente. A maneira como Kore-eda aborda este aspecto é característica de seu estilo: com empatia e uma perspectiva humana profunda, sem recorrer a estereótipos ou dramatização excessiva – o que lhe valeu a Palma Queer no Festival de Cannes. O sentido do título é multifacetado e simbólico, refletindo os vários mal-entendidos, julgamentos precipitados e percepções distorcidas que os personagens têm uns dos outros. Cada personagem, em algum momento, pode ser visto como um “monstro” aos olhos dos outros. Entretanto, não são necessariamente figuras aterrorizantes ou malévolas, mas pessoas comuns envolvidas em situações complicadas ou mal compreendidas. A história desafia o espectador a refletir sobre como julgamentos apressados podem levar a perceber os outros de maneira distorcida, oferecendo-se como uma lição de empatia. O ritmo meticuloso, seu tom sensível e a trilha sonora de Ryuichi Sakamoto (vencedor do Oscar por “O Último Imperador”), que faleceu em março, antes da première da produção, ampliam a experiência cinematográfica, construindo um ambiente que complementa a montanha-russa emocional retratada. O resultado é uma das melhores obras de um diretor conhecido por só fazer filmes bons. FOLHAS DE OUTONO O 20º longa-metragem do premiado diretor Aki Kaurismäki (“O Porto”) venceu o Prêmio do Júri do último Festival Cannes. Sua narrativa compassiva e despojada acompanha dois indivíduos solitários da classe trabalhadora em Helsinque: Holappa (Jussi Vatanen), um frequentador assíduo de um bar de karaokê, e Ansa (Alma Pöysti), uma funcionária de supermercado que vive sozinha. O cenário outonal pinta Helsinque com tons de cinza e uma atmosfera melancólica, onde os personagens navegam por suas existências marginais. Ela é demitida por pegar um bagel vencido no trabalho e ele enfrenta uma batalha constante com o alcoolismo. Apesar de viverem vidas desencorajadoras, uma noite no bar de karaokê muda o curso de suas trajetórias, quando eles se encontram e vislumbram a possibilidade de um amanhã melhor. Mas, ao contrário das típicas comédias românticas americanas, não há um florescer imediato de romance. Em vez disso, Kaurismäki opta por explorar a gradual descoberta de uma centelha que pode despertar suas almas. Com uma duração concisa de 81 minutos, o filme contém momentos de humor característico de Kaurismäki, como a cena em que Ansa e Holappa assistem “Os Mortos Não Morrem” de Jim Jarmusch, oferecendo uma visão singular sobre a vida cotidiana, a resiliência humana e a busca por conexão – os principais temas da filmografia do mestre finlandês. GODZILLA MINUS ONE Celebrando o 70º aniversário do icônico kaiju japonês, o estúdio Toho lançou sua abordagem mais sombria e introspectiva do monstro gigante, resgatando o Godzilla assustador e poderoso dos primeiros lançamentos. A produção japonesa se destaca pelas sequências de ação bem coreografadas e efeitos visuais impressionantes, apesar de seu orçamento relativamente modesto. Além disso, sua trama também revive os elementos que inspiraram o surgimento da franquia, como a obliteração de Hiroshima e Nagazaki por bombas atômicas no fim da 2ª Guerra Mundial. O caos criado por Godzilla era originalmente uma metáfora para a devastação da guerra e as armas nucleares. Não por acaso, a trama é ambientada em 1946 e segue Koichi Shikishima (interpretado por Ryunosuke Kamiki), um piloto kamikaze desonrado. Após falhar em sua missão suicida, Koichi enfrenta o monstro icônico, que ameaça destruir Ginza e Tóquio. O filme explora a culpa do sobrevivente e sua busca por redenção, enquanto tenta reunir um grupo para combater a criatura. A ação combina cenas emocionantes de ação com melodrama patriótico, capturando com eficácia o sofrimento e a resiliência dos personagens em meio à devastação pós-guerra. A história é intensificada por essa carga emocional, tornando cada confronto com o kaiju não apenas um espetáculo visual, mas também um momento de catarse coletiva. Com isso, a obra não se limita a ser um simples filme de monstro, mas se torna uma exploração da psique japonesa no pós-guerra, uma celebração da resistência humana e da capacidade de superar adversidades inimagináveis. O cineasta Takashi Yamazaki é considerado um gênio dos efeitos visuais, tendo trabalho no game “Onimusha 3” (2003), na adaptação live-action do anime cult “Patrulha Estelar” (2010) e no filme anterior do monstro, “Shin Godzilla” (2016). Como diretor, ele é mais conhecido por assinar animações, como “Friends: Aventura na Ilha dos Monstros” (2011), “Lupin III: O Primeiro” (2019) e os dois “Stand by Me Doraemon” (2014 e 2020). BLACKBERRY A comédia baseada em fatos reais aborda a ascensão e queda da BlackBerry, a empresa canadense de tecnologia que revolucionou o mercado de smartphones no início dos anos 2000. O enredo foca nos co-fundadores Mike Lazaridis, interpretado por Jay Baruchel (“Fubar”), e Doug Fregin, interpretado pelo diretor e co-roteirista do filme, Matt Johnson (“Nirvanna the Band the Show”). A dupla, inicialmente focada em pagers e modems, vê sua inovação ganhar forma e mercado com a entrada de Jim Balsillie, interpretado por Glenn Howerton (“It’s Always Sunny in Philadelphia”), um investidor que traz uma abordagem empresarial agressiva à empresa. O filme explora a dinâmica entre esses três personagens principais, cada um com sua própria visão e abordagem para o negócio. Lazaridis é o visionário tímido, Fregin o extrovertido peculiar e Balsillie o alfa agressivo e focado. Essa mistura de personalidades inicialmente impulsiona o sucesso da BlackBerry, mas também semeia as sementes de sua eventual queda, especialmente diante do lançamento do iPhone pela Apple em 2007, um evento que a equipe da BlackBerry subestima. Baseado num livro de não ficção, o longa captura de forma debochada o rápido crescimento e declínio da empresa, que em seu auge chegou a ocupar cerca de 45% do mercado de telefonia móvel nos Estados Unidos. A narrativa se desenrola em um estilo de falso documentário, que adiciona comédia à situações reais – exibidas praticamente como surreais. Ou seja, seu tom está mais para “A Grande Aposta” (2015) do que para “A Rede Social” (2010). E agradou em cheio a crítica americana, que rasgou elogios e deu uma aprovação de 98% no Rotten Tomatoes. A SOCIEDADE DA NEVE O drama de sobrevivência do cineasta espanhol J.A. Bayona é uma recriação dramática do desastre aéreo envolvendo o voo 571 da Força Aérea Uruguaia em 1972. Este evento, que se tornou conhecido como “Milagre dos Andes” e “Sobreviventes dos Andes”, envolveu a queda de um avião na cordilheira chilena, transportando uma equipe uruguaia de rúgbi, com seus amigos e familiares. Baseada no livro de 2009 do jornalista uruguaio Pablo Vierci, a produção oferece uma narrativa autêntica, destacando a resiliência humana e a realidade angustiante do canibalismo enfrentado pelos sobreviventes. O elenco, composto por atores latino-americanos relativamente desconhecidos, adiciona realismo à história, capturando as dificuldades da situação extrema vivida pelos personagens. A produção contou com filmagens em locações reais, nas próprias montanhas dos Andes e na Serra Nevada, na Espanha. A história é principalmente narrada por Numa Turcatti (Enzo Vogrincic), um estudante de direito, que originalmente optou por não participar da viagem. A narrativa alterna entre os eventos anteriores ao acidente, destacando o espírito jovial da equipe de rúgbi de Old Christians, e os momentos após a queda, com cenas intensas do acidente e dos esforços para sobrevivência em condições extremas. A representação do acidente é marcada por realismo e tensão, seguida pela luta...
Estreias | As 10 melhores novidades de streaming da semana
A programação de filmes e séries online destaca dois lançamentos em VOD que acabam de passar nos cinemas: “Missão: Impossível – Acerto de Contas”, com Tom Cruise em mais uma aventura arriscada, e aquele que é considerado o melhor terror do ano, “Fale Comigo”. O gênero também está em alta entre as séries, com “A Queda da Casa Usher”, nova obra do diretor Mike Flanagan (“A Maldição da Residência Hill”), além da 3ª temporada de “Chucky” e o revival de “Goosebumps”, que oferece horror juvenil para antecipar o Halloween no Dia das Crianças. Confira abaixo a lisa completa com as 10 melhores novidades de streaming da semana. MISSÃO: IMPOSSÍVEL – ACERTO DE CONTAS PARTE 1 | VOD* Tom Cruise volta a fazer o impossível no papel de Ethan Hunt, o agente incansável da MIF (Força Missão Impossível), que desta vez enfrenta um inimigo conhecido como a Entidade, um programa de inteligência artificial prestes a ganhar consciência e ameaçar a existência do mundo. Como sempre, ele conta com o ótimo elenco de apoio composto por Rebecca Ferguson, Ving Rhames e Simon Pegg, além de Vanessa Kirby, vista no longa anterior, e da nova adição de Hayley Atwell (a “Agente Carter”), com quem se junta para explorar a paranoia mundial em torno da recente ascensão da inteligência artificial. Mas a trama em si é mera desculpa para um impressionante desfile de cenas vertiginosas passadas num cenário global, que vão desde o deserto árabe até a capital italiana, sem esquecer abismos da Noruega, enquanto Ethan e sua equipe envolvem-se em perseguições frenéticas de carros, saltos de paraquedas e trem em disparada. A dedicação de Cruise e sua insistência em realizar suas próprias cenas de ação se traduzem em sequências que justificam o nome de “Missão: Impossível” – e que são uma característica definidora da marca. Unanimidade entre a crítica, com 96% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme também tem um desfecho trágico para os fãs da franquia, enquanto prepara o terreno para o que está por vir no próximo capítulo da saga. FALE COMIGO | VOD* Com a fama de melhor terror dos últimos anos, o longa de estreia dos irmãos gêmeos Danny e Michael Philippou apresenta uma trama de possessão diferente de tudo que já foi feito. O filme acompanha um grupo de jovens na Austrália, que descobrem uma mão embalsamada que supostamente pertenceu a um médium ou satanista. Essa mão torna-se o objeto central de um jogo perigoso e viciante, que permite aos jogadores comunicar-se com os mortos. Ao segurar a mão e pronunciar as palavras “fale comigo”, o jogador pode ver o que parece ser um fantasma. Ao adicionar “eu te deixo entrar”, o espírito assume o controle do corpo do jogador até que alguém retire o objeto de suas mãos. Existem regras adicionais envolvendo uma vela e um tempo limite, para impedir que a possessão não dure mais de 90 segundos. A protagonista, Mia (Sophie Wilde, de “Eden”), uma adolescente introvertida que perdeu a mãe, é atraída por essa experiência sobrenatural, inicialmente tratada como uma atração de festa, mas logo descobre como a brincadeira pode ser mortal quando as regras são quebradas. A trama também aborda temas como a cultura da internet, onde a possessão demoníaca se torna uma tendência viral, e a busca por escapismo através de rituais perigosos. O filme foi um sucesso instantâneo no Festival de Sundance deste ano, quando caiu nas graças dos críticos e desencadeou uma guerra por seus direitos de distribuição – vencida pelo estúdio indie especializado A24. Com impressionantes 95% de aprovação da crítica, registrada no site Rotten Tomatoes, a obra chama atenção pelos efeitos assustadores e a habilidade dos diretores em equilibrar humor e terror. A QUEDA DA CASA USHER | NETFLIX A nova minissérie de terror do diretor Mike Flanagan volta ao tema das assombrações, que geraram suas melhores produções, “A Maldição da Residência Hill” (2018) e “A Maldição da Mansão Bly” (2020). Desta vez, a trama é baseada num clássico da literatura gótica de Edgar Allan Poe. Publicado em 1893, o conto original é um mergulho na loucura, isolamento e identidades metafísicas, que gira em torno de uma visita à casa de Roderick Usher, onde os moradores encontram-se sob uma estranha maldição. O texto clássico já ganhou várias adaptações no cinema – a mais antiga foi produzida em 1928 com roteiro do mestre do surrealismo Luis Buñuel e a mais famosa chegou aos cinemas em 1960, com o título brasileiro de “O Solar Maldito” e é considerada a obra-prima da carreira do diretor Roger Corman e do ator Vincent Price. O conto, porém, nunca foi estendida como uma minissérie de oito capítulos, o que resultou em diversas alterações. Na versão escrita, produzida e dirigida por Flanagan, a história se passa nos dias de hoje e é praticamente uma “Successsion” do terror, com os irmãos Roderick (Bruce Greenwood, de “Star Trek”) e Madeline Usher (Mary McDonnell, de “Battlestar Galactica”) à frente de um império de riqueza, privilégios e poder, construído por meio de crueldade. O passado sombrio da família vem à tona quando os herdeiros começam a morrer nas mãos de uma mulher misteriosa e assustadora, vivida por Carla Gugino (“A Maldição da Residência Hill”), que demonstra poderes sobrenaturais ao exercer sua vingança. Bem distinta da fonte original, a produção ainda insere diversas referências às obras de Poe como easter eggs na trama, seja um gato negro aqui ou um corvo acolá. Vale apontar que o elenco inclui várias figurinhas repetidas das séries e filmes anteriores de Flanagan, como Henry Thomas (“A Maldição da Residência Hill”), Kate Siegel (“A Maldição da Residência Hill”), T’Nia Miller (“A Maldição da Mansão Bly”), Katie Parker (“A Maldição da Mansão Bly”), Zach Gilford (“Missa da Meia-Noite”), Annabeth Gish (“Missa da Meia-Noite”), Michael Trucco (“Missa da Meia-Noite”), Samantha Sloyan (“Missa da Meia-Noite”), Rahul Kohli (“Missa da Meia-Noite”), Carl Lumbly (“Doutor Sono”), Robert Longstreet (“Doutor Sono”), Kyleigh Curran (“Doutor Sono”), Ruth Codd (“O Clube da Meia-Noite”), Sauriyan Sapkota (“O Clube da Meia-Noite”), Crystal Balint (“O Clube da Meia-Noite”), Aya Furukawa (“O Clube da Meia-Noite”), Matt Biedel (“O Clube da Meia-Noite”) e Igby Rigney (“O Clube da Meia-Noite”), enquanto os “novatos” se resumem a Mark Hamill (“Star Wars: Os Últimos Jedi”), Paola Nuñez (“Bad Boys Para Sempre”), Willa Fitzgerald (“Pânico: A Série”), Malcolm Goodwin (“iZombie”) e Daniel Jun (“The Expanse”). O PRÓPRIO ENTERRO | AMAZON PRIME VIDEO A comédia de tribunal reúne os vencedores do Oscar Jamie Foxx (“Dupla Jornada”) e Tommy Lee Jones (“Ad Astra”). Baseado em fatos reais, o enredo acompanha Willie E. Gary (Foxx), advogado especializado em danos pessoais, que se junta ao proprietário de funerária Jeremiah Joseph O’Keefe (Jones) num processo litigioso contra o conglomerado funerário de Raymond Loewen (Bill Camp), mergulhando na complexidade e nos subterfúgios desse setor. O filme também oferece um olhar sobre a trajetória ambiciosa e pouco convencional de Gary, que inicialmente reluta em assumir o caso, mas é persuadido por um advogado mais jovem, que aponta que o caso será julgado em uma cidade majoritariamente negra. Isso leva a uma série de confrontos de tribunal entre Gary e Mame Downes, uma advogada negra interpretada por Jurnee Smollett (“Aves de Rapina”), contratada para defender o Grupo Loewen. A obra não se concentra apenas na batalha legal, mas também nas relações humanas e dilemas morais que a envolvem, tornando-se mais do que apenas um drama jurídico, mas um exame das questões sociais e raciais que afetam as pessoas fora do tribunal. Além disso, consegue equilibrar esses elementos mais pesados com momentos de humor e uma energia contagiante, que o transformam num tipo de entretenimento como não se via desde “Erin Brokovich” (2000). A direção é de Maggie Betts (“Noviciado”), que também assina o roteiro com o dramaturgo Doug Wright (“Contos Proibidos do Marquês de Sade”). O lançamento ocorre meses após Foxx ter enfrentado um problema de saúde ainda não esclarecido em abril. O ator já se recuperou completamente e este será seu segundo lançamento após o susto – o primeiro foi a comédia sci-fi “Clonaram Tyrone”, lançada em julho. As notícias sobre o problema de saúde surgiram em junho, e desde então o ator se manteve cercado por um círculo íntimo de apoio. ANGELA | AMAZON PRIME VIDEO O filme de true crime mais esperado do ano traz Isis Valverde (“Simonal”) como Angela Diniz, socialite que foi assassinada pelo próprio marido, num crime que se tornou divisor de águas no movimento feminista e no Direito brasileiros. Durante o julgamento do assassino, que deu quatro tiros no rosto da companheira em dezembro de 1976, no auge de uma discussão na Praia dos Ossos, em Búzios, Rio de Janeiro, a defesa alegou “legítima defesa da honra” para tentar absolvê-lo do caso. Raul “Doca” Street alegou ter matado “por amor”. O argumento gerou polêmica. Militantes feministas organizaram um movimento cujo slogan – “quem ama não mata” – virou, anos mais tarde, o título de uma minissérie da Globo. Até o grande poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) se manifestou: “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”, referindo-se à estratégia da defesa de culpabilizar Angela Diniz por seu próprio assassinato. A tese da “legítima defesa da honra” constava no Código Penal da época, mas mesmo assim Doca Street foi condenado a 15 anos de prisão. Na década seguinte, a nova Constituição, elaborada ao fim da ditadura, acabou com essa desculpa para o feminicídio, mas só agora, em agosto de 2023, o STF (Supremo Tribunal Federal) a tornou oficialmente inconstitucional. Com boa recriação dos anos 1970, o diretor Hugo Prata (“Elis”) mostra o machismo da época e a dificuldade de Leila Diniz para se desvencilhar do marido violento, com medo de ser “malvista” pela sociedade. O elenco ainda destaca Gabriel Braga Nunes (“Verdades Secretas”) no papel de Doca Street, além de Bianca Bin (“O Outro Lado do Paraíso”), Emílio Orciollo Netto (“O Mecanismo”), Chris Couto (“Não Foi Minha Culpa”), Gustavo Machado (“A Viagem de Pedro”) e Carolina Manica (“Vale dos Esquecidos”). UMA QUESTÃO DE QUÍMICA | APPLE TV+ A minissérie estrelada e produzida por Brie Larson (“Capitã Marvel”) se passa nos anos 1950 e adapta o best-seller homônimo de Bonnie Garmus sobre uma química brilhante, que sofre com o machismo até se transformar numa celebridade televisiva. Na trama, Elizabeth Zott (Larson) é impedida de continuar sua carreira científica por não ser homem. Depois de ser demitida de seu laboratório, ela aceita um emprego como apresentadora de um programa de culinária na TV. Mas, em vez de mostrar receitas, surpreende ao passar a fazer comentários entre os pratos, mostrando a uma nação de donas de casa negligenciadas – e aos homens sintonizados – as delícias do feminismo. O elenco inclui Lewis Pullman (“Top Gun: Maverick”) como par romântico da protagonista, além de Aja Naomi King (“O Nascimento de Uma Nação”), Stephanie Koenig (“The Flight Attendant”), Kevin Sussman (“The Big Bang Theory”), Patrick Walker (“Gaslit”) e Thomas Mann (“Project X”). A adaptação foi feita pelo showrunner Lee Eisenberg (“The Office”) e a direção é de Sarah Adina Smith (“Pássaros da Liberdade”). CHUCKY 3 | STAR+ A 3ª temporada encontra o Brinquedo Assassino na Casa Branca. O boneco vai parar simplesmente com o filho do presidente dos EUA, interpretado por Devon Sawa em seu quarto papel na atração – após viver o padre Bryce e os irmãos Wheeler. Jennifer Tilly também faz parte da nova temporada, mantendo seu protagonismo na sagaa desde “A Noiva de Chucky” (1998). A versão seriada de “Chucky” foi desenvolvida por Don Mancini, que também é o criador do personagem. Ele escreveu o roteiro do primeiro “Brinquedo Assassino” em 1988 e desde então explora a franquia sem parar – roteirizou sete longas e dirigiu três deles. Além de escrever os roteiros e produzir os episódios, Mancini também dirigiu o capítulo inaugural da série. Continuação direta dos filmes, a série também recupera a dublagem clássica de Chucky, feita pelo ator Brad Dourif, num contraponto ao...
“A Freira 2” tira “Besouro Azul” do topo da bilheteria no Brasil
“A Freira 2” assumiu o topo das bilheterias brasileiras em seu fim de semana de estreia, arrecadando R$ 19,96 milhões. O longa foi assistido por 933 mil pessoas entre quinta-feira e domingo (10/9), conforme dados da Comscore, e superou “Besouro Azul”, que vinha na liderança desde seu lançamento em 17 de agosto. O valor representa o segundo melhor fim de semana de estreia para um filme de terror de todos os tempos no país, atrás apenas de seu antecessor, “A Freira” (2018). Com isso, “Besouro Azul” caiu para o 2º lugar, registrando R$ 5,41 milhões e atraindo 254 mil espectadores. Outros destaques da bilheteria O pódio ainda contou com a animação “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante”, que arrecadou R$ 4,26 milhões e contabilizou quase 200 mil espectadores em seu segundo fim de semana em cartaz. O resto do Top 5 se completa com a dramatização de game “Gran Turismo: De Jogador a Corredor”, que faturou R$ 1,53 milhões, e o terror “Fale Comigo”, com R$ 1,16 milhões. Entre outros filmes em cartaz, a estreia da animação “A Fada do Dente” não conseguiu o mesmo apelo, ficando em 7º lugar. Enquanto isso, “Barbie”, mesmo após oito semanas em exibição, ainda marca presença no ranking, ocupando a 10ª posição. O panorama foi positivo para as salas de cinema no Brasil. A renda total do fim de semana atingiu R$ 37,22 milhões, com um público de 1,72 milhões de pessoas frequentando as exibições. Trailers Confira a seguir os trailers dos cinco filmes mais assistidos no Brasil. 1 | A FREIRA 2 2 | BESOURO AZUL 3 | AS TARTARUGAS NINJA – CAOS MUTANTE 4 | GRAN TURISMO 5 | FALE COMIGO
“Besouro Azul” lidera bilheterias brasileiras pela terceira semana
O filme “Besouro Azul”, que conta com a participação da atriz Bruna Marquezine, manteve a liderança das bilheterias brasileiras pela terceira semana consecutiva, registrando arrecadação de R$ 4,61 milhões e público de 218 mil espectadores entre quinta e domingo (3/9). A produção da Warner Bros. superou a estreia da aguardada animação “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante”, que ficou em 2º lugar com R$ 3,72 milhões e quase 170 mil espectadores. O resto do Top 5 Os filmes mais vistos da semana representam uma grande variedade de gêneros. “Fale Comigo”, classificado pela crítica como o melhor terror do ano, assegurou o 3º lugar com renda de R$ 1,98 milhão e público de 94 mil. E fechando o Top 5 aparecem “Gran Turismo: De Jogador a Corredor” e episódios da série cristã “The Chosen: Os Escolhidos”, com arrecadações de R$ 1,79 milhão e R$ 1,56 milhão, respectivamente. O que aconteceu com Barbenheimer Pela primeira vez desde seu lançamento, os blockbusters “Oppenheimer”, sobre o criador da bomba atômica, e “Barbie” não conseguiram manter suas posições entre os cinco filmes mais vistos, marcando um novo momento na distribuição da atenção do público nos cinemas brasileiros. “Oppenheimer” e “Barbie” ocupam agora as posições de 6º e 8º no ranking, respectivamente. Nesse último final de semana, 852 mil espectadores foram aos cinemas, resultando numa bilheteria acumulada de R$ 18,7 milhões.
“Besouro Azul” lidera bilheterias pela segunda semana no Brasil
O filme “Besouro Azul”, que conta com a participação da atriz Bruna Marquezine, sustentou o topo das bilheterias brasileiras pela segunda semana consecutiva. O longa arrecadou R$ 6,75 milhões e foi assistido por cerca de 318 mil espectadores, segundo dados da Comscore. Apesar de uma queda de 37,3% no público e 36,5% no faturamento em comparação à semana de estreia, a produção da Warner Bros. Discovery alcançou a marca de 1 milhão de espectadores e R$ 20,9 milhões em receita total em seus primeiros 11 dias de exibição. A dificuldade dos estreantes A estreia de “Gran Turismo: De Jogador a Corredor”, que liderou nos EUA, teve um desempenho abaixo das expectativas no mercado nacional. O longa inspirado no game da Playstation amargou a 3ª posição com uma arrecadação de R$ 2,73 milhões e um público de 121 mil pessoas. O lançamento ficou abaixo do terror “Fale Comigo”, que permaneceu em 2º lugar com quase 140 mil espectadores e uma receita de R$ 2,92 milhões. Mas ruim mesmo foi a abertura de “Drácula: A Última Viagem do Deméter”, que estreou na 7ª posição com um público de 43,14 mil pessoas. O Top 5 foi completado por “Oppenheimer” e “Barbie”, ambos na sexta semana de exibição, com R$ 1,88 milhão e R$ 1,32 milhão, respectivamente. Panorama geral do mercado Os cinemas brasileiros registraram queda tanto em público quanto em receita, com um total de 919,9 mil espectadores e R$ 20 milhões arrecadados entre os dias 24 e 27 de agosto. Essa diminuição marca um recuo de 25,2% no público e 25,5% na receita em comparação à semana anterior. Trailers Confira a seguir os trailers dos cinco filmes mais assistidos no Brasil. 1 | BESOURO AZUL 2 | FALE COMIGO 3 | GRAN TURISMO: DE JOGADOR A CORREDOR 4 | OPPENHEIMER 5 | BARBIE
Bruna Marquezine em “Besouro Azul” desbanca “Barbie” na bilheteria brasileira
O filme “Besouro Azul” estreou com sucesso nos cinemas brasileiros, desbancando “Barbie” do topo do ranking dos filmes mais assistidos, posição que ocupou por quatro semanas. Com a atriz Bruna Marquezine no elenco, “Besouro Azul” arrecadou R$ 10,64 milhões e foi visto por 509 mil pessoas entre quinta-feira e domingo (20/8), segundo dados da consultoria Comscore. A presença de Bruna Marquezine pode ter ajudado no sucesso nacional do filme, que se tornou o destaque do final de semana no Brasil. Mas a produção também liderou as bilheterias nos EUA e em outros países, faturando um total de US$ 43,4 milhões em todo o mundo. Outras novidades no ranking O 2º lugar nacional ficou com outra estreia. O terror “Fale Comigo” faturou R$ 4,96 milhões e registrou 232 mil espectadores no final de semana. Em 3º lugar, “Oppenheimer” também superou “Barbie” pela primeira vez, com uma renda de R$ 3,31 milhões e público de 127 mil pessoas. O drama biográfico de Christopher Nolan já soma R$ 60,73 milhões no Brasil. A queda de “Barbie” “Barbie”, por sua vez, despencou para o 4º lugar, com bilheteria de R$ 3,04 milhões. No entanto, o filme ainda é o de maior sucesso do ano no país, com público de 10,75 milhões de pessoas e renda de R$ 206 milhões. No total, os cinemas nacionais tiveram receita de R$ 26,91 milhões para 1,23 milhão de pagantes entre os dias 17 e 20 de agosto. Isso representa uma alta de 17,1% no público e 15,5% no faturamento em comparação com o período da semana anterior. Trailers Confira a seguir os trailers dos cinco filmes mais assistidos no Brasil. 1 | BESOURO AZUL 2 | FALE COMIGO 3 | OPPENHEIMER 4 | BARBIE 5 | MEGATUBARÃO 2
“Besouro Azul” e “Fale Comigo” chegam ao cinema
Dois grandes lançamentos dividem as salas nesta quinta-feira (17/8), o novo filme de super-herói “Besouro Azul” e o elogiado terror “Fale Comigo”, que vão disputar o público de cerca de mil salas. Os demais lançamentos, incluindo a comédia nacional de apelo popular “Vai Ter Troco”, ficam com o circuito intermediário e limitado. Confira a seguir todas as estreias da programação. BESOURO AZUL O primeiro filme de super-herói latino da DC – e estreia de Bruna Marquezine em Hollywood – é melhor que seu trailer deixava entrever, graças a um elenco carismático e o uso extensivo da família do herói, que alimenta cenas de humor bem alinhadas com as sequências de ação. Entretanto, não escapa dos clichês dos filmes de origem e dos problemas crônicos das produções da DC, como vilões genéricos, efeitos visuais fracos e uma narrativa previsível. Em seu primeiro papel em inglês, Marquezine vive Jenny Kord, personagem que não existe na DC Comics, mas que no filme é apresentada como filha de Ted Kord (o segundo Besouro Azul dos quadrinhos), que ao tentar preservar o legado de seu pai desaparecido e impedir que sua tecnologia caia nas mãos de sua tia maligna, torna-se responsável por entregar o besouro alienígena a Jaime Reyes, vivido por Xolo Maridueña (“Cobra Kai”). O problema é que o artefato transforma o jovem no hospedeiro de uma arma de outro mundo. Ao se fundir à espinha de Jaime, o traje tecnológico extraterrestre possibilita ao adolescente do Texas aumentar sua velocidade e sua força, além de materializar armas, asas e escudos. Só que o uniforme tem uma agenda própria e não é sempre que obedece aos comandos do jovem – por sinal, a voz emitida pelo traje é fornecida pela cantora Becky G (“Power Rangers”). O roteiro foi escrito por por Gareth Dunnet-Alcocer (do remake de “Miss Bala”), a direção é de Ángel Manuel Soto (“Twelve”) e o elenco ainda destaca Adriana Barraza (“Rambo: Até o Fim”), Damian Alcázar (“O Poderoso Vitória”), Raoul Max Trujillo (“Mayans M.C.”), George Lopez (“As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl”), Harvey Guillén (“What We Do in the Shadows”) e Susan Sarandon (“Thema e Louise”) como a tia vilã de Marquezine. FALE COMIGO Com a fama de melhor terror dos últimos anos, o longa de estreia dos irmãos gêmeos Danny e Michael Philippou apresenta uma trama de possessão diferente de tudo que já foi feito. O filme acompanha um grupo de jovens na Austrália, que descobrem uma mão embalsamada que supostamente pertenceu a um médium ou satanista. Essa mão torna-se o objeto central de um jogo perigoso e viciante, que permite aos jogadores comunicar-se com os mortos. Ao segurar a mão e pronunciar as palavras “fale comigo”, o jogador pode ver o que parece ser um fantasma. Ao adicionar “eu te deixo entrar”, o espírito assume o controle do corpo do jogador até que alguém retire o objeto de suas mãos. Existem regras adicionais envolvendo uma vela e um tempo limite, para impedir que a possessão não dure mais de 90 segundos. A protagonista, Mia (Sophie Wilde, de “Eden”), uma adolescente introvertida que perdeu a mãe, é atraída por essa experiência sobrenatural, inicialmente tratada como uma atração de festa, mas logo descobre como a brincadeira pode ser mortal quando as regras são quebradas. A trama também aborda temas como a cultura da internet, onde a possessão demoníaca se torna uma tendência viral, e a busca por escapismo através de rituais perigosos. O filme foi um sucesso instantâneo no Festival de Sundance deste ano, quando caiu nas graças dos críticos e desencadeou uma guerra por seus direitos de distribuição – vencida pelo estúdio indie especializado A24. Com impressionantes 95% de aprovação da crítica, registrada no site Rotten Tomatoes, a obra chama atenção pelos efeitos assustadores e a habilidade dos diretores em equilibrar humor e terror. PASSAGENS O drama adulto segue o relacionamento de um casal gay, Tomas (o alemão Franz Rogowski) e Martin (o inglês Ben Whishaw), cuja dinâmica é abalada quando Tomas se envolve com Agathe (a francesa Adèle Exarchopoulos). Passada em Paris, a história explora a complexidade do desejo, a atração sexual e as emoções, com Tomas movendo-se impulsivamente entre seus parceiros, enquanto Martin e Agathe tentam navegar em suas próprias respostas a essa dinâmica volátil. A narrativa é infundida com uma abordagem naturalista, com cenas de sexo que são tanto gráficas quanto honestas, e um olhar inquisitivo sobre as relações humanas. Além de trazer protagonistas de três nacionalidades diferentes, a produção é dirigida pelo americano Ira Sachs, que também assina o roteiro com seu parceiro brasileiro Mauricio Zacharias. Os dois trabalharam juntos em filmes premiados de temática gay, como “Deixe a Luz Acesa” (2012) e “O Amor é Estranho” (2014), mas esta foi a primeira vez que foram surpreendidos pelo conservadorismo americano, ao receberem a mais elevada classificação etária disponível, NC-17, que poucos cinemas aceitam exibir nos EUA. Apesar dessa controvérsia, o filme não busca chocar, mas sim oferecer uma visão perspicaz e muitas vezes humorada do narcisismo e das relações contemporâneas, com texto mordaz e performances vibrantes que merecem ser saboreadps e discutidos. A crítica dos EUA aplaudiu com 92% de aprovação no Rotten Tomatoes. AS ÓRFÃS DA RAINHA Com rica contextualização histórica, o ótimo drama de época mineiro se passa no final do século 16 e explora a chegada das primeiras mulheres enviadas de Portugal para ajudar a povoar a colônia brasileira. Para seu segundo longa, a diretora Elza Cataldo se inspirou em um verbete que encontrou no livro “Dicionário do Brasil Colônia”, organizado pelo historiador Ronaldo Vainfas, que descreve a expressão “órfãs da Rainha” como a denominação dada às mulheres enviadas com essa missão. O filme também aborda o terrível capítulo da Inquisição, a perseguição religiosa promovida pela Igreja Católica que chegou ao Brasil em 1581. A cineasta se cercou de autoridades no assunto, leu mais de 300 livros para retratar com fidelidade esse período e ainda visitou o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, onde estão os documentos da Inquisição portuguesa. O resultado é uma trama fictícia, mas bastante realista, sobre os desafios enfrentados por três irmãs órfãs ao serem enviadas da corte portuguesa para a precariedade do Brasil colônia, onde encontram índios que comem gente, machismo e ainda precisam lidar com a intolerância da Igreja. A narrativa se aprofunda na transformação pessoal das personagens e na forma como lidam com a adversidade, entrelaçando suas histórias individuais com a História do Brasil. TEMPOS DE BARBÁRIE – ATO I: TERAPIA DA VINGANÇA O primeiro trabalho de Cláudia Abreu (“Desalma”) após sair da Globo é um “Desejo de Matar” brasileiro. Ela vive uma advogada chamada Carla, cuja vida sofre uma reviravolta brutal quando sua filha é baleada em uma tentativa de assalto e fica em estado grave. Apesar de buscar apoio em grupos de ajuda, ela se encontra insatisfeita com a falta de resultados da investigação policial e decide fazer justiça com as próprias mãos. Dirigido por Marcos Bernstein (“O Amor Dá Voltas”), o suspense nacional aborda temas como violência urbana, corrupção, tráfico de armas, ineficácia policial e crime organizado, e se diferencia ao mostrar que o puxar do gatilho é o resultado de uma cadeia de acontecimentos, que inicia no acesso à arma e termina fazendo a violência parecer natural. O elenco conta com Júlia Lemmertz (“Novo Mundo”), Alexandre Borges (“Deus Salve o Rei”), César Melo (“Bom Dia, Verônica”), Kikito Junqueira (“A Força do Querer”), Pierre Santos (“Impuros”), Adriano Garib (“Bom Dia, Verônica”) e Claudia Di Moura (“Segundo Sol”). Bernstein também é um dos roteiristas do filme, juntamente com Victor Atherino (“Faroeste Caboclo”) e Paulo Dimantas (“Todas as Melodias”). VAI TER TROCO A comédia brasileira narra a história de funcionários domésticos que trabalham para uma família rica e trambiqueira – que deve meses de salários e ainda se envolve num escândalo de corrupção. Percebendo que seus patrões não vão arcar com seus pagamentos, eles iniciam uma revolução na mansão. Com direção Maurício Eça (“Barraco de Família”), o longa segue a fórmula das sitcoms nacionais, com timings de piadas televisivas – e poderia facilmente virar uma série. O elenco destaca no elenco Miá Mello (“Meu Passado Me Condena”), Marcos Veras (“Vai na Fé”), Giovanna Grigio (“Rebelde”), Evelyn Castro (“Tô de Graça”), Nany People (“Cama de Gato”), Edmilson Filho (“Cine Holliúdy”) e os cantores Ludmilla e Falcão. | COISAS DO AMOR | A comédia romântica alemã segue um astro famoso alemão, que, após participar de uma entrevista desastrosa, resolve se esconder da imprensa num pequeno teatro feminista independente LGBTIAP+ à beira da falência. Bebendo até cair, ele é encontrado desmaiado pela equipe da peça e acaba se envolvendo com uma feminista, contra todas as expectativas. Sua fama poderia ajudar a salvar o teatro da falência, mas para isso ele precisa restaurar sua reputação primeiro – e, no processo, dar uma chance ao amor, diante do olhar atordoado dos fãs que não conseguem entender esse desenvolvimento inesperado. A direção é de Anika Decker (“High Society”) e o elenco destaca Elyas M’Barek (“O Caso Collini”) e Lucie Heinze (“Professor T.”). EAMI O filme paraguaio de Paz Encina (“Hamaca Paraguaya”) é uma mistura quase inclassificável de realidade e ficção, que aborda o tema do desmatamento na região de Chaco, no norte do Paraguai, sob a perspectiva indígena. A narrativa segue uma menina chamada Eami, que, segundo a cosmogonia dos ayoreos, seria a reencarnação de uma divindade chamada Asojá. De modo simbólico, Eami deve proteger e ao mesmo tempo curar a terra indígena invadida e profanada por brancos insensíveis que, por décadas, tentaram transformar a região em terreno favorável para a indústria e o comércio pecuário. Vencedora do Festival de Roterdã, o filme não se centra em um conflito de violência explícita, mas sim em uma imersão total na vida, costumes e lendas da comunidade hostilizada, explorando a relação intensa desse povo com a natureza, por meio de uma belíssima cinematografia e um design sonoro notável. AS TRÊS VIDAS DE FRIEDA WOLFF Frieda Wolff (1911-2008) foi uma pesquisadora judia alemã que escapou do nazismo e emigrou para o Brasil em 1934. Depois de se dedicarem ao comércio óptico por 30 anos, ela e seu marido Egon, iniciaram um trabalho de pesquisa sobre a presença judaica no país, que resultou na publicação de mais de 40 livros. A partir de uma longa entrevista gravada com Frieda em 2003, o amigo Milton Weintraub inicia uma busca para remontar em três atos a trajetória desta personagem tão desconhecida quanto fundamental para a história dos judeus no país. ALDEIA NATAL O cineasta Guto Pasko volta à colônia de imigrantes ucranianos em que nasceu no Paraná. Ele deixou a casa dos pais ainda criança, com apenas 11 anos, e manteve distância por 30 anos – por motivos culturais e religiosos. Agora retorna com câmera na mão para confrontar todos os seus fantasmas do passado, e na busca pela sua ancestralidade leva seus pais à Ucrânia para buscarem juntos as aldeias de onde vieram seus antepassados, 123 anos depois de terem vindo para o Brasil. METALLICA M72 WORLD TOUR LIVE FROM TX Transmissão ao vivo do show da banda Metallica, que vai acontecer no Texas, EUA, nos dias 19 e 21 de agosto.
Terror “Fale Comigo” tem sequência oficializada
O terror “Fale Comigo” (Talk to Me), um dos maiores sucessos de bilheteria da produtora independente A24, teve sua sequência oficializada. O novo filme, que vai se chamar em inglês “Talk 2 Me”, foi anunciado pela A24 em suas redes sociais, antes mesmo da estreia do film no Brasil, onde será lançado em 17 de agosto. O filme original, que se tornou a segunda maior estreia da A24 com US$ 10 milhões, já arrecadou US$ 23,2 milhões nas bilheterias dos EUA desde 28 de julho. A performance surpreendente nas bilheterias fez com que “Fale Comigo” se tornasse a maior estreia da produtora desde “Hereditário” em 2018. Além disso, atingiu 95% de aprovação no Rotten Tomatoes. Direção e Elenco Os diretores do primeiro filme, Danny e Michael Philippou, que até então eram mais conhecidos pelo canal de YouTube RackaRacka, voltarão a comandar a sequência. Bill Hinzman também retorna como roteirista, assinando a nova história ao lado de Danny Philippou. Ainda não há detalhes sobre a trama de “Talk 2 Me”, nem confirmação do retorno do elenco original. A Trama Original Na trama, um grupo de jovens que descobre como invocar espíritos usando uma mão embalsamada e decidem experimentar um jogo que envolve o contato com espíritos. O objetivo do jogo é tocar uma mão embalsamada e pronunciar as palavras “fale comigo”, permitindo que um espírito ocupe temporariamente o corpo do participante. O truque está em limitar o tempo de possessão, que não pode ultrapassar 90 segundos, caso contrário, “eles vão querer ficar”. Após perder a mãe, a protagonista Mia (Sophie Wilde, de “Eden”) é levada pelo desejo de se conectar com o outro lado e acaba se envolvendo intensamente no jogo. A protagonista leva a mão embalsamada para casa e consegue contatar a mãe falecida, mas as consequências são inesperadas e aterrorizantes. Prólogo Inédito Além da sequência confirmada, os irmãos Philippou revelaram em entrevista ao The Hollywood Reporter que já rodaram um prólogo focado na personagem Duckett (interpretado pelo estreante Sunny Johnson). A sequência, que ficou fora do corte final, oferece uma perspectiva única, contada através de celulares e redes sociais, e também poderá ser lançada posteriormente. Veja o trailer do filme original.








