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    A Bela e a Fera estreia em mais de mil cinemas no Brasil

    16 de março de 2017 /

    Maior estreia da semana, “A Bela e a Fera” chega em 1,2 mil salas brasileiras nesta quinta-feira (16/3), 70% delas em 3D. O filme ocupa ainda 35 salas com 4D (movimento de cadeiras) e todas as 12 telas IMAX. Ao contrário de outros esforços da própria Disney, que inseriram diversas novidades nas adaptações com atores, é a mais fiel das versões com atores das animações do estúdio, tanto que parece um remake do filme de 1991, com direito até às mesmas músicas – e mais três inéditas. As poucas mudanças refletem o espírito independente da Bela vivida por Emma Watson (franquia “Harry Potter”) e a percepção da sexualidade de Lefou, que passaria incólume pelos vovozinhos conservadores, não tivesse o diretor alertado sobre isso. Vale observar que a crítica americana gostou, mas não se apaixonou, com 68% de aprovação na média do site Rotten Tomatoes. A chegada de “A Bela e a Fera” também confirma que a temporada de blockbusters começou mais cedo em 2017 – imediatamente após a entrega do Oscar, com os lançamentos consecutivos de “Logan” e “Kong – A Ilha da Caveira”. E, graças à concentração destes filmes no circuito, apenas outro filme tem distribuição em mais de 100 salas nesta semana: a comédia “Tinha que Ser Ele?”, em que Bryan Cranston (série “Breaking Bad”) descobre que será sogro de James Franco (“A Entrevista”). A disputa entre sogro e noivo já rendeu até franquias, como “Entrando Numa Fria”, e quando as piadas são velhas, o sorriso é amarelo. 40% de aprovação no RT. Longe dos shoppings, o circuito limitado recebe nada menos que oito filmes brasileiros, metade deles documentários. Os destaques são duas obras de ficção, a comédia “La Vingança” e o drama “Era o Hotel Cambridge”. “La Vingança” surpreende por ser realmente divertido. Uma comédia brasileira que faz rir deve ser exaltada como uma novidade muito bem-vinda. Infelizmente, não parece ser o que o mercado quer. Enquanto qualquer besteirol estreia em mais de 500 salas, “La Vingança” está sendo exilada em 20 salas. E este é o maior lançamento nacional da semana! Vai ver, é porque faltam atores de novelas. Só há Leandra Leal (“O Lobo Atrás da Porta”), que tem um pequeno papel. A história do ator Jiddu Pinheiro (“O Uivo da Gaita”), Thiago Dottori (“Vips”) e Pedro Aguilera (criador da série “3%”) gira em torno do personagem de Felipe Rocha (“Nise: O Coração da Loucura”), que após flagrar a traição da mulher (não muito Leal) com um argentino, resolve se vingar indo com seu melhor amigo até o país vizinho para transar com argentinas. A tradicional rivalidade rende boas piadas e marca a estreia na direção do produtor Fernando Fraiha (“Reza a Lenda”). “Era o Hotel Cambridge” tem clima completamente diferente. O filme de Eliane Caffé (“O Sol do Meio Dia”) se passa num prédio de São Paulo invadido por sem-tetos, destaca histórias de imigrantes, a organização interna dos moradores e a luta contra a reintegração de posse, com direito à tropa de choque. Socialmente relevante e muito bem realizado, venceu o Prêmio do Público no Festival do Rio e na Mostra de São Paulo. Mas só chega em 12 salas. As outras duas ficções são a animação “História Antes de uma História”, uma experiência de metalinguagem para o público infantil, e o drama “Com os Punhos Cerrados”, uma experiência de metalinguagem para universitários, realizada pelo coletivo Alumbramento. Entre os documentários, “Jonas e o Circo sem Lona” tem a distribuição mais ampla, em 20 salas. Exibido em festivais pelo mundo, o filme de Paula Gomes foca um menino que enfrenta o desafio de amadurecer enquanto sonha com o picadeiro. Os demais são “Pedro Osmar, Prá Liberdade que se Conquista”, um manifesto político-musical sobre o músico Pedro Oscar, “Por um Punhado de Dólares – Os Novos Emigrados”, sobre imigrantes nos EUA, e “Estopô Balaio”, que retrata uma região degradada de São Paulo. A programação também inclui três títulos franceses. Indicado a quatro prêmios César (o Oscar francês), “Os Cowboys” é uma espécie de versão moderna de “Rastros de Ódio” (1965), em que um pai parte à cavalo em busca da filha desaparecida por territórios inóspitos. O filme marcou a estreia na direção de Thomas Bidegain, roteirista dos melhores filmes de Jacques Audiard, “O Profeta” (2009), “Ferrugem e Osso” (2012) e o vencedor da Palma de Ouro “Dheepan: O Refúgio” (2014). Mais tradicional, “O Filho de Joseph” acompanha um adolescente em busca do pai que nunca conheceu, numa história que vai do drama ao humor – e ainda evoca um tema bíblico – , escrita e dirigida por Eugène Green (“A Religiosa Portuguesa”). Já “Fatima”, do marroquino Philippe Faucon (“Samia”), lembra “Que Horas Ela Volta?” (2015) ao acompanhar uma mãe pobre e imigrante, que trabalha como faxineira e luta para manter as filhas na escola. Enquanto a mais nova vive sua rebelião adolescente, sem respeito pela mãe “burra” que mal fala francês, a mulher do título sacrifica a própria saúde para dar à filha mais velha a chance de cursar a faculdade. Mais premiado dos filmes da semana, venceu o César 2016 de Melhor Filme, Roteiro e Atriz Revelação. Fecha a programação o sul-africano “Eles Só Usam Black Tie”, que já pelo pôster demonstra como o título nacional é equivocado. Mas o original “Necktie Youth” (juventude engravatada, em tradução literal) também é problemático para nomear um retrato em preto e branco da juventude ostentação da África do Sul (que só usa tênis e jeans). Elogiadíssimo pela crítica internacional, é uma viagem por sexo, drogas e trilha jazzy que rendeu alguns prêmios em festivais internacionais. Clique nos títulos dos filmes destacados para ver os trailers de todas as estreias da semana.

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    Kong – A Ilha da Caveira é o único lançamento gigante em semana de 14 estreias

    9 de março de 2017 /

    A semana registra 14 lançamentos de cinema, mas a maioria em circuito limitado. A única estreia de tamanho gigante é “Kong – A Ilha da Caveira”, o novo filme de King Kong, que chega em quase mil salas, ocupando todas as telas IMAX. Desembarca nos trópicos precedido por críticas entusiasmadas nos EUA a seus efeitos visuais, apesar das inconsistências em sua trama e erros de continuidade dignos de Ed Wood. A ação se passa nos anos 1970 e acompanha uma equipe militar perdida na ilha que dá título à produção – e que apareceu em todas as versões da origem de King Kong. Ao privilegiar o “prólogo” clássico, o filme resgata a tradição pulp das histórias de dinossauros no mundo contemporâneo e remixa este conceito centenário – de clássicos de Edgar Rice Burroughs (“A Terra que o Tempo Esqueceu”) e Arthur Conan Doyle (“O Mundo Perdido”) – com o delírio de “Apocalypse Now” (1979). Mais quatro filmes falados em inglês entram em cartaz. Todos de tom dramático e que tiveram desempenho de chorar nas bilheterias norte-americanas. Dois deles são dramas de tribunal. “Versões de um Crime” puxa mais para o suspense, com Keanu Reeves defendendo o filho de uma antiga conhecida da acusação de assassinato do próprio pai, numa história de reviravoltas previsíveis. Já o britânico “Negação” é quase um docudrama, que questiona a existência do Holocausto num julgamento midiático, com Rachel Weisz tendo que provar que os crimes nazistas não foram apenas propaganda judaica. Os outros dois lançamentos foram concebidos de olho no nicho dos filmes de prestígio, mas se frustraram ao não conseguir indicações ao Oscar 2017. “Fome de Poder” conta a história polêmica da origem da rede McDonald’s, com Michael Keaton no papel de Ray Kroc, o empresário visionário e vigarista que se apropriou do negócio dos irmãos que batizam as lanchonetes. E “Silêncio” é o épico que Martin Scorsese levou décadas para tirar do papel. O filme sobre padres jesuítas, martirizados ao tentar levar o evangelho ao Japão do século 17, lhe permitiu fazer as pazes com o Vaticano, superando as polêmicas de “A Última Tentação de Cristo” (1988). O catolicismo também é o tema central de “Papa Francisco, Conquistando Corações”, cinebiografia do atual Papa, que, ao contrário do esperado, não carrega na pregação ou edulcora a religião, mostrando um retrato humano do religioso desde sua juventude até sua sagração. Chama atenção ainda o fato de a obra não evitar temas polêmicos, como a ditadura argentina e os escândalos de pedofilia entre padres. Duas produções brasileiras lutam por espaço onde não há. O documentário “Olhar Instigado” aborda um tema urgente: a arte de rua em São Paulo. Bem fotografado, o filme acompanha grafiteiros e pichadores pela noite paulistana, e chega às telas em momento de tensão política, após a Prefeitura considerar as latas de spray tão perigosas quanto armas nas mãos de bandidos. Mesmo assim, não faz distinção entre arte e vandalismo, não leva a discussão onde ela já está. O drama policial “O Crime da Gávea” também rende debate, devido à disputa de bastidores entre o roteirista e o diretor para definir quem foi seu “autor”. O roteirista Marcílio Moraes vem do mundo das novelas, que define como autor quem escreve o texto. Mas cinema é outra coisa. E com o diretor André Warwar escanteado na pós-produção, a premissa noir, do marido suspeito que tenta desvendar o assassinato da esposa, em meio ao contexto da boemia moderninha carioca, implode num acabamento (voice-overs, por exemplo) que não combina com o que foi filmado. Tanto ego rendeu uma estreia em cinco míseras salas. Para quem sentir falta de besteirol, a semana reserva a comédia italiana “Paro Quando Quero”. Por um lado, a trama embute uma crítica adequada à crise econômica europeia, que reduz universitários formados a trabalhadores braçais. Por outro, é descarada sua apropriação de “Breaking Bad” num contexto de enriquecimento rápido digno de “Até que a Sorte nos Separe”. A trama gira em torno de um grupo de sub-empregados que decidem unir seus conhecimentos acadêmicos para lançar uma nova droga no mercado, surtando quando o negócio os torna milionários. Para completar, a programação vai receber nada menos que cinco filmes franceses. Esse fenômeno resulta da supervalorização do cinema francófono entre as distribuidoras nacionais, reflexo de uma era longínqua em que produtos do país eram ícones de status social e cultural – a palavra “chique” é um galicismo do século 19. Com melhor distribuição entre os lançamentos franceses, “Personal Shopper” volta a juntar a atriz americana Kristen Stewart com o diretor Olivier Assayas, após a bem-sucedida parceria em “Acima das Nuvens” (2014). Levou o troféu de Melhor Direção no Festival de Cannes, mas é a ótima performance de atriz que prende o espectador em sua história de fantasmas, de clara inspiração hitchcockiana. “Souvenir” também deve sua distribuição à fama de sua estrela, a atriz Isabelle Huppert, indicada ao Oscar 2017 por “Elle”. Desta vez, porém, ela estrela um romance leve, francamente comercial, como uma cantora que flertou com o sucesso nos anos 1970 e, inspirada pela paixão de um jovem que a reconhece no trabalho, tenta retomar a carreira. Na mesma linha, “Insubstituível” traz François Cluzet como um médico do interior que treina, relutantemente, uma substituta mais jovem. Sem ligação com esse cinema descartável, “Fátima” lembra “Que Horas Ela Volta?” ao acompanhar uma mãe pobre e imigrante, que trabalha como faxineira e luta para manter as filhas na escola. Enquanto a mais nova vive sua rebelião adolescente, sem respeito pela mãe “burra” que mal fala francês, a mulher do título sacrifica a própria saúde para dar à filha mais velha a chance de cursar a faculdade. A produção usa o recurso de uma carta, escrita pela mãe, para amarrar a história, que venceu o César 2016 (o Oscar francês) de Melhor Filme, Roteiro e Atriz Revelação. Mesmo assim, há quem ache que o cinema francês decaiu muito desde a nouvelle vague. E para estes o circuito reserva a chance de conferir o relançamento, em cópia restaurada, do clássico “Hiroshima Meu Amor” (1959), de Alain Resnais, uma das primeiras obras-primas do movimento e que destaca a recém-falecida Emmanuelle Riva no papel principal. Clique nos títulos dos filmes destacados para ver os trailers de todas as estreias da semana.

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    Logan é a principal estreia de cinema da semana – e talvez do ano

    2 de março de 2017 /

    Principal estreia de cinema nesta quinta (2/3), “Logan” é o segundo filme de super-heróis da Marvel/Fox lançado para maiores de 16 anos no Brasil. O primeiro foi “Deadpool”, no ano passado, completamente diferente em tom. Enquanto o filme estrelado por Ryan Reynolds era insanamente divertido, o último longa de Hugh Jackman como Wolverine aposta na seriedade. Tendo em vista como as produções da DC Comics/Warner se equivocam ao se levar a sério, o acerto de “Logan” abre um novo caminho, deixando claro o que realmente faz diferença. E é bem simples. Desde sua concepção, o longa dirigido por James Mangold evitou se limitar ao mundinho dos fanboys adolescentes. O que a Warner esqueceu, ao buscar um tom mais sombrio para seus filmes, foi que a própria DC Comics buscou o público adulto quando promoveu sua grande guinada rumo a histórias sombrias nos anos 1980. Já faz 30 anos que os quadrinhos de super-heróis se sofisticaram, com o lançamento de graphic novels e o fim do código de ética, um selinho que garantia conteúdo infantil. “Logan” é a versão de cinema dessa revolução. Um filme de super-heróis maduro, influenciado pelo western e passado num mundo tão violento quanto os quadrinhos se tornaram. Não é que “Logan” se afasta dos quadrinhos para se tornar um filme para maiores. Ao contrário. Ele é o primeiro filme que realmente compreendeu o que aconteceu nos quadrinhos nas últimas três décadas. O filme mostrou sua carta de intenções ao fazer uma première num local inusitado: um festival de cinema europeu, em Berlim, onde produções sérias e dramáticas têm prioridade. E acabou sendo a obra mais aplaudida e comentada de todo o evento. A crítica mundial caiu para trás. Nos EUA, onde “Logan” estreia na sexta, os elogios renderam 93% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Nem “Deadpool”, que chegou a ganhar indicações a prêmios dos prestigiosos sindicatos de Hollywood, agradou tanto (84%). Tendo isso em vista, “Logan” ganha sua devida perspectiva. Não é apenas a principal estreia da semana. Pode ser o mais importante lançamento do ano. Seu sucesso ou fracasso influenciará inúmeras decisões sobre o futuro das adaptações de super-heróis em Hollywood. Por via das dúvidas, chega em 1,2 mil salas, num empurrão para virar blockbuster. Apenas mais duas estreias completam o circuito. Uma delas, inclusive, já estava em cartaz em circuito de “pré-estreias pagas”. Último longa americano do Oscar 2017 a estrear no Brasil, “Um Limite entre Nós” rendeu a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante a Viola Davis, um prêmio que ela vinha ensaiando vencer desde 2009. A atriz já tinha conquistado o equivalente teatral, o Tony Awards, pelo mesmo papel, como uma mãe sofredora nos anos 1950, casada com um lixeiro orgulhoso, numa família endurecida pelo racismo da época, que tenta ensinar a vida para o filho. Denzel Washingon é seu parceiro, indicado ao Oscar e favorito de muita gente ao prêmio – venceu o troféu do Sindicato dos Atores dos EUA (SAG Award). Ele também dirigiu o longa, adaptado postumamente para o cinema pelo autor da peça, August Wilson. O menor lançamento é “Waiting for B”, que, apesar do título, é um documentário nacional sobre a vinda de Beyoncé ao Brasil. O filme se foca no público, sua obsessão pela estrela e a dedicação que leva fãs a acampar diante de uma bilheteria dias antes da data marcada para o show. Foi exibido com sucesso em vários festivais internacionais.

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    Estreias destacam grande muralha de mediocridade na semana do Oscar

    23 de fevereiro de 2017 /

    O fim de semana do Oscar é também o fim de semana do carnaval, e o bloco dos lançamentos não é dos mais animadores. A programação dos shopping centers é um samba enredo repetitivo de fracassos americanos e filmes nacionais de qualidade discutível. O projeto mais ambicioso ocupa mais salas. Coproduzido por americanos e chineses, “A Grande Muralha” traz Matt Damon perdido na China e numa obra que usa a experiência do veterano cineasta Zhang Yimou, responsável pela abertura da Olimpíada de Pequim, para evocar uma experiência “olímpica” nas telas, com coreografias ambiciosas, repletas de cores e figurantes. Mas a escala épica e os efeitos visuais se resumem a contar uma batalha de guerreiros medievais contra monstros genéricos. Sucesso espetacular na China, estreou no último fim de semana com um desempenho medíocre nos EUA e sob uma saraivada de flechas da crítica. Estreia em 828 salas, das quais 561 em 3D (68% do total), além de todo o circuito IMAX (12 salas). Ainda mais fraco, “Monster Trucks” ocupa 517 salas e outra boa fatia do circuito 3D. Espécie de “Transformers com monstrinhos”, baseada em (mais) um brinquedo da Mattel, é tão infantilóide que merece chegar aos cinemas dublado como um programa televisivo. Filmado em 2014, teve seu lançamento adiado várias vezes pela Paramount, a ponto de ser tratado como fracasso antes mesmo da estreia – a previsão é de US$ 100 milhões de prejuízo. “A Lei da Noite” é um caso à parte. Seu fiasco foi tão colossal que balança estruturas na Warner. Estrelado e dirigido por Ben Affleck, custou uma fortuna não revelada para render apenas US$ 10 milhões nos EUA, empurrando a reputação do astro ladeira abaixo. A crise é tão grande que Affleck desistiu de dirigir o filme solo de Batman e já há rumores de que não quer viver mais o personagem, que estaria culpando pela fase negativa, após vencer o Oscar de Melhor Filme com “Argo” (2012). A desilusão é tanta que foi praticamente despejado em apenas 89 salas. Quem tiver curiosidade, vai encontrar um filme de gângster da lei seca estilizado. Os brasileiros que chegam aos shoppings são o besteirol “Internet – O Filme” e a animação “Bugigangue no Espaço”. O primeiro serve para demonstrar a teoria de Itararé: de onde nada se espera, nada vem mesmo. A coleção de vinhetas, estreladas por youtubers, lembra o pior do “Zorra Total”, com piadas preconceituosas e interpretações travadas no volume do histerismo, mas a distribuidora bota fé, como demonstram suas 406 salas. O segundo tenta usar referências nacionais numa história genérica de crianças que se aliam com ETs bonzinhos para enfrentar alienígenas malvados. Em 300 salas (10% delas em 3D), o resultado rende crianças brasileiras muito loiras e sexualizadas, com um “gostosa” disparado sobre a heroína mirim da trama. Felizmente, o fim de semana também tem Oscar e os cinemas recebem mais um candidato à premiação. Indicado em oito categorias, “Moonlight – Sob a Luz do Luar” leva a 59 salas um drama sensível, registrado de forma intimista, que acompanha o crescimento e a transformação de um menino num bairro violento de Miami. Vítima de bullying na infância, ele cresce para se tornar um traficante bem-sucedido, ao mesmo tempo em que busca compreender e aceitar sua homossexualidade, estimulado pelo relacionamento com seu melhor amigo. Um filme de machos, em vários sentidos. Com isso, apenas um destaque do Oscar permanece inédito, “Um Limite Entre Nós” (Fences). Oficialmente, o longa só estreia na semana que vem, mas, ainda que de forma tardia, a distribuidora percebeu o equívoco e programou “pré-estreias pagas” em 24 salas de seis cidades a partir desta quinta (23/2), dando oportunidade ao público saber porque deve torcer por Denzel Washington e Viola Davis na cerimônia da Academia. Dois filmes europeus completam a programação. “A Garota Desconhecida” é o mais recente trabalho dos irmãos Dardenne, que passou por uma reedição completa após ter decepcionado no Festival de Cannes passado. A própria passagem do tempo ajudou sua história a se tornar mais relevante, ao mostrar como a indiferença europeia pode ter consequências graves na vida de imigrantes pobres. Chega em apenas seis salas. Por fim, “A Jovem Rainha” conta em 11 salas a história da rainha Cristina da Suécia, a mulher mais letrada do século 17, que preferiu abdicar ao trono a se casar. O motivo, segundo o finlandês Mika Kaurismäki (irmão de Aki Kaurismäki), seria seu lesbianismo assumido. Não convenceu muito a crítica internacional. Clique nos títulos dos filmes em destaque para ver os trailers de todas as estreias da semana.

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    John Wick tem estreia matadora em semana repleta de filmes do Oscar 2017

    16 de fevereiro de 2017 /

    Os lançamentos da semana se dividem claramente entre filmes de shopping center e filmes de Oscar. Mesmo assim, a estreia mais ampla também conquistou excelente avaliação crítica. Com 90% de aprovação no site Rotten Tomatoes, “John Wick – Um Novo Dia para Matar” mostra que é possível fazer cinema de ação de qualidade. Com ritmo desenfreado e muita violência, o filme traz Keanu Reeves de volta ao papel do matador profissional John Wick, que ele desempenhou em “De Volta ao Jogo” (2014). O sucesso inesperado daquele longa animou a distribuidora a dobrar o circuito na continuação. A estreia acontece em 358 salas, contra 230 do primeiro filme. A diferença de qualidade para o segundo maior lançamento é abissal. Estrelado por Brad Pitt e Marion Cottilard, o romance de espionagem “Aliados” consegue ser mais brega que “Cinquenta Tons Mais Escuros”, mas a crítica americana foi bondosa, com 61% de aprovação. Fracasso nos EUA, onde já saiu de cartaz, o longa faturou US$ 40 milhões no mercado doméstico, menos da metade de seu orçamento de US$ 85 milhões. A terceira e última estreia comercial é “A Cura”, que marca a volta de Gore Verbinski ao terror, 15 anos após “O Chamado” (2002). E todo seu capricho visual não esconde que se trata de uma trama pouco original, já vista várias vezes antes. Com 41% de aprovação, a história do spa do qual ninguém consegue sair é tão medíocre quanto a parceria anterior do diretor com o roteirista Justin Haythe, “O Cavaleiro Solitário” (2013). A maior estreia do Oscar 2017 é “Lion – Uma Jornada para Casa”, que chega em 100 salas. O filme traz Dev Patel, estrela de “Quem Quer ser um Milionário?” (2008), como um jovem adotado por uma família australiana, após se perder da família biológica na Índia. Anos depois, ele busca pistas para reencontrar sua mãe. Ao todo, o longa recebeu seis indicações, incluindo para os troféus de Melhor Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante (Patel e Nicole Kidman). Há ainda mais quatro estreias de indicados ao prêmio máximo do cinema. Entretanto, elas chegam em circuito ridículo, eufemisticamente chamado de “circuito de arte”. Para se ter ideia, o maior lançamento, depois de “Lion”, ocupa 13 salas. Ironicamente, é uma animação com potencial para alcançar o grande público, a produção suíça “Minha Vida de Abobrinha”. Outro candidato ao Oscar de Melhor Animação, a produção franco belga “A Tartaruga Vermelha”, impressiona por ocupar apenas quatro salas – uma em São Paulo, uma no Rio, uma em Brasília e uma em Porto Alegre. Indicado ao Oscar de Melhor Documentário, “Eu Não Sou Seu Negro”, sobre a história do racismo nos EUA, estreia em seis capitais, e a comédia sueca “Um Homem Chamado Ove”, que disputa o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, tem lançamento em nove salas. Completa o circuito o drama tcheco “Eu, Olga Hepnarová”, que abriu no ano passado a mostra Panorama do Festival de Berlim, venceu vários prêmios internacionais e foi exibido na Mostra de São Paulo. Estará disponível em quatro salas entre São Paulo, Rio e Salvador. Clique nos títulos dos filmes para assistir aos trailers das estreias da semana.

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    Cinquenta Tons Mais Escuros domina os cinemas com a pior estreia da semana

    9 de fevereiro de 2017 /

    Maior estreia da semana, “Cinquenta Tons Mais Escuros” será lançado em mais de 1,2 mil salas, após seu trailer inicial bater recorde de visualizações na internet. Mas o filme não entrega o que muitos imaginam encontrar. Seu erotismo é de minissérie da Globo (para maiores de 16 anos) e o suspense frustrante. E, com 9% no Rotten Tomatoes, tem tudo para chegar em 2018 como favorito ao troféu Framboesa de Ouro. Portanto, também gera a maior curiosidade da semana: será que o público vai se atirar no abismo de olhos fechados ou prestar atenção nos avisos de perigo? E se ousar, assim mesmo, entrar na sala escura, vestirá a máscara do masoquista feliz, capaz de gostar de filme tão ruim? Vale lembrar que “Cinquenta Tons de Cinza”, lançado em mil salas, teve a 4ª maior abertura de 2015, com 1,6 milhão de espectadores no primeiro fim de semana. A animação “Lego Batman”, spin-off de “Uma Aventura Lego”, chega em 777 salas praticamente sem cópias legendadas (só 6% do total tem as vozes originais) e ocupando a maioria das telas 3D do país (497). As vozes originais são todas famosas, mas o dublador brasileiro de Batman (Duda Ribeiro?) impressiona ao soar exatamente como Will Arnet no papel do super-herói. Em clima de besteirol furioso, o desenho transforma Robin em filho de Batman e promove Batgirl à Comissária de Gotham City. Mas, ao contrário do filme cinzento, seu humor de brinquedo agradou 97% da crítica americana. Estes dois lançamentos ocupam dois terços do total das salas de cinema disponíveis no país. Considerando que ainda há filmes de sucesso em cartaz, só a contabilidade criativa e o jeitinho brasileiro conseguem fazer com que caibam mais estreias nos cinemas. Despejado no circuito alternativo, e provavelmente em sessões alternadas com outros títulos, encontra-se o favorito ao Oscar 2017 de Melhor Filme Estrangeiro, a comédia alemã “Toni Erdmann”, que mostra a conturbada relação entre uma executiva workaholic e seu pai maluco, que adora aprontar pegadinhas por onde passa. Tem 92% de aprovação da crítica americana e venceu cinco troféus da Academia Europeia de Cinema, inclusive como Melhor Filme Europeu do ano. Enquanto a produção do remake americano começa a sair do papel, por aqui a comédia original chega só em 12 salas entre São Paulo, Rio/Niterói, Brasília, Recife e Porto Alegre. A programação também inclui dois dramas brasileiros que igualmente conquistaram destaque e prêmios importantes, espremidos em 30 salas cada um. Em “Redemoinho”, dois amigos se reencontram no interior mineiro, em clima de suspense, após um fato traumático levar um deles a desaparecer por um longo tempo. Estreia no cinema do diretor José Luiz Villamarim, da aclamada série “Justiça”, o longa foi premiado no Festival do Rio. Já “A Cidade onde Envelheço” foi o vencedor do último Festival de Brasília e gira em torno de duas amigas portuguesas, que moram juntas em Belo Horizonte. Enquanto uma acaba de chegar à capital mineira e está deslumbrada com as novidades, a outra já pensa em voltar a Lisboa. Com passagem ainda pelo festival de Roterdã, a primeira obra de ficção da documentarista Marília Rocha (“A Falta que Me Faz”) também venceu o Festival de Biarritz de Cinema Latino-Americano, realizado na França. O trash de ação “Vale da Luta” continua a presença brasileira nas telas. A produção B americana inclui Cristiane Venancio, mais conhecida como Cris Cyborg, numa história mal-contada de lutas ilegais entre feras da MMA e modelos que surtariam ao quebrar a unha. Com cara de malvada, Cris vive a vilã que faz as bonitinhas chorarem, como sua colega de elenco, Holly Holm, fez com Ronda Rousey na luta pelo título do UFC. Outra campeã do octógono, Miesha Tate, vive a heroína. Completa a lista de estreias um romance francês incestuoso, “Marguerite & Julien: Um Amor Proibido”, sobre um casal de irmãos apaixonados desde a infância, durante a era renascentista. O mais interessante nesta produção é que o roteiro de Jean Gruault estava entre os projetos que François Truffaut pretendia filmar antes de morrer em 1984. A história acabou reescrita e filmada por Valérie Donzelli, do superestimado melodrama “A Guerra Está Declarada” (2011), com direito a anacronismos que boa parte do público terá dificuldades de aceitar. Passou em branco no Festival de Cannes de 2015, levou quase dois anos para desembarcar aqui e estreia em apenas sete salas. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada lançamento.

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    Estreias: O Chamado 3 tem melhor distribuição que três indicados ao Oscar nesta semana

    2 de fevereiro de 2017 /

    Samara quer te pegar na tela de cinema. Mas quem for esperto o suficiente para usar o Google e ler as críticas negativas pode sobreviver. Maior lançamento da semana, “O Chamado 3” chega 12 anos após o último filme da franquia. E passagem tão grande de tempo não impediu a distribuidora de acreditar no apelo da mulher-fantasma de cabelo na cara, que sai das telas para assustar o público. O longa chega em mais de 600 salas nesta quinta (2/2). Entretanto, a maldição é a mesma da “Bruxa de Blair”: uma sequência que decepciona os fãs da franquia. Não tenha medo, porque não é para ter mesmo. O lançamento besteirol nacional da semana ocupa metade deste circuito. “TOC – Transtornada, Obsessiva, Compulsiva” aposta na popularidade da comediante televisiva Tatá Werneck. E surpreende. Seu primeiro filme como protagonista usa metalinguagem para satirizar a carreira da própria atriz. Resta saber se o público brasileiro consegue assimilar comédia com QI acima da média. Juntando terror e cinema nacional, “Clarisse ou Alguma Coisa sobre nós Dois” também está chegando às telas, mas num circuito bem limitado e concentrado no Nordeste. A expectativa do diretor cearense Petrus Cariry é, quem sabe, repetir o fenômeno de seu conterrâneo Halder Gomes, que criou um blockbuster regional com “O Shaolin do Sertão” (2016). O filme já foi exibido em 10 países e coleciona prêmios em alguns festivais de gênero, além do troféu de Melhor Atriz (Sabrina Greve) no CineCeará do ano passado. Belamente fotografado, não é filme de sustos, mas terror de cinéfilo. Os cinéfilos, por sinal, ganham nesta semana mais três filmes indicados ao Oscar para conferir. Com grande lançamento para o gênero dramático (267 salas), “Estrelas Além do Tempo” registra a história de três matemáticas negras que a História esqueceu, graças ao racismo e ao machismo de sua época, revelando como elas ajudaram astronautas americanos a ir ao espaço nos anos 1960. Grande sucesso de bilheteria nos EUA, concorre a três Oscars: Melhor Filme, Roteiro Adaptado e Atriz Coadjuvante (Octavia Spencer). “Jackie” também concorre a três estatuetas: Melhor Atriz (Natalie Portman), Figurino e Trilha Sonora. Como se percebe, é um filme para conferir a performance de Natalie Portman como a ex-primeira-dama Jacqueline Kennedy. A trama se passa nos dias que se seguiram ao assassinato do presidente John Kennedy em 1963 e marca a estreia do diretor chileno Pablo Larraín (“Neruda”) em Hollywood. Ironicamente, o longa com mais indicações tem a menor distribuição (40 salas). Parte drama social, parte western clássico e parte thriller de ação, “A Qualquer Custo” acompanha dois irmãos que rodam cidadezinhas empoeiradas do interior do Texas para roubar bancos que estão querendo roubar a fazenda hipotecada de sua família. A mistura de gêneros é bem equilibrada e resulta num filme crepuscular de machos como há muito tempo o cinema não produzia. Não por acaso, concorre a Melhor Filme, Roteiro Original, Edição e Ator Coadjuvante (Jeff Bridges). Pode ficar sem vencer nenhum Oscar, mas já cumpre a missão de estabelecer definitivamente o ex-ator da série “Sons of Anarchy” Taylor Sheridan como um baita roteirista – é apenas seu segundo roteiro, após a ótima estreia escrevendo “Sicario” (2015). No circuito limitado, os Beatles continuam bastante populares, a ponto de seu novo documentário receber melhor distribuição que o filme do Oscar acima. Dirigido pelo cineasta Ron Howard (“Inferno”), “The Beatles: Eight Days a Week” registra os shows da banda, contando a história de suas turnês mundiais e o motivo que os levou a abandonar os palcos no auge da popularidade. Estreia em 43 salas em horários especiais. O filme dos Beatles também foi cotado para o Oscar, mas acabou preterido, assim como “Armas na Mesa”, thriller político estrelado por Jessica Chastain, que estreia em 14 salas. A atriz chegou a receber indicação ao Globo de Ouro, um troféu mais generoso (por dividir as interpretações entre Drama e Comédia e gerar o dobro de celebridades em sua lista de premiações). Mas não é fácil ir contra o lobby da indústria do armamento nos EUA, como demonstra a própria trama do lançamento, sobre a tentativa de passar leis mais duras contra o porte de armas num país que ainda segue leis do Velho Oeste. Por fim, o drama italiano “A Espera”, com Juliette Binoche, premiado no Festival de Veneza, deságua no circuito de arte, com distribuição por conta-gota. Clique nos títulos para ver os trailers de cada lançamento.

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    Até o Último Homem é a melhor estreia em semana cheia de filmes de chorar

    26 de janeiro de 2017 /

    Com nove estreias, os cinemas voltam a registrar novidades no circuito limitado após a temporada de blockbusters de férias. Em parte é o efeito Oscar, com o lançamento de “Até o Último Homem” conquistando destaque num circuito intermediário. Melhor filme da semana e indicado a seis Oscars, “Até o Último Homem” é a volta de Mel Gibson à direção, uma década após seu último longa-metragem e depois de muitas polêmicas em sua vida pessoal. A produção traz as marcas do diretor, vencedor do Oscar por “Coração Valente” (1995). Com explosões, tiros, abusos e carnificina, apresenta um espetáculo apocalíptico de guerra, com direito a cenas brutais para ilustrar o contraste entre a desumanização e a fé. A trama é baseada na história real do soldado Desmond T. Doss, que ganhou a Medalha de Honra do Congresso dos EUA depois de se recusar a pegar numa arma durante toda a 2ª Guerra Mundial. Vivido por Andrew Garfield (“O Espetacular Homem-Aranha 2”), Doss sofre bullying e humilhação de seus colegas recrutas, mas não abre mão de suas convicções, conquistando o direito de ir a combate desarmado. Taxado de covarde, ele se torna uma lenda ao salvar, sozinho, a vida de 75 homens durante a Batalha de Okinawa, resgatando feridos e ajudando a evacuar as linhas inimigas, mesmo atingido por uma granada e um franco-atirador japonês. Entre os Oscars a que concorre, estão os de Melhor Filme, Direção e Ator. O filme de Gibson é assumidamente emotivo e chega numa semana repleta de filmes manipulativos, embora alguns lançamentos deem outros motivos para chorar. Como é difícil definir qual o pior, “Resident Evil 6 – O Capítulo Final” ao menos tem o mérito de dar o fim numa franquia excruciante. Além disso, o público sabe exatamente no que está se metendo ao comprar o ingresso, após cinco filmes com zumbis que não assustam, lutas em câmera-lenta que ressaltam como o tempo demora a passar e 3D que não esconde o aspecto B da produção. “Max Steel”, por sua vez, merece todas as cópias dubladas que vai receber, pois não passa de um telefilme superestimado para crianças. Lançado em 2 mil cinemas nos EUA, a adaptação do brinquedo/desenho animado só fez US$ 3 milhões e conseguiu recorde de desaprovação no site Rotten Tomatoes, atingindo 0% de críticas positivas. O impressionante é que isso não abalou os planos da distribuidora nacional, que está ocupando salas com seu lançamento. O cheio de lixo também exala de “Beleza Oculta”, indicado ao Framboesa de Ouro de pior combinação de elenco. Melodrama apelativo, tenta contar uma história edificante com diversos atores conhecidos, mas resulta hilariante no pior sentido. A média no Rotten Tomatoes é 12%. “Quatro Vidas de um Cachorro” é outra dose canina de manipulação emotiva. Feito para ressaltar a ligação afetiva entre homens e cachorros, apela para a crença na vida após a morte para confortar crianças com a ideia de que, quando morrem, os cãezinhos viram magicamente um novo cachorro. Não bastasse, a trama ainda mostra as dúvidas metafísicas do bicho. Mas o escândalo do vídeo editado, com supostos maus tratos na filmagem, deve ter diminuído a vontade dos fãs do best-seller (sério, esta história vendeu horrores) de pagar para chorar no cinema. 30% no Rotten Tomatoes. Dentre tantos produtos infantilóides, a melhor opção para as crianças é a animação “A Bailarina”, produção franco-canadense que tenta replicar a magia da Disney e surpreende pela qualidade técnica. A trama gira em torno de uma menina órfã (dublada no Brasil por Mel Maia) que sonha virar uma grande bailarina na Paris do século 19, mas para seguir seu sonho precisa fugir de casa, com a ajuda de um menino que sonha virar um grande inventor. Não há fada madrinha para abrir caminhos de forma mágica, o que torna a mensagem desta Cinderela mais relevante, ao mostrar que trabalho e dedicação são o caminho para conquistar os sonhos. A realização de sonhos também é o mote de “O Ídolo”, uma espécie de “Quem Quer Ser um Milionário?” palestino. Escrito e dirigido por Hany Abu-Assad, acompanha um jovem da Faixa de Gaza, que sonha virar músico e vê no programa “Arab Idol” (o “Ídolos” do Oriente Médio) a oportunidade de trocar a penúria da zona de conflito pela vida de artista famoso. A fórmula bem conhecida de sucessos de Hollywood, baseada em “fatos reais”, desta vez é apresentada como filme de arte. E exibida em circuito limitado. Filme russo de maior destaque nos festivais mais recentes, “Paraíso” é trabalho de um mestre, Andrey Konchalovskiy, que recuperou o prestígio com vários troféus acumulados após voltar ao cinema de arte, tendo dirigido até Sylvester Stallone nos anos 1980. Filmado em preto e branco e apresentado como um pseudo-documentário, com depoimentos dos protagonistas, acompanha as circunstâncias dramáticas do reencontro entre uma aristocrata russa, condenada aos campos de concentração por abrigar judeus, e um oficial nazista que a amava desde a juventude. Completa o circuito o lançamento mais “artístico” e “difícil”, “A Morte de Luís XIV”. Mórbido, retrata a lenta agonia do rei da França, que começa a morrer cercado por seus súditos. Além da interpretação de Jean-Pierre Léaud, chama atenção a belíssima fotografia, que evoca pinturas dos grandes mestres do período. O diretor catalão Albert Serra já tinha tratado do tema da deterioração humana em seu filme anterior, “História da Minha Morte” (2013). Em suas obras, morrer não é bonito como em “Quatro Vidas de um Cachorro”. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada uma das estreias.

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    Volta dos Trapalhões abre apenas em 10º lugar nas bilheterias

    23 de janeiro de 2017 /

    A volta dos Trapalhões aos cinemas foi atrapalhada. “Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood” abriu apenas em 10º lugar, com 36 mil espectadores e bilheteria em torno de R$ 500 mil. A trapalhada foi da distribuição, que subestimou o apelo do reencontro de Renato Aragão e Dedé Santana nas telas e o potencial da grife “Trapalhões” com uma distribuição numa centena de salas e em horário intercalado com outros filmes. Se os Trapalhões ficaram longe dos tempos em que lideravam as bilheterias nacionais, “Minha Mãe É uma Peça 2” continua impressionando. O besteirol de Paulo Gustavo repetiu o 2º lugar da semana passada, com 476 mil espectadores e R$ 7,6 milhões de arrecadação. Apenas R$ 100 mil a menos que o campeão, a animação “Moana”, da Disney, que também manteve a posição do último fim de semana. Entre as estreias da quinta (19/1) passada, “xXx: Reativado” foi quem se saiu melhor, com o 3º lugar e RS$ 7,4 milhões arrecadados. “La La Land” ficou em 5º e outro besteirol nacional, “Os Penetras 2”, em 6º. O Top 10 ainda conta com um quarto filme brasileiro. Para variar, mais um besteirol. A estreia do youtuber Christian Figueiredo “Eu Fico Loko” está em 8º. Em duas semanas em cartaz, o filme não repetiu a performance de “É Fada”, da Kéfera Buchmann. As informações são do ComScore e do Filme B.

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    Estreias: Vin Diesel enfrenta Penetras e Trapalhões na luta pelo público de cinema

    19 de janeiro de 2017 /

    A semana está concorrida no cinema, numa prévia do que deve ser 2017. Tem Vin Diesel, besteirol, candidatos ao Oscar e até a volta dos Trapalhões. O retorno de Vin Diesel ao papel do agente radical Xander Cage em “xXx – Reativado”, que retoma a franquia de ação “Triplo X” após mais de uma década, estreia em 774 salas, incluindo 559 em 3D e todas as 12 salas IMAX do país. O filme não se leva a sério, é um verdadeiro besteirol de ação, a ponto de incluir até mesmo participação do jogador Neymar. Resta ver se entrevista desastrosa que Diesel deu a uma youtuber no Brasil não virou uma pedra em seu caminho. Outra continuação e besteirol assumido, “Os Penetras 2 – Quem Dá Mais” traz Marcelo Adnet, Mariana Ximenes e Eduardo Sterblitch mostrando sua influência televisiva ao apostar em piadas que usam a homossexualidade como motivo de riso. Esta zorra total abre em 433 salas do país, tamanha a expectativa dos distribuidores, após o sucesso recente da mãe de todos os besteiróis nacionais, “Minha Mãe É uma Peça 2”. Vale lembrar que o primeiro “Os Penetras” (2012) foi lançado em 271 salas e rendeu R$ 4,2 milhões. O terceiro maior lançamento é uma ampliação de circuito. Após uma semana de “pré-estreias” (sério gente, pré-estreias pagas são pré-estreias?) em 150 salas, o musical “La La Land” dobra sua distribuição para a “estreia” oficial em 304 salas. O longa do cineasta Damien Chazelle, do excelente “Whiplash” (2014), traz Ryan Gosling como pianista de jazz e Emma Stone como aspirante a atriz, apaixonando-se em meio a números musicais e lutando para conquistar seus sonhos com muitas coreografias. O filme venceu sete Globos de Ouro – todos a que concorreu – , quebrando o recorde de vitórias no prêmio, vem acumulando troféus e é favoritíssimo ao Oscar 2017, cuja lista de indicados será divulgada na próxima terça, dia 24. Antigos campeões de bilheterias do país, os Trapalhões tem um retorno subestimado em 178 salas. “Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood” comemora várias marcas, como a retomada da parceria entre Renato Aragão e Dedé Santana no cinema, 18 anos após o último filme da dupla, o resgate da marca Trapalhões, no plural, depois de 26 anos e, claro, o fato de ser o 50º filme de Aragão. Espécie de remake/reboot/continuação do clássico “Os Saltimbancos Trapalhões” (1981), a produção de forte apelo nostálgico também é um musical, que adapta a recente versão teatral da trama, com músicas de Chico Buarque e uma homenagem simpática aos circos. Com tanta disputa de público, faltou cinemas para o circuito limitado, que exibirá apenas dois lançamentos. Um deles é o documentário “Axé: Canto do Povo de um Lugar”, que retraça a história da chamada “axé music” com depoimentos de diversos artistas baianos, como Daniela Mercury e Luiz Caldas. Chega em 23 salas. Curiosamente, a menor distribuição coube a outro longa cotadíssimo ao Oscar: o drama indie americano “Manchester à Beira-Mar”. O filme representa a consagração de Casey Affleck, que venceu o Globo de Ouro, o Gotham, o Critic’s Choice e a preferência de dezenas de associações críticas americanas como Melhor Ator do ano. Na trama, seu personagem retorna à sua cidade natal após a morte do irmão para cuidar de seu sobrinho, e é confrontado por expectativas e revisão de prioridades. Apesar de também aparecer em lista de melhores filmes do ano dos críticos americanos, vai estrear apenas em 19 salas e exclusivamente em seis capitais: São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e Recife. Para o resto do país, não faltarão besteiróis e recordes de público a ser comemorados pela indústria de moagem cultural. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada estreia.

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    Assassin’s Creed tenta compensar fiasco nos EUA com maior estreia da semana no Brasil

    12 de janeiro de 2017 /

    Um dos piores filmes de ação de 2016 chega aos cinemas brasileiros nesta quinta (12/1) com grande fanfarra, dominando o circuito com lançamento em 815 salas, incluindo 556 em 3D e as 12 salas IMAX do país, em versões dubladas e legendadas. Seguindo a sina das adaptações de videogames, “Assassin’s Creed” foi também um grande fracasso de bilheteria nos EUA, o que explica a necessidade de compensar o fiasco com o mercado internacional. A segunda maior estreia da semana é uma cinebiografia de Youtuber brasileiro (já?). Em 600 salas, o filme de Christian Figueiredo segue um caminho bastante diverso do debut de Kéfera Buchmann. Enquanto “É Fada” (outro dos piores de 2016) optou pela fantasia infantilóide, “Eu Fico Loko” transforma a vida do youtuber numa comédia teen dos anos 1990 – quando ainda não havia muita diversidade na TV. Christian só aparece como “adulto”, enquanto sua versão adolescente, vivendo desventuras no colégio, é interpretada por Filipe Bragança (da novela “Chiquititas”), que também estreia no cinema. O terceiro longa mais bem distribuído não é, oficialmente, uma estreia. Trata-se do que o circuito brasileiro equivocadamente chama de pré-estreia – longe de ser uma avant-première, é realmente uma estreia aberta a todo o público, com venda de ingressos, que será ampliada na semana seguinte. Rufar de tambores para o título: é “La La Land”. O musical que quebrou o recorde de prêmios da história do Globo de Ouro chega em 170 salas antes de entrar “oficialmente” em cartaz na próxima quinta (19/1). Favorito disparado ao Oscar 2017, o filme ganhou um subtítulo no Brasil, que não faz a menor diferença e ninguém precisa decorar. Escrito e dirigido por Damian Chezelle (“Whiplash”), gira em torno de uma atriz aspirante (Emma Stone) que se apaixona por um pianista de bar (Ryan Gosling). Ambos atravessam um momento de adversidades pessoais e se apoiam para conquistar seus sonhos, em meio a números musicais coreografados que homenageiam a era de ouro dos musicais de Hollywood. O circuito limitado reserva outra obra-prima cinematográfica para os cinéfilos. Oposto completo dos mais bem-distribuídos, “A Criada” é sublime e para poucos – 26 salas. O novo filme de Park Chan-wook (“Oldboy”) é uma adaptação do romance lésbico “Na Ponta dos Dedos” da escritora galesa Sarah Waters, mesma autora do livro que inspirou a minissérie britânica “Toque de Veludo” (Tipping the Velvet, 2002) e o filme “Afinidade” (Affinity, 2008), todos de temática lésbica e passados na Inglaterra vitoriana. Park manteve o enredo, mas avançou algumas décadas, mudou a locação e alterou a etnia das personagens. Passada na Coreia nos anos 1930, durante o período de domínio colonial japonês, a trama acompanha Sook-Hee, uma espécie de “Oliver Twist” lésbica, garota órfã de bom coração que mora num cortiço com ladrões e vigaristas, e que se vê envolvida num elaborado golpe do baú planejado por um vigarista profissional. O trapaceiro consegue empregar a jovem órfã como criada na casa de uma família japonesa rica, esperando que ela convença Lady Hideko, herdeira de uma fortuna, a casar-se com ele. Seu plano, porém, não conta com o sentimento que surge entre as duas mulheres. Não por acaso, o título de duplo sentido do romance original alude tanto aos dedos leves dos larápios quanto ao prazer sexual pelo toque de dedos. O aniversário duplo de David Bowie – faria 70 anos se não tivesse morrido há um ano – nesta semana inspira o relançamento da sci-fi clássica “O Homem que Caiu na Terra” (1976), em que o cantor vive um alienígena, fundador recluso de uma empresa tecnológica, cujas invenções visam tornar possível a construção de uma nave que o leve de volta a seu planeta natal. O diretor Nicolas Roeg selecionou Bowie após o cantor ter incorporado um alienígena no palco: Ziggy Stardust, de cabelo incandescente. Mas o visual de Thomas Jerome Newton, o personagem do filme, também foi marcante. Pálido, magro e andrógino, acabou acompanhando Bowie por um bom tempo, durante a fase mais criativa de sua carreira. Não por acaso, imagens do filme ilustraram as capas de dois de seus álbuns da época: “Station to Station” (1976) e “Low” (1977). A conexão com seus discos foi uma forma de compensar o fato de “O Homem que Caiu na Terra” não trazer nenhum música do cantor, devido a questões contratuais. Por curiosidade, a trilha foi composta por John Phillips, da banda The Mamas & the Papas, Mick Taylor, guitarrista dos Rolling Stones, e Stomu Yamashta, percussionista do supergrupo progressista Go (que incluía Steve Winwood, Al Di Meola, Klaus Schulze e Michael Shrieve). E nunca foi lançada em disco. Bowie ainda voltou a fazer referência ao filme em um de seus últimos clipes, “The Stars (Are Out Tonight)”, de 2013. A produção também foi lembrada em seu clipe póstumo, lançado neste domingo (8/1), “No Plan”. O circuito também recebe, sem muito alarde, uma comédia de humor negro do francês Bruno Dumont, “Mistério na Costa Chanel”, que volta a reuni-lo com Juliette Binoche após “Camille Claudel 1915” (2013). Curiosamente, a trama se passa na mesma época do longa anterior, girando em torno do desaparecimento de vários turistas na Costa Channel no verão de 1910. A investigação conduz à uma pequena comunidade de pescadores e à mansão de uma família burguesa, que convivem periodicamente durante uma semana de férias, mas desta vez com consequências românticas e tragicômicas. O filme e a atriz estrante Raph foram premiados no Festival de Sevilla. Completam a programação o documentário português “Volta à Terra”, sobre uma comunidade isolada nas montanhas, e o tunisiano “Assim que Abro Meus Olhos”, sobre os meses que antecederam a Primavera Árabe, que rendeu diversos prêmios internacionais à diretora Leyla Bouzid. Estreiam em meia dúzia de salas. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada lançamento.

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  • Moana
    Filme

    Moana é a primeira grande estreia de 2017 com lançamento em mais de mil salas

    5 de janeiro de 2017 /

    O primeiro fim de semana de 2017 já registra o primeiro grande lançamento do ano: a animação “Moana – Um Mar de Aventuras” chega em mais de mil salas. Nova princesa da Disney, Moana é a filha do chefe de uma tribo da polinésia, que resolve visitar a ilha mítica onde viviam seus ancestrais e na jornada conta com a ajuda do semideus Maui (voz de Dwayne Johnson na dublagem original). A produção volta a reunir a dupla Ron Clements e John Musker numa aventura marítima, quase três décadas após seu primeiro clássico do estúdio, “A Pequena Sereia” (1989). Grande sucesso internacional, já rendeu mais de US$ 200 milhões nos EUA e tem 95% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Outro destaque de distribuição ampla é “Passageiros”, sci-fi estrelada por dois astros de blockbusters: Chris Pratt (“Guardiões da Galáxia”) e Jennifer Lawrence (“X-Men: Apocalipse”). Na trama, eles são viajantes interplanetários que despertam de uma hibernação 90 anos antes dos demais passageiros e precisam evitar uma catástrofe em sua espaçonave. Orçado em US$ 110 milhões, por enquanto o filme está rendendo US$ 61 milhões em duas semanas de exibição nos EUA. Para complicar, não emplacou entre a crítica, conseguindo apenas 30% de aprovação no Rotten Tomatoes. Por aqui, será exibido em 650 salas, incluindo 3D e 4D. Os cinemas dos shopping centers ainda recebem o terror “Dominação”, que coloca um diretor de blockbuster (Brad Peyton, de “Terremoto – A Falha de San Andreas”) à frente de um produção com orçamento de trash. Na trama, um exorcista com poderes psíquicos (Aaron Eckhart, de “Sully”) tem suas habilidades confrontadas por um menino possuído (que quando crescer vai virar Batman na série “Gotham”). O que apavora mesmo é que, apesar de ter custado somente US$ 5 milhões, o horror está dando prejuízo (US$ 6,3 milhões arrecadados em todo o mundo!) e amarga só 14% no índice do Rotten Tomatoes. Vai assombrar 196 salas. Por outro lado, “Sete Minutos Depois da Meia-Noite” está sendo subestimado com uma distribuição limitada a 50 salas. Fantasia com muitos efeitos visuais e uma das maiores bilheterias do ano na Europa, o filme dirigido pelo espanhol J.A. Bayona (“O Impossível”) acompanha a amizade entre um menino, cuja mãe está muito doente, e um monstro dublado por Liam Neeson (“Perseguição Implacável”). A mãe, por sua vez, é Felicity Jones (“Rogue One: Uma História Star Wars”). Coberto de elogios e líder em indicações ao Goya (o Oscar espanhol), a produção tem 89% de aprovação da crítica americana. Dois longas exibidos em Cannes também se destacam nos cinemas de arte. O vencedor da Palma de Ouro, “Eu, Daniel Blake”, do britânico Ken Loach, leva sua denúncia da burocracia e desumanização da previdência social a 24 salas. Em circuito similar, “O Apartamento”, premiado como Melhor Roteiro e Ator em Cannes, volta a trazer o tema favorito do iraniano Asghar Farhadi: a dissolução de um relacionamento, desta vez após a mulher sofrer uma agressão (que pode ser sexual) e esconder do marido. O português “John From” fecha o circuito com exibição em duas salas (o Cine Jóia Copacabana, no Rio, e o Cine Brasília, na capital federal). O roteiro conta a história de uma adolescente entediada que se interessa por um vizinho bem mais velho e tenta atrair sua atenção. O belo uso de cores em sua cinematografia é o maior atrativo da produção, que também passou no circuito de festivais europeus, porém sem conseguir se destacar com premiação. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada produção.

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