Happy! é renovada para sua 2ª temporada
O canal pago Syfy anunciou a renovação de “Happy!”, série ultraviolenta e absolutamente insana, baseada nos quadrinhos homônimos de Grant Morrison e Darick Robertson. Adaptada pelo próprio Morrison e dirigida pelo cineasta Brian Taylor (de “Adrenalina” e “Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança”), a série registrou uma das melhores audiências de estreia do canal desde “The Magicians”, em 2015. O primeiro episódio foi visto por 1,1 milhão de telespectadores ao vivo, com 0,4 pontos na demo (a faixa demográfica de adultos entre 18 e 49 anos, mais relevante para os anunciantes), mas aumentou em quase 60% o público com reprises nos primeiros três dias da exibição. Ao todo, o episódio de estreia foi visto 1,7 milhão de vezes nos Estados Unidos e também teve enorme repercussão nas redes sociais, recebendo espantosas 212 milhões de menções no Twitter. Também caiu nas graças da crítica, com 75% de aprovação no Rotten Tomatoes. Mas, desde então, perdeu metade da audiência ao vivo, embora continue sendo muito falada pelas cenas de violência absurdas. A trama gira em torno de Nick Sax (Chris Meloni, de “Law & Order: SVU”), um ex-policial corrupto transformado em matador, que passa os dias enchendo a cara, até ter uma experiência de quase morte. A partir daí, passa a ver um unicórnio azulado e feliz, chamado Happy (voz de Patton Oswalt, de “Agents of SHIELD”). O bicho é o amigo imaginário de uma menininha raptada, que procura a ajuda de Sax para salvá-la. “‘Happy!’ repercutiu na audiência da Syfy e perturbou a paisagem televisiva com sua narrativa única e interpretações ultrajantes, lideradas por Christopher Meloni”, disse Chris McCumber, presidente da NBCUniversal Cable Entertainment. “Se as pessoas pensassem que esta temporada foi louca, eu mal posso esperar para que os fãs vejam o que Grant Morrison, Brian Taylor e todo o elenco e a equipe estão preparando para a sequência de ‘Happy !'” O final da 1ª temporada de oito episódios vai ao ar na quarta (31/1) nos Estados Unidos. E ainda não há previsão para a estreia dos próximos capítulos.
Estreia de The Alienist bate recorde de público no canal pago TNT
A estreia da série limitada “The Alienist” registrou público recorde para o canal pago TNT em sua primeira semana de exibição. Originalmente assistida por 3,1 milhões de telespectadores em sua primeira transmissão na segunda-feira passada (22/1), a atração quadruplicou o público ao longo de exibições por streaming, atingindo 13,1 milhões de telespectadores durante os primeiros sete dias de disponibilidade online. Segundo comunicado da TNT, a projeção multiplataforma até o final do mês é de 16 milhões de telespectadores. Isso faz de “The Alienist” o lançamento mais bem sucedido do canal pago desde 2012. O episódio de estreia também bateu o recorde de visualizações nos aplicativos e sites da TNT, somando 4 milhões de minutos de consumo de seus usuários, além de ter gerado 10 milhões de menções nas redes sociais. Adaptação do best-selling homônimo de Caleb Carr, a série acompanha a caçada ao primeiro serial killer de Nova York, no século 19, por um trio de “especialistas” não convencionais. Daniel Brühl (“Capitão América: Guerra Civil”) interpreta o brilhante e excêntrico Dr. Laszlo Kreizler, um prodígio da psicologia forense, que é o alienista do título – como eram chamados os médicos que tratavam de pacientes “alienados da realidade”. Convocado para o caso pelo novo comissário de polícia Theodore Roosevelt (futuro presidente dos EUA), ele acaba se juntando ao jornalista John Moore, vivido por Luke Evans (“Drácula: A História Nunca Contada”) e a secretária da polícia Sara Howard, personagem de Dakota Fanning (“Movimentos Noturnos”), que está determinada a se tornar a primeira detetive feminina dos EUA. Roosevelt, por sua vez, é vivido por Brian Geraghty (série “Chicago P.D.”). A trama evoca vagamente a série britânica “Ripper Street”, ao mesmo tempo em que demonstra preocupação com aspectos históricos, como o desenvolvimento da ciência forense e os primeiros passos da luta pelos direitos das mulheres. A adaptação foi escrita por Hossein Amini (roteirista de “As Duas Faces de Janeiro” e “Drive”) e a direção ficou a cargo do belga Jakob Verbruggen, que já assinou capítulos de “Black Mirror” e “House of Cards”.
Favorito ao Oscar 2018 é a melhor estreia da semana
O quarto e pior filme da franquia de terror “Sobrenatural” tem a distribuição mais ampla desta quinta (18/1), chegando em quase 500 salas. Como opções aos sustos fáceis, os cinemas sugerem rir amarelo nas filas dos shoppings, já que duas comédias bobas completam o circuíto comercial. Uma delas segue a linha da comédia-televisiva-infantil-brasileira, um subgênero em ascensão, que já rendeu dois filmes de “Carrossel” e um “Detetives do Prédio Azul – O Filme”. Quem preferir pagar para ver filmes de qualidade precisará enfrentar o preconceito do mercado, que restringe a distribuição dos melhores títulos ao circuito limitado. Um deles é um romance gay, tema que ainda encontra resistência, mesmo que o filme em questão seja favorito ao Oscar 2018. Chega, claro, no chamado “circuito de arte”, assim como outro candidato potencial ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira e um bom drama brasileiro. Saiba mais sobre os lançamentos abaixo e clique nos títulos para ver os trailers de todas as estreias. “Sobrenatural – A Última Chave” conta nova origem da franquia, apesar de o filme anterior ter se chamado “Supernatural: A Origem” (2015). Na trama, a médium Elise Rainier (Lin Shaye) volta à casa de sua família, onde testemunhou na infância sua primeira atividade paranormal e onde agora enfrentará uma nova assombração. Elise era apenas coadjuvante no primeiro “Sobrenatural” de 2010, mas se tornou o elemento central nos lançamentos seguintes, junto com seus dois assistentes, vividos por Angus Sampson e Leigh Whannell (que é o roteirista de todos os filmes). Com 31% de aprovação no Rotten Tomatoes, este é o longa pior avaliado de toda a franquia. Sempre é possível se apavorar mais, já que os lançamentos incluem “Correndo Atrás de um Pai”, um besteirol americano pavoroso, com apenas 26% de aprovação e que implodiu nas bilheterias dos EUA – abriu em 9º lugar no mês passado. A idiotice traz Ed Helms (“Férias Frustradas”) e Owen Wilson (“Os Estagiários”) como irmãos gêmeos (!), que descobrem que são bastardos, após sua mãe (Glenn Close, de “Guardiões da Galáxia”), confessar ter inventado um pai morto de câncer para não traumatizá-los, pois nunca soube quem a engravidou. A história, que começa “Debi e Lóide”, vira “Mamma Mia” e eles decidem ir atrás dos ex-namorados de sua mãe, querendo descobrir quem é seu pai. Por sua vez, “Gaby Estrella” é uma “Hannah Montana” brasileira, menina do interior que vira sucesso musical. Sua série/novelinha teve três temporadas, entre 2013 e 2015 no canal pago infantil Gloob, e o filme encontra a personagem vivida por Maitê Padilha com problemas para manter a carreira de “estrella”. Outro fenômeno pop descartável surgiu e, para continuar seus 15 minutos de fama, ela é mandada de volta ao interior, com o objetivo de estrelar um reality show que possa voltar a lhe deixar em evidência. Mas os planos são sabotados por sua prima invejosa. A moral da história é que a verdadeira amizade é importante, mas, até chegar neste final feliz, é preciso suportar muita música ruim e muita superficialidade – fama e inveja, aparentemente, são tudo na vida. O grande filme da semana, “Me Chame pelo Seu Nome”, se passa numa idílica mansão rural italiana dos anos 1980 e acompanha como o filho adolescente de um professor americano se encanta com o novo pupilo convidado a passar o verão com a família. História de despertar de uma paixão, a produção trata o romance gay com uma ternura que até então era reservada para casais heterossexuais. O elenco destaca Timothée Chalamet (“Interestelar”) e Armie Hammer (“Cavaleiro Solitário”), e o primeiro tem vencido diversos prêmios como ator do ano, apesar da pouca idade – tem 22 anos. Também chama atenção a beleza da fotografia, a cargo do mestre tailandês Sayombhu Mukdeeprom (do assombroso “Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas”). A direção, por sua vez, é do italiano Luca Guadagnino (“Um Mergulho No Passado”). As qualidades do longa tem rendido muitos prêmios. Entre outros, venceu o Gotham Awards, cujos resultados, nos últimos três anos, coincidiram com a premiação do Oscar de Melhor Filme. Além disso, lidera as indicações ao Spirit Awards, considerado o “Oscar indie”, e venceu o Critics Choice de Melhor Roteiro (escrito pelo veteraníssimo James Ivory, de “Uma Janela para o Amor” e “Retorno a Howards End”). Por coincidência, outra estreia da semana, “Os Iniciados”, também lida com amor homossexual, mas desta vez num contexto de repressão, entre jovens africanos que passam por um ritual tribal de iniciação para a maioridade. Produção sul-africana premiada no Festival de Londres, o filme do estreante John Trengove está entre os nove pré-selecionados para disputar o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. O drama brasileiro “Pela Janela” marca a estreia da editora Caroline Leone (“Vemelho Russo”) como diretora e roteirista de longa-metragens. Com sensibilidade dramática e olhar semi-documental, o filme acompanha a tristeza de uma senhora de 65 anos (Magali Biff, de “Chiquititas”), que é demitida da fábrica paulista em que sempre trabalhou e encontra conforto numa viagem até Buenos Aires. A obra é discreta como sua personagem, mas tão profunda quanto. Dois documentários completam a programação: o metafísico “Saudade”, de Paulo Caldas (“Baile Perfumado”) e o narcisista “Como Você Me Vê?”, de Felipe Bond (“Vampiro Carioca”). Ambos trazem artistas para falar dos temas de seus títulos.
Série do herói Raio Negro estreia com 100% de aprovação e grande audiência nos EUA
A estreia de “Black Lightning”, a série do super-herói Raio Negro, demonstrou que o público da rede CW não se cansou das adaptações da DC Comics. Exibido na noite de terça (16/1), o primeiro episódio registrou a maior audiência de uma estreia da rede nos últimos dois anos – desde “Legends of Tomorrow”, outra série da DC Comics. Ao todo, 2,3 milhões de telespectadores sintonizaram a nova atração, numa diferença de apenas 100 mil pessoas em relação ao público de “The Flash”, a série de maior público da CW, que foi exibida uma hora antes de “Black Lightning”. O desempenho das duas séries juntas foi tão forte que fez a CW ultrapassar o público a rede CBS, algo raro na dinâmica televisiva americana. Mas não foi apenas o público que aprovou. “Black Lightning” ganhou 100% de aprovação da crítica, segundo levantamento do site Rotten Tomatoes. A nova série é a quinta atração de super-heróis do canal, mas se diferencia das demais por ser a primeira protagonizada por um ator negro (Cress Williams, de “Code Black”). Criado por Tony Isabella (roteirista de “Luke Cage”) e Trevor Von Eeden em 1977, Raio Negro também foi o primeiro herói negro da DC Comics a ter sua própria revista nos anos 1970. Desenvolvida pelo casal Salim e Mara Brock Akil (das séries “The Game” e “Being Mary Jane”), a série não vai refletir as histórias iniciais do personagem, encontrando Jefferson Pierce uma década depois dele deixar seu uniforme de lado, a pedido da esposa, para priorizar sua família. Porém, eventos trágicos o trazem de volta à vida de vigilante mascarado. A série estreia no Brasil com uma semana de diferença em relação aos Estados Unidos, pelo serviço de streaming da Neflix. O primeiro episódio será disponibilizado na próxima terça, dia 23 de janeiro.
Arquivo X retorna com menos audiência que a nova série de Ryan Murphy
A rede Fox foi responsável pelas primeiras estreias de séries em 2018. Exibidos na noite de quarta (3/1), o episódio inaugural de “9-1-1” e o retorno de “Arquivo X” tiveram recepções bem diferentes nos Estados Unidos, segundo medição de audiência da Nielsen. O começo da 11ª temporada de “Arquivo X” foi ao ar às 20h, diante de 5,2 milhões de telespectadores ao vivo e com registro de 1,4 pontos na demo (a faixa demográfica de adultos entre 18 e 49 anos, mais relevante para os anunciantes). A audiência foi considerada fraca em relação à média do revival original, também conhecido como 10ª temporada, assistido por 8,2 milhões de telespectadores por episódio. Já a novata “9-1-1” impressionou com 6,8 milhões e 1,8 na demo, a maior audiência da noite na TV americana. A atração foi exibida logo após “Arquivo X”, às 21h, e atraiu 1,6 milhão telespectadores a mais, um aumento de 30% na audiência. O resultado representa a maior estreia de uma série nova da Fox desde “Lethal Weapon” (7,8 milhões) em 2016. “9-1-1” é a mais nova produção da dupla Ryan Murphy e Brad Falchuk (“American Horror Story”) e pretende explorar as experiências estressantes da polícia, paramédicos e bombeiros que as ligações de emergência enviam para situações de risco. O elenco destaca Connie Briton (que saiu recentemente de “Nashville”) como atendente de ligações de emergência, Peter Krause (“The Catch”) como bombeiro e Angela Bassett (“American Horror Story”) como policial. E o diferencial é que todas as histórias são baseadas em emergências reais, registradas nas gravações das chamadas para o serviço telefônico 911.
Série Happy! registra maior estreia do canal pago SyFy desde The Magicians
A exibição do primeiro episódio da série “Happy!” registrou o melhor desempenho de uma produção original do canal pago americano Syfy em 2017 e sua maior estreia desde “The Magicians”, em janeiro de 2016. “Happy!” foi ao ar na quarta (6/12) diante de 1,1 milhão de telespectadores ao vivo e 0,4 na demo (a faixa demográfica de adultos entre 18 e 49 anos, mais relevante para os anunciantes), mas aumentou em quase 60% o público com reprises nos primeiros três dias da exibição. Ao todo, o episódio de estreia foi visto 1,7 milhão de vezes nos Estados Unidos e também teve enorme repercussão nas redes sociais, recebendo espantosas 212 milhões de menções no Twitter. A série é baseada nos quadrinhos homônimos de Grant Morrison e Darick Robertson, e gira em torno de Nick Sax (Chris Meloni, de “Law & Order: SVU”), um ex-policial corrupto transformado em matador, que passa os dias enchendo a cara, até ter uma experiência de quase morte, quando passa a ver um unicórnio azulado e feliz, chamado Happy (voz de Patton Oswalt, de “Agents of SHIELD”). O bicho é o amigo imaginário de uma menininha raptada, que procura a ajuda de Sax para salvá-la. O próprio Morrison escreveu o piloto em parceria com o cineasta Brian Taylor (de “Adrenalina” e “Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança”), que, por sua vez, também dirigiu o episódio inaugural.
Estreia de The Gifted lidera audiência da Fox, mas não impressiona
A estreia de “The Gifted” foi o programa mais visto da rede Fox na noite de segunda (2/10) nos EUA, mas o desempenho não foi exatamente o que se esperava de uma atração derivada de uma franquia da Marvel, com tratamento de superprodução e direção de Bryan Singer, o cineasta responsável pelos “X-Men”. A série foi assistida por 4,85 milhões de telespectadores ao vivo. A boa notícia é que a maioria do público estava dentro do target, rendendo 1,5 ponto na demo (a faixa demográfica de adultos entre 18 e 49 anos, mais relevante para os anunciantes). Isto representa um desempenho melhor que, por exemplo, “Wisdow of the Crowd”, vista por 8,88 milhões de telespectadores no domingo, mas com apenas 1,4 ponto na demo. Com 73% de aprovação no site Rotten Tomatoes, “The Gifted” também teve uma das estreias mais bem-avaliadas da temporada. Criada por Matt Nix (série “Burn Notice”), a atração se passa numa realidade distópica, em que mutantes são caçados pelo governo americano, e gira em torno de uma família em fuga, após seus filhos manifestarem poderes. Perseguidos por uma equipe militarizada, eles encontram refúgio com o grupo de mutantes rebeldes. A família é formada por Amy Acker (série “Pessoa de Interesse/Person of Interest”), Stephen Moyer (série “True Blood”) e os adolescentes Natalie Alyn Lind (série “The Goldbergs”) e Percy Hynes White (série “Between”). E os mutantes rebeldes incluem alguns X-Men dos quadrinhos: Blink (Jamie Chung, da série “Gotham”), Pássaro Trovejante (Blair Redford, da séries “The Lying Game”) e Polaris (Emma Dumont, da série “Aquarius”), além de Eclipse (Sean Teale, da série “Reign”), criado especialmente para a série. O lançamento da série no Brasil acontece nesta terça (3/10) às 22h30 no canal pago Fox.
Palhaço de It: A Coisa é perseguido pela Polícia Federal nas estreias de cinema da semana
O terror “It: A Coisa” e o thriller político nacional “Polícia Federal – A Lei É para Todos” são os lançamentos mais amplos desta quinta (7/9), mas a programação ainda destaca as estreias da animação brasileira “Lino” e de um dos melhores filmes do ano, o chileno “Uma Mulher Fantástica”. “It: A Coisa” chega acompanhado por elogios rasgados da crítica (88% de aprovação no site Rotten Tomatoes) e até do próprio Stephen King, autor do clássico de terror. Publicado em 1986, o romance é um dos mais volumosos do autor, com mais de mil páginas, e será adaptado em dois filmes distintos. Grande influência da série “Stranger Things”, a trama gira em torno de sete crianças perseguidas pela criatura maligna que assume a forma de um palhaço. Para sobreviver, elas precisarão superar seus medos e enfrentar Pennywise duas vezes em suas vidas – na infância e também como adultos. O confronto adulto ficará para o segundo filme. Mas vale destacar que o primeiro optou por ser uma obra de terror e não uma aventura infantil. Com resultado oposto ao da fracassada versão de “A Torre Negra”, o filme dirigido pelo argentino Andrés Muschietti (“Mama”) é um dos melhores lançamentos do gênero em 2017. “Polícia Federal – A Lei É para Todos”, o filme da Lava-Jato, é uma produção ousada do ponto de vista da atualidade de sua trama. Conta uma história que ainda está se desenrolando na vida real e que polariza opiniões. Infelizmente, o desafio era algo acima da capacidade de seus roteiristas e diretor. Expert em comédias rasgadas (“Qualquer Gato Vira-Lata 2” e “Até que a Sorte nos Separe 3″), Marcelo Antunez precisou lidar com uma trama – que mistura personagens reais e inventados – didática e maniqueísta até não poder mais, em que frases são repetidas como bordões de comédia, para fixar uma mensagem, e os protagonistas tratados como super-heróis. A produção é tão chapa-branca que teve apoio da própria corporação policial para ser filmada. Apesar disso, tem seus momentos, como a cena inicial, que sugere um thriller de ação, e a interpretação de Antonio Calloni (minissérie “Dois Irmãos”) como delegado da PF. Ao final, funciona mais como contraponto, na filmografia nacional recente, para outro projeto chapa-branca: “Lula, o Filho do Brasil” (2009), patrocinado por empreiteiras investigadas, ironicamente, na Operação Lava-Jato. “Lino” parece um desenho de computação gráfica americano, mas é brasileiro. E não é só o acabamento que chama atenção. A premissa é um pouco mais “profunda” que o habitual, trazendo um cara azarado, o Lino do título, que sofre o tempo inteiro, seja nos acidentes que acontecem em sua casa, seja no trabalho, como animador fantasiado de buffet infantil. Querendo mudar sua sorte, ele recorre a um suposto mago, que acaba complicando ainda mais sua vida, ao transformá-lo justamente na fantasia do gato gigante que serve de saco de pancadas das crianças. Lino vira um “monstro”, conforme ele próprio descreve, com a voz precisa de Selton Mello (“O Palhaço”). O começo é o melhor da história, que logo embarca nos clichês de perseguições, correrias e raios, culminando numa luta contra bruxos, lugar-comum até de “Detetives do Prédio Azul”. O longa tem direção de Rafael Ribas (“O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes”) e conta ainda com as vozes de Dira Paes (“À Beira do Caminho”) e Paolla Oliveira (“Uma Professora Muito Maluquinha”). Principal destaque do circuito limitado, “Uma Mulher Fantástica” é uma porrada, que confirma o talento do chileno Sebastián Lelio (“Gloria”) como um dos grandes diretores latinos deste século. O roteiro, premiado no Festival de Berlim 2017, acompanha Marina, uma jovem transexual que é abalada pela morte do companheiro mais velho. Seu luto se torna ainda mais doído diante dos ataques que sofre da família dele, tanto morais quanto físicos. Filmaço, com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes. A programação se completa com três filmes de distribuição mais restrita. Drama indie estrelado por Richard Gere, “O Jantar” também foi exibido no Festival de Berlim, onde passou em branco. Com uma dinâmica similar a “Deus da Carnificina” (2011), gira em torno do jantar do título, em que quatro adultos discutem violências praticadas por seus filhos. Teatralizado, marca a segunda parceria consecutiva entre Gere e o cineasta israelense-americano Oren Moverman, após o drama de sem-teto “O Encontro”, de 2014. Sem o menor impacto nas bilheterias americanas, teve cotação medíocre de 52% no “tomatômetro”. Mais pretensioso, o francês “Até Nunca Mais” tenta expressar como o amor resiste à perda de um parceiro, optando por abstrações típicas de “filme de arte”. O diretor Benoît Jacquot é um romântico incurável, mas o resultado de seu novo longa consegue ser inferior às já divisivas obras anteriores de sua carreira – entre elas, “O Diário de Uma Camareira” (2015), “3 Corações” (2014) e “Adeus, Minha Rainha” (2012). Por fim, o australiano “2:22 – Encontro Marcado” procura encontrar sentido em padrões repetitivos e amor transcendente, mas acaba parecendo uma versão romântica do terror “Premonição” (2000) feita para DVD. Com 14% no Rotten Tomatoes, é disparado o pior filme da semana. Clique nos títulos destacados por links para assistir aos trailers de todas as estreias da semana.
Vencedor do Festival de Gramado chega aos cinemas com Atômica, Emoji e Dupla Explosiva
A programação de cinema da semana registra dez estreias, que oferecem entre suas opções a animação americana pior avaliada do ano e o filme brasileiro que venceu o Festival de Gramado. O primeiro (execrável) recebeu distribuição ampla e o segundo (excelente) entra em cartaz em circuito limitado, comprovando algumas teses. “Emoji – O filme” é um desastre completo. A animação sobre os símbolos usados por quem não gosta de escrever é o anti-“Divervente”, uma lição de conformismo para crianças, que gira em torno do único emoji que tem mais de uma expressão e quer ser monotemático como os demais. Com direito a personagens que são literalmente cocôs, ganhou descarga da crítica norte-americana e envergonhantes 7% de aprovação no Rotten Tomatoes. Há duas semanas em 1ª lugar nos Estados Unidos, “Dupla Explosiva” é outra bomba, ainda que menos fétida, com 40% no Rotten Tomatoes. A comédia de ação estrelada por Samuel L. Jackson (“Os Vingadores”) e Ryan Reynolds (“Deadpool”) é uma produção de baixo orçamento (US$ 29 milhões), que tem um diretor de filmes B (fez “Os Mercenários 3”) e história batida (derivada de “Fuga à Meia-Noite”, de 1988). Em suma, um guarda-costas é contratado para proteger e levar até um tribunal um assassino que todos querem matar – uma trama tão genérica que a distribuidora nem se preocupou em diferenciar o lançamento de outros três que também receberam o mesmo título no Brasil. Melhor das estreias americanas, com 75% no Rotten Tomatoes, “Atômica” traz Charlize Theron (“Mad Max: Estrada da Fúria”) como a “loira atômica” do título durante a época da Guerra Fria, nos anos 1980. Sua personagem é uma espiã britânica enviada para Berlim Ocidental numa missão extremamente perigosa: investigar a morte de um colega e recuperar uma lista perdida de agentes duplos. A trama é baseada na graphic novel “The Coldest Day”, de Antony Johnston (roteirista do game “Dead Space”) e Sam Hart, e foi adaptada pelo roteirista Kurt Johnstad (“300”), responsável por mudar o sexo da personagem vivida por Sofia Boutella (“A Múmia”), dando origem a cenas lésbicas de alta voltagem. A direção é de David Leitch, ex-dublê que impressionou ao virar diretor com “De Volta ao Jogo” (2014) e atualmente filma “Deadpool 2”. “Os Guardiões” se resume à curiosidade de ser uma produção russa de super-heróis. A trama parte da premissa que, durante a Guerra Fria, a antiga União Soviética criou um programa para desenvolver superpoderes em pessoas comuns, de diferentes países da cortina de ferro. Estes heróis soviéticos mantiveram suas identidades em segredo após o fim do comunismo, mas a chegada de uma grande ameaça à Moscou faz com que eles voltem a ser convocados para defender a nação. A direção é do armênio Sarik Andreasyan (“O Último Golpe”), que não evita o resultado trash. Em contraste, o terror australiano “O Acampamento” foi recebido com muitos elogios durante sua exibição no Festival de Sundance deste ano e tem 78% de aprovação no Rotten Tomatoes, apesar de sua premissa não ser novidade – evoca outro bom terror australiano, “Wolf Creek – Viagem ao Inferno” (2005). O filme acompanha um casal em busca de descanso numa praia remota, onde se depara com um acampamento abandonado. A falta de vestígio de seus ocupantes os deixa preocupados, ainda mais quando descobrem uma criança solitária e traumatizada nas proximidades. A verdade surge em flashbacks e no encontro com os sociopatas que aterrorizam os turistas da região. Vencedor de seis prêmios em Gramado, entre eles o de Melhor Filme, Direção, Atriz (Maria Ribeiro), Ator (Paulo Vilhena) e Atriz Coadjuvante (Clarisse Abujamra), “Como Nossos Pais” é o quarto longa de ficção de Laís Bodanzky – depois dos também premiados “Bicho de Sete Cabeças” (2000), “Chega de Saudade” (2007) e “As Melhores Coisas do Mundo” (2010). O filme retrata uma mulher de classe média nos seus 40 anos que precisa lidar com as pressões de ser mãe, dona de casa e profissional, e também foi exibido no Festival de Berlim, onde recebeu críticas elogiosas dos sites The Hollywood Reporter, Screen e Variety. Com distribuição já garantida em 10 países, é um dos principais lançamentos brasileiros do ano. Outro filme comandado por uma diretora brasileira também chega aos cinemas nesta quinta (31/8), mas em circuito reduzidíssimo e com qualidade completamente diferente. O melodrama “Entrelinhas” marca a estreia de Emilia Ferreira. O detalhe é que a mineira mora em Nova York, filmou em inglês a adaptação de um livro americano, com produtores americanos e atores americanos. Típico drama “cabeça”, acompanha o processo criativo de uma escritora que tenta materializar sua primeira peça de teatro, dividindo sua atenção entre o palco, a ficção e os relacionamentos de seu cotidiano. Com elenco de filmes B, permanece inédito e sem previsão de lançamento nos Estados Unidos. Completam a programação mais três estreias invisíveis, em circuito restrito (Rio e/ou São Paulo): o drama francês “150 Miligramas”, de Emmanuelle Bercot (“De Cabeça Erguida”), sobre um escândalo farmacêutico real, o drama islandês “Heartstone”, premiado em vários festivais, sobre descobertas sexuais da adolescência num lugarejo remoto, e o documentário “David Lynch – A Vida de um Artista”, sobre o cineasta responsável por “O Homem Elefante” (1980), “Veludo Azul” (1986), “Cidade dos Sonhos” (2001) e a série “Twin Peaks”, resultado de entrevistas feitas ao longo de três anos, enquanto Lynch pinta quadros. Clique nos títulos de cada filme para ver os trailers de todas as estreias.
Annabelle 2 lidera as bilheterias do Brasil pela segunda semana
“Annabelle 2: A Criação do Mal” se manteve na liderança das bilheterias nacionais pela segunda semana consecutiva. Entre a última quinta-feira (24/8) e domingo (28), o terror arrecadou R$ 7 milhões e vendeu 1,8 milhão de ingressos de acordo com a ComScore. Até agora, o lançamento soma R$ 25,6 milhões no Brasil. A estreia de “A Torre Negra” acabou ficando em 2º lugar, com R$ 4,6 milhões, à frente de “Planeta dos Macacos: A Guerra”, que fez R$ 2,3 milhões, mas está em cartaz desde 3 de agosto e já soma um total de R$ 40,1 milhões nas bilheterias nacionais. A outra estreia da quinta-feira passada, o brasileiro “Bingo, O Rei das Manhãs”, arrecadou R$ 1 milhão nas bilheterias. Estrelado por Vladimir Brichta, o filme abriu na 4ª colocação geral, assistido por 62 mil espectadores. A lista segue com duas animações “Uma Família Feliz” (R$ 480 mil) e “Meu Malvado Favorito 3” (R$ 424 mil), a sci-fi “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” (R$ 410 mil), o nacional “João: O Maestro” (R$ 393 mil), “Dunkirk” (R$ 364 mil) e “Na Mira do Atirador (R$ 336 mil).
Annabelle 2 estreia na liderança das bilheterias do Brasil
A estreia de “Annabelle 2: A Criação do Mal” nos cinemas brasileiros desbancou “Planeta dos Macacos: A Guerra” do topo das bilheterias nacionais. E foi por uma diferença grande, segundo dados da Rentrak. A continuação da franquia de terror levou mais de 850 mil pessoas aos cinemas, enquanto o terceiro “Planeta dos Macacos” vendeu menos de 280 mil ingressos. Traduzindo em reais, “Annabelle 2” fez R$ 13,1 milhões em seus quatro primeiros dias em cartaz, enquanto a sci-fi estrelada por Andy Serkis somou R$ 4,9 milhões em sua terceira semana de exibição no Brasil – a renda total desde a estreia ultrapassa os R$ 36 milhões. A lista segue com “Valerian e a Cidade dos Mil Panetas” (R$ 1,6 milhão), “Uma Família Feliz” (R$ 1 milhão), “Dunkirk” (R$ 955 mil), “Meu Malvado Favorito 3” (R$ 781 mil), “Transformers: O Último Cavaleiro” (R$ 760 mil) e, curiosamente, três filmes nacionais em sequência: “João: O Maestro” (R$ 572 mil), “O Filme da Minha Vida” (R$ 559 mil) e “Detetives do Prédio Azul” (R$ 489 mil).
Annabelle 2 leva terror a mais de mil salas de cinema
O segundo filme da boneca maldita, “Annabelle 2: A Criação do Mal”, é o maior lançamento da semana, com distribuição em 1,2 mil salas nesta quinta (17/8). O primeiro foi um fenômeno de bilheteria nacional e a continuação mostrou suas garras ao abrir em 1º lugar no fim de semana passado na América do Norte. Ao contar a origem da personagem do título, o terror também surpreendeu a crítica, com 69% de aprovação no site Rotten Tomatoes – um alívio diante dos 29% do primeiro “Annabelle” em 2014. Apesar deste predomínio absoluto, os cinemas vão receber mais nove filmes, dois deles em circuito (quase) amplo. A animação alemã “Uma Família Feliz” é a opção para as crianças, com criaturas de terror que não assustam. A trama acompanha uma família cheia de problemas que é transformada em monstros por uma bruxa. A dublagem nacional destaca Juliana Paes (novela “A Força do Querer”) como a mãe protagonista. Há nada menos que cinco estreias nacionais. A principal é “João, O Maestro”, que traz Alexandre Nero (novela “Império”) como o maestro João Carlos Martins. Com roteiro e direção de Mauro Lima (“Meu Nome Não É Johnny” e “Tim Maia”), a cinebiografia mostra o treinamento intenso, o virtuosismo e as paixões despertadas por Matins, mas também sua luta contra a paralisia que interrompeu sua carreira, levando-o à depressão, até a volta por cima edificante, quando ele se reinventa como maestro. O marketing faz questão de focar o aspecto de “uma história de superação”. Destaque do circuito limitado, “Corpo Elétrico” é o longa de estreia do premiado curtametragista Marcelo Caetano (“Verona”). Drama de temática LGBT+, o filme gira em torno de Elias (o estreante Kelner Macêdo), gay nordestino que encontra trabalho como costureiro de uma fábrica em São Paulo e se divide entre o prazer de fazer o que gosta, a amizade com os colegas e a vida noturna repleta de encontros com outros homens – entre eles o funkeiro Linn da Quebrada. Com carreira internacional, o longa foi selecionado para o Festival de Roterdã, na Holanda, e premiado no Festival de Guadalajara, no México. “El Mate” é um suspense de humor negro escrito, dirigido e estrelado por Bruno Kott, que foi premiado como Ator Coadjuvante no Festival de Gramado de 2016 pelo papel. Na trama, ele vive um pregador evangélico que acaba refém de uma situação caótica e tarantinesca, detido por um criminoso ao bater na casa errada. A estreia do diretor é um filme de cinéfilo. Os outros brasileiros são documentários. “O Homem que Matou John Wayne” faz um registro do diretor cinemanovista Ruy Guerra, com ótimas entrevistas (Chico Buarque, Werner Herzog, etc), mas dispensáveis e longas sequências encenadas. “Intolerância.doc” acompanha o trabalho da Decradi – Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, mas foca mais as torcidas de futebol. E “Viva o Cinema!” é resultado de um programa da Cinemateca Francesa, em que crianças do 5º ano da Escola Carlitos, em São Paulo, tiveram a oportunidade de experimentar a vivência cinematográfica. A programação se completa com dois ótimos dramas europeus para poucos. São os dois melhores lançamentos da semana, que a distribuição limitada mantém à distância do grande público, enquanto os shoppings recebem o horror. Uma das produções britânicas mais comentadas do ano, “Lady Macbeth” adapta o romance homônimo de Nikolai Leskov e destaca a performance de Florence Pugh (“The Falling”), que tem causado sensação entre a crítica por sua atuação contida, mas também provocante, como Katherine, uma jovem presa num casamento sem amor na Inglaterra rural do século 19, obrigada a se relacionar com um homem com o dobro de sua idade e a agradar sua família fria e cruel. Mas, como ele vive viajando, ela logo embarca num caso romântico com um dos empregados, o que tem consequências terríveis para todos os envolvidos. Além de 88% de aprovação no Rotten Tomatoes, o drama acumula diversos prêmios da crítica em festivais internacionais (San Sebastian, Zurique, Dublim, Jerusalém, etc). “Afterimage” é a última obra do maior diretor do cinema polonês, Andrzej Wajda, falecido no ano passado, e mais um excelente trabalho sobre seu tema favorito: a denúncia da intolerância, do autoritarismo e da repressão comunista. A cinebiografia do pintor vanguardista Wladyslaw Strzeminski também serve para lembrar que, embora a direita fascista tenha ficado com a fama, a esquerda radical também ataca a cultura quando toma o poder. Herói da 1ª Guerra Mundial, onde perdeu um braço e uma perna, Strzeminski revolucionou as artes, mas foi perseguido pelo stalinismo por ser um modernista e não replicar a estética oficial do realismo socialista. Com 83% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme foi o candidato polonês a uma vaga no Oscar 2017. Clique nos títulos dos filmes para assistir os trailers de todas as estreias.











