MPB4 vai ganhar documentário
A história do grupo musical MPB4, que marcou a música brasileira entre as décadas de 1960 e 1980, vai virar documentário. Dirigido pelo veterano cineasta Paulo Thiago e produzido por Glaucia Camargos, o longa está ainda em fase de pré-produção. Os dois já trabalharam juntos em sete filmes: “Orquestra dos Meninos” (2008), “Coisa Mais Linda: Histórias e Casos da Bossa Nova” (2005), “O Vestido” (2003), “Poeta de Sete Faces” (2002), “Policarpo Quaresma, Herói do Brasil” (1997), “Vagas Para Moças de Fino Trato” (1993) e “Jorge, um Brasileiro” (1988). A nova produção terá cenas de arquivos e entrevistas com os integrantes do quarteto, além de depoimentos de músicos e cantores que participaram da história do grupo, como seu grande parceiro Chico Buarque. Ainda não há previsão para a estreia, mas os fãs podem matar as saudades da boa música do MPB4 no vídeo clássico abaixo.
Os 7 de Chicago é a principal estreia do Top 10 online da semana
A programação de estreias digitais da semana tem como grande destaque o primeiro dos quatro dramas que a Netflix vai tentar emplacar no Oscar 2021. E “Os 7 de Chicago” começou bem sua trajetória, com 94% de aprovação no Rotten Tomatoes e menções especialmente elogiosas ao roteiro de Aaron Sorkin, que já tem um Oscar por “A Rede Social” (2010). Ele também dirige o filme, após Steven Spielberg abrir mão da vaga devido a excesso de projetos. Em desenvolvimento há mais de uma década, o longa foi escrito por Sorkin em 2008 para Spielberg dirigir, mas, como o cineasta não encontrou tempo em sua agenda, o próprio Sorkin, que se lançou como diretor com “A Grande Jogada” (2017), acabou assumindo seu comando. O Top 10 ainda inclui mais dois novos volumes do projeto de terror da Amazon “Welcome to the Blumhouse”, dedicado a novos cineastas e produzido pelo estúdio que lançou “Atividade Paranormal”, “Corra” e “O Homem Invisível”. Além disso, um terrir infantil também ajuda os fãs do gênero a entrar no clima do vindouro Halloween. A lista abaixo ainda traz sugestões de dramas premiados no circuito dos festivais, mas já não é tão forte, refletindo uma semana com menos lançamentos online que as anteriores, após a reabertura dos cinemas em São Paulo e Rio. Para completar, filmes como “Alice Junior” e “Dunkirk”, que chegaram na Netflix, não estão na lista pelo fato de não serem realmente lançamentos. São novidades apenas para os assinantes da plataforma, pois já podem ser vistos em VOD há algum tempo. De todo modo, fica a dica dos dois títulos para quem só usa esse serviço. Os 7 de Chicago | EUA | 2020 O novo filme de Aaron Sorkin, que tem produção de Steven Spielberg e é uma aposta da Netflix para o Oscar 2021, recria a história verídica do confronto entre manifestantes pacíficos e a polícia durante a Convenção Nacional Democrata de 1968 na cidade americana de Chicago, cujas imagens, que ganharam manchetes na época, continuam tão atuais hoje quanto foram há meio século. Os organizadores do protesto – incluindo Abbie Hoffman, Jerry Rubin, Tom Hayden e Bobby Seale – foram acusados de conspiração e incitação ao tumulto e o julgamento que se seguiu foi um dos mais notórios da história dos EUA. Os oito líderes se tornaram o centro de um debate na sociedade americana sobre os limites do direito de protesto e do uso da força policial para conter manifestações pacíficas. O caso também atraiu a atenção da mídia por refletir a repressão dos movimentos que se opunham à Guerra do Vietnã e assumiam posturas pacifistas. Alguns dos ativistas acabaram condenados, enquanto outros foram inocentados – eventualmente, no entanto, todas as sentenças foram suspensas. Vale observar que essa história já foi filmada antes em “The Chicago 8” (2011), uma produção indie de pouca repercussão. A diferença no número de ativistas daquele filme é que ele contou Bobby Seale, fundador dos Panteras Negras e “oitavo acusado”, que acabou não indo a julgamento junto com os demais por ter sido condenado rapidamente por desacato e enviado à prisão pelo juiz do caso. Ele era o único negro do grupo. O elenco é bastante estrelado, a começar pelos oito de Chicago: Sacha Baron Cohen (“Alice Através do Espelho”), Eddie Redmayne (“Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”), Jeremy Strong (“Succession”), Alex Sharp (“As Trapaceiras”), John Carroll Lynch (“Fome de Poder”), Danny Flaherty (“The Americans”), Noah Robbins (“Evil”) e Yahya Abdul-Mateen II (“Watchmen”) como Bobby Seale. Além deles, o elenco destaca Joseph Gordon-Levitt (“Power”), Frank Langella (“Kidding”), Mark Rylance (“Ponte dos Espiões”), Michael Keaton (“Homem-Aranha: De Volta para Casa”) e Kelvin Harrison Jr. (“Ondas”). Disponível na Netflix. Manual de Caça a Monstros | EUA | 2020 A comédia de terror infantil conta a história de uma babá que tenta resgatar crianças raptadas por monstros. Para isso, ela recebe ajuda de outras babás de uma sociedade secreta, encarregadas de enfrentar ameaças sobrenaturais e manter as crianças seguras até a volta de seus pais. Baseado nos livros de Joe Ballarini (“My Little Pony: O Filme”), o filme dirigido Rachel Talalay (“Tank Girl”) tem como ponto alto a participação de Tom Felton (o Draco Malfoy de “Harry Potter”), irreconhecível como o deformado Grand Guignol, líder dos monstros. Ele é o motivo para ver esse programa de Halloween para crianças, pois não rouba só as crianças da trama, mas todas as cenas do elenco, formado ainda por Tamara Smart (“A Pior das Bruxas”), Oona Laurence (“Perfeita é a Mãe!”), Ian Ho (“Elinor Wonders Why”) e Indya Moore (“Pose”). Disponível na Netflix. Verdade e Justiça | Estônia | 2019 O candidato estoniano ao Oscar 2020 reflete a luta de um agricultor do século 19, que pretende criar sua família num território difícil, mas é confrontado pela natureza e por um vizinho mesquinho, que se vangloria de já ter feito dois antigos proprietários desistirem daquelas terras. Aos poucos, sonho e obsessão se confundem e encaminham a história para um confronto. Elogiadíssimo longa de estreia do premiado curta-metragista Tanel Toom, “Verdade e Justiça” é baseado numa volumosa saga de Anton Hansen Tammsaare (1878-1940), considerada uma das obras essenciais da literatura estoniana. Disponível na Apple TV/iTunes, Now e Vivo Play. O Conto das Três Irmãs | Turquia | 2019 Consagrado nos festivais de Sofia, Saravejo e Istambul, o terceiro longa de Emin Alper combina conto de fadas com drama fatalista, ao acompanhar três garotas de um vilarejo pobre no centro da Península de Anatólia, que são enviadas pelo pai a uma família rica da cidade grande para trabalharem como babás e empregadas domésticas. Entretanto, são devolvidas por desagradarem aos patrões. Enquanto o pai tenta resolver a situação, as irmãs sonham com um futuro longe dali. Disponível no Vivo Play. Até que Você Me Ame | EUA | 2018 Muito falado, este suspense psicológico de baixíssimo orçamento antecipou a acusação de misoginia feita contra “365 Dias” (2020), ao transformar a premissa do sucesso “romântico” da Netflix numa verdadeira “Louca Obsessão” (1990). A trama acompanha uma mulher mantida cativa para se apaixonar por seu sequestrador. A obsessão é tão doentia que ela tem as pernas feridas – e tratadas, de forma fetichista – para não ter sequer a capacidade de escapar. Mas a mulher não se dá por vencida e encontra formas de se exercitar e recuperar a mobilidade. Uma curiosidade da produção é que a norueguesa Ingvild Deila foi dublê de corpo de Carrie Fisher, aparecendo como a versão jovem da Princesa Leia em “Rogue One” (2016). Disponível na Apple TV/iTunes, Looke, Sky Play e Vivo Play. Noturno | EUA | 2020 Terceiro volume da coleção “Welcome to the Blumhouse”, produzida pela produtora de terror Blumhouse (“Atividade Paranormal”, “Corra”, “O Homem Invisível”) e dedicada a novos talentos, a produção marca a estreia da curtametragista Zu Quirke (“Ghosting”) em longas. “Nocturne” (título original) se passa numa academia de artes, onde uma estudante de música tímida começa a ofuscar sua irmã gêmea mais talentosa e extrovertida após descobrir um caderno misterioso, pertencente a um colega de classe recém-falecido. O elenco é encabeçado pelas jovens Sydney Sweeney (“Euphoria”) e Madison Iseman (“Jumanji: Próxima Fase”). Disponível na Amazon Prime Video. Mau-Olhado | EUA | 2020 O quarto título da antologia “Welcome to the Blumhouse”, produzida pela produtora Blumhouse para lançar novos talentos, destaca Elan Dassani e Rajeev Dassani, profissionais de efeitos visuais de séries como “Scandal” e “How to Get Away with Murder”, que assinam seu primeiro trabalho de direção: um romance de terror. A trama de “Evil Eye” (título original) acompanha um relacionamento aparentemente perfeito, que se transforma em pesadelo quando uma mãe (Sarita Choudhury, de “Homeland”) se convence de que o novo namorado de sua filha (Sunita Mani, de “GLOW”) tem uma ligação sombria com seu próprio passado. É o exemplar mais fraco da coleção, que ainda inclui “Caixa Preta” (o melhor) e “Mentira Incondicional”, disponibilizados no fim de semana passado. Disponível na Amazon Prime Video. BLACKPINK: Light Up the Sky | Coreia do Sul | 2020 Documentário sobre o fenômeno do K-Pop BLACKPINK. A produção conta a história do grupo, que foi reunido pela agência de talentos/produtora/gravadora YG Entertainment quando suas integrantes ainda eram pré-adolescentes, mostrando a amizade que se formou entre as meninas (nem todas sul-coreanas), que passaram a morar juntas, a pressão pelo sucesso e a conquista do público americano após a aparição no Festival de Coachella. O filme chega poucos dias após o lançamento do “The Album”, que por incrível que pareça é apenas o primeiro álbum oficial do grupo. Disponível na Netflix. A Parte do Mundo que me Pertence | Brasil | 2017 Premiado no Festival do Rio, o documentário examina sonhos e desejos das pessoas comuns. A vida cotidiana de personagens anônimos, que o cineasta mineiro Marcos Pimentel encontra pelas ruas de Belo Horizonte. Entre uma menina com síndrome de down que deseja se tornar bailarina e um trabalhador que quer reformar a própria casa, o diretor revela o quanto um sonho é importante para a vida das pessoas. Disponível na Apple TV/iTunes, Google Play, Sky Play, Vivo Play e YouTube Filmes. Batman: Morte em Família | EUA | 2020 A nova animação da DC Comics adapta a famosa história homônima dos quadrinhos, publicada em 1988, que narra a trágica morte do segundo Robin, Jason Todd, nas mãos do Coringa. Assim como o destino do personagem foi escolhido pelos fãs, em votação telefônica, a produção também chega com opções interativas, em que o espectador deverá escolher o rumo da trama. Vale observar que a morte de Robin acabou desfeita anos depois, após vir à tona que a votação que resultou na tragédia foi manipulada por hackers amadores. O personagem foi reincorporado como o vilão Capuz Vermelho. O lançamento cobre esse arco e também funciona como um prólogo de “Batman contra o Capuz Vermelho”, animação lançada em 2010. Disponível na Apple TV/iTunes e Google Play.
Netflix anuncia documentário de Emicida
A Netflix anunciou nesta terça (13/10) a produção do documentário “AmarElo – É Tudo Pra Ontem”, que contará com músicas, animações, entrevistas e cenas de bastidores do show do rapper Emicida no Theatro Municipal, de São Paulo, no ano passado. Duas imagens das gravações do espetáculo foram divulgadas juntos do anúncio. Veja abaixo. O filme tem direção de Fred Ouro Preto (sobrinho de Dinho, do Capital Inicial), que assinou vários clipes de Emicida, e sua proposta é ambiciosa. Além de apresentar o show, a produção pretende estabelecer um elo entre a apresentação de Emicida e dois momentos importantes da história e da cultura brasileira nos últimos 100 anos: a Semana de Arte Moderna de 1922 e a fundação do Movimento Negro Unificado (MNU) em 1978. O que esses fatos tem em comum é o fato de terem acontecido no mesmo local. “São quatro décadas que separam a nossa ascensão ao palco do Theatro Municipal do encontro das pessoas do MNU naquelas escadarias. Então, subir ali e gritar ‘obrigado, MNU’ pro mundo é para que eles saibam que é da luta deles que nasce um sonhador como o Emicida”, diz o rapper, no comunicado do projeto. “Quando eu cheguei aqui, tudo era impossível, qualquer coisa que falávamos era tida como problemática e improvável de se realizar. Hoje, não é mais. E é dessa forma que quero que lembrem do meu nome no futuro, como alguém que sabia que o impossível era grande, mas não maior que si. O palco do Municipal abrigou alguns dos mais importantes movimentos da arte do planeta e acho que caminhamos para ser isso”, completa Emicida. Com 90 minutos, o documentário tem lançamento confirmado para o dia 8 de dezembro. Além disso, a Netflix e a produtora Laboratório Fantasma (criada por Emicida e seu irmão Fióti), tem um segundo projeto em desenvolvimento, que será lançado em 2021.
Libelu – Abaixo a Ditadura vence festival É Tudo Verdade
O filme “Libelu – Abaixo a Ditadura”, de Diógenes Muniz, foi o vencedor da 25ª edição do Festival É Tudo Verdade, após a exibição de 61 longas e curtas-metragens, entre os dias 23 de setembro e este domingo (4/10). O documentário reconstitui a história do grupo Liberdade e Luta, formado principalmente por estudantes trotskistas e que foi pioneiro a gritar Abaixo a Ditadura nas manifestações dos anos 1970. Seus integrantes, mais tarde, lançaram o jornal e a tendência O Trabalho, e ajudaram a criar o PT. O júri do evento também distribuiu menções a “Segredos do Putumayo”, de Aurélio Michiles, e “Fico Te Devendo Uma Carta do Brasil”, de Carol Benjamin. Ambos abordam a questão dos direitos humanos no país, mas em períodos distintos – no ciclo da extração da borracha na Amazônia e durante a ditadura militar. Na competição internacional, o júri premiou “Colectiv”, de Alecxander Nanau, sobre uma organização jornalística independente, que ao investigar um incêndio com dezenas de mortos e centenas de feridos numa boate em Bucareste, descobre uma gigantesca fraude no sistema de saúde da Romênia. O filme já tinha vencido festivais em Luxemburgo e Zurique, na Suíça, entre outros. Entre os curtas, os premiados foram o brasileiro “Filhas de Lavadeiras”, de Edileuza Penha de Souza, e o polonês “Meu País Tão Lindo”, de Grzegorz Paprzycki. Os quatro vencedores da 25ª edição do festival, “Libelu – Abaixo a Ditadura”, “Colectiv”, “Filhas de Lavadeira” e “Meu País Tão Lindo” estão automaticamente qualificados para tentar uma vaga no Oscar nas categorias de melhor longa e melhor curta documental. O tema político dos filmes premiados também ecoou na cerimônia por conta de um manifesto de cineastas em defesa da cultura, da Cinemateca Brasileira e do cinema nacional. Veja abaixo os trailers dos dois longas premiados.
Documentário brasileiro sobre saúde e direitos indígenas é premiado na França
O filme brasileiro “O Índio Cor de Rosa Contra a Fera Invisível: A Peleja de Noel Nutels”, de Tiago Carvalho, foi premiado na seção de documentários do 29º Festival Biarritz da América Latina, mostra francesa que celebra o cinema e a cultura latino-americanas. O documentário sobre as expedições do médico sanitarista Noel Nutels, que dedicou sua vida ao tratamento da saúde dos indígenas do Brasil, venceu o Prêmio do Público como Melhor Documentário, uma Menção Especial do júri da categoria e o Prêmio do IHEAL, Instituto de Altos Estudos da América Latina, parceiro do festival. “Índio Cor de Rosa” era o apelido de Nutels, que em suas viagens às aldeias indígenas, entre as décadas de 1940 e 1970, tornou-se um dos primeiros sanitaristas a denunciar o genocídio dos povos indígenas no Brasil. A produção usa imagens feitas pelo próprio médico, que produziu 21 documentários sobre os indígenas enquanto comandou ações de saúde com o SUSA (Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas), e também momentos históricos da vida de Nutels, como sua participação na CPI do Índio na Câmara dos Deputados, em 1968, quando proferiu um discurso histórico, que infelizmente continua atual: “A essa hora alguém está matando um índio. É a cobiça da terra, é a cobiça do subsolo, é a cobiça das riquezas naturais. É um vício de estrutura econômica. Enquanto a terra for mercadoria e objeto de especulação, vai se matar índio. A quem interessa o crime?” O argentino “Ofrenda”, de Juan Mónaco Cagni, venceu o prêmio Abraço, o principal do festival, dedicado ao Melhor Longa-metragem de Ficção.
Narciso em Férias é emocionante e essencial para a democracia
“Eu comecei a achar que a vida era aquilo ali. Só aquilo. E que a lembrança do apartamento, dos shows, da vida lá fora era uma espécie de sonho que eu tinha tido.” Essa é uma das falas de Caetano Veloso em “Narciso em Férias”, ao descrever o seu primeiro momento no cárcere, quando foi colocado, sem a menor explicação, em uma solitária escura. Só de pensar nisso, de ter essa sensação de deslocamento da realidade, já é aterrador. “Narciso em Férias” marca o retorno da dupla de cineastas Ricardo Calil e Renato Terra ao mundo da música popular brasileira, depois do ótimo “Uma Noite em 67” (2010). Desta vez, a opção de entrecortar as falas de Caetano Veloso com imagens de arquivo e depoimentos de outros entrevistados foi deixada de lado, e o filme fica muito mais poderoso apenas com as cenas da entrevista com o cantor, músico e compositor baiano. Há quem diga que apresentar única e exclusivamente a entrevista de uma pessoa à frente de uma câmera não é fazer cinema, mas isso é bobagem. Esquecem da grandeza de Eduardo Coutinho, mestre nesse formato. Em “Narciso em Férias”, os diretores optaram por esconder, sempre que possível, suas próprias vozes na condução da entrevista. E utilizam apenas três enquadramentos básicos: o close-up, um plano que mostra o corpo inteiro do cantor e um plano mais distante, que acentua a parede ao fundo. Tudo que ele conta já está em um capítulo do seu livro “Verdade Tropical”, justamente intitulado “Narciso em Férias”, e que agora se tornará um livro à parte, já em pré-venda. O termo foi tomado de empréstimo de um livro do romancista americano F. Scott Fitzgerald, e que também se refere ao fato de que, durante todo o período em que esteve preso, Caetano não se olhou no espelho – deu férias a seu lado narcisista, por assim dizer. Histórias narradas oralmente são a base da construção de nossa civilização e é bom ver que esse tipo de recurso ainda segue sendo incrivelmente poderoso, especialmente quando encontramos alguém que consegue nos colocar dentro da ação. Há momentos da fala de Caetano que conseguem fazer o público se sentir em seu lugar, com um detalhismo de carga dramática assombrosa. O documentário é cheio de momentos de bastante emoção, especialmente em seu terço final. O próprio Caetano Veloso parece ter se surpreendido com o próprio choro e pede para que os diretores parem a filmagem em determinado momento. E não é um momento em que ele fala de seu sofrimento, mas de quando comenta o sentimento de gratidão, que ele tem por um sargento que ficou com pena de sua situação, de ele ser o único que não podia receber a visita da esposa, e que o ajudou. E ele lamenta não ter procurado saber o nome desse homem. Sem dúvida um dos momentos mais bonitos e tocantes do documentário e que, muito provavelmente, perderia um bocado da força sem a voz e sem o olhar do cantor . Outro acerto de Calil e Terra foi o fato de trazerem canções para o documentário. Já começa com uma canção de Orlando Silva, “Súplica”, cuja importância é exposta ao longo do filme. Além disso, cada vez que “Hey Jude”, dos Beatles, tocava nos rádios – foi um grande sucesso da época, o final dos anos 1960 – trazia esperança para Caetano. Outras duas canções do próprio Caetano, inspiradas pela experiência do cárcere, também são citadas com emoção: “Irene” e “Terra”. Além de enfatizar a importância e a beleza do trabalho de um de nossos mais brilhantes músicos, “Narciso em Férias” também impacta por lembrar como os artistas brasileiros foram presos e exilados durante a ditadura militar, em um momento em que a extrema direita se apresenta como uma ameaça cada vez maior para a democracia do Brasil. E isso o torna um filme essencial.
Documentário da Xuxa vai mudar devido à pandemia
O documentário que Xuxa Meneghel estava desenvolvendo sobre sua turnê de despedida dos palcos vai sofrer mudanças devido a pandemia de coronavírus. Inicialmente, “O Último Voo da Nave” registraria as últimas apresentações de Xuxa como cantora, em shows no Brasil e na Argentina. O projeto pretendia intercalar os shows com depoimentos de fãs, amigos e parceiros de trabalho. Mas, por causa da covid-19, os shows não devem mais acontecer. Segundo apurou o colunista Fefito, o documentário deve ganhar novo título e mudar sua abordagem para um registro da carreira de sucesso da apresentadora. A produção, que atualmente está em negociações com a TV paga e plataformas de streaming, é um dos muitos projetos que Xuxa pretende realizar em 2021. Ela também prepara um novo programa de TV, uma cinebiografia e seu retorno aos filmes infantis, mas não descarta nem estrelar série em streaming.
Estreias Online: Enola Holmes e mais 10 filmes para o fim de semana
A programação de estreias online não é das mais empolgantes. A boa exceção fica por conta de “Enola Holmes”, provável início de uma nova franquia de aventuras estrelada por Millie Bobby Brown (a Eleven de “Stranger Things”). Além de estrelar como a irmã caçula e mais esperta de Sherlock Holmes, ela também é produtora do filme, que adapta o primeiro volume da coleção literária juvenil “Os Mistérios de Enola Holmes”, da escritora Nancy Springer. Repleto de ação e empoderamento, “Enola Holmes” ainda marca a estreia em longa-metragem do diretor Harry Bradbeer (vencedor do Emmy pela série “Fleabag”) e agradou em cheio aos críticos americanos, atingindo 92% de aprovação no Rotten Tomatoes. Confira abaixo mais detalhes deste e de mais 10 lançamentos digitais, a maioria apenas medianos, que as diversas plataformas de vídeo por demanda (locação) e serviços de streaming por assinatura disponibilizam para o fim de semana. Se faltar alguma estreia na lista abaixo é porque a curadoria não inclui clássicos e produções trash – como “A Gangue: Uma Noite de Terror” ou “eHero” – que em outros tempos seriam queima de estoque em DVD. Enola Holmes | EUA | 2020 Espécie de derivado juvenil do universo de Sherlock Holmes, “Enola Holmes” traz Millie Bobby Brown como a irmã adolescente do famoso detetive. Na trama, ela busca a ajuda de seus irmãos mais velhos, Mycroft e Sherlock, para investigar o desaparecimento de sua mãe em seu aniversário de 16 anos, mas logo percebe que nenhum dos dois está muito interessado no mistério. Em vez disso, decidem colocá-la num internato para aprender etiqueta. Assim, ela decide viajar sozinha para Londres, iniciando sua própria carreira de detetive, sempre um passo à frente de Sherlock. Além de Millie, o elenco também destaca Henry Cavill (“Liga da Justiça”) como Sherlock, Sam Claflin (“As Panteras”) como Mycroft Holmes, e Helena Bonham Carter (a Princesa Margaret de “The Crown”) como mãe de Enola. Disponível na Netflix Clemency | EUA | 2020 Vencedor do Festival de Sundance do ano passado, o drama de Chinonye Chukwu superou o badalado “A Despedida”, de Lulu Wang, e representa a renovação feminina em curso no cinema indie americano. No filme que tem 92% de aprovação no Rotten Tomatoes e deu muito o que falar na imprensa dos EUA, Alfre Woodard (“Luke Cage”) vive uma agente penitenciária que conduz execuções no corredor da morte. Mas ao se preparar para executar outro detento, ela tem que confrontar os demônios psicológicos e emocionais que seu trabalho cria, levando-a, por fim, a fazer vínculo com o homem que tem ordens para matar. Disponível na Apple TV/iTunes, Google Play, Looke, Now, Sky Play, Vivo Play e YouTube Filmes Aos Olhos de Ernesto | Brasil | 2020 Vencedor do prêmio da crítica na última Mostra de São Paulo, o segundo longa de ficção de Ana Luiza Azevedo (“Antes que o Mundo Acabe”) acompanha um velho fotógrafo uruguaio (Jorge Bolani) que está perdendo a visão, mas acha que consegue enganar a todos. Diante da pressão do filho para deixar de viver sozinho, ele acaba encontrando uma solução ao conhecer uma jovem cuidadora de cachorros (Gabriela Poester) que não tem onde morar. O roteiro sensível, que trata da solidão com humor, foi escrito em parceria com Jorge Furtado, responsável por “Sob Pressão”, e o astro daquela série, Julio Andrade, faz uma pequena participação como o filho. Disponível na Now e Vivo Play Gauguin – Viagem ao Taiti | França | 2017 Vincent Cassel da vida ao célebre pintor francês Paul Gauguin durante seu exílio no Taiti. Lá, durante o ano de 1891, ele espera reencontrar sua pintura livre, selvagem, longe dos códigos morais, políticos e estéticos da Europa civilizada. Em vez disso, encontra a solidão, a pobreza, a doença, mas também Tehura, que se tornará sua esposa e tema das suas telas mais importantes. Disponível na Amazon Retratos de uma Guerra | Lituânia | 2020 Baseado no livro “A Vida em Tons de Cinza”, da escritora americana Ruta Sepetys, o filme lembra que o Holocausto judeu perpetrado pelos nazistas não foi o único projeto de genocídio levado adiante na Europa entre os anos 1930 e 1940. Neste drama, a inglesa Bel Powley (“Diário de uma Adolescente”) vive uma jovem desenhista lituana arrancada de sua casa e deportada com a família, amigos e vizinhos para a Sibéria sob as ordens de Joseph Stalin. Condenados à morte por traição, por ocuparem um país cobiçado por Stalin à beira do Mar Báltico, são levados para trabalhar até morrer num campo de concentração gelado, numa brutalidade realizada sob o pretexto de estratégia geopolítica pelo regime comunista. Além do povo retratado no filme, Stalin também enviou porção significativa da população dos países vizinhos, Estônia, Letônia, para gulags siberianos, e exterminou pela fome a resistência ucraniana. Disponível na Apple TV/iTunes, Google Play, Looke, Now, Vivo Play e YouTube Filmes O Bastardo | Bélgica | 2020 Suspense dramático sobre uma mãe enlutada que, após perder um filho num acidente, adota um jovem sem-teto, despertando ciúmes, mas também preocupação no filho que sobreviveu à tragédia. Concorreu ao prêmio Margritte, na Bélgica, como Melhor Filme falado em flamengo. Disponível na Apple TV/iTunes, Google Play, Looke, Now, Vivo Play e YouTube Filmes Pornô para Principiantes | Uruguai | 2018 Passada nos anos 1980, a comédia acompanha um diretor frustrado que, em busca de dinheiro para se casar com sua namorada, acaba trocando os sonhos de fazer cinema de arte por um grande salário com um filme pornô. Seu plano para tornar sua primeira produção do gênero o mais decente possível acaba frustrado pelo fato de a estrela ser irresistível, o que o leva a uma encruzilhada. Apesar do título, do tema e de vários esterótipos e situações clichês, o filme de Carlos Ameglio (“Psiconautas”) é, na verdade, uma grande homenagem ao prazer cinéfilo e à produção cinematográfica, celebrando o cinema possível quando não há recursos para se filmar. Disponível na Looke Superman: O Homem do Amanhã | EUA | 2020 Mais um bom longa animado da DC, com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, que se destaca pelo visual caprichado e uma versão divertida do Ano 1 do Superman. Com participações de Lobo e Caçador de Marte, a produção apresenta a origem do Superman e explora o início do relacionamento entre Clark Kent e Lois Lane. Mas em vez de recriar quadrinhos clássicos, conta uma versão inédita dessa fase da vida do primeiro super-herói dos quadrinhos. A equipe de produção destaca o diretor Chris Palmer, que trabalhou na festejada animação da “Justiça Jovem” (Young Justice) e dirigiu a série “Voltron: O Defensor Lendário” na Netflix, além de diversos dubladores famosos (para quem optar por assistir em inglês): Darren Criss (“American Crime Story”) como Superman, Alexandra Daddario (“Baywatch”) como Lois Lane, Zachary Quinto (“NOS4A2”) como Lex Luthor, Ryan Hurst (“The Walking Dead”) como Lobo e Ike Amadi (“Caçadores de Trolls: Contos de Arcadia”) como Caçador de Marte. Disponível na Apple TV/iTunes, Google Play e YouTube Filmes Diga Meu Nome | Brasil | 2020 Com roteiro e direção de Juliana Chagas, o documentário conta a história dramática e real de duas mulheres trans (Selem Soares e Diana Conrado) que lutam pelo simples direito de serem chamadas por seus nomes. Para isso, precisam obter a mudança de nome e de gênero em seus documentos. Mas a burocracia enfrentada pelas personagens para realizar a troca das identidades se revela um calvário, registrado pela diretora ao longo de nada menos que dois anos. A documentarista estreou com “As Pastoras — Vozes Femininas do Samba” (2018), que conquistou menção honrosa no International Houston Black Film Festival 2019 e no Festival Visões Periféricas 2019. Seu novo filme foi selecionado, entre outros, pelo Philadelphia Latino Film Festival, nos EUA, e o Flying Broom International Women’s Film Festival, na Turquia. Disponível na Apple TV/iTunes, Google Play, Looke, Now, Vivo Play e YouTube Filmes Dos Quartos aos Bilhões: A Revolução PlayStation | EUA | 2020 O documentário sobre a criação e ascensão do PlayStation é o terceiro filme dos irmãos Anthony e Nicola Caulfield sobre os primórdios da indústria dos videogames. Depois de se debruçarem sobre o esquecido Amiga e pioneiros britânicos, eles traçam a impressionante evolução dos jogos eletrônicos dos anos 1990 até meados dos 2000. Repleto de entrevistas de executivos, engenheiros, desenvolvedores e chefes de desenvolvimento da Sony – e até mesmo da Sega – , o filme também apresenta alguns dos jogos que marcaram o período, como “Resident Evil”, “Metal Gear Solid” e “Gran Turismo”, para ilustrar o salto de qualidade mais importante e monumental da história dos games. Disponível na Apple TV/iTunes Ciência da Resistência | Brasil | 2020 O documentário de Larissa Karl mostra a luta de cientistas, médicos e pós-graduandos para realizar pesquisas em doenças infecciosas, enquanto o governo brasileiro corta suas verbas e negligencia seu trabalho. O filme, porém, foi iniciado no governo Dilma. E se a situação já era trágica na época, virou show de horrores com Bolsonaro, com cortes ainda maiores, interrupções de pesquisas e paralisação do setor… tudo isso na véspera da disseminação da pandemia de covid-19. Multiplique por 17 e faça arminha com a mão para entender como a mortalidade aumentou dramaticamente por conta do abandono da Ciência no Brasil atual. Disponível na Now e Vivo Play
Globo e Netflix disputam filme sobre a vida da Xuxa
De saída da rede Record, Xuxa Meneghel está cheia de projetos. Segundo apurou o colunista Fefito, do UOL, ela tem conversas adiantadas com a Globo para um programa de sábado e projetos para a Globoplay. Um desses projetos, porém, também interessa a Netflix. Trata-se de “Rainha”, longa-metragem sobre a vida da apresentadora, que posteriormente deve ser transformado em minissérie – como aconteceu com os filmes sobre Hebe e Elis. A Globo já teria saído em busca de uma atriz para interpretá-la. Xuxa também negocia voltar a estrelar filmes infantis. O interesse nesse revival é da Disney, que vai lançar a plataforma Disney+ (Disney Plus) no Brasil em novembro. Há ainda conversas sobre um possível seriado. Para completar, ela prepara um documentário sobre sua última turnê, chamado “A Última Nave”, com depoimentos de várias celebridades, que sua equipe estaria negociando com a HBO. E, se tiver horas de folga, Xuxa ainda pretende escrever livros infantis.
Bolsonaro é condenado por usar filme para espalhar fake news
Chamar Jair Bolsonaro de mentiroso não é mais injúria, após a condenação do presidente nesta segunda (21/9) por divulgar mentiras nas redes sociais. Bolsonaro foi condenado pela juíza Maria Cristina de Brito Lima, da 4ª Vara Empresarial do Rio, pela publicação de um post no Twitter em que usou imagens do documentário “O Processo”, da diretora Maria Augusta Ramos, para espalhar fake news. Publicado em 13 de julho de 2019, o post trazia uma cena do filme sobre o impeachment de Dilma Rousseff, que Bolsonaro chamou de vídeo “vazado”, sugerindo tratar-se de um encontro do chamado “Foro de São Paulo” em Caracas, na Venezuela. Na verdade, o trecho mostrava uma reunião da bancada do PT, em Brasília. “Esse vídeo não vazou por acaso. Nele nunca se viu tantas pessoas do mal, inimigas da democracia e liberdade, juntas. É O JOGO DO PODER. A vitimização do PT é uma das últimas cartas do Foro de São Paulo em Caracas/Venezuela (24 a 28/julho)”, afirmou o presidente. Maria Augusta Ramos acionou a justiça diante da desfaçatez. A sentença saiu nesta segunda (21/9). A juíza condenou Bolsonaro a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios da cineasta, proibiu o presidente de utilizar qualquer obra da diretora, integral ou parcialmente sem autorização, sob pena de multa diária por utilização indevida de R$ 10 mil, e deu prazo de 24 horas para que o Twitter retire do ar a postagem. Caso o vídeo continue no ar, o Twitter pode responder por danos morais. Além disso, a multa será cobrada do presidente. Por enquanto, o vídeo permanece vinculado ao perfil de Bolsonaro, como se pode ver abaixo (se não puder ver, ele foi retirado). – Esse vídeo não vazou por acaso. Nele nunca se viu tantas pessoas do mal, inimigas da democracia e liberdade, juntas. É O JOGO DO PODER. A vitimização do PT é uma das últimas cartas do Foro de São Paulo em Caracas/Venezuela (24 a 28/julho). pic.twitter.com/PiiuUv2GJg — Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 13, 2019
Estreias Online: O Diabo de Cada Dia e mais uma dúzia de filmes para ver no fim de semana
O principal destaque da semana é o lançamento da Netflix “O Diabo de Cada Dia”, suspense extremamente sombrio, que chama atenção pelo elenco grandioso. Além de Tom Holland (“Homem-Aranha: Longe de Casa”) e Robert Pattinson (o vindouro “Batman”) em papéis de destaque, a produção reúne Sebastian Stan (“Vingadores: Ultimato”), Mia Wasikowska (“Alice no País das Maravilhas”), Bill Skarsgard (“It: A Coisa”), Jason Clarke (“Exterminador do Futuro: Gênesis”), Eliza Scanlen (“Objetos Cortantes”) e Riley Keough (“Mad Max: Estrada da Fúria”). E para completar o time de astros, o produtor é Jake Gyllenhaal (também de “Homem-Aranha: Longe de Casa”). O diretor é um capítulo a parte. Nascido e criado em Nova York, Antonio Campos nunca viveu no Brasil, mas o nome denuncia sua origem. Ele é filho do jornalista Lucas Mendes (do programa “Manhattan Connection”) e da produtora indie americana Rose Ganguzza (“Margin Call”, “Versos de um Crime”), e vem se destacando com filmes bem avaliados no circuito de festivais desde sua estreia, “Buy It Now” (2005), premiada no Festival de Cannes. Ele também dirigiu “Depois da Escola” (2008), “Simon Assassino” (2012) e “Christine” (2016), sempre gerando comentários positivos, além de ter assinado episódios da série “The Sinner”. A lista de estreias digitais ainda contempla “Três Verões”, de Sandra Kogut (“Campo Grande”), que reflete o Brasil da Lava Jato e voltou a consagrar a atriz Regina Casé em premiações nacionais e internacionais. Confira abaixo mais detalhes destes e de outros lançamentos digitais, lembrando que a curadoria não inclui títulos clássicos (se quiser uma opção, há o festival de Krzysztof Kieslowski) nem produções trash, que em outros tempos sairiam diretamente em DVD – como “Jogo Assassino”, pior filme da carreira de Henry Cavill (o Superman) e maior equívoco a ser evitado nas locações online do fim de semana. O Diabo de Cada Dia | EUA | 2020 Adaptação do livro de Donald Ray Pollock (lançado no Brasil com o título “O Mal Nosso de Cada Dia”), o suspense da Netflix materializa uma trama sombria, repleta de pecado, mortes, vingança e um elenco matador. Tom Holland (o Homem-Aranha) vive o personagem central, Arvin Russell, um garoto problemático que percebe que precisa lidar com as pessoas sinistras de sua cidadezinha para tentar salvar quem mais ama. Em sua missão, ele entra em rota de colisão com vários moradores locais, entre eles um pastor com crise de fé, vivido por Robert Pattinson (o Batman). Com 65% no Rotten Tomatoes, o filme foi considerado pesado demais por alguns críticos, mas difícil de ignorar. Disponível na Netflix Três Verões | Brasil | 2019 O filme de Sandra Kogut (“Campo Grande”) retrata o Brasil contemporâneo por meio do olhar de Madá (Regina Casé), caseira de um condomínio de luxo à beira-mar. Sob seu ponto de vista, a trama mostra o desmantelamento de uma família em função dos dramas políticos recentes que abalaram o país, passando-se ao longo de três verões consecutivos (2015, 2016 e 2017) na luxuosa casa de veraneio comprada com dinheiro ilícito. O filme pergunta o que acontece com aqueles que gravitam em torno dos ricos e poderosos quando a vida destes desmorona, ao mesmo tempo em que registra as mudanças dos últimos anos no Brasil, ilustrada por meio da prisão do patrão (Otávio Müller, de “Segunda Chamada”) por corrupção. Consagrado no exterior, o longa fez sua estreia mundial no Festival de Toronto, no Canadá, foi premiado no Festival de Havana, em Cuba, e rendeu troféus de Melhor Atriz para Regina Casé nos festivais do Rio e de Antalya, na Turquia. Disponível na Google Play, Looke, Now, Vivo Play e YouTube Filmes Volume Morto | Brasil | 2020 Escrito e dirigido por Kauê Telloli (diretor de “Eu Nunca”, mas mais conhecido como ator de “O Negócio”), “Volume Morto” é um suspense de encenação teatral que acabou rendendo polêmica no último Festival de Brasília. A trama se passa numa escola e aborda a história de um menino que não fala nas aulas e, por isso, é apelidado de Volume Morto. Quando seus pais são convocados a conversar com a professora da criança, algumas histórias vêm à tona. A pouca variedade de ambientes e a ausência do personagem central (o menino) contribuem para o tom teatral, que também reflete a falta de recursos – o longa foi rodado em apenas 9 dias – , mas o resultado é bastante profissional. Sua polêmica se deve a um suposto menosprezo do abuso infantil e da violência contra mulheres insinuado em sua trama. O destaque fica por conta do elenco, com Fernanda Vasconcellos (“3%”), Júlia Rabello (“Ninguém Tá Olhando”) e Daniel Infantini (“Toda Forma de Amor”). Disponível na Apple TV/iTunes, Looke e Vivo Play Beleza Eterna | Reino Unido | 2020 Escrita e dirigida pelo ator galês Craig Roberts (“Red Oaks”), a comédia britânica conta, com humor negro, uma história de amor incomum entre uma mulher esquizofrênica (interpretada por Sally Hawkins, indicada ao Oscar por “A Forma da Água”) e um músico fracassado (David Thewlis, de “Mulher-Maravilha”). A estreia nacional acontece duas semanas antes do lançamento nos EUA e no Reino Unido. Disponível na Apple TV/iTunes, Looke, Now e YouTube Filmes A Espiã | Noruega | 2019 Ingrid Bolsø Berdal (de “Westworld”) vive Sonja Wigert, uma diva e estrela do cinema sueco que, durante a 2ª Guerra Mundial, vira agente dupla, espionando tanto para os suecos quanto para os nazistas. A história é real e suas muitas reviravoltas são filmadas com apuro fotográfico, figurino requintado e recriação de época impecável pelo diretor Jens Jonsson (da série “O Jovem Wallander”). Disponível na Apple TV/iTunes, Looke, NOW e Vivo Play Get Duked! | Reino Unido | 2019 A estreia do diretor de clipes Ninian Doff é uma comédia de humor negro em que quatro adolescentes ineptos são perseguidos por psicopatas armados e mascarados nas Highlands escocesas. Com uma trilha repleta de hip-hop, o filme foi premiado pelo público no Festival SXSW do ano passado e tem 86% de aprovação no Rotten Tomatoes. Disponível na Amazon Prime Video Filhos da Tempestade | África do Sul | 2019 Filme mais premiado da África do Sul no ano passado, acompanha dois pequenos órfãos que se veem sozinhos a caminho dos campos de ouro virgem no século 19, durante uma tempestade brutal. Apesar de estrelado por um casal de crianças, não se trata de um filme infantil e leve, mas uma jornada de sobrevivência e de sacrifício, especialmente da menina mais velha, que pode causar aflições. A trama é baseada no best-seller “The Story of Racheltjie De Beer”, de Brett Michael Innes, que co-escreveu a adaptação com o diretor Matthys Boshoff. Disponível na Apple TV/iTunes e Cinema Virtual Vidas Duplas | França | 2018 A comédia de Olivier Assayas (premiado em Cannes por “Personal Shopper”) reúne um grande elenco, encabeçado por Guillaume Canet (“Rock’n Roll: Por Trás da Fama”) e Juliette Binoche (“Acima das Nuvens”), em debates acalorados sobre vários temas, mas principalmente o mercado editorial, em que trabalham os personagens. Após questionar a comercialização do cinema no premiado “Acima das Nuvens”, o diretor se debruça sobre o futuro dos livros na era da internet. E neste debate, há espaço tanto para Adorno quanto para Taylor Swift, além de muito sexo – todos os personagens têm amantes. Disponível na Apple TV/iTunes, Looke, Now e YouTube Filmes A Livraria | Espanha, Reino Unido | 2017 Apesar de dirigido pela cineasta catalã Isabel Coixet (“A Vida Secreta das Palavras”) e premiado com o Goya (o Oscar espanhol) de Melhor Filme, Direção e Roteiro de 2017, este drama não poderia ser mais inglês. Adaptação do romance de Penelope Fitzgerald, a trama se passa numa pequena cidade litorânea inglesa em 1959, onde vigoram a ignorância, a inveja e a falsa moral. Que é o que a personagem Florence Green (Emily Mortimer) vai sentir na pele, quando resolve encarar o seu grande sonho de montar uma livraria numa casa muito antiga da família, que lhe restou como herança. Com espírito empreendedor, misturado a uma tenacidade e a uma alma sonhadora, ela tem sucesso contra tudo e todas as previsões, o que atrai hostilidade e a sordidez dos que se dizem pessoas de bem. Por sorte, ela também encontra amantes da boa literatura, para quem vira uma espécie de fada madrinha. O tom de fábula é reforçado por sua luta contra a bruxa local: a sra. Gamart (Patricia Clarkson), que personifica a mediocridade da visão de mundo conservadora. Disponível na Apple TV/iTunes, Now, Vivo Play e YouTube Filmes Amuleto | Reino Unido | 2020 Um ex-soldado sem-teto é hospedado por uma freira em uma casa decadente, habitada por uma jovem e sua mãe moribunda. Enquanto se envolve com a jovem, ele não pode ignorar sua suspeita de que algo de estranho ronda a casa. E que a mãe trancada no quarto é mais perigosa do que lhe contaram. O terror britânico marca a estreia da atriz Romola Garai (“Desejo e Reparação”) na direção e traz em seu elenco a veterana Imelda Staunton (“Harry Potter e a Ordem da Fênix”) e a jovem alemã Carla Juri (“Blade Runner 2049”). Disponível na Apple TV/iTunes, Looke e Google Play Céu em Chamas | China | 2020 Filme de catástrofe chinês dirigido pelo inglês Simon West (“Os Mercenários 2”), “Céu em Chamas” acompanha a erupção de um vulcão numa ilha paradisíaca repleta de turistas. O elenco reúne Jason Isaacs (“Star Trek: Discovery”) e um elenco chinês encabeçado por Wang Xueqi (“Homem de Ferro 3”) e Hannah Quinlivan (“Arranha-Céu: Coragem Sem Limite”). Disponível na Apple TV/iTunes, Looke e Vivo Play Blitz | Brasil | 2020 A violência policial é retratada de forma artística – isto é, com abstrações, muita conversa e closes na natureza – no primeiro longa dirigido pelo curtametragista e sonoplasta Rene Brasil. Na trama, um PM é acusado de ter matado um menino durante uma ação policial. Disponível na Looke e Vivo Play O Fio da Meada | Brasil | 2020 O documentário do premiado cineasta Silvio Tendler (“Jango”, “Os Anos JK”) discute as conexões entre a crise ecológica contemporânea, o modelo econômico, as desigualdades sociais e as diversas formas de injustiça ambiental geradas pela exploração das pessoas e do meio ambiente. Disponível na Looke e Vivo Play
Estreias online: A polêmica de Lindinhas, o doc de Caetano e mais 10 lançamentos
A programação de estreias digitais do fim de semana está mergulhada em polêmica, graças a “Lindinhas” (Cuties). O filme não virou assunto porque a cineasta Maïmouna Doucouré foi uma das primeiras mulheres negras a vencer o prêmio de Melhor Direção no Festival de Sundance ou pelos elogios rasgados da crítica internacional – 88% de aprovação no Rotten Tomatoes – , mas por um equívoco calamitoso do marketing da Netflix. Um cartaz da plataforma sensualizou as personagens pré-adolescentes da produção e transformou a obra em vítima da guerra cultural. A Netflix assumiu o erro e pediu desculpas. Mas na guerra dos cruzados digitais, que não poupa nem “Frozen”, o filme virou apologista de pedofilia. Há campanhas ativas contra a produção na internet, que incentivam quem não o viu a dar “dislikes” e notas baixas em sites como o RT, IMDb e Metacritic, além de hashtags pedindo boicotes. A diretora contou que tem recebido até ameaças de morte. Tudo muito veloz e furioso. Só que, dependendo do ponto de vista, “Lindinhas” pode ser encarado como o posto do que o acusam, um drama que questiona a sexualização precoce das crianças, baseada na infância da própria diretora, além de refletir sobre a influência das mídias sociais na formação dos mais jovens. Se isso parece polêmico, lembrem-se das criancinhas que dançavam na boquinha da garrafa, imitando as tardes do “Domingo Legal”, de Gugu Liberato. Por curiosidade, o filme acabou sendo lançado no Brasil com o título original, “Mignonnes” em francês, após toda a confusão. Mas durante a divulgação inicial, ele ficou conhecido como “Lindinhas” no país. Mudar o título não muda o filme, só mostra que o marketing da Netflix não funciona mesmo como deveria. O outro destaque da semana também pode parecer polêmico para alguns. “Narciso em Férias” contesta negacionistas que dizem que no Brasil não houve ditadura e defendem a volta do AI-5 como panaceia para resolver todos os problemas do país. O AI-5 foi o instrumento de exceção utilizado pela ditadura para prender e esconder a prisão de Caetano Veloso e Gilberto Gil em 1968. O documentário, que teve première no Festival de Veneza, traz Caetano relembrando detalhes dos eventos traumáticos da época, quando os jornais foram proibidos de noticiar a sua detenção, motivada, como revela o filme, por fake news e pela violência arbitrária do regime. Confira abaixo mais detalhes destes e de outros lançamentos digitais, lembrando que a curadoria não inclui títulos clássicos (são muitos) e produções trash, que em outros tempos sairiam diretamente em DVD – como “Rogue”, pior filme da carreira de Megan Fox. Mignonnes | França | 2020 O filme é premiado, as críticas são positivas e até o governo da França incentiva as pessoas a vê-lo, mas quem não viu acredita que ele é horroroso, porque supostamente promove pedofilia. A obra acompanha o esforço de uma pré-adolescente para se integrar com a turma de garotas legais da sua escola. Tudo gira em torno da disputa de um concurso de dança. O problema é que a protagonista é uma menina negra muçulmana de 11 anos, criada numa família de imigrantes senegaleses no bairro mais pobre de Paris. O grupo de meninas a que ela se junta contrasta fortemente com os valores tradicionais de sua mãe e ela logo se influencia, agindo contra o que aprendeu. Ao retratar a dança das crianças, o filme também aborda a hiper sexualização das meninas nos dias de hoje. Infelizmente, o marketing da Netflix chutou o balde e enfatizou justamente o que a obra critica, sensualizando as protagonistas em seu cartaz. Isto disparou campanhas de ódio. Inspirado na infância da diretora Maïmouna Doucouré, o filme merece ser bastante comentado, mas é bom vê-lo também. Disponível na Netflix Narciso em Férias | Brasil | 2020 Dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil (“Uma Noite em 67”), o documentário traz Caetano Veloso compartilhando suas memórias do cárcere e as canções que marcaram o período, quando foi preso com seu amigo Gilberto Gil em 1968 e posteriormente exilado do Brasil. Caetano relembra o período de arbitrariedade, refletindo a descoberta recente de documentos que mostram que sua prisão foi motivada por fake news. Paralelamente, ele toca as músicas que criou e que o ajudaram a superar o trauma de se ver preso sem saber porquê e sem direitos. Disponível na Globoplay Alice Júnior | Brasil | 2019 Premiado nos festivais do Rio, Brasília, Mix Brasil e exibido em Berlim, o filme de Gil Baroni (“O Amor de Catarina”) acompanha uma adolescente transexual que se muda com a família de Recife para o interior do país. Na nova cidade, mais conservadora, ela sofre preconceito dos colegas de escola e tem dificuldades para expressar a própria identidade de maneira livre. Mas logo vai se soltando e conquistando seu espaço, ajudando também o filme a se assumir mais comédia teen que melodrama de novela. A produção adota uma estética atual, ao apresentar a protagonista como YouTuber, e utiliza linguagem dessa mídia para dar à trama o tom alegre de um fábula moderna. Revelação do longa, Anne Celestino levou o prêmio de Melhor Atriz em Brasília por sua Alice. Disponível na Google Play, iTunes, Looke, Now, Oi Play, Vivo Play e YouTube Filmes #Alive | Coreia do Sul | 2020 Depois do blockbuster “Invasão Zumbi” e da impressionante série “Kingdom”, “#Alive” (#Saraitda) voltou a demonstrar o apelo do tema dos zumbis na Coreia do Sul. Primeiro filme a atrair 1 milhão de espectadores em sua estreia durante a pandemia de coronavírus – ainda em junho! – , a produção contou a seu favor com dois jovens astros muito populares no país, Yoo Ah-In (o protagonista de “Em Chamas”) e Park Shin-Hye (da série “Memórias de Alhambra”). Eles vivem sobreviventes ilhados em seus apartamentos quando zumbis tomam conta das ruas da cidade. Na trama com ecos da pandemia real, até descobrir Park Shin-Hye num prédio vizinho, o personagem de Yoo Ah-In credita estar sozinho em meio à horda de mortos-vivos. A descoberta faz os dois abandonarem suas quarentenas para tentarem um encontro arriscado num mundo tomado pelo contágio zumbi. Disponível na Netflix A Babá: Rainha da Morte | EUA | 2020 A sequência de “A Babá” traz de volta o elenco do divertido terrir de 2017 para assombrar novamente Cole (Judah Lewis), o sobrevivente do massacre original. Ele é convencido a deixar o estresse para trás e aproveitar um fim de semana distante de tudo. Só que os serial killers mortos no primeiro filme têm outros planos e retornam do além para outra tentativa de assassinar o adolescente. Novamente dirigido por McG, a continuação também traz de volta Robbie Amell, Bella Thorne, Emily Alyn Lind, Andrew Bachelor, Ken Marino, Hana Mae Lee, Leslie Bibb, Carl McDowell, Chris Wylde e, claro, Samara Weaving, que virou estrela após interpretar a Babá original. Desde então, ela fez “Casamento Sangrento” (Ready or Not) e “Bill & Ted: Encare a Música”. Na verdade, ficou tão famosa que, agora, retorna só numa pequena participação especial. Disponível na Netflix Vem com o Papai | EUA | 2019 Elijah Wood (“O Senhor dos Anéis”) revolve atender ao pedido do pai que mal conhece para visitá-lo em sua cabana distante, apenas para perceber que se meteu numa roubada. A comédia de terror é o primeiro filme dirigido pelo roteirista Ant Timpson, criador da franquia de horror “ABC da Morte”, e explora o clima sinistro com bastante humor negro. 87% de aprovação no Rotten Tomatoes. Disponível em iTunes, Looke, Google Play e Vivo Play Alerta Lobo | França | 2019 Thriller de ação militar que caiu nas graças da crítica, com 92% de aprovação no Rotten Tomatoes, o primeiro filme dirigido pelo quadrinista Antonin Baudry (“O Palácio Francês”) se passa num submarino durante os momentos tensos que aproximam a França de uma guerra nuclear. Melhor Som no prêmio César (o Oscar francês), a produção tem um impacto sonoro impressionante. Não por acaso, a narrativa destaca um especialista em acústica, que precisa interpretar os sinais de radar que podem representar a diferença entre a vida e o apocalipse no fundo do mar. Disponível em iTunes e YouTube Filmes A Violinista | Finlândia | 2018 Um acidente interrompe a carreira de uma violinista virtuosa. Conformada em dar aulas para jovens, ela se encanta ao encontrar um aluno prodígio, até que a paixão compartilhada pela música transforma o relacionamento numa atração intensa. Primeiro longa dirigido pelo ator Paavo Westerberg (que nos anos 1980 foi o Príncipe de “A Rainha da Neve”), foi selecionado para festivais e agradou a crítica internacional. Disponível em iTunes, Looke e Now Um Bilhete Para Longe Daqui | Reino Unido | 2017 Dona de casa e mãe de família em depressão profunda se vê sufocada em meio às tarefas domésticas diante do marido alheio, até largar tudo num impulso e embarcar num trem para Paris. A performance superlativa de Gemma Arterton, indicada ao BIFA (premiação indie do cinema britânico), é o grande destaque desse drama triste e doloroso. Disponível em iTunes, Looke, Google Play e Vivo Play Sangue de Pelicano | Alemanha | 2019 A premiada atriz alemã Nina Hoss vive uma treinadora de cavalos policiais que decide adotar uma menina de 5 anos muito traumatizada. Quando a menina mostra seu comportamento violento e antissocial, ela fica determinada a ajudá-la. A direção é de Katrin Gebbe (“Nada de Mau Pode Acontecer”). Disponível em iTunes, Google Play, Now, Vivo Play e YouTube Filmes O Segredo: Ouse Sonhar | EUA | 2020 Baseado no best-seller de Rhonda Byrne, um dos maiores fenômenos editorais da auto-ajuda, o filme traz Katie Holmes (“Brahms: Boneco do Mal II”) e Josh Lucas (“Ford vs Ferrari”) como protagonistas, ilustrando como a lei da atração e a força dos pensamentos podem influenciar os rumos de uma vida. Na trama, Katie Holmes é uma mãe viúva que tem uma nova chance de recomeçar ao ser pedida em casamento pelo personagem de Jerry O’Connell (“Carter”), mas o destino coloca em seu caminho um homem misterioso (Lucas), que a ensina a desejar mais. O filme é dirigido por Andy Tennant (“Caçador de Recompensas”), que também ajudou a roteirizar a adaptação, transformando a lição quase religiosa (porque baseada em fé) de “O Segredo” em drama romântico. Ou, segundo a crítica, numa grande perda de tempo – só 28% de aprovação no Rotten Tomatoes. Disponível em iTunes, Google Play, Looke, Now, Oi Play, Sky Play, Vivo Play e YouTube Filmes O Dilema das Redes | EUA | 2020 O novo documentário premiado de Jeff Orlowski (“Em Busca dos Corais”) reúne especialistas em tecnologia e profissionais da área para fazer um alerta: as redes sociais estão tendo um impacto devastador sobre a democracia e a humanidade. O filme chama atenção para questões importante da atualidade, como controle de informações, disseminação de fake news e manipulação cibernética, que faz com que brigar por mentiras seja mais importante que prestar atenção em problemas reais, além de fomentar cisões e isolamento cada vez maior entre as pessoas. Disponível na Netflix











