Racionais MC’s vai ganhar documentário da Netflix
O grupo mais influente do rap nacional, Racionais MC’s, ganhará um documentário na Netflix em 2021. A informação foi revelada por Edi Rock durante entrevista ao site Tenho Mais Discos Que Amigos. Ao contar a novidade, ele disse que o projeto mostrará a origem e a ascensão do grupo, formado por ele, Mano Brown, Ice Blue e KL Jay, com depoimentos de todos os integrantes. “É uma bela história”, disse. “Vai contar como a cultura hip-hop entrou na minha vida, como eu conheci o KL e depois encontramos o Brown e o Blue, e como a gente se uniu na São Bento, no centro de São Paulo, porque inicialmente eram duas duplas em lados diferentes da cidade.” O rapper ainda afirma que o projeto deve ser lançado no começo de 2021. “Ainda não tem data de estreia, mas estamos em reta final de produção, colhendo imagens e entrevistas. No primeiro semestre pode esperar que vai estar estourando aí, igual a pandemia”, completou.
Último filme de Chadwick Boseman é principal estreia online da semana
O último filme estrelado por Chadwick Boseman, “A Voz Suprema do Blues” (Ma Rainey’s Black Bottom), é o grande destaque das estreias online da semana. Morto em agosto, o ator escondeu seu câncer de cólon para completar a produção, que atingiu 99% de aprovação no Rotten Tomatoes, e deve ganhar muitas indicações a prêmios póstumos pelo papel. Baseado na peça de 1982 do vencedor do Prêmio Pulitzer August Wilson (autor de “Fences”), o filme dirigido por George C. Wolf (“A Vida Imortal de Henrietta Lacks”) se passa em 1927, na cidade americana de Chicago, e aborda tensões raciais e a história do blues, ao reconstituir fatos reais da vida de Gertrude Malissa Nix Pridgett Rainey, a Ma Rainey, que também ficou conhecida como Mãe do Blues ao se tornar uma das primeiras cantoras a gravar as próprias composições nos Estados Unidos. O papel da cantora é desempenhado de forma impressionante por Viola Davis, já vencedora do Oscar por “Um Limite Entre Nós” (filme mais conhecido pelo título original, “Fences”), e o personagem de Boseman é Levee, um trompetista talentoso, mas problemático, que está de olho na namorada de Rainey e também determinado a marcar seu próprio nome na indústria musical. A boa lista de lançamentos da semana também destaca “Alguém Avisa?” (Happiest Season), comédia romântica LGBTQIA+ de Natal estrelada por Kristen Stewart (“As Panteras”) e Mackenzie Davis (“O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio”), que atingiu 83% no Rotten Tomatoes e está sendo considerado o melhor filme de temática natalina deste ano. Na trama, as duas vivem um casal lésbico que precisa fingir ser hetero durante as festas de fim de ano em família. Embora Abby (Stewart) tenha planejado propor casamento a Harper (Davis) durante as festividades de fim de ano, ela descobre na porta casa dos pais da namorada que ela ainda não contou para sua família que é homossexual. Confira abaixo os trailers destes e dos demais filmes que completam o Top 10 das estreias de streaming e clique nos títulos em vermelho para saber mais sobre cada uma delas. A Voz Suprema do Blues | EUA | 2020 (Netflix) Alguém Avisa? | EUA | 2020 (Apple TV, Google Play, Looke, YouTube Filmes) Expontâneo | EUA | 2020 (Apple TV) Boni Bonita | Brasil | 2020 (Apple TV, Google Play, Looke, NOW, Vivo Play, YouTube Filmes) Canário | África do Sul | 2018 (Apple TV, Google Play, Looke, NOW, Vivo Play, YouTube Filmes) Os Segredos do Castelo | Reino Unido | 2020 (Apple TV, NOW, Vivo Play, YouTube Filmes) Cudado com Quem Chama | Reino Unido | 2020 (Apple TV, Google Play, NOW, Vivo Play, YouTube Filmes) Cut Throat City | EUA | 2020 (Apple TV) Quarto 212 | França | 2019 (Apple TV, Google Play, NOW, Vivo Play, YouTube Filmes) Os Cleptocratas | EUA | 2020 (NOW, Vivo Play)
Filmes Online: Porta dos Fundos é destaque no Top 10 da semana
O novo especial de Natal do Porta do Fundos, “Teocracia em Vertigem”, é o grande destaque da programação digital do fim de semana. Lançado na quinta (10/12), já foi visto mais de 1 milhão de vezes – de graça! – no YouTube. Como tem sido desde 2013, o especial utiliza a figura de Jesus para fazer humor político. No passado recente, isto valeu a Fabio Porchat, Gregório Duvivier, Antonio Tabet e cia inúmeras críticas, ameaças, processos judiciais e até mesmo um atentado com bomba incendiária. O radicalismo se acirrou principalmente nos dois últimos anos, quando os programas foram disponibilizados pela Netflix. Foram tantos protestos que os Portas voltaram para o YouTube. Em “Teocracia em Vertigem”, o grupo optou por satirizar o cenário político brasileiro desde o impeachment de Dilma Rousseff, usando como metáfora o golpe que levou à crucificação de Cristo. Assim, várias referências políticas brasileiras aparecem na trama bíblica, como micheques (cheques misteriosos) de Fabrício Queiroz, que são usados para pagar Judas, e nas justificativas de votos em Barrabás, um personagem até então do baixo clero. Para estruturar o projeto, o grupo escolheu um formato de falso documentário com depoimentos individuais, que serviu de alternativa à impossibilidade de gravar normalmente, por causa da pandemia. O título, inclusive, presta homenagem a “Democracia em Vertigem”, documentário de Petra Costa sobre o mesmo tema – não o Natal, o impeachment – , que foi indicado ao Oscar. Mas o resultado também tornou este especial mais parecido com um programa de esquetes. Além dos humoristas conhecidos do grupo, a nova produção ainda conta com várias convidados, desde a citada Petra Costa à várias figuras da cultura pop nacional, como Emicida, Thati Lopes, Clarice Falcão, Daniel Furlan, Emicida, Gabriel Louchard, Hélio de la Peña, Marcos Palmeira, Raphael Logam, Renato Góes, Teresa Cristina, Yuri Marçal, Marco Gonçalves, entre outros nomes, além de Arnaldo Antunes, que contribui com uma música – a regravação da canção “Marcha do Demo”, dos Titãs. O Top 10 também inclui a nova versão de “O Poderoso Chefão 3”, reeditada pelo diretor Francis Ford Coppola, a adaptação do musical LGBTQIA+ da Broadway “Festa de Formatura”, com direção de Ryan Murphy (criador de “Pose”, “Glee” e “American Horror Story”), e várias opções menos óbvias que valem a pena serem descobertas. Confira os trailers e os locais onde os filmes podem ser vistos logo abaixo. Teocracia em Vertigem (Pluto TV, YouTube) O Poderoso Chefão – Desfecho: A Morte de Michael Corleone (Apple TV, Google Play, NOW) Festa de Formatura (Netflix) Sou Sua Mulher (Amazon Prime Video) A Incrível História da Ilha das Rosas (Netflix) Um Jogo Perverso (Apple TV, Google Play, NOW, Vivo Play, YouTube Filmes) Kakegurui (Apple TV, NOW, Vivo Play) Wolfwalkers (Apple TV+) Emicida – AmarElo: É Tudo Pra Ontem (Netflix) O Orfanato (Now, Vivo Play)
Estreias online: Mulan e Mank são opções de cinema em casa
Um dos filmes mais esperados de 2020 finalmente chega ao Brasil, direto em streaming. A versão live-action de “Mulan” é o grande destaque comercial da semana, com muita ação, cores vibrantes e lutas épicas na Disney+ (Disney Plus). Mesmo assim, os cinéfilos podem preferir um drama em preto e branco sobre os bastidores de um filme de 1941. Dirigido por David Fincher, “Mank” recria, sob aplausos da crítica, algumas lendas da produção do clássico “Cidadão Kane” e é aposta da Netflix para o Oscar 2021. Ambos os filmes foram precedidos de grande campanha publicitária, de modo que os espectadores já tem uma noção do que esperar. Por conta disso, vale a pena enfatizar que, na verdade, nenhum deles atingiu a mesma aprovação crítica que “Sound of Metal”. Se você não sabe do que se trata é porque o filme não recebeu muita divulgação da sua plataforma. De fato, a Amazon nem traduziu o título para o lançamento no Brasil. Mas a história do baterista de rock que perde a audição é, disparado, o filme mais elogiado pela crítica internacional do Top 10 desta semana, com 97% de aprovação no Rotten Tomatoes – 10% acima de “Mank”. Produção independente que marca a estreia na direção de Darius Marder, “Sound of Metal” venceu o Festival de Zurique, na Suiça, e está na disputa do Gotham Awards com Riz Ahmed (intérprete do baterista) como Melhor Ator do ano. Detalhes: o drama foi escrito pelo cineasta Derek Cianfrance (“O Lugar onde Tudo Termina”) e também registra uma performance intensa da jovem Olivia Cooke (“Bates Motel”) como cantora de rock. A lista tem ainda um ótimo terror sul-coreano, uma divertida comédia francesa, um drama sérvio, mais uma fantasia da Disney, o Natal de Leandro Hassum e dois documentários brasileiros importantes. Produção da Globo, “Cercados” registra a cobertura da pandemia de coronavírus em meio ao clima negacionista estimulado pelo governo Bolsonaro. E “Maria Luiza” conta a história da primeira militar transexual do Brasil. Veja abaixo os trailers das 10 melhores estreias para ver pela internet neste fim de semana. Mulan | EUA | 2020 Disponível na Disney+ (Disney Plus) Mank | EUA | 2020 Disponível na Netflix Sound of Metal | EUA | 2020 Disponível na Amazon Fada Madrinha | EUA | 2020 Disponível na Disney+ (Disney Plus) Tudo Bem no Natal que Vem | Brasil | 2020 Disponível na Netflix O Retorno do Herói | França | 2019 Disponível na Amazon, iTunes/Apple TV, Google Play e YouTube Films A Ligação | Coreia do Sul | 2020 Disponível na Netflix Cicatrizes | Sérvia | 2019 Disponível na iTunes/Apple TV, Google Play, Now e Vivo Play Cercados | Brasil | 2020 Disponível na Globoplay Maria Luiza | Brasil | 2020 Disponível na Globoplay
Cinemas exibem Trolls 2, Poderoso Chefão 3 e seis filmes brasileiros
O Brasil continua a receber nos cinemas os títulos que saíram em versão digital nos EUA. A novidade da programação desta semana é “Trolls 2”, animação musical em que os trolls dublados em inglês por Justin Timberlake e Anna Kendrick descobrem que há mais estilos de músicas no mundo que o pop comercial. A produção fez tanto sucesso em PVOD nos EUA, que a Universal se sentiu empoderada para pressionar as redes de cinema a diminuir a janela de exibição cinematográfica, algo que seria impensável antes do coronavírus e que agora é condição para o estúdio liberar seus filmes em tela grande. Os cinemas ainda exibem, por curto período, o relançamento de “O Poderoso Chefão 3”. Reeditada por Francis Ford Coppola, esta versão ganhou novo começo, fim diferente e mais ritmo, e o resultado encantou o elenco original, conforme entrevistas recentes atestam. Coppola ficou meio ano trabalhando na edição, entre 300 latas de negativos originais, e em vez de fazer o filme engordar com a inclusão de muitas cenas, o resultado entra em cartaz como um filme mais magro (isto é, mais curto) e em melhor forma artística. Com um título diferente, “O Poderoso Chefão – Desfecho: A Morte de Michael Corleone”, também chegará em PVOD para locação digital daqui a cinco dias. Entre as demais estreias, vale conferir “Belle Époque”, romance premiado no César (o Oscar francês), e dois destaques nacionais (entre meia dúzia de lançamentos brasileiros): “M8 – Quando a Morte Socorre a Vida”, drama de Jeferson Dê (“Bróder”) sobre racismo, tema infelizmente muito relevante no país, e o western cangaceiro “Sertânia”, premiada no Festival Guarnicê, com bela fotografia em preto e branco e direção de Geraldo Sarno (“O Último Romance de Balzac”). Confira abaixo os trailers de todos os lançamentos de cinema desta quinta (3/12). Trolls 2 | EUA | 2020 O Poderoso Chefão – Desfecho: A Morte de Michael Corleone | EUA | 1990-2020 Belle Époque | França | 2019 M8 – Quando a Morte Socorre a Vida | Brasil | 2019 Sertânia | Brasil | 2018 Guerra de Algodão | Brasil | 2018 New Life S.A. | Brasil | 2018 Soldado Estrangeiro | Brasil | 2019 Niède | Brasil | 2019 Amizade Maldita | Canadá | 2019
Documentário conta história da primeira transexual das Forças Armadas brasileiras
Os cinemas de São Paulo recebem nesta quinta (19/11) o documentário “Maria Luiza”, antes de ser exibido no resto do país. O filme do diretor Marcelo Díaz conta a história primeira militar reconhecida como transexual pelas Forças Armadas brasileiras. Nascida em Ceres, Goiás, como José Carlos, ela prestou o serviço militar, entrou para Força Aérea Brasileira e lá permaneceu por 22 anos. Também casou-se e teve uma filha. Até revelar seu desejo pela mudança de gênero, quando passou por psicólogos, médicos e, dois anos depois, em 2000, viu-se obrigada a se aposentar por invalidez. Só que Maria Luiza não aceitou. Militar boa de briga, acionou o Ministério Público em busca de seus diretos. Levou sete anos, mas ela conseguiu o que até então era inédito no país: uma nova identidade militar como Cabo Maria Luiza. Hoje com 59 anos, ela só não conseguiu realizar um desejo: vestir a farda feminina. O filme investiga as motivações para impedi-la de vestir o sonhado uniforme e a sua trajetória de afirmação como mulher trans, militar e católica. Veja o trailer e o pôster do documentário abaixo (e saiba mais sobre as estreias da semana aqui).
Filmes de streaming são os principais lançamentos de cinema no Brasil
As principais estreias de cinema desta quinta (19/11) no Brasil são filmes que tiveram apenas lançamentos digitais nos EUA. Já é o segundo fim de semana que o circuito apela para produções que o mercado americano reservou para o streaming. Isto ocorre porque, à exceção dos títulos da Universal (peculiaridade de um acordo com as redes exibidoras americanas), os grandes estúdios tiraram todos os seus filmes do calendário ou forçaram lançamentos simultâneos com plataformas online nos EUA, como reação à pandemia de covid-19. Vislumbrando o momento frágil do parque exibidor, os títulos mais atraentes foram para a internet. Mas como muitas das plataformas americanas ainda não foram inauguradas no Brasil, estes lançamentos ainda encontram espaço nas telas grandes daqui. Lançado na plataforma HBO Max, por enquanto inoperante no país, “A Convenção das Bruxas” é uma adaptação do clássico infantil “As Bruxas”, de Roald Dahl (autor de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”), sobre um garoto que descobre que bruxas são reais e planejam transformar as crianças em ratos, começando por ele próprio. Esta história já rendeu um filme bem-sucedido, dirigido por Nicolas Roeg e protagonizado por Anjelica Houston em 1990. A nova versão tem direção de Robert Zemeckis (“De Volta ao Futuro”) e traz Anne Hathaway (“Interestelar”) no papel de bruxa principal – que ao ser retratada como deficiente acabou rendendo polêmica paraolímpica. Por sua vez, “Destruição Final – O Último Refúgio” entra em cartaz um mês antes de sua estreia para locação digital nos EUA. O filme de catástrofe apocalíptica estrelado por Gerard Butler (“Invasão a Casa Branca”) e Morena Baccarin (“Deadpool”) acompanha a correria de uma família para chegar a um abrigo militar supostamente seguro quando um cometa adentra a atmosfera, ameaçando extinguir toda a vida no planeta. Escrito por Chris Sparling, especialista em terrores baratos (“Enterrado Vivo”, “Armadilha”, “Por um Corredor Escuro”), o filme marca um reencontro de Butler com o ex-dublê Ric Roman Waugh, que recentemente o dirigiu em “Invasão ao Serviço Secreto”. O terceiro título de streaming dos cinemas é uma produção brasileira, “Cidade Pássaro”, de Matias Mariani, que ganhou lançamento internacional na Netflix em julho passado. Exibido na mostra Panorama do Festival de Berlim deste ano, trata-se de uma das produções nacionais mais elogiadas de 2020, que desembarca nas telas brasileiras após atingir 100% de aprovação no Rotten Tomatoes – embora com apenas 10 críticas somadas. O drama conta a história um imigrante nigeriano que viaja à São Paulo em busca de seu irmão, o primogênito de uma família da etnia Igbo, e descobre que ele mentiu sobre sua vida no Brasil. O protagonista OC Ukeje é um ator de destaque em Nollywood, a indústria cinematográfica da Nigéria, com papéis em mais de 30 filmes, enquanto Chukwudi Iwuji já se projetou em produções americanas, aparecendo em “Designated Survivor” e na premiada minissérie “Olhos que Condenam” (When They See Us). De última hora, a Netflix ainda anunciou “Mank” como um dos lançamentos da semana, em circuito limitado. Dirigido por David Fincher (“Garota Exemplar”) e estrelado por Gary Oldman (vencedor do Oscar por “O Destino de uma Nação”), o filme conta a história de Herman J. Mankiewicz, roteirista do clássico “Cidadão Kane”, com várias histórias dos bastidores lendários da produção do longa de Orson Welles. Cotado para o Oscar, o filme chega à Netflix em 4 de dezembro. A programação também destaca um filme que, parece mentira, sempre foi pensado para o cinema, “O Caso Collini”, drama jurídico alemão que acompanha o primeiro caso de um advogado iniciante, que, ao defender um acusado de homicídio, acaba desvendando um dos maiores escândalos judiciais do país. Prato cheio para quem gosta de dramas de tribunais, o filme tem 83% de aprovação no Rotten Tomatoes. A lista tem ainda um filme gospel com o astro de “Riverdale” KJ Apa e um documentário sobre a primeira militar transexual brasileira. Além disso, o drama brasileiro “Casa de Antiguidades”, exibido no Festival de Cannes, terá uma sessão especial exclusiva de uma semana no Petra Belas Artes, em São Paulo. A estreia comercial do longa só vai acontecer em 2022. E o Festival Varilux de Cinema Francês retorna com sessões presenciais. Confira abaixo os trailers das estreias deste fim de semana. Convenção das Bruxas | EUA | 2020 Destruição Final – O Último Refúgio | EUA | 2020 Cidade Pássaro | Brasil | 2019 Mank | EUA | 2020 O Caso Collini | Alemanha | 2019 Enquanto Estivermos Juntos | EUA | 2020 Maria Luiza | Brasil | 2019 Casa de Antiguidades | Brasil | 2020 Festival Varilux | França | 2020
Documentário do show de Emicida no Theatro Municipal ganha trailer
A Netflix divulgou o trailer do documentário “AmarElo – É Tudo Pra Ontem”, dedicado ao show do rapper Emicida no Theatro Municipal, de São Paulo, no ano passado. Além das cenas das gravações do espetáculo, que destacam a participação de Pabblo Bittar e Majur na apresentação ao vivo de “AmarElo”, a prévia também destaca os bastidores da produção e conta com cenas narradas por Emicida sobre o movimento negro e a importância de fazer o show num palco que é marco da cultura brasileira. O filme tem direção de Fred Ouro Preto (sobrinho de Dinho, do Capital Inicial), que assinou vários clipes de Emicida, e sua proposta pretende estabelecer um elo entre o show e dois momentos importantes da história e da cultura passados dentro e fora do Municipal: a Semana de Arte Moderna de 1922 e a fundação do Movimento Negro Unificado (MNU) em 1978. “São quatro décadas que separam a nossa ascensão ao palco do Theatro Municipal do encontro das pessoas do MNU naquelas escadarias. Então, subir ali e gritar ‘obrigado, MNU’ pro mundo é para que eles saibam que é da luta deles que nasce um sonhador como o Emicida”, diz o rapper, no comunicado do projeto. Com 90 minutos, o documentário tem lançamento marcado para o dia 8 de dezembro. Além disso, a Netflix e a produtora Laboratório Fantasma (criada por Emicida e seu irmão Fióti), tem um segundo projeto em desenvolvimento, que será lançado em 2021.
Filmes brasileiros são destaques da semana nos cinemas
Os cinemas já reabriram no Brasil, mas o entusiasmo causado por “Tenet” já começa a dar lugar à nova realidade de lançamentos, que transforma títulos de circuito limitado nas únicas alternativas de projeção. Como os estúdios de Hollywood desistiram de lançar blockbusters durante a pandemia, a programação desta quinta (12/11) tem predomínio de filmes brasileiros, terrores fracos e títulos de festivais europeus. Veja abaixo como é o “novo normal” das estreias cinematográficas no país. A Febre | Brasil | 2019 Exibido pela primeira vez há 15 meses, no Festival Internacional de Locarno, na Suíça, quando Regis Myrupu conquistou o prêmio de Melhor Ator, “A Febre” é o longa de estreia da jovem cineasta Maya Da-Rin e também foi premiado nos festivais de Biarritz (França), IndieLisboa (Portugal), Lima (Peru), Chicago (EUA), Punta del Este (Uruguai), Pingyao (China), Rio e Brasília. Alinhado à tendência do realismo mágico sul-americano, o filme acompanha Justino (Myrupu), um indígena do povo Desana que trabalha como vigia em um porto de cargas e vive na periferia de Manaus. Muito branco para sua tribo, muito índio para os brancos, desde a morte da sua esposa, Justino só tem a companhia da filha Vanessa, que está de partida para estudar Medicina em Brasília. Mas com a expectativa de ficar sozinho, ele é tomado por uma febre forte e passa a acreditar que uma criatura misteriosa segue seus passos. Durante o dia, ele luta para se manter acordado no trabalho. O drama acerca das pressões da vida urbana transforma-se no mínimo num filme incomum. Boca de Ouro | Brasil | 2019 A nova adaptação da peça de Nelson Rodrigues, originalmente filmada em 1963 por Nelson Pereira dos Santos, tem direção de Daniel Filho, que curiosamente participou do filme original como ator. Ex-diretor mais requisitado das novelas da Globo, Daniel Filho também assinou alguns dos filmes mais bem-sucedidos dos últimos tempos, como “Se Eu Fosse Você” (2006) e “Chico Xavier” (2010), que lançaram tendências – besteirol Sessão da Tarde e cinema espírita, respectivamente. Mas aqui opta por uma abordagem mais violenta e perturbadora que o habitual, fazendo justiça à obra original. A trama gira em torno do bicheiro Boca de Ouro, nascido em uma gafieira e abandonado pela mãe numa pia de banheiro. Sua história da vida chama atenção do repórter Caveirinha, que decide entrevistar a ex-amante do bicheiro, que lhe conta três versões diferentes da vida do marginal. Os personagens principais são vividos por Marcos Palmeira (“A Divisão”), Silvio Guindane (“Bom Dia, Verônica”) e Malu Mader (“Haja Coração”). Alice & Só | Brasil | 2019 O primeiro filme do diretor Daniel Lieff (da série “1 Contra Todos”) destaca o contraste entre músicos de gerações distintas. Bruna Linzmeyer (“O Filme da Minha Vida”) vive a Alice do título, uma jovem apaixonada por música, que forma uma banda com seu melhor amigo(Johnny Massaro) e parte em busca do sucesso em uma viagem de carro para tocar no maior festival de covers do mundo. Ao longo da viagem, os dois jovens, acompanhados por um roqueiro veterano (Felipe Camargo), vivem aventuras, descobertas e uma típica Sessão da Tarde. Monos – Entre o Céu e o Inferno | Colômbia | 2019 Vencedor do Festival de Londres, o filme do colombiano Alejandro Landes acompanha oito “soldados” adolescentes numa selva, que têm a missão de cuidar de uma refém norte-americana (Julianne Nicholson, de “Aliança do Crime”), sequestrada por sua organização terrorista. Na sua rotina, os jovens guerrilheiros passam por treinos rigorosos, mas também se divertem e vivem descobertas sexuais. Após uma noite de farra acabar em tragédia, eles sofrem uma emboscada e a refém acredita que esta é a sua grande chance de fugir. A trama evoca a mesma visão pessimista da juventude vislumbrada no clássico “O Senhor das Moscas”. Quarto 212 | França | 2019 O novo filme de Christophe Honoré rendeu o prêmio de Melhor Atriz à Chiara Mastroianni (a filha dos lendários Catherine Deneuve e Marcello Mastroianni) na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes. A parceria entre os dois vem desde “Canções de Amor” (2007) e desta vez inclui o marido da estrela, Benjamin Biolay – e ainda lembra um clássico do Mastroianni pai, “Esposamante” (1977). Na trama, marido e mulher da vida real interpretam um casal que se separa após 20 anos. A mulher, que sempre foi infiel, resolve se mudar para um hotel do outro lado da rua, mas ao observar seu apartamento e seu marido, fica sem saber se tomou a decisão certa. O 3º Andar – Terror na Rua Malasana | Espanha | 2020 A produção espanhola traça paralelos entre o terror sobrenatural e a turbulência da ditadura do general Franco e seus dogmas conservadores, seguindo tendência aberta por “O Labirinto do Fauno” (2006) e “Verônica: Jogo Sobrenatural” (2017). A história apresenta uma família humilde que sai de seu vilarejo para morar num apartamento espaçoso no centro de Madri, sem saber que o local foi palco de assassinatos. Mas se o tema de fundo é um pouco mais desenvolvido que o habitual, os sustos não vão além dos estereótipos das casas mal-assombradas. Possessão: O Último Estágio | Israel, EUA | 2020 Terror convencional de exorcismo feito com baixo orçamento para o mercado de DVD por um diretor que nunca fez um filme capaz de ser considerado minimamente medíocre. A novidade desta oitava tentativa é que Pearry Reginald Teo finalmente conseguiu chegar aos cinemas brasileiros. Mais impressionante ainda: com direito a “pré-estreia”, em sessões pagas convencionais, que começaram uma semana antes da data oficial da “estreia”. Casa | Brasil | 2020 Documentário da diretora Letícia Simões, que mostra situações corriqueiras para refletir a culpa pelo distanciamento de dez anos longe de sua mãe, que, por sua vez, encara sua própria culpa pela decisão de colocar a mãe dela num asilo de idosos.
Cadu Barcellos (1986 – 2020)
Morto a facadas durante um assalto, na madrugada desta quarta-feira (11/11), o diretor Cadu Barcellos, de 34 anos, era um exemplo de superação para a juventude das comunidades pobres do Rio Aos 23, ele foi um dos cinco jovens cineastas aspirantes selecionados para dirigir episódios da antologia “5x Favela, Agora por Nós Mesmos” em 2009. O filme era uma atualização da antologia clássica do Cinema Novo “Cinco Vezes Favela”, originalmente dirigida por diretores iniciantes que se transformaram em grandes cineastas brasileiros. Cacá Diegues, que estreou em longa no filme de 1962, foi o produtor do projeto, que inclui apenas equipes de comunidades pobres, registrando seus cotidianos. Ele já trabalhava no setor audiovisual antes de ser “descoberto”, produzindo vídeos independentes desde a adolescência. Com 17 anos, já participava de cursos de internet e audiovisual em ONGs do Rio. Formado pela Escola Popular de Comunicação Critica (ESPOCC), projeto do Observatório de Favelas, virou oficialmente diretor aos 20 com o curta-metragem “Feira da Teixeira” (2006). No ano seguinte, assinou o programa “Crônicas da Cidade”, do Canal Futura. Barcellos foi selecionado por Diegues pela experiência precoce e por se destacar em oficinas dedicadas ao cinema nas comunidades do Rio de Janeiro. O diretor afirmou ao jornal O Globo que Cadu foi um de seus melhores alunos. “Quando nós resolvemos produzir ‘5x Favela, Agora por Nós Mesmos’ apenas com moradores de favela, um dos destaques que nós tivemos logo foi o Cadu Barcellos. Ele era tão inteligente, tão bem-humorado, tão talentoso, que nós demos a ele um dos episódios”, disse Diegues ao Globo. “Isso me deixa muito mal por ele, que foi uma pessoa que conheci muito, que foi muito meu amigo, como também pelo Rio de Janeiro que tá uma cidade impossível de se viver”, afirmou. Após “5x Favela” ser exibido no Festival de Cannes e ganhar o prêmio do público no Festival de Paulínia, o jovem deu sequência à carreira de diretor e roteirista com a série “Mais X Favela”. Ele escreveu 13 episódios e dirigiu três capítulos das duas temporadas da atração, exibida entre 2011 e 2014 no Multishow. Também escreveu e dirigiu o documentário “5x Pacificação” (2012) sobre a implementação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) nos morros do Rio, participou do roteiro de “Favela Gay” (2014) e foi diretor assistente de “Rio de Fé” (2013), documentário assinado por Cacá Diegues. Paralelamente, ajudou a lançar o Maré Vive, um canal de mídia comunitária feito de forma colaborativa por moradores do Complexo da Maré, e coordenou o projeto Jpeg, na ONG Promundo, em que liderava um grupo de jovens que promovia ações ligadas à saúde e à igualdade de gênero. Também foi dançarino e participou do Corpo de Dança da Maré, dirigido pelo coreógrafo Ivaldo Bertazzo, com espetáculos que rodaram o país, nos quais dançou por três anos. Em 2020, o profissional multitalentoso entrou para a equipe do Porta dos Fundos. Ele foi contratado como assistente de direção do programa “Greg News”, apresentado por Gregorio Duvivier e exibido pela HBO. Em seu perfil no Twitter, Duvivier afirmou que Barcellos era uma das melhores pessoas que já conheceu. “Um ser humano bom. Brilhante. Família. A morte do Cadu Barcellos deixa um buraco do tamanho do mundo.” Em nota, a equipe do Porta dos Fundos também ressaltou o talento do cineasta e disse que espera por justiça. “Hoje, nós do Porta dos Fundos acordamos profundamente tristes com a notícia do falecimento de Cadu Barcellos, um profissional amável, gentil, talentoso e dedicado, que trabalhou com a gente como assistente de direção na temporada de 2020 do programa “Greg News” (HBO). Aguardamos a apuração dessa tragédia e esperamos pela justiça, cientes de que nada pode reparar a perda da vida de uma pessoa tão jovem e querida.” O cineasta deixa a esposa e um filho de dois anos.
Continuações de Bill & Ted e Jovens Bruxas estreiam nos cinemas brasileiros
Enquanto os cinemas voltam a fechar na Europa, o volume de estreias começa a aumentar no Brasil. Oito filmes chegam ao circuito nacional nesta quinta (5/11), com destaque para dois títulos que foram disponibilizados diretamente em locação digital nos EUA. Por coincidência, ambos são continuações de produções lançadas há três décadas. Além da programação mais comercial, o circuito de arte também destaca um lançamento importante e premiado. O resto da programação se completa com produções brasileiras e a “pré-estreia” (na verdade, antecipação da estreia ) de um lixão. Bill & Ted: Encare a Música | EUA | 2020 Continuação tardia e “totalmente excelente” da franquia dos anos 1980 estrelada por Keanu Reeves e Alex Winter, a conclusão da história de “Bill & Ted: Uma Aventura Fantástica” (1989) e “Bill & Ted: Dois Loucos no Tempo” (1991), conquistou público e crítica nos EUA por sua capacidade de equilibrar nostalgia com renovação. Para quem não lembra do longa original, Bill e Ted eram dois estudantes extremamente estúpidos que repetiriam de ano se não fizessem um bom trabalho de História. Sua sorte muda quando um homem de futuro resolve ajudá-los, convidando-os para uma viagem no tempo, pois, por mais incrível que pudesse parecer, o destino da humanidade um dia dependeria da inteligência dos dois retardados, que criariam uma música capaz de inspirar uma utopia perfeita. A comédia virou cult, ganhou sequência, série animada, videogame e até revista em quadrinhos, mas finalmente chegou a hora da aventura final, em que a dupla precisará cumprir a profecia e criar a música perfeita – desta vez, com ajuda de suas filhas, Billie e Thea, vividas por Brigette Lundy-Paine (“O Escândalo”) e Samara Weaving (“Casamento Sangrento”). Escrito pelos criadores dos personagens, Chris Matheson (“Pateta: O Filme”) e Ed Solomon (“Homens de Preto”), o filme tem direção de Dean Parisot (“Heróis Fora de Órbita”) e 82% de aprovação no Rotten Tomatoes. Jovens Bruxas – Nova Irmandade | EUA | 2020 O reboot/continuação do terror cult de 1996 é estrelado por Cailee Spaeny (de “Circulo de Fogo: A Revolta”) e tem ligação direta com o filme encabeçado por Robin Tunney (a Teresa Lisbon de “The Mentalist”) há 24 anos, com direito, inclusive, à aparição de uma das jovens bruxas originais. Apesar disso, a abordagem é híbrida. Conta uma variação da mesma história, em que uma adolescente recém-chegada numa nova escola faz amizade com três garotas malvadas, excluídas e envolvidas em bruxaria. Há até frases iguais. Mas, de forma diferente, o novo filme não coloca uma contra outra, preferindo dar maior ênfase a um personagem adulto, o padrasto da protagonista, vivido por David Duchovny (o agente Mulder de “Arquivo X”). A crítica americana nunca foi fã do original, que ganhou sua fama graças ao mercado de vídeo e fãs entusiasmados, mas considerou a sequência dirigida por Zoe Lister-Jones (“Band Aid”) bem pior – 48% no Rotten Tomatoes. Transtorno Explosivo | Alemanha | 2019 Consagrado no Festival de Berlim, na Mostra de São Paulo e pela Academia Alemã de Cinema (com nove troféus), o drama premiado e com 94% no Rotten Tomatoes acompanha uma menina de 9 anos com quem ninguém consegue conviver por causa de seu temperamento explosivo. Quando professores, assistentes sociais, médicos e até a mãe da menina demonstram incapacidade de lidar com seus acessos de fúria, seu acompanhante escolar (Albrecht Schuch) sugere um tratamento intensivo, levando-a para um chalé rústico na mata para isolá-la do mundo e demonstrar-lhe a necessidade de controle. A pequena Gabriela Maria Schmeide é tão impressionante no papel que recebeu o equivalente ao “Oscar alemão” de Melhor Atriz por seu desempenho. Verlust | Brasil | 2020 De volta aos cinemas após fazer a série “Boca a Boca”, na Netflix, o diretor Esmir Filho promove a estreia da cantora Marina Lima como atriz dramática – 33 anos após sua até então única aparição em tela grande, em “Rádio Pirata” (1987). O novo filme gira em torno de uma empresária musical (Andrea Beltrão) que administra a carreira de uma pop star (a cantora Marina Lima) com quem teve um relacionamento no passado. A história se materializa por meio de entrevistas para um livro sobre a artista, conduzido por Ismael Caneppele, que também assina o roteiro repleto de diálogos “poéticos” (isto é, pouco naturais). O diretor e o ator-roteirista estrearam juntos em longa-metragem no premiado “Os Famosos e os Duendes da Morte”, em 2009. O Barco | Brasil | 2018 O longa de Petrus Cariry (“Mãe e Filha”) foi exibido pela primeira vez na abertura do Festival Cine Ceará 2018 e entra em cartaz com o currículo cheio de prêmios e passagem por diversas mostras e festivais internacionais de cinema. Inspirado no conto homônimo do escritor cearense Carlos Emílio Corrêa Lima, gira em torno de Esmerina (Verônica Cavalcanti), que é mãe de 26 filhos, cada um chamado por uma letra do alfabeto. A família leva uma vida pacata em uma vila de pescadores até que um barco naufraga trazendo Ana (Samya de Lavor), uma misteriosa mulher que muda a rotina da família. A partir do acontecimento, o filho mais velho, A (Rômulo Braga), desperta para a vontade de conhecer o mundo além-mar. No elenco estão ainda os atores paraibanos Everaldo Pontes, que interpreta um velho sábio da vila, e Nanego Lira, como o patriarca da família. Sem Descanso | Brasil | 2020 Documentário sobre a batalha de um pai para encontrar respostas para o desaparecimento do filho, levado por uma viatura da Polícia Militar em Salvador em 2014 e nunca mais visto. Além do drama familiar, reconstruído por meio de entrevistas, a obra do diretor Bernard Attal (“A Coleção Invisível”) critica a fragilidade do sistema judiciário brasileiro e a corriqueira violência policial na abordagem de jovens negros no Brasil. Fico te Devendo uma Carta sobre o Brasil | Brasil | 2020 Premiado no Festival Internacional de Documentários de Amsterdam e no É Tudo Verdade, entre outros, o longa é uma investigação pessoal da diretora Carol Benjamin (“As Mil Mulheres”) sobre a história de sua família, que sofreu o impacto da ditadura militar brasileira. Possessão: O Último Estágio | Israel, EUA | 2020 Terror convencional de exorcismo feito com baixo orçamento para o mercado de DVD por um diretor que nunca fez um filme capaz de ser considerado minimamente medíocre. A novidade desta oitava tentativa é que Pearry Reginald Teo finalmente conseguiu chegar aos cinemas brasileiros. Mais impressionante ainda: com direito a “pré-estreia”, em sessões pagas convencionais uma semana antes da data oficial da “estreia”.
Tenet chega aos cinemas brasileiros
Adiado várias vezes por causa da pandemia de coronavírus, “Tenet” finalmente estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta (29/10), mas sem causar o furor imaginado pela Warner, quando o estúdio resolveu apostar que seu lançamento faria o público perder o medo da covid-19 para lotar novamente as salas de exibição. Como o Brasil é o penúltimo país do mundo a recebê-lo – antes apenas da Argentina – , o desencanto com seu desempenho já se tornou constatação. Em números frios, “Tenet” acabou faturando US$ 341 milhões em todo o mundo, após mais de dois meses de exibição, mas não empolgou o público na América do Norte, onde sua bilheteria estacionou em US$ 52,5 milhões. Orçado em cerca de US$ 200 milhões, ele deveria fazer três vezes esse valor na bilheteria – uma regrinha tosca para chegar no break even, o ponto de equilíbrio em que o prejuízo acaba. Ficou longe de conseguir e essa dificuldade serviu de alerta para os estúdios rivais, que decidiram adiar todos seus grandes lançamentos para 2021 – ou, no caso da Disney, disponibilizá-los diretamente em streaming. Há quem argumente que “Tenet” foi a aposta errada para ser o grande chamariz do público e ressuscitar o parque exibidor. Não é nenhuma franquia e ainda quis ser “difícil” em toda sua campanha publicitária. Pior, sua suposta ousadia nem sequer encantou a crítica, tradicionalmente seduzida pelas obras do diretor Christopher Nolan. Ficou com 71% de aprovação no site Rotten Tomatoes, o que significa que é bom, mas não é imperdível. O filme tem sequências fantásticas, como uma perseguição de carros em marcha a ré, mas sua história de espionagem é bastante simplória – impedir um vilão de destruir o mundo – , embora Nolan tente complicá-la por meio de uma artifício de estilo, ao brincar com a linearidade do tempo. Nolan iniciou sua carreira contando um filme de trás para frente – “Amnésia”, em 2000. Desta vez, faz o tempo avançar e recuar em situações-chaves, utilizando como desculpa para essa opção narrativa uma invenção cartunesca de vilão típico dos thrillers de James Bond. Rodado em sete países com câmeras IMAX e filme analógico de 70mm, “Tenet” tem um visual espetacular e um elenco impressionante, que inclui John David Washington (“Infiltrado na Klan”), Robert Pattinson (“Bom Comportamento”), Elizabeth Debicki (“As Viúvas”), Clémence Poésy (“The Tunnel”), Martin Donovan (“Big Little Lies”), Aaron Taylor-Johnson (“Vingadores: Era de Ultron”) e Dimple Kapadia (“Confinados”), atriz veterana de Bollywood em seu primeiro grande papel em Hollywood, sem esquecer de dois velhos conhecidos dos filmes de Nolan, Michael Caine (trilogia “Batman”) e Kenneth Branagh (“Dunkirk”). A outra “grande” estreia de cinema deste fim de semana é a comédia nacional “De Perto Ela Não É Normal”, mais um monólogo teatral transformado em filme, depois do sucesso de “Minha Mãe É uma Peça” e “Os Homens São de Marte… E é pra Lá que eu Vou”. Suzana Pires adapta e estrela a versão de cinema da peça que ela apresentou nos palcos em 2006. A protagonista é Suzy, uma mulher madura, casada com seu namoradinho de infância (Marcelo Serrado) e com duas filhas crescidas, que segue exatamente a vida tradicional prescrita por sua mãe. Mas quando as filhas saem de casa e ela reencontra sua Tia Suely, Suzie resolve dar uma guinada na vida e ir em busca de si mesma, evoluindo da condição de “mãe de família” para mulher empoderada e bem-sucedida. A direção é de Cininha de Paula (“Crô em Família” e “Duas de Mim”) e o elenco é cheio de celebridades televisivas, que ajudam a dar maior apelo popular a seu tipo de humor – cheio de piadas escatológicas. Entre os famosos do elenco estão as cantoras Ivete Sangalo e Gaby Amarantos, os apresentadores Angélica e Otaviano Costa, os comediantes Samantha Schmütz, Heloisa Perissé, Orlando Drummond e Cristina Pereira, o ex-“A Fazenda” Gominho, o veterano símbolo sexual Henri Castelli e a travesti Jane Di Castro, que faleceu na sexta passada (23/10). O filme foi seu último trabalho. Há mais uma ficção brasileira na lista: “Cabrito”, terror premiado no festival Fantaspoa. Primeiro longa escrito e dirigido por Luciano de Azevedo, o filme é uma ampliação do curto homônimo do cineasta, lançado em 2015, e sua coleção de bizarrices, contadas ao longo de três capítulos, é a única alternativa disponível para quem busca um programa cinematográfico de Halloween (31/10). O circuito de arte, por sua vez, destaca a comédia “Tel Aviv em Chamas”, que traz o conflito entre palestinos e israelenses para os bastidores de um programa de TV. O filme de Sameh Zoabi foi premiado no Festival de Veneza e pela Academia de Cinema de Israel. A programação se completa com dois documentários nacionais. Veja abaixo os trailers dos seis lançamentos desta quinta (29/10).










