Pedro Cardoso defende condenação de Leo Lins: “Stand-up virou ninho do fascismo”
Ator critica o stand-up no Brasil e diz que piadas de Leo Lins não são ficção, mas discurso de ódio
AGU alerta que mudanças na política da Meta não se adequam à legislação brasileira
Mudanças confirmadas pela empresa preocupam governo devido ao risco de violação de direitos fundamentais
Meta muda regras e permite discursos que associem orientação sexual a “doenças mentais”
Mudanças nas diretrizes de Facebook, Instagram e Threads geram alerta para aumento de discursos de ódio
Sikêra Jr. é condenado a dois anos de prisão por homofobia
Apresentador deve cumprir penas alternativas, incluindo serviços comunitários
Após fechar sede brasileira, X enfrenta problemas na Europa, Austrália e Canadá
Elon Musk defende censura do X na Índia e na Turquia, mas é contra qualquer controle em países de tradição democrata
Boxeadora acusada de ser homem vence medalha de ouro nas Olimpíadas
Argelina Imane Khelif supera polêmicas e discurso de ódio para triunfar na final da categoria até 66kg
Comentarista da Jovem Pan é multada pelo TSE por fake news contra Janja da Silva
Pietra Bertolazzi foi multada em R$ 30 mil por discurso de ódio e mentiras contra Janja durante o período eleitoral
Léo Lins ameaça quem o criticou por debochar de minorias: “Se eu for preso, você vai junto”
O humorista Léo Lins ameaçou quem o criticou após ter debochado de minorias e ter um vídeo de stand-up removido da internet por decisão judicial. Acusado de propagar discurso de ódio, o ex-contratado do SBT afirmou possuir um documento que expõe piadas preconceituosas feitas por essas pessoas e que pode fazê-los “ir para a cadeia”. Em suas redes sociais, Lins alega ter preparado o dossiê em sua defesa, para o caso de ser preso. O comediante disse ainda que reuniu principalmente piadas feitas por outros humoristas que, para ele, foram “a favor da censura”. No vídeo, ele se dirige aos seus críticos em tom ameaçador. “Pra essas pessoas que tão à favor da censura, principalmente humoristas e comediantes, eu sugiro torcer muito pra eu continuar solto”, começou Léo Lins na publicação. “Porque, na minha defesa, tem diversas piadas do pessoal à favor da censura, onde eu peguei a lista de temas que é proibido fazer piada [como minorias, orientação sexual, religião e raça], identifiquei diversas piadas com esses temas e transcrevi pra minha defesa”, ressaltou Léo Lins. Léo Lins afirma que esse não é seu desejo, mas que as informações podem fazer com que outros humoristas sejam presos também. “Eu não quero que ninguém vá preso. Mas veja bem: se esse critério vai ser usado pra me colocar na cadeia, serve para outras pessoas também”, argumenta. “Então, você que foi à favor da censura, torça pra eu continuar solto. Porque se eu for preso, você vai junto e pode acabar na cela comigo, e aí vai ter que ouvir as minhas piadas”, acrescentou. Entre as pessoas que falaram sobre o caso de Lins está o humorista Fábio Porchat, que voltou atrás após defendê-lo . “Eu escrevi dois tweets sobre um assunto super complexo. Eu falei de forma rasa, precipitada, confusa. Então eu errei. E é por isso que eu decidi, também, apagar os tweets”, explicou-se no sábado (27/5). “Eu queria deixar muito claro aqui que a minha posição nunca foi defender o humor racista. Eu sempre tentei promover o humor que não causasse dor, que não machucasse. Sempre disse, e eu continuo dizendo, que a comédia que agride, que humilha, que bate em grupos minorizados é péssima, é velha, é desnecessária. Ela atrasa o avanço social”, completou.
Fábio Porchat se retrata após defender Leo Lins: “Mexeu comigo”
Fábio Porchat voltou atrás em sua defesa do humorista Leo Lins, acusado de transformar preconceito em uma apresentação de comédia. Após usar o argumento da liberdade de expressão contra a censura de piadas racistas e homofóbicas, o apresentador de “Que História É Essa, Porchat?” apagou seus posts anteriores, massacrados na internet, e publicou um novo pronunciamento sobre o caso. “Eu sei que muita gente ficou ofendida, decepcionada, e com razão. Isso mexeu comigo”, afirmou. A defesa inicial de Porchat aconteceu após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinar que Leo Lins apagasse de seu canal do YouTube o vídeo de um de seus espetáculos, publicado em 2022. A juíza Gina Fonseca Correa entendeu que o comediante estaria “reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”. Em seu primeiro posicionamento, publicado no Twitter, Porchat afirmou não ver problemas nas piadas que ridicularizam minorias sociais. “Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo tudo tudo”, dizia um trecho do tuite original, em que Porchat chama a decisão da Justiça de “vergonha”. Entretanto, racismo e homofobia são crimes no Brasil. Após a repercussão negativa de seu posicionamento inicial, Porchat publicou novo vídeo no Instagram e admitiu ter cometido um erro. “Eu tenho pensado bastante nos últimos dias depois das minhas postagens no Twitter. Eu li muita coisa, recebi muitas mensagens, conversei com muita gente legal. E eu entendi totalmente as reações. Eu sei que muita gente ficou ofendida, decepcionada, e com razão. Isso mexeu comigo”, iniciou. “Eu queria deixar muito claro aqui que a minha posição nunca foi defender o humor racista. Eu sempre tentei promover o humor que não causasse dor, que não machucasse. Sempre disse, e eu continuo dizendo, que a comédia que agride, que humilha, que bate em grupos minorizados é péssima, é velha, é desnecessária. Ela atrasa o avanço social”, continuou. Porchat apontou que deveria ter pensado com mais cuidado no tema antes de dar sua opinião. “Achei importante agora deixar claro o que eu penso, porque eu não deixei antes. Eu escrevi dois tuítes sobre um assunto complexo, eu falei de forma rasa, precipitada, confusa”, declarou. “O que eu queria era falar de liberdade de expressão”, explicou. “A liberdade de expressão é a gente poder se expressar sem medo, sem censura, mas sempre dentro dos limites da lei. A liberdade de expressão não tira de você a responsabilidade do que você diz”, acrescentou. No fim do vídeo, o comediante reforçou que está ao lado das minorias. “A gente sabe que a lei sozinha não muda cultura, não muda cenário. A mudança de verdade vem dos movimentos sociais, que precisam ser apoiados. Eu valorizo a opinião de cada um de vocês e podem contar comigo sempre. Vamos em frente”, concluiu. Os comentários dos seguidores não aliviaram para o humorista. “Continua cancelado”, disse um. “Ué, se perdeu no personagem?”, ironizou outro. “Precisou de tanto tempo assim para ver que tinha vacilado?”, retrucou um terceiro. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Fabio Porchat (@fabioporchat)
Fábio Porchat defende Leo Lins, é criticado e se justifica
Fábio Porchat reclamou da decisão de Justiça de São Paulo, que derrubou um vídeo de stand-up de Léo Lins e o proibiu de debochar de minorias. Após ser massacrado por internautas, Porchat voltou a se manifestar contra a censura e afirmou que “nada disso é crime”. “Não gosta de uma piada? Não consuma essa piada. Se a piada não incitou o ódio e a violência, ela é só uma piada. Tem piada de todos os tipos, de pum e de trocadilho, ácida e bobinha. Tem piada de mau gosto? Tem também. Tem piada agressiva? Opa. Mas aí é só não assistir. Quem foi lá assistir ao Leo Lins adorou. Riram muito. Quem não gostou das piadas são os que não foram. Pronto, assim que tem que ser”, argumentou. Em outra parte do tuíte, o ator insistiu que a lei permite fazer piada com tudo. “Não gostar de uma piada não te dá o direito de impedir ela de existir. Ainda mais previamente. Impedir o comediante de pensar uma piada é loucura… Mesmo que você não goste desse comediante, mesmo que você despreze tudo o que ele diz, ele tem o direito de dizer. Ele tem o direito de ofender. Não existe censura do bem”, disse. Porém, os internautas continuaram do lado do Tribunal de Justiça de São Paulo. Os usuários reforçaram que a lei determina o que é discurso de ódio. Sem dar o braço a torcer, o famoso publicou um novo texto alegando ter “caído na armadilha” de expor sua opinião no microblog, que, segundo ele, quer “sangue, suor e lágrimas”. “É evidente que eu sou contra o racismo e inclusive sou muito aliado nessa luta faz tempo, eu já falei mil vezes em todas as entrevistas que eu dei que o tal do limite do humor é a Constituição. Se é crime não pode. Ponto. E lógico que quem se sentir ofendido pode e deve acionar a justiça. A minha questão aqui é com a censura prévia”, justificou-se. Para o ator, casos como o do Leo Lins afetam a sociedade em geral. “Eu sempre disse e continuo dizendo que acho ruim fazer um tipo de piada ofensiva, acho triste, acho velho, acho desagradável, mas nada disso é crime. Enquanto não for crime, pode. Eu não faço, mas tem gente que faz. E tem gente que ri”, pontuou. Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável! https://t.co/UORUkpro2b — Fabio Porchat (@FabioPorchat) May 16, 2023 “Dentro da lei”. Pronto, Porchat, tu chegou no ponto: tem lei. E tem lei que regula o que é discurso de ódio, machismo, racismo, misoginia, xenofobia, intolerância. Não tem lei pra censurar piada, poesia, livro, palestra, mas TUDO que se fala está sob o jugo da lei. TUDO. — William De Lucca (@delucca) May 17, 2023 O tweet trás comparações que são totalmente assimétricas. Você é um humorista e já deve ter visto esse rapaz sendo constantemente transfóbico. Não dá para projetar uma certa ingenuidade falando sobre leis, Fábio. Te indico ler sobre o Pacto Narcísico da Branquitude. Cida Bento. — Ana Flor 🧜🏽♀️ (@Tdetravesti) May 17, 2023 Está aqui um belo exemplo de como não gerenciar uma crise de imagem. Oportunidade de ficar calado ou simplesmente reconhecer o erro mas não, vem a justificativa. Troque seus assessores ou reveja atitudes. — Ariel Acosta (@aru_acosta) May 17, 2023 É evidente que eu sou contra o racismo e inclusive sou muito aliado nessa luta faz tempo, eu já falei mil vezes em todas as entrevistas que eu dei que o tal do limite do humor é a Constituição. Se é crime não pode. Ponto. E lógico que quem se sentir ofendido pode e deve acionar a… — Fabio Porchat (@FabioPorchat) May 17, 2023
Natalie Portman protesta contra ressurgimento do nazismo
A atriz Natalie Portman (“Thor: Amor e Trovão”) fez uma postagem no seu Instagram condenando o aumento dos discursos de ódio antissemita, que vem se refletindo em postagens de teor nazista nas redes sociais. Dizendo-se assustada, ela agradeceu a reação daqueles que se manifestam contra “todas as formas de racismo”. A manifestação aconteceu logo após Kanye West publicar uma suástica estilizada em seu perfil no Twitter e após Donald Trump se encontrar com um dos líderes do movimento de supremacia branca (neonazistas) dos EUA. “Ver o ressurgimento do antissemitismo faz meu coração cair”, Portman escreveu. “Esse ódio deve ser combatido com amor sem limites um pelo outro. Hoje, envio amor extra a todos os meus irmãos judeus. E envio amor a todos aqueles que estão conosco contra essas palavras e ações violentas”. Relatórios recentes apontam para um aumento de antissemitismo e outros discursos de ódio no Twitter – incluindo o antissemitismo assumido por Kanye West, mas também um inesperado neonazismo no Brasil, que culminou recentemente num ataque a escolas – desde que a plataforma foi adquirida por Elon Musk. Com a promessa liberal de ser um “absolutista” da liberdade de expressão, Musk estaria incentivado o crescimento descontrolado do ódio. A atriz disse ainda que “tem sido doloroso e assustador observar isso” e e que é “extremamente grata àqueles que continuam a se manifestar contra o antissemitismo conosco e contra todas as formas de racismo”. Natalie Portman não foi a única atriz a se manifestar. Na semana passada, Amy Schumer (“Sexy por Acidente”) também recorreu ao Instagram para falar sobre o ressurgimento do discurso nazista entre políticos. “Fui intimidada por ser judia na cidade em que cresci e me senti envergonhada por meu judaísmo”, escreveu Schumer, lembrando da juventude. “Agora tenho orgulho de ser descendente de sobreviventes de Auschwitz. Existem menos de 17 milhões de judeus em todo o mundo. Não recrutamos. Não tentamos mudar as leis para impor nossas crenças nos corpos de outras pessoas. Abrace um judeu hoje. O antissemitismo é prejudicial às pessoas negras. Vamos olhar para quem estamos empoderando.” Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Natalie Portman (@natalieportman) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por @amyschumer
Sikêra Jr. perdeu 24 anunciantes em uma semana
O programa “Alerta Nacional”, de Sikêra Jr., perdeu 24 anunciantes na TV e na internet em uma semana, período transcorrido desde o surto em que o apresentador chamou homossexuais de “raça maldita”. O ataque foi motivado por uma campanha inclusiva do Burger King, em que crianças revelavam ter pais gays. Desde o fim de semana, Sikêra virou alvo de uma campanha de desmonetização, encabeçada pelo movimento Sleeping Giants Brasil, que passou a confrontar anunciantes do apresentador com o conteúdo preconceituoso de seu programa. Perguntadas se apoiavam aquelas mensagens, a maioria das empresas se manifestou em defesa dos direitos LGBTQIAP+ e contra a homofobia. “Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento em que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento. Isso não é conversa para criança”, disse o apresentador, entre outras barbaridades, na sexta passada (25/6). Ao ver o estrago que causou contra si mesmo, ele chegou a pedir desculpas na terça-feira, mas sem demonstrar arrependimento. “Extrapolei como nunca, revoltado com o que vi naquele comercial, e continuo contra, minha opinião continua a mesma. Mas você que se sentiu ofendido, o que eu posso dizer é que me perdoe”, disse, para tentar reverter a sangria. Mas, em vez de convencer o mercado, o novo comentário teve efeito oposto, ao acelerar a saída de anunciantes de seu programa. Repaginada ao longo da semana, a iniciativa #DesmonetizaHomofobia levou ao cancelamento e/ou bloqueio de campanhas da TIM, Sorridents, Magazine Luiza, HapVida, Betsul, Seara, BMW, Faculdade Única, Burguer King, FlexFarma, Yamaha, Ford, Nivea, MRV, Kicaldo, Blindex, Novo Mundo, IPOK, Delinea Corpus, FLEXFARMA, Motorola, Samsung, Caixa Econômica Federal e Amazongás na TV e nos canais do programa de Sikêra na internet. Com isso, o intervalo comercial do “Alerta Nacional” foi reduzido em 57%, diminuição que reflete a falta de empresas interessadas em patrocinar o chamado telejornal. Por outro lado, a Ultrafarma manteve o patrocínio master do “Alerta Nacional” e tentou se justificar com uma nota citando isenção de responsabilidade. “Nós da Ultrafarma gostaríamos de esclarecer que o posicionamento dos apresentadores e/ou emissoras onde anunciamos nossos produtos não necessariamente representa a nossa posição corporativa”, publicou a empresa nas redes sociais. O post teve resultado oposto do esperado. Foram tantas reclamações que a empresa preferiu deletar seu perfil no Instagram. Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias, também desativou sua conta pessoal. Isto se chama responsabilidade social, expressão que os empresários brasileiros começam a perceber que não se resume a discurso, exige (responsabiliz)ação. 🚀A @MOROLABR É A 22ª EMPRESA QUE NÃO SÓ MUDOU AS CORES DA SUA LOGO COMO TAMBÉM RETIROU OS ANÚNCIOS DO PROGRAMA DO SIKÊRA. Agradecemos a todos os seguidores que conscientizaram a empresa e também parabenizamos a Moto pelo posicionamento!✊🏽🏳️🌈 #DesmonetizaHomofobia https://t.co/K61zDwjFEQ — Sleeping Giants Brasil (@slpng_giants_pt) July 2, 2021 🚀A @SAMSUNGBRASIL É A 23ª EMPRESA QUE SE POSICIONOU CONTRARIAMENTE AS FALAS DO SIKÊRA JR! Agradecemos a todos os seguidores que conscientizaram a empresa e também parabenizamos a Samsung pelo posicionamento!✊🏽🏳️🌈 #DesmonetizaHomofobia https://t.co/c6Szzvb2Fj — Sleeping Giants Brasil (@slpng_giants_pt) July 2, 2021 🚀A AMAZON GAS É A 24ª EMPRESA QUE RETIRA O SEU ANÚNCIO DO PROGRAMA DO SIKÊRA JR! Agradecemos a todos os seguidores que conscientizaram a empresa e também parabenizamos a Amazon Gas pelo posicionamento! ✊🏽🏳️🌈 #SikeiraHomofobico https://t.co/hkugwwcVr5 pic.twitter.com/OkqgL2WrwU — Sleeping Giants Brasil (@slpng_giants_pt) July 3, 2021











