PIPOCAMODERNA
Pipoca Moderna
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc

Nenhum widget encontrado na barra lateral Alt!

  • Filme

    Estreias: O Chamado 3 tem melhor distribuição que três indicados ao Oscar nesta semana

    2 de fevereiro de 2017 /

    Samara quer te pegar na tela de cinema. Mas quem for esperto o suficiente para usar o Google e ler as críticas negativas pode sobreviver. Maior lançamento da semana, “O Chamado 3” chega 12 anos após o último filme da franquia. E passagem tão grande de tempo não impediu a distribuidora de acreditar no apelo da mulher-fantasma de cabelo na cara, que sai das telas para assustar o público. O longa chega em mais de 600 salas nesta quinta (2/2). Entretanto, a maldição é a mesma da “Bruxa de Blair”: uma sequência que decepciona os fãs da franquia. Não tenha medo, porque não é para ter mesmo. O lançamento besteirol nacional da semana ocupa metade deste circuito. “TOC – Transtornada, Obsessiva, Compulsiva” aposta na popularidade da comediante televisiva Tatá Werneck. E surpreende. Seu primeiro filme como protagonista usa metalinguagem para satirizar a carreira da própria atriz. Resta saber se o público brasileiro consegue assimilar comédia com QI acima da média. Juntando terror e cinema nacional, “Clarisse ou Alguma Coisa sobre nós Dois” também está chegando às telas, mas num circuito bem limitado e concentrado no Nordeste. A expectativa do diretor cearense Petrus Cariry é, quem sabe, repetir o fenômeno de seu conterrâneo Halder Gomes, que criou um blockbuster regional com “O Shaolin do Sertão” (2016). O filme já foi exibido em 10 países e coleciona prêmios em alguns festivais de gênero, além do troféu de Melhor Atriz (Sabrina Greve) no CineCeará do ano passado. Belamente fotografado, não é filme de sustos, mas terror de cinéfilo. Os cinéfilos, por sinal, ganham nesta semana mais três filmes indicados ao Oscar para conferir. Com grande lançamento para o gênero dramático (267 salas), “Estrelas Além do Tempo” registra a história de três matemáticas negras que a História esqueceu, graças ao racismo e ao machismo de sua época, revelando como elas ajudaram astronautas americanos a ir ao espaço nos anos 1960. Grande sucesso de bilheteria nos EUA, concorre a três Oscars: Melhor Filme, Roteiro Adaptado e Atriz Coadjuvante (Octavia Spencer). “Jackie” também concorre a três estatuetas: Melhor Atriz (Natalie Portman), Figurino e Trilha Sonora. Como se percebe, é um filme para conferir a performance de Natalie Portman como a ex-primeira-dama Jacqueline Kennedy. A trama se passa nos dias que se seguiram ao assassinato do presidente John Kennedy em 1963 e marca a estreia do diretor chileno Pablo Larraín (“Neruda”) em Hollywood. Ironicamente, o longa com mais indicações tem a menor distribuição (40 salas). Parte drama social, parte western clássico e parte thriller de ação, “A Qualquer Custo” acompanha dois irmãos que rodam cidadezinhas empoeiradas do interior do Texas para roubar bancos que estão querendo roubar a fazenda hipotecada de sua família. A mistura de gêneros é bem equilibrada e resulta num filme crepuscular de machos como há muito tempo o cinema não produzia. Não por acaso, concorre a Melhor Filme, Roteiro Original, Edição e Ator Coadjuvante (Jeff Bridges). Pode ficar sem vencer nenhum Oscar, mas já cumpre a missão de estabelecer definitivamente o ex-ator da série “Sons of Anarchy” Taylor Sheridan como um baita roteirista – é apenas seu segundo roteiro, após a ótima estreia escrevendo “Sicario” (2015). No circuito limitado, os Beatles continuam bastante populares, a ponto de seu novo documentário receber melhor distribuição que o filme do Oscar acima. Dirigido pelo cineasta Ron Howard (“Inferno”), “The Beatles: Eight Days a Week” registra os shows da banda, contando a história de suas turnês mundiais e o motivo que os levou a abandonar os palcos no auge da popularidade. Estreia em 43 salas em horários especiais. O filme dos Beatles também foi cotado para o Oscar, mas acabou preterido, assim como “Armas na Mesa”, thriller político estrelado por Jessica Chastain, que estreia em 14 salas. A atriz chegou a receber indicação ao Globo de Ouro, um troféu mais generoso (por dividir as interpretações entre Drama e Comédia e gerar o dobro de celebridades em sua lista de premiações). Mas não é fácil ir contra o lobby da indústria do armamento nos EUA, como demonstra a própria trama do lançamento, sobre a tentativa de passar leis mais duras contra o porte de armas num país que ainda segue leis do Velho Oeste. Por fim, o drama italiano “A Espera”, com Juliette Binoche, premiado no Festival de Veneza, deságua no circuito de arte, com distribuição por conta-gota. Clique nos títulos para ver os trailers de cada lançamento.

    Leia mais
  • Filme

    Até o Último Homem é a melhor estreia em semana cheia de filmes de chorar

    26 de janeiro de 2017 /

    Com nove estreias, os cinemas voltam a registrar novidades no circuito limitado após a temporada de blockbusters de férias. Em parte é o efeito Oscar, com o lançamento de “Até o Último Homem” conquistando destaque num circuito intermediário. Melhor filme da semana e indicado a seis Oscars, “Até o Último Homem” é a volta de Mel Gibson à direção, uma década após seu último longa-metragem e depois de muitas polêmicas em sua vida pessoal. A produção traz as marcas do diretor, vencedor do Oscar por “Coração Valente” (1995). Com explosões, tiros, abusos e carnificina, apresenta um espetáculo apocalíptico de guerra, com direito a cenas brutais para ilustrar o contraste entre a desumanização e a fé. A trama é baseada na história real do soldado Desmond T. Doss, que ganhou a Medalha de Honra do Congresso dos EUA depois de se recusar a pegar numa arma durante toda a 2ª Guerra Mundial. Vivido por Andrew Garfield (“O Espetacular Homem-Aranha 2”), Doss sofre bullying e humilhação de seus colegas recrutas, mas não abre mão de suas convicções, conquistando o direito de ir a combate desarmado. Taxado de covarde, ele se torna uma lenda ao salvar, sozinho, a vida de 75 homens durante a Batalha de Okinawa, resgatando feridos e ajudando a evacuar as linhas inimigas, mesmo atingido por uma granada e um franco-atirador japonês. Entre os Oscars a que concorre, estão os de Melhor Filme, Direção e Ator. O filme de Gibson é assumidamente emotivo e chega numa semana repleta de filmes manipulativos, embora alguns lançamentos deem outros motivos para chorar. Como é difícil definir qual o pior, “Resident Evil 6 – O Capítulo Final” ao menos tem o mérito de dar o fim numa franquia excruciante. Além disso, o público sabe exatamente no que está se metendo ao comprar o ingresso, após cinco filmes com zumbis que não assustam, lutas em câmera-lenta que ressaltam como o tempo demora a passar e 3D que não esconde o aspecto B da produção. “Max Steel”, por sua vez, merece todas as cópias dubladas que vai receber, pois não passa de um telefilme superestimado para crianças. Lançado em 2 mil cinemas nos EUA, a adaptação do brinquedo/desenho animado só fez US$ 3 milhões e conseguiu recorde de desaprovação no site Rotten Tomatoes, atingindo 0% de críticas positivas. O impressionante é que isso não abalou os planos da distribuidora nacional, que está ocupando salas com seu lançamento. O cheio de lixo também exala de “Beleza Oculta”, indicado ao Framboesa de Ouro de pior combinação de elenco. Melodrama apelativo, tenta contar uma história edificante com diversos atores conhecidos, mas resulta hilariante no pior sentido. A média no Rotten Tomatoes é 12%. “Quatro Vidas de um Cachorro” é outra dose canina de manipulação emotiva. Feito para ressaltar a ligação afetiva entre homens e cachorros, apela para a crença na vida após a morte para confortar crianças com a ideia de que, quando morrem, os cãezinhos viram magicamente um novo cachorro. Não bastasse, a trama ainda mostra as dúvidas metafísicas do bicho. Mas o escândalo do vídeo editado, com supostos maus tratos na filmagem, deve ter diminuído a vontade dos fãs do best-seller (sério, esta história vendeu horrores) de pagar para chorar no cinema. 30% no Rotten Tomatoes. Dentre tantos produtos infantilóides, a melhor opção para as crianças é a animação “A Bailarina”, produção franco-canadense que tenta replicar a magia da Disney e surpreende pela qualidade técnica. A trama gira em torno de uma menina órfã (dublada no Brasil por Mel Maia) que sonha virar uma grande bailarina na Paris do século 19, mas para seguir seu sonho precisa fugir de casa, com a ajuda de um menino que sonha virar um grande inventor. Não há fada madrinha para abrir caminhos de forma mágica, o que torna a mensagem desta Cinderela mais relevante, ao mostrar que trabalho e dedicação são o caminho para conquistar os sonhos. A realização de sonhos também é o mote de “O Ídolo”, uma espécie de “Quem Quer Ser um Milionário?” palestino. Escrito e dirigido por Hany Abu-Assad, acompanha um jovem da Faixa de Gaza, que sonha virar músico e vê no programa “Arab Idol” (o “Ídolos” do Oriente Médio) a oportunidade de trocar a penúria da zona de conflito pela vida de artista famoso. A fórmula bem conhecida de sucessos de Hollywood, baseada em “fatos reais”, desta vez é apresentada como filme de arte. E exibida em circuito limitado. Filme russo de maior destaque nos festivais mais recentes, “Paraíso” é trabalho de um mestre, Andrey Konchalovskiy, que recuperou o prestígio com vários troféus acumulados após voltar ao cinema de arte, tendo dirigido até Sylvester Stallone nos anos 1980. Filmado em preto e branco e apresentado como um pseudo-documentário, com depoimentos dos protagonistas, acompanha as circunstâncias dramáticas do reencontro entre uma aristocrata russa, condenada aos campos de concentração por abrigar judeus, e um oficial nazista que a amava desde a juventude. Completa o circuito o lançamento mais “artístico” e “difícil”, “A Morte de Luís XIV”. Mórbido, retrata a lenta agonia do rei da França, que começa a morrer cercado por seus súditos. Além da interpretação de Jean-Pierre Léaud, chama atenção a belíssima fotografia, que evoca pinturas dos grandes mestres do período. O diretor catalão Albert Serra já tinha tratado do tema da deterioração humana em seu filme anterior, “História da Minha Morte” (2013). Em suas obras, morrer não é bonito como em “Quatro Vidas de um Cachorro”. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada uma das estreias.

    Leia mais
  • Filme

    Volta dos Trapalhões abre apenas em 10º lugar nas bilheterias

    23 de janeiro de 2017 /

    A volta dos Trapalhões aos cinemas foi atrapalhada. “Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood” abriu apenas em 10º lugar, com 36 mil espectadores e bilheteria em torno de R$ 500 mil. A trapalhada foi da distribuição, que subestimou o apelo do reencontro de Renato Aragão e Dedé Santana nas telas e o potencial da grife “Trapalhões” com uma distribuição numa centena de salas e em horário intercalado com outros filmes. Se os Trapalhões ficaram longe dos tempos em que lideravam as bilheterias nacionais, “Minha Mãe É uma Peça 2” continua impressionando. O besteirol de Paulo Gustavo repetiu o 2º lugar da semana passada, com 476 mil espectadores e R$ 7,6 milhões de arrecadação. Apenas R$ 100 mil a menos que o campeão, a animação “Moana”, da Disney, que também manteve a posição do último fim de semana. Entre as estreias da quinta (19/1) passada, “xXx: Reativado” foi quem se saiu melhor, com o 3º lugar e RS$ 7,4 milhões arrecadados. “La La Land” ficou em 5º e outro besteirol nacional, “Os Penetras 2”, em 6º. O Top 10 ainda conta com um quarto filme brasileiro. Para variar, mais um besteirol. A estreia do youtuber Christian Figueiredo “Eu Fico Loko” está em 8º. Em duas semanas em cartaz, o filme não repetiu a performance de “É Fada”, da Kéfera Buchmann. As informações são do ComScore e do Filme B.

    Leia mais
  • Filme

    Estreias: Vin Diesel enfrenta Penetras e Trapalhões na luta pelo público de cinema

    19 de janeiro de 2017 /

    A semana está concorrida no cinema, numa prévia do que deve ser 2017. Tem Vin Diesel, besteirol, candidatos ao Oscar e até a volta dos Trapalhões. O retorno de Vin Diesel ao papel do agente radical Xander Cage em “xXx – Reativado”, que retoma a franquia de ação “Triplo X” após mais de uma década, estreia em 774 salas, incluindo 559 em 3D e todas as 12 salas IMAX do país. O filme não se leva a sério, é um verdadeiro besteirol de ação, a ponto de incluir até mesmo participação do jogador Neymar. Resta ver se entrevista desastrosa que Diesel deu a uma youtuber no Brasil não virou uma pedra em seu caminho. Outra continuação e besteirol assumido, “Os Penetras 2 – Quem Dá Mais” traz Marcelo Adnet, Mariana Ximenes e Eduardo Sterblitch mostrando sua influência televisiva ao apostar em piadas que usam a homossexualidade como motivo de riso. Esta zorra total abre em 433 salas do país, tamanha a expectativa dos distribuidores, após o sucesso recente da mãe de todos os besteiróis nacionais, “Minha Mãe É uma Peça 2”. Vale lembrar que o primeiro “Os Penetras” (2012) foi lançado em 271 salas e rendeu R$ 4,2 milhões. O terceiro maior lançamento é uma ampliação de circuito. Após uma semana de “pré-estreias” (sério gente, pré-estreias pagas são pré-estreias?) em 150 salas, o musical “La La Land” dobra sua distribuição para a “estreia” oficial em 304 salas. O longa do cineasta Damien Chazelle, do excelente “Whiplash” (2014), traz Ryan Gosling como pianista de jazz e Emma Stone como aspirante a atriz, apaixonando-se em meio a números musicais e lutando para conquistar seus sonhos com muitas coreografias. O filme venceu sete Globos de Ouro – todos a que concorreu – , quebrando o recorde de vitórias no prêmio, vem acumulando troféus e é favoritíssimo ao Oscar 2017, cuja lista de indicados será divulgada na próxima terça, dia 24. Antigos campeões de bilheterias do país, os Trapalhões tem um retorno subestimado em 178 salas. “Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood” comemora várias marcas, como a retomada da parceria entre Renato Aragão e Dedé Santana no cinema, 18 anos após o último filme da dupla, o resgate da marca Trapalhões, no plural, depois de 26 anos e, claro, o fato de ser o 50º filme de Aragão. Espécie de remake/reboot/continuação do clássico “Os Saltimbancos Trapalhões” (1981), a produção de forte apelo nostálgico também é um musical, que adapta a recente versão teatral da trama, com músicas de Chico Buarque e uma homenagem simpática aos circos. Com tanta disputa de público, faltou cinemas para o circuito limitado, que exibirá apenas dois lançamentos. Um deles é o documentário “Axé: Canto do Povo de um Lugar”, que retraça a história da chamada “axé music” com depoimentos de diversos artistas baianos, como Daniela Mercury e Luiz Caldas. Chega em 23 salas. Curiosamente, a menor distribuição coube a outro longa cotadíssimo ao Oscar: o drama indie americano “Manchester à Beira-Mar”. O filme representa a consagração de Casey Affleck, que venceu o Globo de Ouro, o Gotham, o Critic’s Choice e a preferência de dezenas de associações críticas americanas como Melhor Ator do ano. Na trama, seu personagem retorna à sua cidade natal após a morte do irmão para cuidar de seu sobrinho, e é confrontado por expectativas e revisão de prioridades. Apesar de também aparecer em lista de melhores filmes do ano dos críticos americanos, vai estrear apenas em 19 salas e exclusivamente em seis capitais: São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e Recife. Para o resto do país, não faltarão besteiróis e recordes de público a ser comemorados pela indústria de moagem cultural. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada estreia.

    Leia mais
  • Filme

    Assassin’s Creed tenta compensar fiasco nos EUA com maior estreia da semana no Brasil

    12 de janeiro de 2017 /

    Um dos piores filmes de ação de 2016 chega aos cinemas brasileiros nesta quinta (12/1) com grande fanfarra, dominando o circuito com lançamento em 815 salas, incluindo 556 em 3D e as 12 salas IMAX do país, em versões dubladas e legendadas. Seguindo a sina das adaptações de videogames, “Assassin’s Creed” foi também um grande fracasso de bilheteria nos EUA, o que explica a necessidade de compensar o fiasco com o mercado internacional. A segunda maior estreia da semana é uma cinebiografia de Youtuber brasileiro (já?). Em 600 salas, o filme de Christian Figueiredo segue um caminho bastante diverso do debut de Kéfera Buchmann. Enquanto “É Fada” (outro dos piores de 2016) optou pela fantasia infantilóide, “Eu Fico Loko” transforma a vida do youtuber numa comédia teen dos anos 1990 – quando ainda não havia muita diversidade na TV. Christian só aparece como “adulto”, enquanto sua versão adolescente, vivendo desventuras no colégio, é interpretada por Filipe Bragança (da novela “Chiquititas”), que também estreia no cinema. O terceiro longa mais bem distribuído não é, oficialmente, uma estreia. Trata-se do que o circuito brasileiro equivocadamente chama de pré-estreia – longe de ser uma avant-première, é realmente uma estreia aberta a todo o público, com venda de ingressos, que será ampliada na semana seguinte. Rufar de tambores para o título: é “La La Land”. O musical que quebrou o recorde de prêmios da história do Globo de Ouro chega em 170 salas antes de entrar “oficialmente” em cartaz na próxima quinta (19/1). Favorito disparado ao Oscar 2017, o filme ganhou um subtítulo no Brasil, que não faz a menor diferença e ninguém precisa decorar. Escrito e dirigido por Damian Chezelle (“Whiplash”), gira em torno de uma atriz aspirante (Emma Stone) que se apaixona por um pianista de bar (Ryan Gosling). Ambos atravessam um momento de adversidades pessoais e se apoiam para conquistar seus sonhos, em meio a números musicais coreografados que homenageiam a era de ouro dos musicais de Hollywood. O circuito limitado reserva outra obra-prima cinematográfica para os cinéfilos. Oposto completo dos mais bem-distribuídos, “A Criada” é sublime e para poucos – 26 salas. O novo filme de Park Chan-wook (“Oldboy”) é uma adaptação do romance lésbico “Na Ponta dos Dedos” da escritora galesa Sarah Waters, mesma autora do livro que inspirou a minissérie britânica “Toque de Veludo” (Tipping the Velvet, 2002) e o filme “Afinidade” (Affinity, 2008), todos de temática lésbica e passados na Inglaterra vitoriana. Park manteve o enredo, mas avançou algumas décadas, mudou a locação e alterou a etnia das personagens. Passada na Coreia nos anos 1930, durante o período de domínio colonial japonês, a trama acompanha Sook-Hee, uma espécie de “Oliver Twist” lésbica, garota órfã de bom coração que mora num cortiço com ladrões e vigaristas, e que se vê envolvida num elaborado golpe do baú planejado por um vigarista profissional. O trapaceiro consegue empregar a jovem órfã como criada na casa de uma família japonesa rica, esperando que ela convença Lady Hideko, herdeira de uma fortuna, a casar-se com ele. Seu plano, porém, não conta com o sentimento que surge entre as duas mulheres. Não por acaso, o título de duplo sentido do romance original alude tanto aos dedos leves dos larápios quanto ao prazer sexual pelo toque de dedos. O aniversário duplo de David Bowie – faria 70 anos se não tivesse morrido há um ano – nesta semana inspira o relançamento da sci-fi clássica “O Homem que Caiu na Terra” (1976), em que o cantor vive um alienígena, fundador recluso de uma empresa tecnológica, cujas invenções visam tornar possível a construção de uma nave que o leve de volta a seu planeta natal. O diretor Nicolas Roeg selecionou Bowie após o cantor ter incorporado um alienígena no palco: Ziggy Stardust, de cabelo incandescente. Mas o visual de Thomas Jerome Newton, o personagem do filme, também foi marcante. Pálido, magro e andrógino, acabou acompanhando Bowie por um bom tempo, durante a fase mais criativa de sua carreira. Não por acaso, imagens do filme ilustraram as capas de dois de seus álbuns da época: “Station to Station” (1976) e “Low” (1977). A conexão com seus discos foi uma forma de compensar o fato de “O Homem que Caiu na Terra” não trazer nenhum música do cantor, devido a questões contratuais. Por curiosidade, a trilha foi composta por John Phillips, da banda The Mamas & the Papas, Mick Taylor, guitarrista dos Rolling Stones, e Stomu Yamashta, percussionista do supergrupo progressista Go (que incluía Steve Winwood, Al Di Meola, Klaus Schulze e Michael Shrieve). E nunca foi lançada em disco. Bowie ainda voltou a fazer referência ao filme em um de seus últimos clipes, “The Stars (Are Out Tonight)”, de 2013. A produção também foi lembrada em seu clipe póstumo, lançado neste domingo (8/1), “No Plan”. O circuito também recebe, sem muito alarde, uma comédia de humor negro do francês Bruno Dumont, “Mistério na Costa Chanel”, que volta a reuni-lo com Juliette Binoche após “Camille Claudel 1915” (2013). Curiosamente, a trama se passa na mesma época do longa anterior, girando em torno do desaparecimento de vários turistas na Costa Channel no verão de 1910. A investigação conduz à uma pequena comunidade de pescadores e à mansão de uma família burguesa, que convivem periodicamente durante uma semana de férias, mas desta vez com consequências românticas e tragicômicas. O filme e a atriz estrante Raph foram premiados no Festival de Sevilla. Completam a programação o documentário português “Volta à Terra”, sobre uma comunidade isolada nas montanhas, e o tunisiano “Assim que Abro Meus Olhos”, sobre os meses que antecederam a Primavera Árabe, que rendeu diversos prêmios internacionais à diretora Leyla Bouzid. Estreiam em meia dúzia de salas. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada lançamento.

    Leia mais
  • Moana
    Filme

    Moana é a primeira grande estreia de 2017 com lançamento em mais de mil salas

    5 de janeiro de 2017 /

    O primeiro fim de semana de 2017 já registra o primeiro grande lançamento do ano: a animação “Moana – Um Mar de Aventuras” chega em mais de mil salas. Nova princesa da Disney, Moana é a filha do chefe de uma tribo da polinésia, que resolve visitar a ilha mítica onde viviam seus ancestrais e na jornada conta com a ajuda do semideus Maui (voz de Dwayne Johnson na dublagem original). A produção volta a reunir a dupla Ron Clements e John Musker numa aventura marítima, quase três décadas após seu primeiro clássico do estúdio, “A Pequena Sereia” (1989). Grande sucesso internacional, já rendeu mais de US$ 200 milhões nos EUA e tem 95% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Outro destaque de distribuição ampla é “Passageiros”, sci-fi estrelada por dois astros de blockbusters: Chris Pratt (“Guardiões da Galáxia”) e Jennifer Lawrence (“X-Men: Apocalipse”). Na trama, eles são viajantes interplanetários que despertam de uma hibernação 90 anos antes dos demais passageiros e precisam evitar uma catástrofe em sua espaçonave. Orçado em US$ 110 milhões, por enquanto o filme está rendendo US$ 61 milhões em duas semanas de exibição nos EUA. Para complicar, não emplacou entre a crítica, conseguindo apenas 30% de aprovação no Rotten Tomatoes. Por aqui, será exibido em 650 salas, incluindo 3D e 4D. Os cinemas dos shopping centers ainda recebem o terror “Dominação”, que coloca um diretor de blockbuster (Brad Peyton, de “Terremoto – A Falha de San Andreas”) à frente de um produção com orçamento de trash. Na trama, um exorcista com poderes psíquicos (Aaron Eckhart, de “Sully”) tem suas habilidades confrontadas por um menino possuído (que quando crescer vai virar Batman na série “Gotham”). O que apavora mesmo é que, apesar de ter custado somente US$ 5 milhões, o horror está dando prejuízo (US$ 6,3 milhões arrecadados em todo o mundo!) e amarga só 14% no índice do Rotten Tomatoes. Vai assombrar 196 salas. Por outro lado, “Sete Minutos Depois da Meia-Noite” está sendo subestimado com uma distribuição limitada a 50 salas. Fantasia com muitos efeitos visuais e uma das maiores bilheterias do ano na Europa, o filme dirigido pelo espanhol J.A. Bayona (“O Impossível”) acompanha a amizade entre um menino, cuja mãe está muito doente, e um monstro dublado por Liam Neeson (“Perseguição Implacável”). A mãe, por sua vez, é Felicity Jones (“Rogue One: Uma História Star Wars”). Coberto de elogios e líder em indicações ao Goya (o Oscar espanhol), a produção tem 89% de aprovação da crítica americana. Dois longas exibidos em Cannes também se destacam nos cinemas de arte. O vencedor da Palma de Ouro, “Eu, Daniel Blake”, do britânico Ken Loach, leva sua denúncia da burocracia e desumanização da previdência social a 24 salas. Em circuito similar, “O Apartamento”, premiado como Melhor Roteiro e Ator em Cannes, volta a trazer o tema favorito do iraniano Asghar Farhadi: a dissolução de um relacionamento, desta vez após a mulher sofrer uma agressão (que pode ser sexual) e esconder do marido. O português “John From” fecha o circuito com exibição em duas salas (o Cine Jóia Copacabana, no Rio, e o Cine Brasília, na capital federal). O roteiro conta a história de uma adolescente entediada que se interessa por um vizinho bem mais velho e tenta atrair sua atenção. O belo uso de cores em sua cinematografia é o maior atrativo da produção, que também passou no circuito de festivais europeus, porém sem conseguir se destacar com premiação. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada produção.

    Leia mais
  • Filme

    Filme B: “A fragmentação da programação acontece no mundo inteiro e é uma tendência também no Brasil”

    29 de dezembro de 2016 /

    A discrepância entre o números de salas de cinema disponíveis no Brasil e a quantidade de salas ocupadas pelos blockbusters lançou luz sobre uma solução criativa do parque exibidor para driblar a falta de telas no país. Ao passar a exibir mais de um filme por sala, as distribuidoras aumentaram o alcance nacional de seus títulos. Mas criaram novos problemas, como a implosão de um critério importante da contabilização das bilheterias e a diminuição da transparência do circuito. Tudo isso foi detalhado aqui. Responsável por lidar diretamente com os dados dos exibidores, Gustavo Leitão, editor do Filme B, uma das empresas especializadas na análise do desempenho do mercado, respondeu a perguntas por email, contando como está lidando com esse novo e inusitado paradigma. Confira abaixo. Como é feito o levantamento do circuito? São os exibidores ou distribuidores que informam? O nosso Plantão, que é a equipe responsável pela coleta de dados do sistema Filme B Box Office, que trabalha dia e noite, incluindo fins de semana, mantém uma lista atualizada das salas em operação no Brasil. Os exibidores informam as rendas detalhadas dos seus circuitos, portanto sabemos quais são as salas em atividade. O monitoramento também lista as salas fechadas, mesmo que provisoriamente para obras, e as inaugurações e ampliações. Como 3 mil salas conseguem dobrar de tamanho e virar 6 mil salas na contabilidade do circuito? A fragmentação da programação acontece no mundo inteiro e é uma tendência também no Brasil. Por aqui, nos circuitos de arte, constantemente são exibidos até três filmes por sala. Nas redes de perfil mais comercial, essa prática também acontece: filmes infantis pegam os horários vespertinos, enquanto os de perfil adulto ocupam a programação da noite. Ainda há os festivais e as pré-estreias que não são realizadas em todas as sessões das salas. Desde quando a tendência de exibir mais de um filme por sala passou a ser dominante (norma e não exceção) no mercado? Essa tendência se fortaleceu com a digitalização do circuito, que começou a ganhar força no país em 2012 e hoje é uma realidade dominante. A digitalização facilita a operação porque não exige espaço de armazenamento de rolos de filme, os arquivos podem ser facilmente transportados em HDs ou transmitidos por satélite. Isso deu mobilidade para os cinemas programarem muitos filmes e agilidade para trocar títulos de sala e encolher ou expandir o número de sessões. Isto tem relação com o fato de que o parque exibidor cresceu com muito menos força em 2016 do que vinha crescendo nos últimos anos? Não, a fragmentação da programação é uma tendência que tem pouco a ver com o tamanho do circuito. Vivemos em uma época no cinema mundial de superblockbusters que ganham lançamentos muito amplos e conseguem levar muita gente aos cinemas porque se transformam em fenômenos com aura de imperdíveis. Filmes médios e de nicho hoje concorrem mais fortemente com o entretenimento caseiro (e outras formas de diversão) e têm uma brecha menor no circuito tradicional. O digital também facilitou a produção, aumentou a oferta em uma estrutura de escoamento que não cresce na mesma proporção. Tudo isso favorece a programação fragmentada. Ela pode até desagradar algum tipo de espectador, mas ajuda enormemente os cinemas menores do interior, que assim podem oferecer mais variado. O fim de semana passado foi o primeiro em que 3 filmes ocuparam 3 mil salas simultaneamente. Já é sinal de tendência para 2017, ano de muitos candidatos a blockbuster? Difícil precisar se foi mesmo a primeira vez. Teria que fazer uma análise semana a semana dos últimos anos. Mas certamente não é a primeira vez que os circuitos do top 20 do fim de semana somados superam o total de salas no país. Isso acontece continuamente há bastante tempo. O ano que vem deverá repetir essa tendência, já que os blockbusters têm aumentando sua participação – até novembro de 2016, por exemplo, os dez mais (as maiores rendas) cresceram 22,7% em ingressos vendidos na comparação com o mesmo período do ano passado – e os lançamentos têm ultrapassado com frequência as 1.000 salas no primeiro fim de semana. A tendência, dizem os especialistas, é de concentração nas primeiras semanas dos blockbusters (aberturas mais amplas, portanto), com carreiras mais curtas. A prática de exibir mais de um filme por sala ajuda a obscurecer o circuito exibidor, uma vez que um filme exibido em mil salas, com uma sessão por dia em cada sala, teria menos sessões que um exibido integralmente em 300? Isso também não torna sem sentido a informação relativa a arrecadações por sala, visto que embaraça quantas sessões efetivamente um filme tem por sala? A média por sala é um padrão histórico da métrica de desempenho dos filmes que cada vez tem menos relevância. Justamente a fragmentação fez com que esse número perdesse confiabilidade. Como cada mudança deve envolver a rede de exibidores do país inteiro, tecnicamente essa medida por sessão ainda não é possível de coletar. Há uma intenção da Ancine de fazer esse tipo de acompanhamento, mas não sei em que pé está. Da nossa parte, estamos estudando com os agentes do mercado a possibilidade de usar como parâmetro a média por cinema, já empregada nos EUA, que tem mais precisão. Em janeiro, o nosso ranking deve incorporar essa mudança. Deve-se aceitar essa distorção como inevitável, típica do jeitinho brasileiro, ou buscar outra quantificação, como, por exemplo, o número de sessões de um filme em vez do número de salas que ele é exibido? Os parâmetros da métrica do mercado devem acompanhar as mudanças da atividade. Portanto, o ideal é sempre estar atento às informações que têm relevância e as que não servem mais para diagnosticar com precisão o momento. Portanto, sim, como disse antes, estamos estudando outras possibilidades. No levantamento realizado junto ao circuito, há informações sobre quantas cópias são exibidas dubladas? Isso não é um dado relevante, que merece ser mais bem divulgado? Sim, temos levantamento do desempenho dos filmes tanto por tecnologia (2D, 3D, IMAX) como entre dublado e legendado. O mercado tem acesso a todos esses relatórios através do site Filme B Box Office. Já publicamos uma matéria a respeito na Revista Filme B e pontualmente abordamos esses aspectos na análise do ranking do fim de semana no Boletim, são relevantes para um filme específico. Ter cada vez mais filmes por sala, com predomínio de cópias dubladas, é o que se pode esperar do circuito para 2017? Aqui não se pode falar em tendência porque os dois fatores dependem do tipo de filme lançado. Filmes que dividem salas são geralmente aqueles que têm um público mais restrito: de arte, infantis, já em carreira avançada, documentários segmentados… São várias as possibilidades. A dublagem, idem: mais forte nos blockbusters, nas animações. O espectador brasileiro gosta de filmes dublados. Por ano, mais da metade dos ingressos costuma vir desse tipo de sessão. Pode chegar a mais de 70% dependendo do título. Se o mercado só oferece opção de dublados em 70% do circuito, não seria natural que 70% do circuito consumisse dublados? Considera-se neste “gostar de dublados” o fato de que todas as animações são lançadas dubladas e, como se dá no resto do mundo, acabam puxando as maiores bilheterias? Os exibidores e distribuidores sabem o que funciona em cada tipo de filme. Se percebem que para uma animação de perfil infantil a sala com opção dublada está indo melhor que a outra, com versão legendada, naturalmente isso vai influir nesse balanço no próximo lançamento similar. Idem com o 3D. Mercados que aceitam melhor essa tecnologia terão naturalmente mais oferta. Ninguém gosta de perder dinheiro. Os agentes estão sensíveis às demandas do público, que é quem manda no fim das contas. O crescimento dos dublados tem a ver com a expansão do circuito exibidor, que hoje entra em cidade de interior, com a cultura da televisão forte no país, com a recente ascensão da classe C, que passou a frequentar mais o cinema. São vários os fatores.

    Leia mais
  • Filme

    Discrepâncias sangram um dos critérios mais importantes da contabilização das bilheterias no Brasil em 2016

    29 de dezembro de 2016 /

    O relatório semanal de bilheterias do país, divulgado no começo da semana pelo site Filme B, apontou uma discrepância monumental entre número de salas ocupadas por filmes e o número de salas que realmente existem no Brasil. O ranking mostrou que, pela primeira vez, três blockbusters superaram a capacidade de exibição simultânea de todo o circuito nacional, ocupando mais de 3 mil salas. Entretanto, o levantamento oficial da Ancine afirma que o país só possui estas 3 mil salas. E, para ampliar ainda mais o abismo entre as informações, só no Top 10 mapeado pelo Filme B havia ainda outras 1,2 mil salas ocupadas. Em busca das salas invisíveis, enviamos perguntas por email para Gustavo Leitão, editor do Filme B, e as respostas confirmam que não houve um milagre chinês de multiplicação instantânea do circuito. O que foi constatado é que a métrica tradicional, que contabiliza o número de salas utilizadas por cada filme, perdeu totalmente o sentido e a utilidade no país, trocada pelo igualmente tradicional jeitinho brasileiro – que, segundo Gustavo, seria na verdade tendência mundial. Nos dados que os exibidores fornecem ao Filme B (a Ancine tinha um projeto para informatizar isso, de modo a evitar as distorções da informação voluntária), vários filmes aparecem ocupando a mesma sala, com sessões em horários diferentes. Explica-se assim o milagre. Mas esta fragmentação também impede quantificações exatas baseadas em desempenho de filme por sala – um dos rankings mais importantes em levantamentos de bilheteria, usado com destaque nos EUA para identificar fenômenos indies e blockbusters fracassados. Se, por um lado, a iniciativa poderia ter impacto positivo, ao permitir que mais filmes entrem em cartaz simultaneamente, por outro lado significa o fim da transparência. Afinal, um circuito elástico, em que sempre cabe mais um filme na mesma sala, não tem tamanho determinado. Portanto, é inútil contabilizá-lo. A prática só não obscurece completamente o dimensionamento do circuito nacional porque resistem outras constantes, como a venda e o faturamento de ingressos. Ou seja, ainda é possível contabilizar quantas pessoas viram um filme e quanto dinheiro ele fez. Mas se tornou impossível levar em consideração neste desempenho o impacto de sua distribuição. Considere apenas isso: um filme exibido quatro vezes por dia em mil salas deveria ter um desempenho bastante diverso de outro filme também exibido em mil salas, uma vez ao dia, e ainda por cima apenas entre segundas e quartas. Nos relatórios, entretanto, são como se os dois cenários fossem iguais, identificados pela distribuição em mil salas, independente do número de sessões. Um dos feitos mais festejados do ano foi o sucesso de “Shaolin do Sertão”, comédia de Halder Gomes, que quebrou recorde de bilheteria no Ceará. Lançado em 13 de outubro em sete municípios do estado, levou cerca de 45 mil pessoas aos cinemas em seu fim semana de estreia e abriu em 1º lugar em 18 dos 19 cinemas cearenses em que foi exibido, segundo os dados do ComScore. Com 1290 ingressos vendidos por sala, também obteve a melhor média de público do final de semana, superando blockbusters internacionais. Algo que foi celebrado. Até a “fragmentação” do circuito mostrar que não há mais base alguma para se dimensionar – no caso, valorizar – este resultado. A distorção do cenário também facilitaria casos mais complexos, como o de filmes religiosos com ingressos comprados para distribuição entre fiéis, que entretanto manteriam salas vazias, mesmo registrando grande bilheteria. O sucesso supostamente alimentado de forma artificial ficaria mais difícil de ser desmascarado – ou, em seu reverso, ter seu fenômeno comprovado – no contexto da contabilidade “fragmentada” do circuito elástico. Isto talvez não seja relevante para o público em geral, mas para quem trabalha com cinema gera uma lacuna importante de informação. Saiba mais na entrevista como o editor do Filme B, uma das empresas responsáveis pela análise do desempenho do mercado, que explica como o serviço oferecido pelo site está lidando com esse novo e inusitado paradigma. Leia aqui.

    Leia mais
  • Filme

    Zumbis sul-coreanos atacam mais cinemas nas estreias da semana

    29 de dezembro de 2016 /

    Com blockbusters ocupando a maior parte dos cinemas brasileiros, o último fim de semana do ano recebeu apenas três lançamentos. A estreia mais ampla pertence ao terror sul-coreano “Invasão Zumbi”, que apesar do título genérico é um dos melhores terrores do ano. Misturando muita ação, cenas de filme de desastre e zumbis, aproxima-se mais de “Guerra Mundial Z” que dos clássicos de mortos-vivos lentos de George Romero. Boa parte da produção se passa num trem e em estações ao longo da linha férrea, acompanhando os passageiros em fuga no começo de um surto zumbi. Sucesso de crítica, tem 95% de aprovação no site Rotten Tomatoes, além de ter sido consagrado pelo público como o maior blockbuster da Coréia do Sul em 2016. Alerta: a maioria das cópias distribuídas no país são dubladas em português! Outro filme bastante elogiado, “Animais Noturnos” foi premiado no Festival de Veneza (Grande Prêmio do Juri), recebeu três indicações ao Globo de Ouro e está cotado ao Oscar. Segundo longa dirigido pelo estilista Tom Ford, traz Amy Adams e Jake Gyllenhaal numa trama que combina diferentes períodos e até a leitura do manuscrito de um livro inédito, enquanto a personagem de Adams reflete sobre seu relacionamento com o ex, vivido por Gyllenhaal. O último lançamento é voltado para o “circuito de arte”. O polonês “Estados Unidos pelo Amor”, de Tomasz Wasilewski, foi premiado no Festival de Berlim (Melhor Roteiro) e gira em torno de quatro mulheres que lutam para ser felizes em 1990, logo após a queda do Muro de Berlim, tendo como pano de fundo as incertezas políticas e econômicas do fim da era soviética. Clique nos títulos dos filmes para ver os trailers de cada lançamento.

    Leia mais
  • Filme

    Bilheteria inflada de Minha Mãe É uma Peça 2 revela que distribuidoras contabilizam mais de mil salas invisíveis no país

    26 de dezembro de 2016 /

    Os números impossíveis das estreias dos cinemas do fim de semana no Brasil chegaram. E enquanto a Paris Filmes celebra o fato de Paulo Gustavo ter mais Força que Darth Vader no Brasil, os recordes festejados revelam que as distribuidoras contabilizam mais de 1,5 mil salas invisíveis no país – ou seja, 50% mais salas que o circuito efetivamente mapeado pela Ancine. Segundo relatórios divulgados pelo site Filme B (veja a tabela completa abaixo), “Minha Mãe É uma Peça 2 – O Filme” registrou a segunda melhor estreia nacional do ano com R$ 8,7 milhões, ficando atrás apenas de “Os Dez Mandamentos – O Filme”. O longa foi visto por cerca de 715 mil pessoas nos últimos quatro dias e estreou em mais de mil salas, o que deveria equivaler a um terço do parque exibidor nacional e também o consagraria como o maior lançamento entre as comédias nacionais de todos os tempos. O detalhe é que a animação “Sing – Quem Canta Seus Males Espanta” também foi lançado em circuito similar. E, para isso, era de se imaginar que “Rogue One – Uma História Star Wars” precisasse sair de cartaz na maioria das salas em que se encontrava, uma semana após registrar uma das maiores estreias do ano no país. Mas não foi o que aconteceu. “Rogue One – Uma História Star Wars” apareceu em 2º lugar, com uma arrecadação de R$ 3,7 milhões, ainda em mais de mil salas, seguido por “Sing – Quem Canta Seus Males Espanta”, que fez R$ 2,6 milhões em 980 salas. Basta vislumbrar o desempenho destes três filmes para perceber que, se os números de seus circuitos estão corretos, não deveria haver mais nenhum outro filme em cartaz no país. Em cinema algum. Há um ano, a Ancine publicou um balanço do parque exibidor nacional, revelando que o Brasil encerrou 2015 com um pouco mais de 3 mil salas em funcionamento. O país não atingia esta marca desde 1977 e, no ano passado, cresceu em ritmo recorde com um acréscimo de 304 novas telas. Entretanto, a se acreditar nos números divulgados pelo mercado neste fim de semana, em 2016 o Brasil ganhou, por baixo, mais de 1,5 mil salas. Afinal, ainda segundo dados do Filme B, os filmes em cartaz do 4º ao 10º lugares também estão sim, por incrível que pareça, em salas de cinema. Na verdade, os dados fornecidos garantem que eles ocupam mais de 1,2 mil salas! E estes são os blockbusters. Há ainda o circuito alternativo… Não houve, porém, um milagre chinês na expansão do parque cinematográfico nacional. O mais recente relatório da Ancine, relativo ao terceiro trimestre de 2016, informa que o circuito realmente cresceu. De 3003 para… 3098 salas! A página que contém estes números pode ser conferida abaixo. O relatório ainda revela que, no último trimestre, o mercado de exibição brasileiro teve até crescimento 27% menor que no mesmo período em 2015. A íntegra do texto pode ser lida neste link. Vale observar que diversas salas alternam alguns filmes ao longo da semana e até do dia, tornando plausível que haja mais cópias exibidas do que salas disponíveis, especialmente no interior, onde a falta de telas exige maior flexibilidade. Mesmo assim, seria improvável considerar que essa prática de exceção fosse capaz de fazer o circuito inflar 50%. Ou seria capaz? O que é mais razoável? Questionar se a Ancine subestima o mercado, se as distribuidoras superestimam seus números, se o levantamento do Filme B é totalmente equivocado ou se metade dos cinemas do país exibem mais de dois filmes por semana? Um terço três filmes? Um quarto quatro filmes? Pois a resposta oficial oferecida para o mistério é que, sim, até mais da metade dos cinemas brasileiros exibem mais de um filme ao mesmo tempo. Saiba mais sobre esta explicação e suas consequências na continuação deste artigo – aqui.

    Leia mais
  • Filme

    Minha Mãe É uma Peça 2 e Sing disputam cinemas com distribuição em mais de mil salas – cada!

    22 de dezembro de 2016 /

    O parque exibidor nacional anuncia um milagre natalino para esta semana. De uma hora para outra, as telas vão se multiplicar e teremos lançamentos dignos de recordes. Mas para isso é preciso acreditar em Papai Noel. Acreditar que o circuito vai tirar de cartaz “Rogue One: Uma História Star Wars” em seu segundo fim de semana, após registrar uma das maiores estreias do ano, levando 906 mil pessoas aos cinemas. Lançado em mais de 1,2 mil cinemas na quinta passada (15/12), a saga espacial abriria mão de centenas de salas a partir desta quinta, num caso extraordinário de adormecer da Força. De acordo com as distribuidoras, “Minha Mãe É uma Peça 2 – O Filme” terá a maior estreia já vista de uma comédia brasileira – e a segunda maior estreia nacional de todos os tempos, atrás apenas de “Os Dez Mandamentos”. O tamanho disso é 1.160 salas, cerca de 3 vezes a distribuição do primeiro filme da dona Hermínia, lançado em 413 mil telas para virar o longa nacional mais visto em 2013 (4,6 milhões de espectadores). Mais impressionante é que um segundo filme também vai chegar em mais de mil salas ao mesmo tempo. A animação “Sing – Quem Canta seus Males Espanta” transformará sua competição de bichos cantores numa disputa pela bilheteria, com um lançamento em 984 salas, das quais mais da metade (553) são 3D. Sabe quantas salas de cinema existem no Brasil? Segundo o levantamento mais recente da Ancine, são 3126. Com as estreias arrasa-quarteirão de “Minha Mãe É uma Peça 2” e “Sing” sobram mil. E tem mais estreias na semana. A principal atração do circuito limitado é “Capitão Fantástico”, uma comédia indie que tem sido cotada a prêmios na temporada de fim de ano nos EUA, especialmente para o ator Viggo Mortensen, que concorre ao Globo de Ouro e ao SAG Awards (o prêmio do Sindicato dos Atores). Na trama, ele vive um professor que decide criar os seis filhos à margem da sociedade. O filme também rendeu um prêmio de direção a Matt Ross no Festival de Cannes e abre em 42 salas. O italiano “Belos Sonhos”, mais recente filme de Marco Bellocchio, que abriu a Mostra Internacional de São Paulo deste ano, estreia em 26 salas. E Isabelle Huppert volta aos cinemas em 16 salas, após causar frisson com “Elle”, como uma professora que vive um tumultuado processo de divórcio no francês “O Que Está por Vir”. Assim como “Elle”, o longa também é bastante premiado. Além de troféus de interpretação para a atriz, a diretora Mia Hansen-Løve recebeu o Urso de Prata no Festival de Berlim de 2016. Outro filme francês, “A Última Lição”, não faz a menor diferença em nove salas. Em compensação, o terror sul-coreano “O Lamento” não merecia meras quatro salas no Rio e São Paulo. Novo filme de Na Hong-jin, responsável pelo excelente suspense de serial killer “O Caçador” (2008), “O Lamento” acompanha a investigação de um policial que se depara com chacinas e superstição. Recebeu nota de obra-prima no site Rotten Tomatoes: 98% de aprovação da crítica americana. Cabe tudo isso em cartaz, sem afetar o desempenho formidável de “Rogue One”? E os outros filmes do Top 5 atual, incluindo “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, “Sully”, “O Vendedor de Sonhos” e “Anjos da Noite: Guerras de Sangue”? Não se pode esquecer que há pelo menos outras 30 produções cinematográficas em cartaz. Por conta disso, o resultado das bilheterias deste fim de semana será dos mais interessantes de se acompanhar, já que parece tão embrulhado quanto um presente de Natal. Só vai dar para se descobrir o tamanho da surpresa na próxima segunda-feira (26/12). Clique nos títulos destacados para assistir aos trailers de cada estreia.

    Leia mais
  • Filme

    Rogue One, prólogo da saga Star Wars, chega a mais de 1,2 mil cinemas no Brasil

    15 de dezembro de 2016 /

    “Rogue One: Uma História Star Wars” é disparada a maior estreia da semana. Mais que isso, com lançamento em mais de 1,2 mil telas, é também uma das dez maiores estreias de todos os tempos no país – o recorde pertence a “Star Wars: O Despertar da Força”, distribuído em 1.504 salas há exatamente um ano – metade de todos os cinemas do Brasil. Bastante aguardado, o filme é um prólogo do clássico “Guerra nas Estrelas”, apresentando um grupo de rebeldes nunca visto antes na franquia, mas também o saudoso vilão Darth Vader. A trama gira em torno de uma missão para roubar os planos de construção da Estrela da Morte, a arma de destruição do Império que é derrotada no filme de 1977. Apesar de muitos relatos de problemas nos bastidores, o ritmo é empolgante e faz o longa escalar a lista dos melhores títulos da saga. Com 85% de aprovação no Rotten Tomatoes, também estreia neste fim de semana nos EUA – lá, em mais de 4 mil telas, isto é, em mais cinemas que todo o parque exibidor nacional. Adiado para não chegar aos cinemas tão próximo da tragédia da Chapecoense, “Sully – O Herói do Rio Hudson” também supera expectativas. Em cartaz em 261 salas, a produção conta a história real do piloto de avião que impediu um acidente de graves proporções ao realizar um pouso de emergência no Rio Hudson, em Nova York, salvando a vida de todos os passageiros. Mas mesmo considerado um herói pela mídia, ele precisou lidar com o escrutínio e acusações, durante a investigação de seus atos. Lembra “O Voo” (2012), mas consegue superar comparações, muito por conta da dobradinha formada pelo ator Tom Hanks e o diretor Clint Eastwood, dois veteranos que não enferrujam, apenas se aprimoram. Sucesso de bilheteria e crítica nos EUA (86% de aprovação), tem aparecido até em algumas listas importantes de Melhores Filmes do ano. Com ainda mais destaque na temporada de premiações, “Neruda” é a obra sul-americana mais celebrada do ano. Candidato do Chile ao Oscar, o novo filme de Pablo Larraín é uma delícia, que usa tom farsesco para contar fatos reais: a caçada policial ao poeta Pablo Neruda, “o comunista mais importante do mundo”, no final dos anos 1940. Sofisticado por um lado, no uso da metalinguagem, o longa também usa elementos de comédia maluca, evocando até a franquia “Pantera Cor-de-Rosa” na forma atrapalhada com que o inspetor vivido por Gael Garcia Bernal tenta prender aquele que é muito mais esperto que ele. Estreia em 34 telas. Sem muito espaço no circuito devido à guerra de blockbusters, a comédia brasileira “Magal e os Formigas” também tem seu jeito surreal de lidar com a realidade. O filme é praticamente uma homenagem ao cantor Sidney Magal, girando em torno de um fã mau-humorado que, em meio à crise financeira, resolve entrar num concurso para imitá-lo. No processo, acaba redescobrindo o bom humor. E tudo isso com uma ajuda do próprio Magal, que aparece apenas para ele, dando-lhe conselhos de vida. Há quem lembre de “Quero Ser John Malkovich” (1999), mas o tom abordado está mais para “A Procura de Eric” (2009), com direito à parábola moral de fábula encantada. Não que esteja neste nível ou seja tão engraçado quanto parece. As piadas fraquinhas renderam apenas 16 salas. O circuito limitado ainda recebe duas produções de perfil de festival. O romeno “Sieranevada” chegou a ser exibido em Cannes, e gira em torno do encontro de uma grande família num jantar para celebrar seu patriarca recém falecido. O diretor Cristi Puiu (“Aurora”) dá ao evento um tom de tragicomédia – em 13 salas. Bem mais ambicioso, o nepalês “Nas Estradas do Nepal” foi exibido em Veneza e usa a jornada de dois meninos, de castas e crenças diferentes, para retratar uma região belíssima, que ganha contornos horríficos por viver tantos anos mergulhada em guerra. Apesar do tema universal, o diretor estreante Min Bahadur Bham optou por uma filmagem de câmera parada, que não deixa o filme ser confundido com uma versão infantil de Hollywood sobre a barbárie. Por isso, a distribuição é confinada a apenas quatro salas do Rio e uma de Porto Alegre. Clique nos títulos de cada lançamento para ver seus trailers.

    Leia mais
  • Filme

    Pedro Almodóvar lamenta “sensacionalismo” das acusações de estupro contra Bertolucci

    12 de dezembro de 2016 /

    O diretor espanhol Pedro Almodóvar lamentou no fim de semana que “o sensacionalismo” tenha triunfado nas recentes acusações contra seu colega de profissão, o cineasta italiano Bernardo Bertolucci, devido a uma antiga controvérsia do filme “O Último Tango em Paris” (1972). “Tenho certeza que o roteiro era bem conhecido e estava pactuado”, declarou Almodóvar em Breslávia, na Polônia, durante a cerimônia de premiação da Academia Europeia de Cinema, em que disputava por seu filme “Julieta”. “Eu nunca poria um intérprete em risco, nem psíquico nem físico”, disse o espanhol, que considerou que no caso do filme de Bertolucci estaria tudo pactuado entre diretor e atores, além de opinar que há problemas atuais mais relevantes. “São acusações que tanto tempo depois já não têm importância”, disse o cineasta sobre a polêmica gerada após a divulgação de uma entrevista de Bertolucci de 2013, na qual assegurava que não informou à protagonista, Maria Schneider, das mudanças na controvertida cena de estupro de “O Último Tango em Paris”. O desabafo foi entendido como confissão de abuso e originou acusações de estupro em diversos sites e nas redes sociais. Diante da controvérsia, as declarações foram relativizadas pelo próprio Bertolucci, que divulgou um comunicado no qual assegura que Schneider conhecia a cena com antecipação e a “única novidade” foi a manteiga que Marlon Brando usou como lubrificante. Isto não encerrou a controvérsia.

    Leia mais
 Mais Pipoca
Mais Pipoca 
@Pipoca Moderna 2025
Privacidade | Cookies | Facebook | X | Bluesky | Flipboard | Anuncie