Maior estreia da semana, A Múmia amaldiçoa mais de mil salas no Brasil

“A Múmia” é a única estreia ampla da semana. Com lançamento em 1,1 mil salas, projeções em 3D e IMAX, vai disputar o público que está lotando “Mulher-Maravilha”, num circuito que já […]

“A Múmia” é a única estreia ampla da semana. Com lançamento em 1,1 mil salas, projeções em 3D e IMAX, vai disputar o público que está lotando “Mulher-Maravilha”, num circuito que já está saturado de produções milionárias. O lançamento foi planejado para inaugurar um universo de monstros da Universal, mas teve péssima repercussão entre a crítica americana, com 26% de aprovação no site Rotten Tomatoes e reputação de ser “o pior filme que Tom Cruise já fez”. Na trama, o astro de “Missão Impossível” vive um ladrão de relíquias, que acaba despertando a maldição da criatura do título. Russell Crowe (“Noé”) também está no elenco como o Dr. Henry Jeckyll, que lidera uma organização secreta de caçadores de monstros.

Todas as demais produções estreiam em circuito limitado, que, por sinal, também está saturadíssimo com o início do Festival Varilux de cinema francês nesta quinta (8/6).

Só há mais um lançamento americano na programação: “Paris Pode Esperar”, estreia como diretora de ficção de Eleanor Coppola, a mulher do cineasta Francis Ford Coppola (“O Poderoso Chefão”). E é basicamente turismo gastronômico. Um programa do GNT com um fiapo narrativo, com Diane Lane (“Batman vs. Superman”) indo de vilarejo em vilarejo no interior francês, experimentando delícias culinárias e visitando marcos históricos.

Em contraste com o sucesso que tem feito na Argentina, o suspense “Neve Negra” também chega em curto circuito. Traz Ricardo Darín (“Truman”) e Leonardo Sbaraglia (“O Silêncio do Céu”) no papel de irmãos em desacordo, brigando pela venda de uma propriedade no meio da neve da Patagônia. Melhor opção da semana.

A programação também inclui quatro estreias nacionais. O destaque pertence a “Filhos de Bach”, uma coprodução alemã, dirigida por um alemão, que narra uma história edificante com crianças pobres brasileiras, salvas de um destino miserável por outro alemão. Um maestro vem ao Brasil em busca de uma partitura original de Bach, que é roubada por trombadinhas, e em sua busca ele acaba se envolvendo num programa de música erudita para menores infratores. Com a mesma fórmula Disney, “Tudo Que Aprendemos Juntos” (2015) era mais realista.

“Animal Político” segue caminho oposto, como filme feito para ruminar. O longa acompanha uma vaca em crise existencial, que busca descobrir se é feliz. A ideia é de sitcom animada, com direito a piada-citação de “2001 – Uma Odisseia no Espaço” (1968), mas foi realizada com gente de verdade, atores fantasiados e bichos reais, evocando o cinema marginal.

A lista inclui ainda um documentário e uma animação. “Nunca Me Sonharam” traz adolescentes e professores opinando sobre a educação de Ensino Médio no Brasil, com ênfase nas dificuldades dos jovens mais pobres e nas generalizações. Já a animação “Café – Um Dedo de Prosa” narra a história do café de forma didática e será distribuída apenas no circuito SPCine (gratuíto).