The Square: Filme vencedor do Festival de Cannes 2017 ganha primeiro trailer
A TriArtFilm divulgou o trailer de “The Square”, filme sueco que venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes 2017. A prévia combina inglês e sueco e não tem legendas em português, mas permite explorar o contexto com cenas absurdas e surreais. Em tom de humor negro, a trama acompanha o curador de um importante museu de arte contemporânea de Estocolmo, vítima de um pequeno incidente que desencadeia uma série de situações vexaminosas. Em seu intertexto, “The Square” também embute uma crítica social, ao fazer um contraponto entre o ambiente elitista das galerias de arte e a realidade das ruas europeias, cheias de imigrantes e desempregados. O elenco inclui o dinamarquês Claes Bang (série “Bron/Broen”, que é a versão original de “The Bridge”), a americana Elisabeth Moss (série “Mad Men”), o inglês Dominic West (série “The Affair”) e o dublê americano Terry Notary (o King Kong de “Kong: A Ilha da Caveira”), que mostra como se interpreta um macaco sem os efeitos que normalmente acompanham seu desempenho na franquia “Planeta dos Macacos” (onde vive o macaco Rocket). A obra não era das mais badaladas de Cannes, mas o diretor Ruben Östlund já tinha causado boa impressão no festival com seu filme anterior, “Força Maior” (2014), exibido e premiado na seção Um Certo Olhar há três anos. “The Square” estreia em 25 de agosto na Suécia e no Reino Unido, mas ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.
Michael Nyqvist (1960 – 2017)
O ator sueco Michael Nyqvist, que estrelou a trilogia “Millennium” original, ao lado de Noomi Rapace, morreu nesta terça-feira (27/6) após uma batalha contra um câncer de pulmão, confirmou seu representante. Ele tinha 56 anos. “Em nome dos representantes e da família de Michael Nyqvist, é com profunda tristeza que venho confirmar que nosso amado Michael, um dos atores mais respeitados e completos da Suécia, morreu calmamente cercado pela família depois de uma batalha de um ano com câncer de pulmão”, disse o representante em um comunicado. “A alegria e a paixão de Michael eram infecciosas para quem o conhecia e amava. Seu encanto e carisma eram inegáveis, e seu amor pelas artes era sentido por todos os que tiveram o prazer de trabalhar com ele”. Nyqvist começou a carreira no final dos anos 1980 e deslanchou na década seguinte com papéis em diversas produções da TV escandinava. Mas foi só a partir de “Bem-Vindos” (2000), do conterrâneo Lukas Moodysson, que começou a ganhar reconhecimento. Pelo papel de marido com problemas de raiva, obteve sua primeira indicação a um prêmio nacional de melhor ator. Após este papel, seguiram-se o protagonismo em “A Vida no Paraíso” (2004), de Kay Pollak, que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e a aventura medieval “Arn: O Cavaleiro Templário” (2007), transformada em minissérie três anos depois. Ele fez sua estreia em inglês em “Distúrbios do Prazer” (2008), dirigido por outro conterrâneo, Johan Renck (série “The Last Panthers” e clipes de David Bowie e Madonna), um ano antes de viver o personagem que lhe deu projeção internacional. Nyqvist protagonizou “O Homens que Não Amavam as Mulheres” em 2009, dando vida ao jornalista Mikael Blomkvist, editor da revista Millennium, que aceita a oferta de um milionário para investigar que fim levou uma mulher desaparecida há 40 anos. Para isso, alista uma hacker punk, chamada Lisbeth Salander, que o ajuda a descobrir uma antiga conspiração para esconder um serial killer de uma família tradicional sueca. O filme inaugurou uma trilogia inspirada nos livros do escritor Stieg Larsson, que projetou a carreira dos principais envolvidos em sua produção, desde Nyqvist e Noomi Rapace (a intérprete de Salander), até o diretor Niels Arden Oplev e o roteirista Nikolaj Arcel. Todos foram contratados por Hollywood. Mas não participaram do remake americano da produção, no qual o papel de Mikael Blomkvist foi interpretado pelo inglês Daniel Craig. Após o sucesso de “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”, “A Menina Que Brincava com Fogo” e “A Rainha do Castelo de Ar”, o ator foi escalado como vilão de “Missão: Impossível – Protocolo Fantasma” (2011), seu filme de maior alcance mundial. A projeção lhe permitiu ficar por Hollywood, trabalhando em produções variadas como o drama indie “Os Desconectados” (2012), a sci-fi “Viagem à Lua de Júpiter” (2013) e o thriller de ação “De Volta ao Jogo” (2014). Entre seus últimos trabalhos destacam-se “A Jovem Rainha” (2015), no qual viveu o chancelar da Rainha Kristina da Suécia, “Amor e Revolução” (2015), em que encarnou o líder de uma seita que tortura psicologicamente Emma Watson, e “Invasão de Privacidade” (2016), um filme de ação estrelado por Pierce Brosnan. Ele ainda completou seu trabalho em três produções inéditas: a minissérie “Madiba”, sobre Nelson Mandela, e os filmes “Radegund”, drama passado na 2ª Guerra Mundial com direção de Terrence Malick, e “Hunter Killer”, thriller coestrelado pelos britânicos Gerard Butler e Gary Oldman. Além destas obras, até recentemente estava filmando “Kursk”, do dinamarquês Thomas Vinterberg.
Filme sueco vence Festival de Cannes, que também premiou Sofia Coppola e Joaquin Phoenix
O filme sueco “The Square”, de Ruben Östlund, foi o vencedor da Palma de Ouro do 70º Festival de Cannes. A obra não era das mais badaladas da competição, mas o diretor já tinha causado boa impressão em Cannes com seu filme anterior, “Força Maior” (2014), exibido e premiado na seção Um Certo Olhar há três anos. Em tom que varia entre o drama e a comédia, a trama acompanha o curador de um importante museu de arte contemporânea de Estocolmo, vítima de um pequeno incidente que desencadeia uma série de situações vexaminosas. Em seu intertexto, “The Square” ainda faz um contraponto entre o ambiente elitista das galerias de arte e a realidade das ruas europeias, cheias de imigrantes e desempregados. Apesar da vitória de um longa europeu, a maior parte das premiações do juri presidido pelo espanhol Pedro Almodóvar foi para produções americanas. Um número, por sinal, mais elevado que o costume entre as edições anteriores do festival. O prêmio de direção ficou com Sofia Coppola por “O Estranho que Nós Amamos”, remake do filme homônimo de 1971, que transforma uma trama de western em suspense gótico. A diretora não estava em Cannes para a cerimônia, realizada no domingo (28/5), mas enviou uma longa mensagem de agradecimento, na qual menciona a neozelandesa Jane Campion, única mulher a vencer a Palma de Ouro, com “O Piano”, em 1993, como uma de suas “inspirações” na carreira. A estrela de “O Estranho que Nós Amamos”, Nicole Kidman, também foi homenageada com um prêmio especial do festival. Neste ano, ela participou de quatro produções exibidas na programação de Cannes. Duas delas estavam na mostra competitiva. E a segunda também foi premiada: o suspense “The Killing of a Sacred Deer”, do grego Yorgos Lanthimos, que venceu o troféu de Melhor Roteiro, empatado com “You Were Really Never Here”, outra produção americana, dirigida pela escocesa Lynne Ramsay. Para completar a lista americana, Joaquin Phoenix, estrela de “You Were Really Never Here”, venceu o troféu de Melhor Ator. A alemã Diane Krueger foi premiada como Melhor Atriz por “In the Fade”, e dois filmes europeus levaram o Grande Prêmio e o Prêmio do Juri, equivalentes ao 2º e 3º lugares do festival: o francês “120 Battements par Minute”, de Robin Campillo, e o russo “Loveless”, de Andrey Zvyagintsev. Por fim, o prêmio Câmera de Ouro, para longa-metragem de diretor estreante, foi para “Jeune Femme”, da francesa Léonor Serraille, exibido na mostra paralela Um Certo Olhar. Nenhum filme da Netflix foi premiado. O júri da competição oficial foi composto pelos diretores Pedro Almodóvar, Park Chan-wook, Paolo Sorrentino, e Maren Ade, as atrizes Jessica Chastain, Fan Bingbing, Agnès Jaoui, o ator Will Smith e o compositor Gabriel Yard. Vencedores do Festival de Cannes 2017 Palme de Ouro de Melhor Filme “The Square”, de Ruben Öslund (Suécia) Melhor Direção Sofia Coppola, por “O Estranho que Nós Amamos” (EUA) Melhor Roteiro “The Killing of a Sacred Dear”, de Yorgos Lanthimos (Reino Unido) “You Were Really Never Here”, de Lynne Ramsay (EUA) Melhor Ator Joaquin Phoenix, por “Your Were Never Really Here” (EUA) Melhor Atriz Diane Krueger, por “In the Fade” (Alemanha) Grande Prêmio do Júri “120 Battements par Minute”, de Robin Campillo (França) Prêmio do Júri “Loveless”, de Andrey Zvyagintsev (Rússia) Prêmio Especial do 70º aniversário de Cannes Nicole Kidman (EUA) Câmera de Ouro (melhor filme de estreia) “Jeune Femme”, de Léonor Serraille (França)
Greta Gerwig e Mia Wasikowska filmarão na ilha em que morou Ingmar Bergman
A francesa Mia Hansen-Love, premiada como Melhor Diretora no Festival de Berlim deste ano por “O Que Está Por Vir?”, vai filmar seu primeiro longa falado em inglês, após dez anos de carreira. Intitulado “Bergman Island”, a produção será estrelada por Greta Gerwig (“Francis Ha”), Mia Wasikowska (“Alice Através do Espelho”) e John Turturro (“Transformers”). Escrito pela própria diretora, o filme vai se passar nas Ilhas Faroe, onde o cineasta sueco Ingmar Bergman (“O Sétimo Selo”, “Morangos Silvestres”) viveu os últimos anos de sua vida. A trama gira em torno de um jovem casal de cineastas americanos, que prepara os roteiros dos próximos filmes de suas carreira, buscando se inspirar no local em que viveu um dos maiores mestres da sétima arte. Segundo a sinopse, na medida em que o tempo avança, as linhas entre ficção e realidade começam a se confundir. O detalhe é que a metalinguagem que parece existir no projeto também pode incluir entrelinhas autobiográficas. Não se sabe até que ponto o romance entre Mia Hansen-Love e o cineasta francês Olivier Assayas (“Personal Shopper”), possa ter servido de inspiração para o projeto. A estreia de “Bergman Island” só deve acontecer em 2019.
Piloto é reprovado e terror Deixa Ela Entrar não vai virar série
A TNT não aprovou o piloto baseado no filme de terror “Deixe Ela Entrar”. O projeto de série não irá adiante no canal, mas os produtores não desistiram. A dúvida agora é se oferecerão o piloto atual para outros interessados ou se tentarão uma abordagem diferente da franquia, que já rendeu dois filmes – o original sueco de 2008 e o remake americano de 2010, estrelado por Chloe Moretz. O que se sabe é que a versão televisiva alterou a idade da protagonista. Pré-adolescente de 13 anos nos filmes, ela foi vivida pela top model norueguesa Kristine Froseth, de 19 anos, no piloto. Além disso, a trama foi adaptada por Jeff Davis, responsável pela série dos lobisomens adolescentes “Teen Wolf”, que, como sinal de alerta, não tem nada a ver com o filme que a nomeia. A história original girava em torno de um menino que, atormentado por seus colegas de classe, encontra conforto na amizade com a garotinha estranha que acaba de se mudar para seu prédio. O detalhe é que a menina é uma vampira muito velha, embora aparente ter a mesma idade que ele, e sua chegada coincide com uma série de assassinatos sangrentos, que começaram a abalar a população local.
Candidato sueco ao Oscar, Um Homem Chamado Ove destaca um bom personagem
Um bom personagem, que fuja dos clichês e estereótipos, que se revele humano e complexo, é meio caminho andado para um bom filme. Ove é um personagem assim, embora, de início, ele se apresente como um sujeito simplório, pouco inteligente e rígido ao extremo. O protagonista de “Um Homem Chamado Ove”, candidato sueco ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira, apega-se a regras que, no fundo, ele mesmo criou, como síndico de um condomínio, e incomoda todos que por lá circulam, para se assegurar de uma existência pobre, mas segura. Pobre, no sentido espiritual. Afinal, estamos na Suécia e a classe média baixa por lá vive bem. Muito bem atendida em suas necessidades básicas. Ove chega aos 59 anos já viúvo e agora, aposentado contra sua vontade, pouco lhe resta para usufruir da vida. Pelo menos, é assim que ele encara as coisas: não existiu nada antes de Sonja (sua mulher morta) e nada haverá depois dela. Com isso, ele se afunda num niilismo pessoal, se afasta de tudo e de todos, de forma mal-humorada e agressiva e, consequentemente, decide se suicidar. Mas morrer não é nada fácil e suas tentativas costumam ser desastradas. Existe também a alteridade, e mesmo que se desejem negar a existência, os direitos e as necessidades dos outros, eles estão lá e podem se impor, goste-se ou não disso. Quem é o ser humano sem o outro, que pode incomodar, sim, mas também pode ressignificar a sua própria vida? Que sorte tem o Ove que as pessoas não o abandonem, não porque sejam altruístas, mas porque ele tem algo a dar sempre, apesar das evidências em contrário. É por aí que o filme avança na humanidade de seu personagem e nos faz refletir sobre o que é a nossa vida. A partir de situações comezinhas, banais, as coisas se mostram e podem ser descobertas. Uma história também vai se revelando e, por mais simples e corriqueira que pareça, é emocionalmente forte e marcante. O filme se baseia no best-seller homônimo de Fredrik Backman, mas percebe-se que o diretor Hannes Holm (“Família Andersson na Grécia”) quis aproveitar as muitas (todas?) situações do romance. Se é verdade que isso amplia o universo de Ove, por outro lado, dispersa um pouco o interesse. Muita coisa é dispensável, não acrescenta à temática principal e, se melhor editado, poderia deixar o filme mais enxuto e focado. Fidelidade excessiva ao romance original costuma ser uma armadilha para o cinema. Aqui há alguma perda, mas “Um Homem Chamado Ove” se sustenta bem no seu clima doce azedo, em que cabem a angústia, o drama, a tragédia do passado e, ao mesmo tempo, muito humor e muita ternura. O afeto como reparador da rigidez e da intolerância, caminho de descoberta. Conta-se uma boa história, a partir de um bom personagem. E isso se faz de uma maneira honesta, limpa. Não é tão original, mas é muito bom o caminho trilhado pela narrativa. Rolf Lassgard (“Depois do Casamento”) é ótimo como Ove, sustenta o filme o tempo todo. Filip Berg (“Evil – Raízes do Mal”), que faz Ove jovem, também dá conta do recado. E as duas mulheres protagonistas são ótimas: Bahar Pars (“Portofino: The Phillipines”), como a amiga imigrante Parvaneh, e Ida Engvoll (série “The Team”), a esposa Sonja, têm grande expressividade e beleza. Acrescentam ao filme uma luminosidade que lhe é essencial.
Um Homem Chamado Ove: Comédia sueca indicada ao Oscar ganha trailer legendado
A California Filmes divulgou o trailer legendado de “Um Homem Chamado Ove”, filme sueco que conquistou uma surpreendente indicação ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeiro. A surpresa se deve ao fato de a produção ter currículo pequeno, sem ter sido exibida em festivais de ponta. Mas passou em meia dúzia de festivais menores da América do Norte, que lhe renderam prêmios de público, menção especial ou terceiro lugar. De forma muito curiosa, isto bastou para lhe dar visibilidade entre os eleitores do Oscar, que o consideraram um dos cinco melhores filmes estrangeiros do ano. Baseado no livro homônimo de Fredrik Backman, “Um Homem Chamado Ove” é uma comédia de humor negro com fundo humanista. Gira em torno do Ove do título, um homem velho e amargurado que parece odiar o mundo e que, cansado de tantas indignidades, resolve dar um fim na própria vida. Na verdade, seu desejo de morrer vem da incapacidade de viver sozinho, após perder o amor de sua vida. Entretanto, ele não consegue ser bem-sucedido, e as diversas tentativas suicidas apenas o aproximam dos vizinhos que costumava desprezar. Escrito e dirigido por Hannes Holm (“Família Andersson na Grécia”), “Um Homem Chamado Ove” tem estreia prevista para 16 de fevereiro no Brasil.
Roteiro inédito de Ingmar Bergman será filmado por uma de suas maiores inimigas
Um roteiro até então desconhecido, escrito pelo cineasta sueco Ingmar Bergman para uma antologia nunca concluída, que contaria também com obras do italiano Federico Fellini e do japonês Akira Kurosawa, finalmente vai sair do papel e virar filme, informou o jornal Dagens Nyheter. Intitulado “Sessenta e Quatro Minutos com Rebecka” e apontado como uma trama feminista, o roteiro foi escrito em 1969, mas a colaboração entre os lendários diretores não foi a frente. Por conta disso, texto ficou guardado até o início dos anos 2000, quando Bergman doou sua coleção para a fundação criada para preservar sua obra. A diretora que irá conduzir as filmagens, porém, talvez fosse vetada pelo próprio Bergman. Os dois eram inimigos declarados e se comportavam de forma hostil um com o outro até a morte do diretor, em 2007. Isto porque Bergman, apesar de seu cinema de grandes personagens femininas, era visto como tradicionalista e patriarcal, enquanto Suzanne Osten foi uma das fundadoras do movimento Grupo 8, coletivo feminista radical. Além disso, os dois também tiveram conflitos pessoais. A mãe de Suzanne, crítica de cinema e cineasta, havia trabalhado com Bergman em um de seus primeiros filmes, mas não conseguiu progredir numa indústria dominada por homens. O primeiro filme de Suzanne, “Mamma”, narra sua luta nesse meio, e retrata Bergman de forma pouco lisonjeira. Em 1990, quando lançou “The Guardian Angel”, Suzanne ganhou prêmios em vários festivais, mas não conseguiu nenhuma das oito estatuetas a que concorria no Festival de Glasgow. Bergman era o presidente do júri e ela atribui a ele sua derrota. Logo depois, a cineasta mandou uma longa carta atacando o diretor. Segundo Suzanne, Bergman teria dito a um amigo em comum para não trabalhar com ela. “Não chegue perto dela, eu vou dar um tiro nela”, teria dito o cineasta. O roteiro foi parar nas mãos de Suzanne de forma curiosa. E sem o seu envolvimento, talvez ele nunca fosse filmado. É que a ideia original se limitava à transformação do texto numa radionovela, a ser gravada em comemoração ao centenário de Bergman, em 2018. Como o diretor do departamento de drama da rádio nacional da Suécia, Sveriges Radio, era ex-aluno de Suzanne, ele ofereceu a tarefa de dirigir a versão radiofônica para a ex-professora, sem saber a fundo os problemas entre os dois cineastas. Contra todas as expectativas, Suzanne adorou o texto e decidiu ir além, adaptando a obra também para o cinema. “No começo, eu estava um pouco relutante”, contou a cineasta ao jornal The Guardian. “Eu tinha zero ideia do que era. E então eu fiquei muito entusiasmada quando li. Eu gritei na hora: uau! Ele foi feminista por 64 minutos!”. Muitos dos roteiros do cineasta sueco não chegaram a ser filmados, mas “Sessenta e Quatro minutos com Rebecka” se mantinha desconhecido mesmo dos mais dedicados estudiosos da obra do mestre sueco, segundo o Instituto Bergman. O roteiro finalmente se tornar conhecido por ocasião da radionovela, que irá ao ar no dia 6 de novembro. Já o lançamento do longa metragem está previsto para 2018, quando será comemorado o centenário de Bergman.
Diretor de clipes de Beyoncé vai filmar cinebiografia da banda de black metal Mayhem
O diretor sueco Jonas Akerlund (“Spun – Sem Limites”), que fez clipes de Madonna e trabalhou no aclamado “Lemonade”, de Beyoncé, vai trocar o pop pelo black metal. Ele finalmente vai tirar do papel um projeto anunciado em 2015, sua cinebiografia da polêmica banda Mayhem. Um fato pouco mencionado é que o diretor das divas da música pop foi membro fundador do Bathory, um dos primeiros grupos de black metal nos anos 1980. Ele era o baterista original da banda sueca formada em 1983 – bem antes, portanto, do Mayhem colocar o gênero nas colunas policiais. Intitulado “Lords of Chaos”, o filme definiu seu elenco com uma contratação inusitada, a cantora pop Sky Ferreira (“Canibais”). Segundo o site Deadline, Rory Culkin (“Pânico 4”), irmão mais novo de Macaulay Culkin, Jack Kilmer (“Dois Caras Legais”), filho de Val Kilmer, e Emory Cohen (“Brooklyn”) interpretarão os integrantes da banda. Valter Skarsgård, irmão mais novo de Alexander Skarsgård, também está no elenco. Escrito pelo próprio Akerlund, em parceria com Dennis Magnusson (“Inferno na Ilha”), o longa vai contar a história real dos jovens de Oslo, na Noruega, que popularizaram um novo gênero musical nos anos 1980, o “black metal norueguês”, combinando a música da sua banda com atitudes chocantes. Mas a linha entre realidade e publicidade logo começou a se fundir, e a banda se viu envolvida em crimes incendiários, violência, suicídio e até assassinato. Para quem não lembra, o Mayhem se tornou notório pelo acúmulo de histórias bizarras. Alguns anos após sua formação, os músicos decidiram se mudar para uma casa no meio de uma floresta em Oslo, onde ensaiavam, compunham odes a Satã, enchiam a cara e planejavam atentados incendiários contra igrejas católicas. Com a convivência, o vocalista, apelidado de Dead, e o guitarrista Euronymous brigaram diversas vezes. Em 1991, Dead se suicidou dentro casa, deixando um bilhete em que pedia desculpas pelo sangue derramado. Em vez de chamar a polícia, Euronymous comprou uma câmera descartável e fotografou o corpo. Dois anos depois, o recém-admitido Varg Vikernes matou Euronymous com 23 facadas. Segundo Varg, ele atacou antes que o guitarrista levasse adiante um plano para torturá-lo até a morte enquanto filmava. No filme, Culkin será Euronymous, Cohen viverá Varg, Jack Kilmer interpretará Dead, Valter Skarsgård incorporará Faust e Sky Ferreira dará vida a uma personagem chamada Ann-Marit, que não faz parte de nenhuma banda da época. Uma possibilidade é Ann-Marit Sæbønes, prefeita de Oslo no período do assassinato de Euronymus. Já Faust deve ser Bård Faust, integrante da banda Emperor, que no início dos anos 1990 matou um gay à facadas e queimou igrejas com Euronymous e Varg. Em nova formação, o Mayhem acaba de passar pelo Brasil em turnê.
Mostra de São Paulo trará exposição e cópia restaurada de Persona, nos 50 anos da obra-prima de Bergman
A 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo está trazendo ao Brasil a exposição “Behind the Mask — 50 Years of Persona” (Por trás da máscara — 50 anos de Persona), que promove um passeio audiovisual pelo mais experimental e enigmático trabalho do cineasta sueco Ingmar Bergman, que foi lançado no Brasil com o título “Quando Duas Mulheres Pecam”. Concebida originalmente para ocupar o Bergman Center, centro cultural que promove o acervo do diretor, a exibição foi reformatada para as dimensões do Itaú Cultural, na Avenida Paulista, onde ficará em cartaz entre os dias 15 de outubro e 6 de novembro. Composta por textos, fotos dos bastidores das filmagens, cartazes, objetos relacionados à produção, painéis interativos e videoinstalações, a exposição oferece extenso material que ajuda a contextualizar “Persona” na trajetória profissional e pessoal de Bergman, e o momento em que chegou aos cinemas. É a primeira parceria firmada entre a mostra brasileira e o órgão sueco, que planeja uma grande celebração para marcar o centenário de nascimento de Bergman, em 2018. Além da exposição, a Mostra também terá sessões com uma cópia restaurada do longa de 1966 e debate sobre a obra com a participação de Helén Beltrame-Linné, a brasileira que dirige o Bergman Center desde 2014. A história de “Persona” envolve um momento conturbado da vida do diretor. Bergman escrevera o roteiro de um longa-metragem para a atriz Bibi Andersson, com quem tivera um relacionamento amoroso, mas ficou doente antes de iniciar as filmagens. Enquanto estava no hospital, viu uma foto em que Bibi e a também atriz Liv Ullmann estavam juntas e, inspirado pela semelhança física entre elas, desenvolveu o argumento de “Persona”, drama psicológico sobre duas mulheres cujas identidades se fundem gradualmente uma na outra. Quando chegou aos cinemas, a obra dividiu opiniões, causando estranheza e maravilhamento. Por todas as suas ambições psicológicas e narrativas (supercloses, fusão de imagens, “queima” do filme em plena projeção), “Persona” se tornou um dos filmes mais comentados dos anos 1960, a ponto de a crítica de arte americana Susan Sontag publicar um ensaio em que dizia que o filme estava “fadado a incomodar, aturdir e frustrar a maioria do público”.
Série baseada em Deixe Ela Entrar escala top model norueguesa como vampira
Quem encarou com ceticismo o projeto do canal pago TNT de transformar o terror “Deixe Ela Entrar” em série de TV vai ficar com os dois pés mais atrás com a escalação da protagonista. A produção contratou uma top model de 19 anos para interpretar a vampira pré-adolescente da história. A modelo norueguesa Kristine Froseth, que já fotografou para campanhas das grifes Prada e Chloé, foi capa da Elle e da Harper’s Bazaar (e vai estrear no cinema no vindouro “Rebel in the Rye”), ficou com o papel que a sueca Lina Leandersson e a americana Chloe Grace Moretz interpretaram aos 13 anos, na versão original e no remake. A seu favor, ela é magrela e parece mais jovem – e é lindíssima. A trama está sendo adaptada por Jeff Davis, responsável pela série dos lobisomens adolescentes “Teen Wolf”, que, como sinal de alerta, não tem nada a ver com o filme que a nomeia. Segundo Sarah Aubrey, responsável pela programação original da TNT, a série “Let the Right One In” “vai combinar elementos de terror, thriller de vingança e romance adolescente em um conto inesquecível e um tanto quanto perturbador”. Já os filmes e o livro de terror em que se baseiam, do sueco John Ajvide Lindqvist, acompanham um pré-adolescente que, atormentado por seus colegas de classe, encontra conforto na amizade com a garotinha estranha que acaba de se mudar para seu prédio. O detalhe é que a menina é uma vampira muito velha, embora aparente ter a mesma idade que ele, e sua chegada coincide com uma série de assassinatos sangrentos, que começaram a abalar a população local.
Let the Right One In: TNT encomenda piloto de série baseada no terror sueco Deixe Ela Entrar
O canal pago americano TNT encomendou o piloto de “Let the Right One In”, uma série de vampiros baseada no livro do autor sueco John Ajvide Lindqvist que já rendeu dois filmes. A história acompanha um pré-adolescente que, atormentado por seus colegas de classe, encontra conforto na amizade com a garotinha estranha que acaba de se mudar para seu prédio. O detalhe é que a menina é uma vampira muito velha, embora aparente ter a mesma idade que ele, e sua chegada coincide com uma série de assassinatos sangrentos, que começaram a abalar a população local. A trama está sendo adaptada por Jeff Davis, responsável pela série dos lobisomens adolescentes “Teen Wolf”. O problema é que “Let The Right One In”, apesar de centrado numa vampira mirim, é uma trama bastante adulta, e a participação de Davis deixa os fãs dos filmes ressabiados. O filme original foi roteirizado pelo próprio Lindqvist. Cultuadíssimo, “Deixa Ela Entrar” (2008) também catapultou a carreira do diretor sueco Tomas Alfredson, que desde então passou a filmar em inglês (“O Espião que Sabia Demais” e o vindouro “The Snowman”). O sucesso foi tanto que a produção ganhou um remake hollywoodiano, “Deixe-me Entrar” (2010), estrelado por Chloe Moretz e assinado por Matt Reeves. Ao contrário do esperado, a versão americana também teve ótima recepção e impulsionou a carreira do cineasta, levando-o a dirigir “Planeta dos Macacos: O Confronto” (2014). Segundo Sarah Aubrey, responsável pela programação original da TNT, a série “vai combinar elementos de terror, thriller de vingança e romance adolescente em um conto inesquecível e um tanto quanto perturbador”. “Let The Right One In” se junta a outros projetos de terror em desenvolvimento na TNT, como um remake da série “Contos da Cripta” e dois outros projetos produzidos pelo cineasta M. Night Shyamalan, “Time of Death” e “Creatures”.











