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    O Futuro Perfeito demonstra como a linguagem pode ampliar fronteiras

    29 de julho de 2017 /

    “O Futuro Perfeito” (2016), da diretora alemã radicada na Argentina Nele Wohlatz é tão estranho quanto atraente. Isso porque o tom, por vezes bressoniano de interpretação (e um elenco formado por não-atores), acaba se tornando acessível até para um público menos familiarizado com um tipo de cinema mais hermético, e até lembra, em alguns momentos, a trajetória da Macabeia de “A Hora da Estrela” (1986). Mas o caso de Xiaobin (Xiaobin Zhang), que adota o nome Beatriz na Argentina, é ainda mais complicado, já que ela chega àquela terra estranha sem saber nenhuma palavra do espanhol. Seus pais não se interessam em se integrar àquela sociedade, pois planejam ganhar dinheiro e voltar para a China e por isso só falam em mandarim, na empresa de lavanderia que cuidam. Mas a menina de 17 anos não: ela quer se adaptar àquele mundo novo. E para isso procura empregos simples e também cursos para aprender o espanhol. Até porque, no primeiro trabalho, ela não entendia nada o que os clientes falavam e isso lhe custou o emprego. É possível também se identificar com a personagem se, em algum momento da sua vida, você também já se sentiu excluído ou um peixe fora d´água. Daí, é possível entender um pouco a atração que Beatriz sente por um rapaz indiano, que se demonstra interessado nela. Os dois estão unidos pela exclusão social. A cena do cinema, quando ele pede para casar com ela e ambos dizem que não estão entendendo o filme, é bem representativa dessa situação incômoda. Interessante notar que Beatriz vai se tornando mais inteligente e mais esperta à medida que suas aulas de espanhol progridem. Se antes tudo era muito simples nas aulas, como dizer o nome de objetos ou das partes do corpo humano ou de eventos relacionadas ao passado ou ao presente dela, a coisa se torna mais complexa quando a professora introduz o estudo do condicional, com o verbo no que a gente chama em português de futuro do pretérito. Assim, o futuro passa a ser visualizado em uma série de possibilidades. E se o rapaz indiano for casado, o você faria? E se seus pais descobrirem e não gostarem do rapaz, o que aconteceria? E se você viajar para a Índia, como seria? Assim, as imagens surgem na tela quase como verdades, embora saibamos que estamos diante de jogos de imagem a partir dos pensamentos de Beatriz. Interessante como o drama mostra o quanto a linguagem é capaz de modificar o futuro das pessoas, após o cinema mostrar a questão com uma obra bem mais ambiciosa, no registro de ficção científica – “A Chegada” (2016), de Denis Villeneuve. Bem mais modesto, principalmente em seu orçamento, minúsculo, “O Futuro Perfeito” ganha uma dimensão enorme no que tange à reflexão sobre as influências da linguagem na vida e na mente de uma pessoa, no quanto isso pode aumentar suas fronteiras. Claro que também não é só isso, pois há toda uma angústia que acompanha a projeção da história pela ponto de vista de Beatriz. Mas “O Futuro Perfeito” realmente abre mentes e conquista corações.

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    O Cidadão Ilustre é o grande vencedor do Prêmio Platino 2017

    23 de julho de 2017 /

    A quarta edição Prêmio Platino, que contempla os destaques do ano no cinema Ibero-americano, consagrou o filme argentino “O Cidadão Ilustre”, de Andrés Duprat, vencedor de três troféus: Melhor Filme, Ator (para Oscar Martínez) e Roteiro (para o diretor Duprat). O Brasil foi representado na premiação com o troféu de Melhor Atriz para Sonia Braga, por sua atuação em “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. Saiba mais aqui. Pedro Almodóvar foi eleito o Melhor Diretor por “Julieta”, que também conquistou o prêmio de Melhor Canção Original. Mas o filme mais premiado do evento foi a fantasia “Sete Minutos Depois da Meia-Noite”, que levou quatro troféus por categorias técnicas: Edição, Direção de Arte, Fotografia e Edição de Som. O filme do espanhol J.A. Bayona é uma coprodução da Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, falada em inglês com elenco hollywoodiano e orçamento de blockbuster. Durante a cerimônia, foi anunciado ainda que a próxima edição do Prêmio Platino será realizada no México. Confira abaixo a lista completa dos vencedores. Prêmios Platino 2017 Melhor Filme “O Cidadão Ilustre”, de Andrés Duprat Melhor Direção Pedro Almodóvar, por “Julieta” Melhor Ator Oscar Martínez, por “O cidadão ilustre” Melhor Atriz Sonia Braga, por “Aquarius” Melhor Roteiro Andrés Duprat, por “O Cidadão Ilustre” Melhor Edição, Direção de Arte, Fotografia e Edição de Som “Sete Minutos Depois da Meia-Noite” Melhor Canção Original Alberto Iglesias, por “Julieta” Melhor Animação “Psiconautas: Los Niños Olvidados” Melhor Documentário “Nacido em Siria”, de Hernán Zin Melhor Filme de Estreia “De Longe te Observo”, de Lorenzo Vigas Melhor Minissérie ou Série “Quatro estações em Havana” Prêmio de Platino de Honra Edward James Olmos

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    Neve Negra prende a atenção com mistérios e descobertas surpreendentes

    13 de junho de 2017 /

    Narrativas que envolvem muitos personagens e diversas subtramas são um convite à dispersão. Elementos centrais podem perder a força e o tempo consumir a atenção e o interesse do espectador. Às vezes, é como aquelas pessoas que se perdem em longas explicações, perorações intermináveis, que a gente acaba por não ouvir ou entender mais nada. Muito diferente é o papo direto e reto. O jeito econômico de contar uma história ou desenvolver uma ideia. O thriller argentino “Neve Negra” é um bom exemplar de trama econômica, focada no que interessa, sem dispersões. Usa o recurso do flashback progressivo, que vai mostrando em doses homeopáticas o passado dos poucos personagens envolvidos na história, de modo a ir elucidando tudo até o final. Não é um vai-e-vem no tempo interminável e confuso, como, por exemplo, o que se pode ver em outro filme em cartaz nos cinemas, “Faces de Uma Mulher”, produção francesa, dirigida por Arnaud des Pallières. E há tantos outros exemplos, atualmente. Não, o filme de Martín Hodara (“O Sinal”) é cheio de mistérios e descobertas surpreendentes, mas tudo faz muito sentido e termina bem amarrado. Sem deixar fios soltos pelo caminho. Toca, também, na questão de que a verdade é aquilo em que a gente acredita ou admite que seja, aquilo que ficou estabelecido como tal. Um segredo bem guardado estabelece o que virá depois. Ou, quem sabe, segredos em série darão o rumo das coisas. Como de costume no cinema argentino contemporâneo, vê-se um roteiro bem construído, uma história bem concebida e que vai ao ponto. Além disso, “Neve Negra” conta com alguns dos maiores atores do momento, como Ricardo Darín (“Truman”) e Leonardo Sbaraglia (“O Silêncio do Céu”), e o veterano e grande ator Federico Luppi (“No Fim do Túnel”). A jovem atriz espanhola Laia Costa (“Victoria”) tem uma interpretação segura e emocionante, ao lado desses cobras. Mostra desenvoltura. A trama remexe uma dinâmica familiar apodrecida por tudo o que ficou encoberto, negado e virou tabu na relação entre os irmãos e deles com os pais. É bem assustador o que se estabelece a partir daí. O filme mostra como isso está hoje, quando um dos irmãos, Salvador (Ricardo Darín), vive isolado, caçando na região montanhosa e gelada da Patagônia, e se tornou bem agressivo no contato. Marcos (Leonardo Sbaraglia), o irmão mais novo, e sua esposa, Laura (Laia Costa), vão ao encontro dele, tentando convencê-lo a vender a propriedade onde ele está há décadas, longe das coisas. Tarefa quase impossível. Enquanto isso, a outra irmã, Sabrina (Dolores Fonzi, de “Paulina”), vive internada, tendo crises de descontrole emocional. Para entender o porquê de tudo isso, “Neve Negra” mergulha no passado desses irmãos e nas relações que se estabeleceram entre eles, na juventude. A neve da Patagônia, os espaços amplos, vazios, as árvores que ressaltam no branco da paisagem, as tempestades, nevascas castigando o ambiente, são a expressão visual do desarranjo familiar de contornos dramáticos, trágicos, na verdade. E acabam por determinar o destino daqueles sofridos personagens. O filme tem grande fluência e a narrativa prende de tal modo, que seus já econômicos 90 minutos passam tão rápido que mal dá para perceber. Quando a projeção termina, a sensação é de que “Neve Negra” tem uma duração muito curta. Mas seu tempo é o padrão, o mais utilizado pela sétima arte desde sempre. Grande mérito para o trabalho do diretor Martín Hodara e seu elenco admirável e de grande eficiência nos desempenhos. Não surpreende o sucesso que o filme vem fazendo na Argentina, onde foi a produção mais vista nos cinemas em 2017, até aqui.

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    O Cidadão Ilustre usa humor negro para mostrar como o sucesso provoca inveja

    11 de maio de 2017 /

    Um escritor oriundo de uma pequena cidade argentina, Salas, se projeta como grande nome da literatura mundial, vivendo na Europa por três décadas, e conquista nada menos do que o Prêmio Nobel de Literatura. Esse personagem é Daniel Mantovani (Oscar Martínez). O início do filme “O Cidadão Ilustre” é a sua consagração na cerimônia de entrega do Nobel, em Estocolmo, e ali já se vê seu espírito crítico e a insubmissão que lhe são característicos. Se algum dia esse escritor, famoso mundialmente, resolver voltar para rever a pequena cidade natal de Salas, aproveitando um convite singelo para receber a medalha de Cidadão Ilustre da localidade, após cerca de 40 anos ausente, o que pode acontecer? Esta é a situação que o filme de Gastón Duprat e Mariano Cohn (mesma dupla de “O Homem ao Lado”) explora, na forma de uma comédia ácida, que lida com o efeito do sucesso cosmopolita sobre o mundo provinciano. De um lado, o orgulho do conterrâneo mal disfarça a inveja. De outro, uma espécie de entusiasmo patriótico é incapaz de ver o mundo para além das fronteiras nacionais. Há ambiguidade em ver sua pequena localidade também se tornar famosa, mas pelo que ela tem de pior. O desejo de usufruir das vantagens de ser o berço natal de um nome famoso no mundo vai de encontro à constatação da pequenez e mediocridade daquele espaço provinciano. A descoberta de que a grande literatura se alimentou das lembranças desse pequeno mundo limitado e opressor acaba por trazer à tona o que as pessoas têm de mais obscuro: a agressividade destruidora. Tom Jobim dizia que, no Brasil, o sucesso ofende as pessoas. Elas não podem suportá-lo. Quando esse sucesso revela sua face crítica, inevitável, aliás, muitos se sentem diminuídos, rejeitados, dispostos até a matar, por inveja. Isso não é um atributo brasileiro, ou argentino, é do ser humano frustrado, insatisfeito, que se sente rejeitado. De qualquer modo, essa visão da história não é necessariamente a única, nem precisa ser assim. É a visão do escritor, que a ela agrega fantasia, exageros, dramaticidade. O conflito existe, é real, mas pode adquirir diferentes configurações. Uma vez mais, se coloca o tema da verdade, o que ela é, como alcançá-la, se é que existe. E do que é factual e ficcional. O filme lida com isso também, embora de modo pouco original. No entanto, o conjunto do trabalho é muito bom. A atuação de Oscar Martínez (“Relatos Selvagens”), excelente, e o tom cáustico da comédia funciona muito bem. Além de tratar de um tema relevante. Não é nenhum besteirol, nem é nada apelativo. “O Cidadão Ilustre” foi escolhido para representar a Argentina na disputa pelo Oscar de filme estrangeiro. É uma coprodução com a Espanha e levou o prêmio Goya de melhor filme ibero-americano.

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    Filme do Papa Francisco é rico, envolvente e evita a propaganda religiosa

    10 de março de 2017 /

    O Papa Francisco é uma figura pública das mais admiráveis da atualidade. Por seu despojamento, sua simplicidade ao exercer o poder que tem, pela procura por ouvir, acolher e entender mais do que julgar ou restringir as pessoas e a diversidade humana. É um homem que pratica o que prega e o faz com humildade. Sua inserção neste nosso cada vez mais insensato mundo trouxe um sopro de tolerância e liberdade, que há muito se fazia necessário, sobretudo partindo da poderosa Igreja Católica. Chega a seu quarto ano de papado e ganha uma cinebiografia para celebrá-lo. O personagem é cativante e merece o apoio que tem recebido dos homens e mulheres de bem, sejam religiosos ou não. O problema que esse tipo de filme pode trazer é ser chapa-branca e servir apenas à propaganda ou propagação de uma religião. Ou só falar aos já convertidos. O título em português: “Papa Francisco: Conquistando Corações” só reforça essa impressão marqueteira. No entanto, o título original é outra coisa: “Francisco: El Padre Jorge” e corresponde muito melhor ao que é o filme e ao personagem que retrata. Jorge Bergoglio, o padre Jorge, que se tornou Papa, o primeiro da América Latina, é uma pessoa forjada no convívio com as questões sociais de uma região empobrecida. Sendo um homem de ir às ruas e ao contato com as pessoas, desenvolveu sensibilidade para ir muito além da doutrina e suas regras, o que seu antecessor Bento XVI, Joseph Ratzinger, não demonstrava. O filme mostra isso e coloca claramente os dois polos, o inovador e o conservador, mas evita qualquer crítica ao papa que renunciou. Ao contrário, até traz uma fala de Francisco, colocando como corajoso e revolucionário o seu ato surpreendente de renúncia. Certamente não convinha a crítica direta ou a comparação de estilos. Seria quase afrontoso fazê-lo, tão gritante é essa diferença. Da mesma maneira, o filme cita os escândalos da pedofilia na igreja e o do Banco do Vaticano, mas não lida com esses temas. Do casamento gay nem se fala. A questão do aborto aparece numa cena do papa, confortando uma fiel, que chorava e se dizia arrependida de ter tirado o feto. Terrível, mas algo passível de ser acolhido ou perdoado. A questão é mais complexa e pode dispensar essa culpa toda, mas já há algum avanço aí. De resto, o filme mostra a evolução do padre Jorge em cenas muito menos convincentes sobre a sua juventude, relações familiares e interesse por eventuais namoradas do que na sua vida adulta de padre, bispo, cardeal de Buenos Aires. Em parte, porque o ator que faz o jovem padre Jorge, Gabriel Gallicchio (novela “Entre Canibais”), não é muito expressivo no papel, enquanto o grande ator argentino Darío Grandinetti, bem conhecido do público brasileiro por filmes como “Fale Com Ela” (2002) e “Julieta” (2016), ambos de Pedro Almodóvar, ou “Relatos Selvagens” (2014), de Damián Szifron, encarna magistralmente o papa Francisco. A narrativa explora o período que envolve o conclave que elegeu Ratzinger e depois, o que elegeu Bergoglio, por meio do relacionamento do padre Jorge com a jornalista Ana, papel da ótima atriz espanhola Silvia Abascal (“O Lobo”), cuja parceria com Grandinetti resulta estupenda. O filme está longe de apresentar uma história simplificada ou adocicada. É uma boa produção, dirigida por Beda DoCampo Feijóo (“Amores Locos”), cineasta nascido em Vigo, na Espanha, mas radicado na Argentina desde que era bebê, e que se baseou em livro de uma jornalista argentina correspondente do Vaticano. Mostra os conflitos, as dificuldades e as questões que envolveram Bergoglio e a ditadura militar argentina, incluindo as denúncias feitas quando o atual papa assumiu. Explica e defende o papel que ele teve naquela ocasião, junto aos padres jesuítas sequestrados, além de outros atos de solidariedade que, como mostra o filme, parecem não só comuns como definidores da personalidade e da atuação do padre Jorge. Enfim, é um história rica e e envolvente e que não entra naquela categoria indesejável de filme religioso de propaganda.

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    Romance húngaro apolítico vence o politizado Festival de Berlim

    18 de fevereiro de 2017 /

    O filme húngaro “On Body and Soul” foi o vencedor do Urso de Ouro, prêmio máximo do Festival de Berlim 2017. O longa superou outros 17 concorrentes da mostra competitiva para celebrar sua vitória na cerimônia realizada neste sábado (18/2) na capital da Alemanha. “On Body and Soul” já tinha conquistado o prêmio da crítica. O longa da cineasta Ildikó Enyedi (responsável pela versão húngara da série “Sessão de Terapia”) foi apontado desde o começo como um dos favoritos, mas curiosamente sua história de amor era uma das tramas mais despolitizadas da competição, num ambiente marcado por dramas de refugiados e protestos políticos. O filme também venceu um prêmio do público, conferido pelo jornal alemão Berliner Morgenpost, e o prêmio do juri ecumênico. Pela coincidência com os prêmios independentes, o Urso de Ouro de “On Body and Soul” foi considerado um acerto do júri presidido pelo cineasta Paul Verhoeven (“Elle”). Mas houve quem preferisse maior reconhecimento para o filme de Aki Kaurismãki, um dos mais politizados do festival, que foi contemplado com um Urso de Prata. O finlandês Kaurismäki recebeu o troféu de Melhor Direção, após seu filme “The Other Side of Hope” ser um dos mais aplaudidos da Berlinale. O longa é uma história tragicômica, que gira em torno de um refugiado sírio. O mestre finlandês já tinha tratado do tema dos refugiados em seu filme anterior, “O Porto” (2011). Com uma filmografia que já abrange três décadas, ele nunca venceu nenhum dos grandes festivais e havia grande torcida por um Leão de Ouro. Mesmo assim, o Leão de Prata de Berlim é o prêmio mais importante de sua carreira. Outro filme bastante comentado, “Una Mujer Fantástica”, do chileno Sebastian Lélio (do premiadíssimo “Gloria”), venceu como Melhor Roteiro. A produção gira em torno de uma mulher transgênero que tenta superar o luto, e também conquistou o prêmio Teddy, que elege as melhores obras LGBTQ do festival. Mas a torcida também queria ver a transexual Daniela Vega vencer como Melhor Atriz. Os prêmios de interpretação foram para o veterano austríaco Georg Frederich (de “Faust”) por “Bright Nights”, de Thomas Arslan (“Gold”), e a sul-coreana Kim Min-hee (estrela de “A Criada”), por “On the Beach at Night Alone”, sua segunda parceria com o diretor Hong Sang-soo após “Certo Agora, Errado Antes” (2015). “Ana, Mon Amour”, do romeno Cãlin Peter Netzer, também teve uma recepção muito boa da parte da imprensa, tendo como único senão o fato de seu cineasta ter vencido o Urso de Ouro recentemente – por “Instinto Materno” (2013). Acabou rendendo um prêmio para sua editora, Dana Bunescu, como Melhor Contribuição Artística. O júri também deu um prêmio especial a “Félicité”, do senegalês Alain Gomis (“Andalucia”), sobre uma mãe solteira que trabalha como cantora de bar e se desespera pela falta de dinheiro quando o filho precisa ser hospitalizado em Kinshasa. E entregou à veterana Agnieszka Holland (“Na Escuridão”) o troféu Alfred Bauer, voltado a produções que abrem novos horizontes artísticos, por “Pokot”. Esta homenagem destoou das demais, uma vez que longa da cineasta polonesa, sobre uma serial killer vegana que mata caçadores para defender os animais de uma floresta, foi vaiado durante sua projeção. Completam a premiação principal os troféus de Melhor Filme de Estreia para “Summer of 1993”, da espanhola Carla Simon, e de Melhor Documentário para “Ghost Hunting”, do palestino Raed Andoni. E entre os curtas, vale mencionar a vitória de “Cidade Pequena”, do português Diogo Costa Amarante. O Brasil foi representado na competição por “Joaquim”, de Marcelo Gomes, que a crítica internacional considerou fraco. Um jornal português chegou a questionar sua inclusão na seleção, mencionando que havia obras brasileiras melhores nas mostras paralelas. Por sinal, “Pendular”, de Julia Murat, recebeu o prêmio da crítica como Melhor Filme da mostra Panorama. Vencedores do Festival de Berlim 2017 Urso de Ouro – Melhor Filme “On Body And Soul”, de Ildiko Enyedi Urso de Prata – Grande Premio do Júri “Félicité”, de Alain Gomis Urso de Prata – Prêmio Alfred Bauer “Pokot”, de Agnieszka Holland Urso de Prata – Melhor Diretor Aki Kaursimaki, “The Other Side of Hope” Urso de Prata – Melhor Atriz Min-hee Kim, por “On the Beach at Night Alone” Urso de Prata – Melhor Ator Georg Friedrich, por “Bright Nights” Urso de Prata – Melhor Roteiro Sebastian Lelio e Gonzalo Maza, por “Una Mujer Fantástica” Urso de Prata para Melhor Contribuição Artística Dana Bunescu, pela edição em “Ana, Mon Amour” Melhor Documentário “Ghost Hunting”, Raed Andoni Melhor Filme de Estreia “Summer 1993”, Carla Simon Urso de Ouro – Melhor Curta-Metragem “Cidade Pequena” Urso de Prata – Prêmio de Júri de Curta-Metragem “Reverie in the Meadow” Prêmio Audi para Curta-Metragem “Street of Death”

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    Gael Garcia Bernal sofre para se adaptar aos EUA em trailer de comédia mexicana

    6 de fevereiro de 2017 /

    A Hola Mexico divulgou o pôster e o trailer americano da comédia “Me Estás Matando Susana” (You’re Killing Me Susana), estrelada por Gael Garcia Bernal (“Neruda”). A prévia da produção mexicana, passada nos Estados Unidos, faz piadas com o tratamento preconceituoso dado aos imigrantes mexicanos, o clima frio americano e o típico machismo latino. Na trama, o personagem de Gael é abandonado sem explicações pela esposa, chamada Susana (e vivida pela espanhola Verónica Echegui, da série “Fortitude”), que resolve participar sem dar satisfações de uma conferência de escritores nos EUA. Sem dinheiro ou pistas, ele inicia uma peregrinação em busca da mulher, com direito a revista íntima na alfândega, vestuário inapropriado para o clima do inverno americano e brigas com os homens com quem ela conversa. O filme é baseado em romance do escritor José Agustín, tem roteiro de Luis Cámara (“Silêncio”) e direção de Roberto Sneider (“Arranca-Me a Vida”). A estreia está marcada para 17 de fevereiro nos EUA e não há previsão de lançamento no Brasil.

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    Oscar 2017 barra latinos, reduzindo indicações a um único mexicano

    25 de janeiro de 2017 /

    A aparente integração racial dos indicados ao Oscar 2017 rendeu um número recorde de candidatos negros ao prêmio máximo do cinema norte-americano, mas, em compensação, barrou a presença dos latinos na premiação. Após três anos de predomínio de filmes de cineastas mexicanos, 2017 não teve um novo “Gravidade” (2014), “Birdman” (2015) ou “O Regresso” (2016). A única produção dirigida por um latino a conquistar um pouco de destaque foi “Jackie”, cinebiografia da ex-Primeira Dama Jacqueline Kennedy, com três indicações (inclusive de Melhor Atriz para Natalie Portman). Nenhuma delas para seu diretor, o chileno Pablo Larraín, ou para os técnicos latinos que trabalharam com ele. Para piorar, a categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira foi dominada por produções europeias (e um longa australiano), fechando uma importante porta. A tendência se repetiu até nas categorias de curta-metragens. O resultado foi o pior desempenho latino-americano no Oscar neste século, com apenas uma indicação. O representante solitário é o mexicano Rodrigo Prieto, que recebeu a única nomeação do filme “O Silêncio”, de Martin Scorsese, e concorre ao Oscar de Melhor Fotografia. Além dele, há o compositor nova-iorquino Lin-Manuel Miranda (de descendência porto-riquenha), na disputa do Oscar de Melhor Canção Original por “How Far I’ll Go”, da trilha de “Moana”, e o californiano Adam Valdez, que concorre ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais por “Mogli, o Menino-Lobo”. Enquanto organizações voltadas às lutas históricas por direitos de negros nos EUA comemoram a conquista da diversidade racial na premiação, representantes das comunidades latinas nos EUA já reclamam, justamente, da falta desta decantada diversidade.

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    Festival de Havana premia Sônia Braga e thriller com vilão de The Walking Dead

    17 de dezembro de 2016 /

    O filme “Deserto”, do diretor mexicano Jonás Cuarón, venceu o Festival de Havana, em uma decisão que surpreendeu a crítica especializada neste fim de semana. O destaque brasileiro coube a Sônia Braga, que levou o prêmio Coral de Melhor Atriz por “Aquarius”. “Deserto” é o segundo longa dirigido pelo filho do premiado cineasta Alfonso Cuarón (“Gravidade”). A trama acompanha Gael Garcia Bernal (“Neruda”), um mexicano que cruza ilegalmente a fronteira do seu país com os Estados Unidos e se vê alvo, junto com seu grupo, de um americano (Jeffrey Dean Morgan, o Negan de “The Walking Dead”) determinado a assassinar todos os invasores. É fácil ver o apelo dessa metáfora sem sutilizas da vindoura era Trump. Além de Melhor Filme, o thriller de baixo orçamento também levou o Coral de Música original, com Woodkid (Yoann Lenoine). “Últimos Dias em Havana”, do experiente diretor Fernando Pérez, recebeu o Prêmio Especial do júri. Já o Melhor Ator foi o cubano Luis Alberto García, por “Ya No Es Antes”, enquanto o colombiano Víctor Gaviria venceu como Melhor Diretor por “La Mujer del Animal”. Para completar, um conhecido dos brasileiros, Inti Briones (que trabalhou em “Pequeno Segredo”) levou o Coral de Melhor Fotografia pelo chileno “Aquí No Ha Pasado Nada”, enquanto os profissionais de “Neruda” conquistaram os troféus de Edição e Direção Artística. Infelizmente, o festival também foi marcado pela censura a um filme: “Santa & Andres”, do cubano Carlos Lechuga, barrado do evento “por questão de princípio”, segundo os organizadores. É que o longa faz uma crítica contundente à intolerância histórica contra os homossexuais pelo regime dos Castros. Como não se pode criticar o governo de uma ditadura, ao menos se pode demonstrar, como vítima de repressão, o quanto ele é realmente intolerante.

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    Festival de Berlim anuncia primeiros filmes de sua edição de 2017

    17 de dezembro de 2016 /

    A organização do Festival de Berlim anunciou a primeira leva de filmes de sua 67ª edição, destacando a mostra principal: a competição do Urso de Ouro. E o cinema brasileiro ficou de fora da seleção. Até agora, dez títulos foram selecionadas para a disputa. E pelo menos a língua portuguesa se fará ouvir por meio de “Colo”, novo filme da portuguesa Teresa Villaverde (de “Transe”). Ele vai concorrer com produções do Chile, da Hungria, da Romênia, da Polônia, da Finlândia, do Senegal, do Reino Unido e dos EUA. O representante latino é “Una Mujer Fantástica” (foto acima), do chileno Sebastián Lelio (do premiadíssimo “Gloria”), enquanto o exemplar de Hollywood é “The Dinner”, escrito e dirigido por Oren Moverman e estrelado por Richard Gere. Trata-se do segundo filme consecutivo da dupla, após o drama de sem-teto “O Encontro”, de 2014. Há ainda novos filmes de dois mestres do cinema europeu na relação: a polonesa Agnieszka Holland (“Filhos da Guerra”) e o finlandês Aki Kaurismäki (“O Porto”). Como parte da programação oficial, o festival também apresenta sessões especiais de filmes já lançados em seus países de origem, mas inéditos na Alemanha, documentários e formatos especiais. Até o momento, quatro produções foram incluídas nas sessões fora de competição. Entre eles, “La Reina de España”, de Fernando Trueba (“A Dançarina e o Ladrão”), que sofreu boicote em seu país após o diretor dizer em uma entrevista que não se sentia espanhol e, mesmo assim, rendeu indicação à Penélope Cruz ao prêmio Goya (o Oscar espanhol). Há também uma minissérie dos anos 1970 do mestre alemão Rainer Werner Fassbinder (1945–1982). A partir da semana que vem, serão divulgadas as atrações das mostras paralelas do festival (Panorama, Fórum e Fórum Doc). O Festival de Berlim ocorrerá entre 9 e 19 de fevereiro de 2017 na capital da Alemanha. Confira abaixo a lista completa. Selecionados para o Festival de Berlim 2017 Mostra Competitiva A Teströl és a Lélekröl (On Body and Soul, Hungria), de Ildiko Enyedi Ana, mon amour (Romênia), de Călin Peter Netzer Beuys (Alemanha), documentário de Andres Veiel Colo (Portugal), de Teresa Villaverde The Dinner (EUA), de Oren Moverman Félicité (Senegal), de Alain Gomis The Party (Reino Unido), de Sally Potter Pokot (Spoor, Polônia), de Agnieszka Holland Toivon Tuolla Puolen (The Other Side of Hope, Finlândia), de Aki Kaurismäki Una Mujer Fantástica (Chile), de Sebastián Lelio Seção Berlinale Special (fora de competição) La Reina de España (The Queen of Spain, Espanha), de Fernando Trueba Le Jeune Karl Marx (The Young Karl Marx, Alemanha), de Raoul Peck Últimos Días en La Habana (Last Days in Havana, Cuba), de Fernando Pérez Acht Stunden Sind Kein Tag (Eight Hours Don’t Make a Day, Alemanha Ocidental, minissérie de 1972), de Rainer Werner Fassbinder

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    Neruda diverte, emociona e volta a destacar o talento do diretor chileno Pablo Larraín

    15 de dezembro de 2016 /

    O poeta Pablo Neruda (1904-1973), prêmio Nobel de Literatura, é uma das maiores referências culturais do Chile em todos os tempos. O poeta do amor também teve forte participação política, foi senador da República, vinculado ao Partido Comunista. E nessa condição chegou a apoiar a eleição de Gabriel González Videla (1898-1980). Mas Videla se tornaria, depois, um forte perseguidor dos comunistas. Em 1948, promoveu uma verdadeira caça, conhecida como “A Lei Maldita”, a versão chilena do macartismo nos Estados Unidos, na mesma época. A força da União Soviética, após a vitória na 2ª Guerra Mundial, incomodava muito e era preciso combatê-la. A Guerra Fria vigorava. Segundo um diálogo do filme “Neruda”, de Pablo Larraín, o presidente do Chile tem um chefe: é o presidente dos Estados Unidos. Logo, é natural que siga as ordens da matriz. Bem, o fato é que Pablo Neruda, na condição de senador, atacou o presidente González Videla e denunciou tudo o que estava acontecendo com centenas de presos e perseguidos. Claro que se tornou um deles, teve que se esconder e brincar de gato-e-rato com a polícia, que estava em seu encalço. A história dessa perseguição é o assunto do filme “Neruda”, protagonizado por Luís Gnecco, no papel do poeta, e pelo ator mexicano Gael García Bernal, no papel do policial Oscar Peluchoneau, filho de um grande agente que havia marcado história na polícia. Curiosamente, o personagem secundário do policial é quem narra a história, é do seu ponto de vista que vamos conhecendo o que se passou. Inclusive, com direito a falas em off, que narram, explicam o que acontece na tela, na visão dele. Recurso que incomoda e é desnecessário. No entanto, é interessante o enfoque do filme, produz uma história de suspense ao estilo noir, que é capaz de interessar uma plateia menos politizada. A caçada é emocionante, tem lances curiosos, surpresas, e é uma produção ficcional com base na realidade histórica. O policial Oscar é uma criação do escritor, existe só em função de Neruda, só relacionado a ele, não dispõe de realidade própria. E é o centro da narrativa do filme, contando com um ator global que puxa plateias, como Gael García Bernal. Essa mesma história já havia sido filmada no Chile, em caráter ficcional, há dois anos. O filme “Neruda – Fugitivo” (2014), de Manuel Basoalto, que é parente de Neruda, é bem inferior ao trabalho atual de Larrain, que vai mais fundo, questiona e inova sua narrativa, sem medo de tirar o poeta do pedestal em que se encontra. Pablo Neruda cresceria de importância internacional depois desse episódio narrado nesses filmes, e só morreria em 1973, doze dias depois de instaurado o golpe militar que levou Augusto Pinochet ao poder e que produziu uma das ditaduras mais sanguinárias do continente. Oficialmente, Neruda morreu em decorrência de câncer de próstata, mas um calmante que lhe foi injetado teria produzido a parada cardíaca que o matou. Há quem não só questione como ainda esteja investigando a hipótese de assassinato, perfeitamente plausível naquele momento político. Mas essa já é uma história posterior, que não está no filme. Talvez no futuro, em um novo filme, novas revelações possam aparecer. O diretor Pablo Larraín já refletiu sobre a ditadura de Pinochet numa trilogia, com “Tony Manero” (2008), “Post Mortem” (2010) e mais explicitamente em “No” (2012), sobre o plebiscito que tirou o ditador do poder. Brilhou ainda mais com “O Clube” (2015), que trata com muita clareza da pedofilia dentro do clero da igreja católica. Mostra-se um cineasta que mergulha na história chilena, fazendo um cinema político importante e crítico, com posição, mas sem qualquer dose de panfletarismo, além de demonstrar uma técnica que não deve nada à Hollywood. Não por acaso, “Neruda” concorre ao Globo de Ouro 2017, ao mesmo tempo em que Larraín é reconhecido nas premiações americanas por outro filme que fez neste ano, sua estreia nos EUA: “Jackie”.

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  • Filme

    Indicado ao Globo de Ouro, Neruda ganha vídeo de bastidores legendado

    13 de dezembro de 2016 /

    A Imovision divulgou um vídeo legendado dos bastidores de “Neruda”, novo filme de Pablo Larraín (“O Clube”), indicado ao Globo de Ouro 2017 e escolhido pelo Chile para tentar o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. O vídeo reúne a equipe do filme, incluindo o diretor e os astros Luis Gnecco (“A Dançarina e o Ladrão”), intérprete do papel-título, e Gael Garcia Bernal (“Zoom”), para comentar o tom fantasioso da produção. “Não é um documentário” ressalta Larraín. Passado no Chile no final dos anos 1940, o filme se concentra numa caçada policial ao poeta Pablo Neruda, “o comunista mais importante do mundo”, numa trama que mistura metalinguagem, suspense e comédia, inventando detalhes para divertir o público, enquanto o inspetor vivido por Bernal tenta prender o protagonista de forma atrapalhada. “Neruda” é o segundo filme de Larraín estrelado por Gael, após o premiado “No” (2012), mas o elenco também retoma outras parcerias, como Marcelo Alonso, Alfredo Castro e Antonia Zegers, todos vistos em “Tony Manero” (2008) e “O Clube” (2015). A época abordada vai dos anos 1946 a 1948, quando Neruda se juntou ao Partido Comunista do Chile, foi eleito senador, protestou contra a prisão de mineiros em greve, foi ameaçado de prisão, fugiu e começou a escrever “Canto Geral”, seu livro de poemas mais famoso, publicado no ano de 1950. O filme teve première na Quinzena dos Realizadores, seção paralela do Festival de Cannes, e desde então tem conquistado diversos prêmios, entre eles o Fênix. A estreia acontece na quinta (15/12) no Brasil, um dia antes do lançamento comercial nos EUA.

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