PIPOCAMODERNA
Pipoca Moderna
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc
  • Filme
  • Série
  • Reality
  • TV
  • Música
  • Etc

Nenhum widget encontrado na barra lateral Alt!

  • Etc

    Ministério Público exige devolução de R$ 1,4 milhão do filme Chatô, o Rei do Brasil

    21 de dezembro de 2017 /

    O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou na quarta-feira (20/12) uma ação civil pública contra Guilherme Fontes Filmes Ltda, produtora responsável pelo filme “Chatô, o Rei do Brasil”, pedindo o ressarcimento de R$ 1,484 milhão. O valor é referente a contratos assinados com a Rio Filme, empresa pública vinculada à prefeitura do Rio de Janeiro. Segundo o MPRJ, a fraca divulgação da obra por uma negligência unilateral justifica o ressarcimento do valor, pago em forma de adiantamento em troca de direitos concedidos à Rio Filme. Na ação, também se pleiteia que a produtora seja condenada a indenizar a coletividade em valor a ser arbitrado pela Justiça para ser aplicado em ações de proteção aos bens públicos artísticos ou históricos. Dirigido por Guilherme Fontes, o filme foi baseado no livro de mesmo nome do escritor Fernando Morais e conta a história de Assis Chateaubriand, jornalista e empresário que nos anos 1920 fundou os Diários Associados, grupo de mídia que lançou a TV no Brasil. A produção levou mais de 20 anos entre o começo das filmagens em 1994 e seu lançamento em 2015. Mas foi muito bem recebido pela crítica, tornando-se o segundo filme mais premiado do Grande Prêmio Brasil do Cinema Brasileiro 2016. Foram quatro troféus, entre eles o de Melhor Ator, para Marco Ricca, intérprete de Chatô. Mesmo assim, ce acordo com nota divulgada pelo MPRJ, houve pouco caso com a produção, que foi concluída em 21 anos, após sucessivos atrasos. Além disso, a Rio Filmes firmou contratos com a produtora Guilherme Fontes Filmes Ltda nos quais se previa a entrega de uma primeira cópia do filme em 2004, mas isso só ocorreu em 2015, mais de 10 anos após o prazo estabelecido. “No decorrer desse tempo, a obra se tornou desinteressante para a população e para a Rio Filme, vindo inclusive a ser motivo de chacota entre o meio artístico e social. Tais fatos influenciaram direta e intensivamente no pouco alcance que essa produção de grande valor histórico e cultural acabou tendo com a população em geral. O que feriu, portanto, o maior objetivo que se pretendia alcançar, que era o de divulgar, da forma mais ampla possível, os relevantes fatos históricos contidos nessa obra cinematográfica”, diz o texto. De acordo com a ação, a Rio Filme teria o direito de promover e contratar, com exclusividade, a exploração econômica do filme nas salas de cinema e em outros meios de exibição. Em contrapartida, seria feito um repasse de R$ 1,06 milhão na modalidade de adiantamento sobre receita de comercialização. Tal valor seria recuperado através da retenção prioritária de 100% dos rendimentos com a comercialização da obra. Além disso, a Rio Filme destinou mais R$ 260 mil como coprodução e se comprometeu a reservar a quantia de R$ 440 mil para a cobertura de despesas com o lançamento do filme. Esta não é a primeira polêmica judicial envolvendo o filme. A produção captou cerca de R$ 8,6 milhões por meio da Lei de Incentivo à Cultura e da Lei do Audiovisual. Estes recursos seriam usados não apenas no longa-metragem, mas também em uma série de 25 documentários sobre a história da República no Brasil, exibidos pela Globosat, e em um documentário em curta-metragem sobre Assis Chateaubriand, que recebeu o título de “Dossiê Chatô”. No final de 2014, embora os demais produtos já tivessem sido finalizados, o filme estava há 20 anos em produção sem conclusão. Por conta disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que fossem estornados à Ancine (Agência Nacional do Cinema) o valor de R$ 66,27 milhões. Este seria o valor corrigido dos R$ 8,6 milhões captados. Além disso, a condenação impôs ainda duas multas de R$ 2,5 milhões cada, totalizando um débito superior a R$ 71 milhões. Dois anos mais tarde, Guilherme Fontes protocolou uma cópia da obra concluída no TCU. A corte aceitou o filme finalizado como prova dentro de um recurso que pedia a revisão da condenação. Outra ação também foi arquivada em 2015 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Neste processo, Guilherme Fontes foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por improbidade administrativa. A ação foi ajuizada em 2010 e apontava que a produção recebeu R$ 51 milhões e até então não tinha sido concluída. Também se questionou a falta das prestações de contas. Entretanto, a acusação não tinha mérito e foi retirada. O crime de improbidade administrativa deve ter sempre como réu pelo menos um agente público envolvido no ato ilícito, o que não era o caso.

    Leia mais
  • Filme

    16 filmes brasileiros disputarão uma indicação no Oscar 2017

    5 de setembro de 2016 /

    Dezesseis filmes brasileiros foram inscritos na comissão do Ministério da Cultura, que irá selecionar o representante do país na busca por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2017. A lista das produções inscritas foi divulgada pela Secretaria do Audiovisual e conta, entre outros, com “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, e “Chatô – O Rei do Brasil”, de Guilherme Fontes. “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert, e “Para Minha Amada Morta”, de Aly Muritiba, não foram incluídos na seleção por decisão de seus diretores, como protesto contra uma suposta “imparcialidade questionável” da comissão, no dizer de Mascaro, que colocaria o resultado em cheque. Os três diretores seguiram deixa de Kleber Mendonça Filho, que denunciou em carta aberta a inclusão do crítico Marcos Petrucelli, de visão política diferente da sua, como uma conspiração do “governo ilegítimo” contra seu filme “Aquarius”. Petrucelli criticou a photo-op de “Aquarius” no Festival de Cannes, quando Filho e seu elenco ergueram cartazes, em francês e inglês, para denunciar que “o Brasil não é mais uma democracia” por ter sofrido um “golpe de estado”. Além dos três cineastas desistentes, a própria comissão sofreu baixas, com as saídas do cineasta Guilherme Fiúza Zenha, que alegou motivos pessoais, e da atriz Ingra Lyberatto, que revelou ter sofrido pressões extremas da classe. Os dois foram substituídos pelos cineastas Bruno Barreto e Carla Camurati. Além disso, a presença de Petrucelli foi garantida pelo Secretário do Audiovisual, Alfredo Bertini. Os demais integrantes do comitê julgador são Adriana Rattes, Luiz Alberto Rodrigues, George Torquato Firmeza, Bruno Barreto, Carla Camurati, Paulo de Tarso Basto Menelau, Silvia Maria Sachs Rabello e Sylvia Regina Bahiense Naves. Em nota, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, disse confiar “plenamente na isenção e na capacidade da comissão avaliadora”. “Será um trabalho difícil, pois a safra de filmes brasileiros está excelente”, afirmou. Apesar da polêmica, a quantidade de filmes inscritos é alta. No ano passado, foram apenas nove títulos. E vale registrar que o responsável por polemizar todo o processo, Kleber Mendonça Filho, não retirou seu filme da competição, deixando seus três colegas solidários no vácuo. Veja a lista completa de filmes: “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho “Chatô – O Rei do Brasil”, de Guilherme Fontes “Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo”, de Afonso Poyart “Nise – O Coração da Loucura”, de Roberto Berliner “Campo Grande”, de Sandra Kogut “Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil”, de Belisário Franca “Pequeno Segredo”, de David Schürmann “O Roubo da Taça” de Caíto Ortiz “A Despedida”, de Marcelo Galvão “O Outro Lado do Paraíso”, de André Ristum “Uma Loucura de Mulher”, de Marcus Ligocki Júnior “Vidas Partidas”, de Marcos Schechtman “Tudo que Aprendemos Juntos”, de Sérgio Machado “O Começo da Vida”, de Estela Renner “A Bruta Flor do Querer”, de Andradina Azevedo e Dida Andrade “Até que a Casa Caia”, de Mauro Giuntini

    Leia mais
  • Filme

    Carla Camurati entra na comissão que definirá o candidato brasileiro ao Oscar 2017

    29 de agosto de 2016 /

    Um dos maiores ícones da retomada do cinema nacional, a diretora e atriz Carla Camurati vai ocupar a vaga de Ingra Lyberato na comissão que selecionará o candidato brasileiro para disputar uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2017. Convidada a integrar a comissão pelo próprio Ministro da Cultura Marcelo Calero e pelo secretário de Audiovisual Alfredo Bertini, Carla surpreendeu-se com o questionamento de sua “classe” (na definição de Lyberato) sobre a imparcialidade dos integrantes, afirmando que o convite não foi acompanhado de qualquer orientação política – como, por sinal, já tinha sido dito por Lyberato. “Eu estou do lado do cinema brasileiro, e estarei sempre. Minha preocupação é com a nossa cultura de forma geral”, disse a cineasta, cujo filme “Carlota Joaquina” é apontado como divisor da cinematografia nacional. Seu sucesso de bilheteria, numa fase em que o cinema nacional andava desacreditado, marcou o início do renascimento do mercado para as produções brasileiras, a ponto de servir como referência. É o marco zero da retomada. Camurati vê com bons olhos a produção brasileira. “Temos uma variedade muito interessante tanto em termos de conteúdo como de liguagem. A comissão vai ter um bom momento para fazer sua escolha”, avaliou. Na sexta-feira (26/8), Lyberato anunciou pelas redes sociais que deixaria o comitê de seleção após ter “começado a sofrer”. Ela se referiu à “retirada de alguns filmes preciosos”, que não seriam submetidos à comissão por decisão de seus cineastas, em protesto político, e também à pressões extremas da “classe”. Esta foi a segunda substituição na comissão, que já havia perdido o cineasta Guilherme Fiúza Zenha na quinta-feira (25/8). Segundo sua alegação, “por questões pessoais”. Ele foi substituído pelo cineasta Bruno Barreto, que já chegou disputar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por “O Que é Isso, Companheiro?”, em 1998. Com as mudanças, a comissão ficou ainda mais forte e representativa, ainda que o espírito de confronto tenha prejudicado a escolha. Três cineastas retiraram seus filmes da disputa pela vaga ao Oscar 2017 em protesto político contra a própria comissão, devido à sua “imparcialidade questionável”, como se expressou Gabriel Mascaro, que retirou “Boi Neon” da disputa. Em comunicado, a equipe de “Para Minha Amada Morta”, de Aly Muritiba, resumiu: “Não reconhecemos a legitimidade da comissão constituída pela SaV (Secretaria do Audiovisual) para escolher o representante brasileiro na disputa do Oscar 2017”. Além deles, Anna Muylaert também retirou “Mãe Só Há Uma” da apreciação da comissão. Na ocasião, ela deu a entender, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que se tratava de uma tática para forçar a escolha de “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. “Achamos que este é o ano de ‘Aquarius’. É o filme certo”, disse. Outros diretores alinhados com o mesmo discurso não chegaram tão longe, mas assumiram participar de uma conspiração. O objetivo seria, segundo consta num texto publicado no Facebook pelo cineasta Roberto Berliner, tentar forçar a “retirada” de um membro da comissão, que desagrada a “classe” por sua postura mais crítica. Lyberato chegou a dar nome à vítima, em seu desabafo, antes de pedir para sair. “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?”, ela escreveu. O alvo era o crítico Marcos Petrucelli. Desde que seu nome foi incluído na comissão, o cineasta Kleber Mendonça Filho abriu uma frente de ataque à sua participação. Petrucelli não poderia participar da comissão, na visão dos diretores citados, por ter criticado a photo-op da equipe de “Aquarius” em Cannes, quando Filho e seus atores ergueram cartazes para denunciar, em inglês e francês, que “o Brasil não é mais uma democracia” após sofrer um “golpe de estado”. Ele não seria isento, portanto, para escolher o filme que representará o país no Oscar. Além disso, a inclusão do crítico na comissão reforçaria a tese de vitimação de Filho, que estaria sofrendo perseguição pelo protesto no país do caviar. Outro exemplo disso seria a censura de 18 anos que seu filme recebeu do Ministério da Justiça, por mostrar um pênis ereto numa cena de orgia. O diretor escreveu em seu Facebook: “Alguém no governo fortalecendo o marketing desse filme. Incrível”. Apesar de todo o jogo de cena, Filho tirou o corpo fora do protesto, vendo seus colegas-rivais saírem da disputa, sem retirar “Aquarius” da comissão. “Tenho interesse em ver o processo se completar dentro das regras democráticas”, ele afirmou ao jornal Folha de S. Paulo. Seu interesse não deixa de ser um bom exemplo e uma bela lição.

    Leia mais
  • Filme

    Para Minha Amada Morta abandona disputa à vaga no Oscar 2017

    26 de agosto de 2016 /

    A pressão da panelinha aumenta. Após “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert, o filme “Para Minha Amada Morta”, de Aly Muritiba, também saiu da disputa à vaga brasileira para buscar indicação na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2017. Em comunicado sucinto, postado no Facebook, Muritiba diz, em nome da equipe de “Para Minha Amada Morta”, que “não reconhecemos a legitimidade da comissão constituída pela SaV (Secretaria do Audiovisual) para escolher o representante brasileiro na disputa do Oscar 2017”. Quando anunciou sua desistência, Muylaert disse que “era o ano de ‘Aquarius'”, dando a entender a existência de um arranjo de bastidores para eleger o filme de Kleber Mendonça Filho à vaga. Visando se distanciar dessa polêmica, Muritiba ainda postou um esclarecimento na rede social: “Nós não retiramos nosso filme da disputa por filme A ou B. Nós retiramos por não reconhecer o modo como a comissão foi constituída. E acredito que os diretores que contestam a comissão deveriam fazer o mesmo”. Quem iniciou a contestação foi justamente Kleber Mendonça Filho, que atacou a participação do crítico Marcos Petrucelli na comissão. Petrucelli não poderia participar da comissão, na visão dos cineastas, por ter criticado a photo-op da equipe de “Aquarius” em Cannes, quando Filho e seus atores ergueram cartazes para denunciar, em inglês e francês, que “o Brasil não era mais uma democracia” após sofrer um “golpe de estado”. Nenhum deles enxerga ironia no ato de defender o direito de Filho protestar contra o que quiser, enquanto atacam a liberdade de expressão de um crítico, no momento em que ele faz o que lhe é mais natural em sua profissão: criticar. Ao exercer pressão para manipular a formação da comissão para “vetar” desafetos, os cineastas deixam claro que buscam o confronto, confundindo demonstração pública de intolerância e incapacidade de convivência democrática com ato libertário, num desvio nutrido pelo pior tipo de patrulhamento ideológico. Afinal, onde estava esta indignação seletiva quando, em 2010, “Lula, o Filho do Brasil” foi escolhido para representar o país no Oscar, em plena vigência do governo Lula? Em vez de protestos, Tata Amaral chegou a elogiar a politização da escolha, feita de forma unânime pela comissão da época, aparentemente mais ao gosto dos nossos cineastas democratas. Detalhe: o filme teve sua produção bancada pelas empreiteiras Odebrecht, Camargo Corrêa e OAS, todas suspeitas de propina e lavagem de dinheiro, que tiveram seus dirigentes detidos durante a Operação Lava Jato. “Lula, o Filho do Brasil”, que teria custado R$ 17 milhões, seria fruto de um projeto criminoso? Na pior das hipóteses, representou perfeitamente o Brasil de Lula e a “classe” para o mundo inteiro. Muritiba também defende que os diretores que contestam a comissão deveriam retirar seus filmes da disputa. Mas Kleber Mendonça Filho já anunciou que não pretende renunciar, uma vez que tudo o que está acontecendo é de seu interesse. “Tenho interesse em ver o processo se completar dentro das regras democráticas”, ele afirmou ao jornal Folha de S. Paulo. Além dos três cineastas desistentes, dois integrantes da comissão também pediram para sair. Embora o diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza Zenha tenha alegado “questões pessoais” e dito que não falaria com a imprensa, a atriz Ingra Lyberato fez um longo desabafo no Facebook, mencionando pressões extremas da “classe”. “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?”, ela escreveu. Aparentemente, o objetivo é este mesmo. Dar a indicação a “Aquarius” por W.O. Mas isso também reforça, como opção de repúdio à tática de panelinha, a candidatura alternativa de “Chatô, o Rei do Brasil”. “‘Chatô’ tem grandes qualidades e foi feito com muito esforço. Acho que meus técnicos e atores, que tanto se empenharam, merecem”, acredita o diretor Guilherme Fontes, ao contrário do que acham os diretores desistentes a respeito de seus próprios filmes.

    Leia mais
  • Filme

    Guilherme Fontes pretende inscrever Chatô à vaga brasileira no Oscar

    25 de agosto de 2016 /

    Enquanto alguns cineastas retiram as candidaturas de seus filmes, Guilherme Fontes anunciou que pretende inscrever “Chatô, o Rei do Brasil” na comissão que irá definir o candidato brasileiro ao Oscar 2017. E pode vencer, considerando a forma antipática que está tomando a tática de politização escolhida pelo diretor de “Aquarius”, Kleber Mendonça Filho, para conquistar a vaga. Colocando-se como vítima de retaliações, após denunciar que “O Brasil não é mais uma democracia”, com cartazes durante o Festival de Cannes, Filho passou a atacar um crítico escolhido para integrar a comissão, por ele ter se manifestado contra a photo-op francesa, e conseguiu engajar outros cineastas, culminando na desistência de “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Há Só Uma”, de Anna Muylaert, em protesto solidário. Embora alguns imaginassem que ele próprio pudesse renunciar à candidatura de “Aquarius”, aumentando o tom de denúncia, Filho aproveitou para dizer que se mantém na disputa, agora sem dois rivais de peso. Só não contava com um filme mítico, surgindo das cinzas. “Assim como os concorrentes, ‘Chatô’ tem grandes qualidades e foi feito com muito esforço”, disse Fontes ao jornal Folha de S. Paulo. “São mais de 30 críticas excepcionais. Acho que meus técnicos e atores, que tanto se empenharam, merecem.” O diretor não quis comentar a polêmica envolvendo a comissão, mas considera que a conquista da vaga seria uma reviravolta completa da trajetória da produção. A cinebiografia de Assis Chateaubriand virou lenda na história do cinema nacional por ter demorado 20 anos para ser concluída, desde que Fontes começou a produzir o projeto, em 1995. O diretor foi acusado de irregularidade no uso de dinheiro público pela demora em concluir o filme, que a certa altura parecia não existir, chegando a ser multado em R$ 66,2 milhões. Mas a estreia no fim de 2015 mudou tudo. Elogiado pela crítica, isentado pelo Tribunal de Contas da União, uma eventual escolha de “Chatô” seria um epílogo digno da mitologia que cerca sua produção.

    Leia mais
  • Filme

    Lançamento de Chatô pode evitar que Guilherme Fontes pague multa milionária

    5 de julho de 2016 /

    O TCU (Tribunal de Contas da União) aceitou rever um recurso de Guilherme Fontes referente à prestação de contas do incentivo fiscal do filme “Chatô, o Rei do Brasil” (2015). Com a revisão, o ator e diretor pode se isentar de ter que devolver um total de R$ 66,2 milhões ao Fundo Nacional da Cultura, valor corrigido e acrescido de juros. O recurso reavalia a decisão do TCU que condenava o ator por não ter o filme, que foi rodado nos anos de 1990 e só ficou pronto em 2014. Agora que “Chatô” entrou e saiu de cartaz e está na programação do Netflix, os ministros consideraram que a produção foi concluída, o que pode ser considerada prova de reconsideração. “Chatô”, que demorou quase 20 anos para estrear, custou mais de R$ 8 milhões, valor bem acima das grandes produções da época – “O Auto da Compadecida” (2000), por exemplo, não passou de R$ 3,5 milhões. No entanto, Fontes garante que o valor do trabalho ficou abaixo do que qualquer outro do mercado, já que, além do filme, o projeto compreendia também uma minissérie e um documentário, que ele pretende lançar em breve. O filme foi baseado no livro de mesmo nome do escritor Fernando Morais e conta a história de Assis Chateaubriand, jornalista e empresário que nos anos 1920 fundou os Diários Associados, grupo de mídia que engloba jornais, emissoras de rádio e de TV. Fontes disse que estava muito feliz e emocionado pela reviravolta no caso. “A justiça está sendo feita com quem acreditou em mim e com a minha família”, ele comentou, em entrevista ao UOL. “Fui acusado pelo Ministério da Cultura da época e os jornais abraçaram a ideia. Destruíram um projeto lindíssimo de cinema. E isso prova que eu estava certo”, falou. “O mais legal de tudo é as pessoas terem gostado do filme. Isso é impagável. Saber que as minhas contas estariam boas no final não foi surpresa. Saber que o filme ficaria bom não foi surpresa. Surpresa foi tudo mundo ter achado isso”.

    Leia mais
  • Filme

    Estreia de Chatô só perdeu para Jogos Vorazes em lotação de salas

    26 de novembro de 2015 /

    Prova de que o mercado subestima a produção cinematográfica nacional, “Chatô, o Rei do Brasil”, de Guilherme Fontes, foi o segundo filme que mais encheu salas de cinema em seu fim de semana de estreia. Perdeu apenas para o onipresente “Jogos Vorazes: A Esperança – O Final”. Mas enquanto este ocupou mais de 1,2 mil telas – 40% do circuito exibidor completo – , o longa brasileiro foi lançado em menos de 20 salas, exclusivamente no Rio e em São Paulo. Com isso, “Chatô”, que custou uma fortuna inestimável para ser rodado – com multas por problemas fiscais, há uma avaliação de débito que gira em torno de R$ 70 milhões – rendeu apenas R$ 200 mil em seus quatro primeiros dias de exibição. Isto representa 1% dos R$ 20 milhões arrecadados pelo final de “Jogos Vorazes”. Sem perder o gingado, o diretor informou que, a partir desta quinta-feira (26/11), o número de salas cresce para 44. Outras 14 cidades vão receber o filme, além de Rio e São Paulo, mantendo a esperança de a arrecadação crescer de maneira substancial. As lotações das salas mostram que o público está, no mínimo, curioso para ver a obra, realizada ao longo de 20 anos. Mas mesmo enchendo cinemas, a saga quixotesca de “Chatô” continua, precisando agora superar o acesso limitado.

    Leia mais
  • Filme

    Quase uma lenda, Chatô sobrevive a polêmicas e se prova atual

    19 de novembro de 2015 /

    Não é sempre que se tem a oportunidade de assistir a um filme mítico, quase uma lenda do cinema brasileiro, como “Chatô – O Rei do Brasil”. O lançamento, que finalmente estreia em circuito comercial, comprova que assombrações existem. Pois enquanto permaneceu invisível para o público, “Chatô” assombrou a carreira de Guilherme Fontes de forma tortuosa. Adaptação do livro homônimo de Fernando Morais sobre o empresário das comunicações Assis Chateaubriand, responsável pela inauguração do primeiro canal de TV do Brasil e um dos brasileiros mais poderosos do século 20, a produção se estendeu por duas décadas completas, consumiu milhões e rendeu diversos processos por má gestão financeira. Numa das contas recentes do Ministério Público, Fontes foi apontado como devedor de cerca de R$ 72 milhões em verbas incentivas sem comprovação, somadas a multas e juros. Primeiro e único longa-metragem dirigido por Fontes, “Chatô” teve a filmagem mais tumultuada já registrada no país, com cenas rodadas conforme o então ator de novelas conseguia negociar verbas, desde 1995, recebendo retoques até à véspera do lançamento, com a inclusão de uma narração de Marco Ricca (intérprete de Chateaubriand) para amarrar a trama. O mais impressionante nessa epopeia toda é o filme ter coesão. Não virou um desastre épico, consegue entreter e tem marca autoral. Um filme sobre seus bastidores não teria dificuldades em mostrar Fontes como um Howard Hughes brasileiro, rodando infinitamente o mesmo projeto, muito além do limite aceitável, em busca da perfeição ilusória – megalomania que vai além das filmagens, na criação de uma distribuidora própria para levar o longa às telas. Mas Fontes pode preferir se ver como um Orson Welles nacional, apostando que seu primeiro longa viraria a obra-prima que definiria toda a sua carreira. E, de certa forma, definiu mesmo. São claros os paralelos entre o Chateaubriand do cinema e “Cidadão Kane” (1941), tanto pelo tema quanto pela estrutura do filme, que começa com os suspiros finais do protagonista. A diferença é que, em seu delírio de morte, Chatô se vê em uma espécie de julgamento televisivo, comandado por um apresentador feérico (o próprio Fontes, emulando Chacrinha), que desfila todas as pessoas que passaram por sua vida, tendo Getúlio Vargas como seu advogado e Carlos Rosemberg como promotor. A narrativa picotada, que mergulha em flashbacks e delírios, é ousada, demonstrando outra semelhança com “Cidadão Kane”, mas também destaca a principal diferença entre os dois longas. Fontes não é Welles, e o vai e vem de imagens se mostra desconexo, cansativo, levando à dispersão. Num filme assumidamente alegórico, isto pode ser um problema grave. Entretanto, há um fio condutor que, bem ou mal, consegue amarrar as pontas. A estrutura também permite romper com o padrão de realismo e interpretação naturalista que se espera de uma cinebiografia. Graças à dramatização exótica, centrada num programa onírico de auditório, o exagero cênico se torna aceitável. Os personagens caricatos não causam mais estranhamento que o contexto. Assim, Marco Ricca pode aparecer afetadíssimo, exagerando em tudo – no sexo, no cinismo e na ganância. Do mesmo modo, os coadjuvantes que o cercam viram projeções arquetípicas: Getúlio Vargas (Paulo Betti) surge como uma caricatura populista, Lola Abranches (Leandra Leal) como a esposa histérica, etc. Até a única personagem fictícia da história, Dona Vivi (Andréa Beltrão), manifesta-se em registro extremo, como femme fatale. Isto não tira o mérito dos intérpretes. Ao contrário, Marco Ricca dá sangue e pulsação a seu Chatô, numa performance febril, adequada à opção narrativa. Outra qualidade encontra-se na reconstituição de época, que é realista quando precisa, mas também embarca na proposta surreal, como na cena de avião em meio a uma tempestade, realizada como num filme dos anos 1940. Ironicamente, graças a estes maneirismos, “Chatô – O Rei do Brasil” resistiu melhor à passagem de tempo de sua produção, chegando as telas sem o desgaste esperado de um filme supostamente datado. O longo processo de gestação, porém, criou um apego maior que o recomendável entre o diretor e seu material. A projeção se beneficiaria muito de uma montagem mais enxuta, eliminando sobras de roteiro e cenas que parecem supérfluas. O corte já é irregular o suficiente, levando a duração a parecer muito maior que seus 102 minutos. Embora os bastidores conturbados e eventuais defeitos de execução jamais se dissociem da obra final, também se deve reconhecer o esforço e o resultado total. “Chatô” consegue cobrir os momentos mais polêmicos da história do Brasil, da revolução de 1930 ao golpe militar de 1964, contando ao mesmo tempo a história das comunicações no país, com ênfase na corrupção com que foram conduzidos a política e os negócios do período. A produção pinta Chateaubriand como uma espécie de jagunço da mídia, um visionário chantagista, capaz de usar jornais, rádios e TV para manipular e dobrar poderosos, impondo sempre a sua vontade. Ao mesmo tempo, foi quem deixou, como legado, a TV brasileira e o MASP, um dos museus mais importantes do país. Não era mesmo fácil contar sua história num único filme. Nem que este filme durasse 20 anos para ganhar forma. Ao final, é até possível encontrar um lado positivo na demorada gestação. Tropicalista tardio, “Chatô” destoa do convencionalismo das últimas cinebiografias brasileiras, concebidas como minisséries televisivas, com começo, desenvolvimento e conclusão lineares, além de extirpadas de qualquer indício de polêmica. “Chatô” nasceu polêmico e assume ainda mais polêmicas na tela, servindo de analogia para situações que ainda existem, perpetuando-se no país em pleno século 21. Neste sentido, quem diria, “Chatô” acaba se revelando um filme bem atual.

    Leia mais
@Pipoca Moderna 2025
Privacidade | Cookies | Facebook | X | Bluesky | Flipboard | Anuncie