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    Sônia Guedes (1932 – 2019)

    4 de junho de 2019 /

    A atriz Sônia Guedes, que trabalhou na série clássica “Malu Mulher”, morreu na segunda (3/6) aos 86 anos, em São Paulo, em decorrência de um câncer. A informação foi confirmada pela assessoria do SBT, emissora onde a atriz realizou o último trabalho na televisão. Com mais de 40 anos de carreira, Sonia teve importantes passagens pelo teatro, cinema e TV no Brasil, recebendo prêmios como o APCA e o Mambembe. Seu papel mais famoso foi Elza, a mãe de Malu (Regina Duarte), protagonista do icônico seriado “Malu Mulher” (1979), a primeira atração feminista da TV brasileira. Sônia teve passagens por diversas emissoras, tendo trabalhado em novelas como “Mulheres Apaixonadas” (2003), “Esmeralda” (2004), “Amor e Intrigas” (2008) e “Poder Paralelo” (2009). Seu último trabalho na televisão aberta foi na novela “Chiquititas”, exibida em 2013 pelo SBT, onde interpretou a personagem Nina Correia. Já a carreira cinematográfica foi iniciada com o drama “Noite em Chamas” (1977), de Jean Garret, e inclui alguns clássicos do cinema brasileiro, como “A Hora da Estrela” (1985), de Suzana Amaral, e o mais recente (e belo) “Histórias que Só Existem Quando Lembradas” (2011), primeiro longa de Júlia Murat. Ela também participou do drama “O Circo da Noite” (2013) e da comédia “O Amor no Divã” (2016). Personalidades do meio artístico lamentaram a morte da atriz pelas redes sociais. “Querida Sonia, boa viagem. Um beijo, estrela”, afirmou o ator Tuca Andrada. A atriz Tania Bondezan também lamentou: “Sonia Guedes nos deixou, grande atriz, amiga querida”.

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    John Singleton (1968 – 2019)

    29 de abril de 2019 /

    O cineasta John Singleton, conhecido por seu trabalho em filmes como “Os Donos da Rua” e “+Velozes +Furiosos”, morreu nesta segunda (29/4) aos 51 anos. Um representante da família informou que o diretor morreu tranquilamente cercado de familiares e amigos no hospital Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles. A família de Singleton optou por desligar os aparelhos que mantinham o diretor vivo desde que ele sofreu um derrame, há quase duas semanas. Singleton fez história em Hollywood ao se tornar, em 1992, o primeiro cineasta negro indicado ao Oscar de Melhor Direção, por seu filme de estreia, “Os Donos da Rua” (Boyz n the Hood). Com 23 anos na época, ele também se tornou o cineasta mais jovem nomeado na categoria. E ainda foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original pelo filme, que lançou a carreira do rapper Ice Cube como ator, mas acabou perdendo as duas estatuetas. Após a aclamação da estreia, Singleton não repetiu o sucesso em seus novos dramas. Ele chegou a transformar a cantora Janet Jackson e o rapper Tupac Shakur em par romântico em “Sem Medo no Coração” (1993), tratou de racismo na universidade em “Duro Aprendizado” (1995) e retratou um histórico ataque racista no drama de época “O Massacre de Rosewood” (1997). Tudo mudou quando assinou o remake de “Shaft” (2000), estrelado por Samuel L. Jackson, fazendo sua transição para o cinema de ação. O filme estourou nas bilheterias. Ele também lançou a carreira do ator Tyrese Gibson no cinema, com o drama “Baby Boy – O Rei da Rua” (2001), e o levou ao estrelado em “+Velozes +Furiosos”, segundo filme da franquia “Velozes e Furiosos”, que ainda introduziu o rapper Lucadris na franquia. Com “Shaft” e “+Velozes +Furiosos” (2003), Singleton demonstrou que podia fazer grandes filmes de Hollywood. E seu próximo lançamento foi a comprovação de seu talento para thrillers de ação. Estrelado por Mark Wahlberg, além de Tyrese Gibson, “Quatro Irmãos” (2005) acompanhava os irmãos do título, dois brancos e dois negros, que resolvem se vingar após sua mãe adotiva ser assassinada num roubo. A crítica ficou dividida, mas o filme se tornou cultuadíssimo em DVD. O diretor seguiu no gênero com o lançamento de “Sem Saída” (2011), uma aposta para transformar o ator Taylor Lautner (de “Crepúsculo”) em astro de ação. Entretanto, o fracasso da produção comprometeu a carreira de ambos, ator e diretor. John Singleton nunca mais dirigiu outro filme, mas trabalhou bastante na TV nos últimos anos de sua carreira, assinando episódios de “Empire”, “American Crime Story”, “Rebel” e “Billions”. O cineasta também criou, produziu e dirigiu vários capítulos de “Snowfall”, série da FX que exibe sua 3ª temporada ainda este ano. Em comunicado oficial sobre a morte, a família de Singleton, que teve sete filhos, lamentou que sua carreira tenha sido interrompida pela tragédia. “John foi uma estrela tão brilhante na juventude que é fácil se esquecer que ele estava apenas começando”, escreveram. “Nós sempre vamos celebrar o legado de seu trabalho, mas estávamos também ansiosos para ver os filmes que John teria feito nos próximos anos”, concluíram.

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  • Etc,  Filme

    Nancy Gates (1926 – 2019)

    20 de abril de 2019 /

    A atriz Nancy Gates, que estrelou vários filmes de western nas décadas de 1940 e 1950, além de ter contracenado duas vezes com Frank Sinatra, morreu no dia 24 de março, aos 93 anos. A informação só foi compartilhada agora por sua filha, para a revista The Hollywood Reporter. Ela estreou em Hollywood ainda como atriz mirim, ao assinar contrato com a RKO com 15 anos. Seus primeiros trabalhos foram figurações em “A Vida Assim é Melhor” (1942), aventura romântica de Charles Vidor passada no Taiti, no cultuadíssimo “Soberba” (1942), de Orson Welles, e em “Esta Terra é Minha” (1943), de Jean Renoir. Mas só foi se destacar em westerns B, a partir de “A Lei de Cheyenne” (1947), que lhe promoveu a coadjuvante, e “Revólveres Trovejantes” (1948), em que finalmente apareceu num pôster, encarnando a “mocinha” do bangue-bangue. Gates chegou a se aventurar por outros gêneros nos anos 1950, aparecendo no drama clássico “Cruel Desengano” (1952), de Fred Zinneman, no noir “Meu Ofício é Matar” (1954), em que dividiu o pôster com Frank Sinatra, na sci-fi “20 Milhões de Léguas a Marte” (1956), no qual viveu uma astronauta, e no romance “Deus Sabe Quanto Amei” (1958), seu segundo filme com Sinatra, dirigido pelo mestre Vincent Minnelli. Mas nunca deixou de lidar com cowboys. A diferença é que, já consagrada, passou a estrelar grandes produções do gênero, como “Cavaleiro Misterioso” (1955), de Jacques Tourneur, “Renúncia ao Ódio” (1956), de Henry Hathaway, “Pista Sanguinária” (1958), de Robert Gordon, e “Cavalgada Trágica” (1960), seu último filme, em que fez par com o célebre ator-cowboy Randolph Scott, sob direção do especialista Budd Boetticher. Em sua autobiografia, Boetticher chegou a dizer que as protagonistas favoritas com quem trabalhou foram a lendária Maureen O’Hara e… Nancy Gates. Gates também fez muitas participações em séries do período, e para variar a maioria se passava no Velho Oeste, como “Couro Cru” (Rawhide), “Bonanza”, “Laramie”, “O Homem de Virgínia” (The Virginian), “Gunsmoke”, “Bronco”, “Caravana” (Wagon Train) e “Maverick”. “Como sou do Texas, fiz muitos westerns”, ela constatou em uma entrevista em 1961. “Eu estive em tantos cavalos que comecei a sentir que eles eram uma parte de mim. O engraçado é que eu não sou uma grande amazona.” A atriz se aposentou em 1969, encerrando a carreira num episódio da série policial “Mod Squad”.

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    June Harding (1940 – 2019)

    29 de março de 2019 /

    A atriz June Harding, que fez sucesso nos anos 1960, ao estrelar a comédia “Anjos Rebeldes” (1966), morreu no dia 22 de março em uma casa de repouso no Maine. Ela tinha 78 anos. Com aparência bem mais jovem que sua idade real, Harding registrou seu primeiro trabalho numa pequena participação na longeva novela “As the World Turns” aos 16 anos, de onde partiu para Nova York, buscando virar atriz de teatro. Após se apresentar em peças pequenas, ela estreou na Broadway aos 21 anos, em dezembro de 1961, como a filha mais nova de Art Carney na peça de sucesso “Take Her, She’s Mine”, mas logo voltou para a TV, virando integrante da série de antologia “The Richard Boone Show”, entre 1963 e 1964. Ela ainda apareceu em episódios de “Dr. Kildare”, “Os Defensores” e “O Fugitivo” antes de ser escalada em seu primeiro e único filme. Já tinha 26 anos quando protagonizou “Anjos Rebeldes” ao lado da estrelinha da Disney Hailey Mills, então com 19. No clássico dirigido por Ida Lupino, as duas viviam as personagens do título, estudantes espirituosas de um internato de meninas, administrado por uma Madre Superiora durona (Rosaland Russell). O filme fez grande sucesso e rendeu uma homenagem para a atriz em sua cidade natal de Emporia, na Virginia. Ela recebeu a chave da cidade e foi comemorada com um novo feriado municipal, o “Dia de June Harding”. Mas Harding não deu sequência na carreira, aposentando-se logo no começo dos anos 1970. Seu último papel foi no telefilme “The Cliff” (1970). Desde então, vinha se dedicando à pintura.

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    Agnès Varda (1928 – 2019)

    29 de março de 2019 /

    A cineasta Agnès Varda, um dos maiores nomes da nouvelle vague, morreu na madrugada desta sexta (29/3), aos 90 anos, cercada por sua família e amigos, em consequência de um câncer. Feminista, diretora de cinema, artista plástica e também fotógrafa, ela assinou clássicos que ficaram conhecidos por suas ousadias, com estruturas e narrativas originais. “La Pointe-Courte” (1955), seu longa de estreia, por exemplo, tinha narração dupla, enquanto acompanhava histórias distintas de uma vila. Vários críticos citam este trabalho como precursor da nouvelle vague, já que foi lançado antes que seus colegas de geração (François Truffaut, Jean-Luc Godard, Alain Resnais, Claude Chabrol, Jacques Rivette, Éric Rohmer) filmassem suas obras mais famosas, desprendendo-se das convenções narrativas do cinema. Nascida Arlette Varda em 1928 numa região de Bruxelas, capital da Bélgica, ela estudou fotografia na Escola de Belas Artes de Paris e aos 21 anos desembarcou com a sua câmara fotográfica no Festival de Avignon, o mais antigo festival de artes da França e um dos maiores do mundo, do qual passou a ser a fotógrafa oficial em 1951. Em pouco tempo, passou das imagens estáticas para as de movimento, mas sua experiência fotográfica a acompanhou por toda a carreira. Ao fazer um filme, Varda também assumia a câmera, além do roteiro, edição e produção. Dizia que só assim conseguiria a coesão – e a autoria completa – sobre suas obras. Em 1954, criou sua produtora, a Ciné-Tamaris, por onde lançou “La Pointe-Courte”, que a tornou conhecida como “mãe” ou “madrinha” da nouvelle vague. Mas seu filme mais conhecido viria no auge do movimento, em 1962. Seu segundo longa, “Cléo das 5 às 7”, imprimiu um viés feminista ao cinema. A trama acompanhava a personagem-título por duas angustiantes horas pelas ruas de Paris, enquanto aguardava o resultado de um exame de câncer. Foi considerado o Melhor Filme do ano pelo sindicato dos críticos franceses. Seu terceiro lançamento, “As Duas Faces da Felicidade” (1965), vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Berlim, focava a hipocrisia masculina, mostrando uma família que seria perfeita, não fosse o patriarca um homem infiel, apesar de feliz no casamento. Depois de dirigir Catherine Deneuve em “As Criaturas” (1966), Varda e o marido, o também cineasta Jacques Demy, mudaram-se para Los Angeles, onde ela mergulhou “no espírito de revolta” da contracultura e se reinventou como documentarista. Querendo registrar o período, filmou diversos curtas sobre tópicos quentes, como os Panteras Negras, a revolução cubana, a guerra do Vietnã e o próprio feminismo. Só foi voltar à ficção em 1977, com “Uma Canta, a Outra Não”, história de duas amigas ao longo de uma década de reivindicações femininas. Mesmo assim, passou a se alternar-se entre registros de tudo o que lhe chamava atenção, como os murais grafitados das ruas de Los Angeles (o documentário “Mur, Murs”, 1981), e trabalhos em que se expressava por meio de atores, como o drama de uma jovem encontrada morta numa vala. Este foi o tema de “Os Renegados” (1985), estrelado por Sandrine Bonnaire, que venceu o Leão de Ouro como Melhor Filme do Festival de Veneza. Essa dualidade a permitiu filmar duas vezes a atriz Jane Birkin de forma completamente diferente no mesmo ano, como personagem no polêmico “Le Petit Amour” (1988), que flertava com a pedofilia, e como pessoa real no documentário “Jane B. por Agnès V.” (1988). A morte do marido em 1990 inspirou um de filmes seus mais belos, “Jacquot de Nantes” (1991), baseado na infância e juventude de Jacques Demy, em que transbordava amor. Também fez um documentário tocante sobre a carreira do diretor, “The World of Jacques Demy” (1995). Mas não foi tão feliz ao tentar contar as memórias do próprio cinema em “As Cento e uma Noites” (1995), um híbrido de ficção e documentário que a levou a se afastar de vez dos atores. A partir daí, só filmou pessoas reais, como os trabalhadores rurais e catadores de lixo em “Os Catadores e Eu” (2000), sempre inserindo-se no contexto, como ficava explícito pelos títulos. Ao abandonar os atores, passou a dar mais atenção à fotografia. Na verdade, ao aspecto mais artístico das imagens. “Se vocês prestarem atenção, minha carreira se divide em duas partes, a do século 20 e a do 21. Na primeira sou mais cineasta; na segunda, artista plástica”, explicou, no último Festival de Berlim. Em “As Praias de Agnès” (2008), começou a cuidar de seu legado, revendo cenas e lugares de sua vida – e, de quebra, conquistando uma porção de prêmios em diversos festivais, justamente pela plasticidade com que descreveu sua jornada. Em 2017, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos lhe rendeu homenagem com um Oscar honorário pelo conjunto de sua obra. “Musa Pioneira. Ícone. Uma mulher que lançou um movimento de cinema”, assim a apresentou o presidente da Academia, John Bailey, quando Varda se tornou a primeira mulher cineasta a ter a carreira reconhecida pelo Oscar. Mas, incansável, ela ainda voltou à premiação em 2018, quando concorreu ao Oscar de Melhor Documentário por “Visages, Villages”, tornando-se, aos 89 anos, a pessoa mais velha a ser indicada em uma categoria competitiva do principal troféu da indústria cinematográfica. Seu último trabalho como diretora foi uma minissérie biográfica, “Varda par Agnès – Causerie”, que após a première no Festival de Berlim no mês passado, foi exibida há 11 dias na França. A obra se encerra com um borrão branco, em forma de névoa, que engole a cena em que Agnès Varda contempla uma praia. Ela se preocupou até em deslocar os créditos de encerramento para outro lugar, de forma a não terminar seu último filme com uma tela preta, representando a escuridão, mas sim com a mais completa claridade. “Preciso me preparar para dizer adeus e achar a paz necessária para isso”, ela disse em sua última entrevista coletiva, no Festival de Berlim, 46 dias antes de morrer. Na tarde desta sexta-feira, ela ainda inauguraria uma exposição de fotografias e instalações de arte em Chaumont-sur-Loire, que será aberta sem ela.

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  • Música

    André Previn (1929 – 2019)

    28 de fevereiro de 2019 /

    Morreu o compositor, maestro e pianista André Previn, quatro vezes vencedor do Oscar de Melhor Trilha Sonora, e ex-marido da atriz Mia Farrow. Ele tinha 89 anos e faleceu em sua casa em Manhattan, Nova York, de causa não revelada. Nascido em Berlim como Andreas Ludwig Priwin, o futuro músico fugiu da Alemanha durante a ascensão do nazismo, viajando ainda criança com sua família para os Estados Unidos. Eles se estabeleceram em Los Angeles, onde um parente já vinha fazendo sucesso profissional: o compositor Charles Previn, vencedor do Oscar pela trilha sonora do musical “100 Homens e uma Menina” (1937). A família inteira mudou o nome para Previn, que soava menos judeu. Mas como o pai não falava inglês, o único emprego que o ex-juiz alemão conseguiu foi como professor de piano. E isso empurrou o jovem Andreas, agora André, muito cedo para o mercado de trabalho, pois as contas da família não fechavam. A conexão com o tio famoso lhe deu uma chance em Hollywood, que acabou se transformando em carreira. O jovem arranjou um “bico” nos estúdios MGM em 1946, enquanto ainda cursava a Beverly Hills High School. Seu primeiro trabalho no estúdio foi como supervisor musical do noir “Correntes Ocultas” (1946), de Vincent Minelli. Tinha só 16 anos, o que o fez ser bastante explorado, enquanto construía uma fama de prodígio. Já no filme seguinte, foi promovido a compositor de músicas adicionais e pianista, sem créditos. Ao ser destacado para os musicais do estúdio, chegou a trabalhar em dois longas de Frank Sinatra antes de atingir a maioridade, como “compositor anônimo” das músicas adicionais de “Aconteceu Assim” (1947) e “Beijou-me um Bandido” (1948). Sua carreira progrediu rapidamente. Em um ano, escalou várias posições até assumir a trilha de seu primeiro filme. Foi promovido a maestro em “Ato de Violência” (1949), de Fred Zinnemann, passou a ser creditado como diretor musical em “Mercado Humano” (1949), de Anthony Mann, e virou compositor com “Sol da Manhã” (1949), de Richard Thorpe. Um ano depois, foi indicado ao primeiro Oscar, pela trilha de “Três Palavrinhas” (1950), também de Richard Thorpe. Comemorou a façanha aos 20 anos de idade. Ao todo, Previn concorreu 11 vezes ao Oscar, vencendo quatro, pelos musicais “Gigi” (1958), “Porgy e Bess” (1959), “Irma La Douce” (1963) e “Minha Bela Dama” (1964). No auge da carreira, ele surpreendeu a todos ao anunciar que iria dar um tempo nas composições de cinema para se dedicar à carreira musical. Tinha pouco mais de 30 anos e já pensava em se aposentar de Hollywood. E embora não tivesse abandonado prontamente as produções cinematográficas, ele não voltou atrás em sua decisão de se afastar das telas. A pausa original durou da comédia “Uma Loura Por um Milhão” (1966), de Billy Wilder, até “Delírio de Amor” (1971), de Ken Russell. E só foi uma pausa porque ele abriu uma exceção para o filme de Russell, devido ao tema: uma cinebiografia do compositor Tchaikovsky. Depois disso, aceitou apenas conduzir as orquestras responsáveis pelas gravações das trilhas, função que exerceu no musical “Jesus Cristo Superstar” (1973), que lhe rendeu sua última indicação ao Oscar, e na sci-fi “Rollerball: Os Gladiadores do Futuro” (1975). Longe do cinema, ele viu a carreira musical florescer, chegando a gravar cerca de 500 discos. Também foi maestro da várias orquestras, entre elas a Sinfônica e a Filarmônica de Londres, compôs músicas para a Broadway, sendo indicado ao Tony por suas canções de “Coco” (1969), criou duas óperas e recebeu seis indicações ao Emmy por trabalhos de TV. “Na MGM, você sabia que ia trabalhar no ano seguinte, sabia que seria pago”, Previn disse ao jornal The Guardian em 2008. “Mas eu era muito ambicioso musicalmente para me conformar com isso. Eu queria apostar em desenvolver o talento que poderia ter.” Em sua carreira musical, Previn foi extremamente versátil, estabelecendo-se inicialmente como um pianista de jazz (gênero a que voltou nos anos 1980), antes de se tornar reconhecido por seus muitos trabalhos de música erudita. De seus 10 prêmios Grammy (o “Oscar da música”), cinco foram conquistados por suas gravações clássicas, dois pelas trilhas sonoras, dois pelos discos jazz e um pelo álbum pop “Like Young”, de 1958. Em 2010, ele recebeu um Grammy honorário pelas realizações de sua carreira. O reconhecimento profissional foi acompanhado por uma vida pessoal atribulada. Previn se casou e se divorciou cinco vezes. O primeiro casamento, em 1952, foi com a cantora de jazz Betty Bennett, de quem se divorciou em 1957, poucos meses após ela dar luz à segunda filha do casal, Alicia Previn (violinista da banda irlandesa In Tua Nua e fundadora dos Young Dubliners). Ele teve uma extensa relação de trabalho com sua segunda esposa, a letrista, cantora, compositora e poeta Dory Previn. Casados em 1959, fizeram parceria em canções de filmes famosos como “Dois na Gangorra” (1962), “Um Amor do Outro Mundo” (1964), “À Procura do Destino” (1965) e “Harper – O Caçador de Aventuras” (1966). Dory lutou com problemas emocionais e psicológicos ao longo de seu casamento de 11 anos, e teve um colapso quando Previn lhe disse que a estava trocando por Mia Farrow. O compositor e a mãe do “Bebê de Rosemary” se casaram em 1970 e sua união durou apenas nove anos. Previn teve seis filhos com Mia, três biológicos e três adotados. Uma das crianças, Soon-Yi Previn, adotada na Coreia, acabou sendo pivô de um escândalo após a separação do casal. Em 1992, Farrow descobriu que seu então namorado Woody Allen estava tendo um caso com a jovem Soon-Yi. Logo em seguida, acusou o diretor de ter abusado da filha deles, Dylan, que ainda era uma criança. A polêmica dura até hoje, embora, em 1997, Soon-Yi e Woody Allen tenham se casado – e também adotaram duas meninas. Depois do seu quarto casamento (com Heather Sneddon em 1982, o mais longevo, que durou até 2002), Previn casou-se com a violinista alemã Anne-Sophie Mutter, posteriormente escrevendo um concerto de violino para ela. Divorciaram-se em 2006, mas continuaram amigos e a trabalhar juntos ocasionalmente.

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  • Etc,  Filme

    Stanley Donen (1924 – 2019)

    23 de fevereiro de 2019 /

    Morreu Stanley Donen, o último diretor da era de ouro de Hollywood, que assinou clássicos como “Cantando na Chuva” (1952), “Cinderela em Paris” (1957) e “Charada” (1963). Ele tinha 94 anos e nenhum detalhe adicional sobre sua morte, revelada na manhã deste sábado (23/2), foi fornecido pela família. Considerado um dos diretores mais influentes dos musicais americanos, ele foi responsável – junto com Vincent Minnelli e Busby Berkeley – por estabelecer a estética dos filmes da MGM, celebrados até hoje – e homenageados recentemente por “La La Land”. Mas, inacreditavelmente, nunca recebeu uma indicação ao Oscar e nunca venceu um troféu do Sindicato dos Diretores. Não por acaso, seu filho, que tuitou a notícia de sua morte, o descreveu como “um enorme talento muitas vezes menosprezado”. Stanley Donen nasceu em 13 de abril de 1924, na cidade de Columbia, Carolina do Sul. Apaixonado pela dança, ele começou a dançar aos 10 anos em peças de teatro locais. “Vi Fred Astaire em ‘Voando para o Rio’ quando eu tinha 9 anos e isso mudou minha vida”, ele contou para a revista Vanity Fair em 2013. “Pareceu maravilhoso e minha vida não era maravilhosa. A alegria de dançar um musical! E Fred era tão incrível, e Ginger [Rogers] – meu Deus, e Ginger!” Ele foi aprovado para a Universidade da Carolina do Sul, mas em vez de seguir os estudos resolveu mudar-se para Nova York em busca de vagas no teatro musical. Sua estreia como dançarino da Broadway aconteceu em 1940, quando entrou no elenco de apoio da montagem de “Pal Joey”, estrelada por Gene Kelly. Sua dedicação chamou atenção de Kelly, que acabou se tornando seu padrinho profissional. Ao ser contratado para coreografar a comédia musical “Best Foot Forward”, Kelly escolheu Donen para ajudá-lo como coreógrafo assistente. Na época, o futuro cineasta tinha apenas 17 anos. E conseguiu impressionar até o diretor do espetáculo, George Abbott. Em 1943, a MGM adquiriu os direitos da peça para transformá-la em filme – lançado como “A Rainha dos Corações” no Brasil. Os produtores resolveram trazer um integrante da montagem da Broadway para ajudar na transposição para o cinema, e assim começou a carreira hollywoodiana do jovem Donen, praticamente junto com sua maioridade. Nos cinco anos seguintes, o jovem trabalhou na coreografia de nada menos que 14 filmes, quatro na Columbia e o restante na MGM. Dois desses filmes foram estrelados por seu velho amigo Gene Kelly, “Modelos” (1944) e “Vida à Larga” (1947). A amizade da dupla se fortaleceu ainda mais no cinema e os dois se tornaram parceiros criativos. Juntos, coreografaram e escreveram a história do clássico musical “A Bela Ditadora” (1949), estrelado por Kelly, Frank Sinatra e Esther Williams. E a experiência foi tão positiva, que a dupla resolveu dar um novo passo, assumindo pela primeira vez a direção de um filme. Os dois estrearam juntos como diretores – co-diretores, portanto – no clássico instantâneo “Um Dia em Nova York” (1949), em que Kelly e Sinatra viveram marinheiros com um dia de folga para se divertir e se apaixonar na metrópole. Donen comandou sozinho seu trabalho seguinte, quando teve a oportunidade de dirigir o dançarino que o inspirara a seguir carreira. Ele filmou Fred Astaire num dos maiores sucessos do astro, “Núpcias Reais” (1951), criando uma das sequências mais famosas da história dos musicais – quando Astaire dança nas paredes e no teto, décadas antes de existirem efeitos especiais de computador. O diretor tinha só 27 anos e já fazia mágica cinematográfica. Mas foi seu reencontro com Gene Kelly que representou sua canonização no panteão dos deuses do cinema. Os dois retomaram a parceria em 1952, naquele que viria a ser considerado o maior musical de todos os tempos: “Cantando na Chuva”. O filme marcou época porque, ao contrário de muitos outros musicais, foi concebido especificamente para o cinema e não era uma adaptação da Broadway. Tinha danças elaboradíssimas, criadas pela dupla de diretores, e com longa duração, que incluíam movimentos acrobáticos. Também representou uma síntese da história de Hollywood, referenciando vários filmes para narrar a transição da era do cinema mudo para o “cantado”. Ao mesmo tempo, explorou de forma vanguardista uma ousadia de Donen, que foi pioneiro em tirar os musicais das encenações em palcos para levá-los às ruas. No caso de “Cantando na Chuva”, ruas cenográficas, mas esburacadas e cheias de poças d’água, que faziam parte da coreografia. No ano em que a Academia premiou o ultrapassado “O Maior Espetáculo da Terra” (1952), “Cantando na Chuva” foi esnobado pelo Oscar. Sua vingança foi se tornar inesquecível, presente em todas as listas importantes de Melhores Filmes da História, influenciando novas e novíssimas gerações, dos responsáveis por “Os Guarda-Chuvas do Amor” (1964) a “O Artista” (2011) e “La La Land” (2016). A dupla ainda voltou a se reunir em “Dançando nas Nuvens” (1955), mas o fato da ex-mulher de Donen (a atriz Jeanne Coyne) se envolver com Kelly acabou afastando os dois amigos. De todo modo, o diretor acabou se destacando mais na carreira solo a partir de “Sete Noivas para Sete Irmãos” (1954), que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme. Em 1957, ele fez o fantástico “Cinderela em Paris”, reunindo-se novamente com Fred Astaire e iniciando sua parceria com a deslumbrante Audrey Hepburn. O filme teve grande impacto na moda, consagrando sua estrela como musa fashion – ela vive uma modelo existencialista, que prefere usar o pretinho básico. Mas também na dança e no cinema, graças ao passo seguinte da ousadia de Donen. Desta vez, ele organizou uma grande coreografia do casal ao ar livre – e à luz do dia – , à beira de um lago real. Os musicais nunca mais foram os mesmos. Donen ainda dividiu créditos de direção com seu antigo diretor da Broadway, George Abbott, em “Um Pijama para Dois” (1957), filme que avançou ainda mais as coreografias ao ar livre, ao transformar um piquenique numa grande dança. A dupla também assinou o bem-sucedido “O Parceiro de Satanás” (1958). Foram muitos outros musicais, até que o gênero começou a sair de moda, levando o diretor a levar sua ousadia para novas vertentes. Ao filmar “Indiscreta” (1958), chegou a desafiar os censores com uma cena em que mostrou Cary Grant na cama com Ingrid Bergman. Para burlar a proibição da época, ele editou a sequência de forma a mostrar os dois simultaneamente numa tela dividida – sua justificativa para demonstrar que eles não estavam juntos no cenário íntimo, embora aparecessem juntos na mesma cena. O cineasta ainda reinventou-se à frente de thrillers filmados em technicolor vibrante, que combinavam suspense e aventura delirante. Com filmes como “Charada” (1963), estrelado por Audrey Hepburn e Cary Grant, e “Arabesque” (1966), com Sophia Loren e Gregory Peck, Donen se tornou o mais hitchcockiano dos diretores americanos de sua época, aperfeiçoando a fórmula de “Ladrão de Casaca” (1955) e “Intriga Internacional” (1959) – clássicos de Alfred Hitchcock que, por sinal, foram estrelados por Cary Grant. Ele ainda dirigiu comédias de sucesso, como “Um Caminho para Dois” (1967), novamente com Audrey Hepburn, e “O Diabo É Meu Sócio” (1967), com Dudley Moore. Também foi responsável pela adorada adaptação do livro infantil “O Pequeno Príncipe” (1974). Mas fracassou com “Os Aventureiros do Lucky Lady” (1975) e ao se aventurar pela ficção científica em “Saturno 3” (1980), despedindo-se de Hollywood com a comédia “Feitiço do Rio” (1984), estrelada por Michael Caine. Dois anos depois, surpreendeu o mundo ao dirigir um clipe musical, no começo da era da MTV. Ele assinou o célebre vídeo de “Dancing in the Ceiling” (1986), em que o cantor Lionel Ritchie aparecia dançando no teto, de cabeça para a baixo – uma citação direta de seu clássico “Núpcias Reais”. Seus últimos trabalhos foram um episódio da série “A Gata e o Rato” (Moonlighting) em 1986 e o telefilme “Cartas de Amor” (1999). Em 1998, Donen finalmente foi homenageado pela Academia, que lhe concedeu um Oscar honorário pela carreira, “em apreciação a uma obra marcada pela graça, elegância, inteligência e inovação visual”. Ele recebeu sua estatueta das mãos de Martin Scorsese e, então, docemente cantarolou a letra da música “Cheek to Cheek”: “O céu, eu estou no céu, meu coração bate de modo que mal posso falar…” Ao longo da vida, o diretor teve seis relacionamentos amorosos importantes, casando-se cincoo vezes: com a dançarina, coreógrafa e atriz Jeanne Coyne (que o trocou por Kelly), a atriz Marion Marshall, a condessa inglesa Adelle Beatty, a atriz Yvette Mimieux e a vendedora Pamela Braden. Ele vivia, desde 1999, com a cineasta Elaine May.

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    Albert Finney (1936 – 2019)

    8 de fevereiro de 2019 /

    O ator britânico Albert Finney, indicado cinco vezes ao Oscar, morreu nesta sexta-feira (8/2), aos 82 anos, após enfrentar “uma breve doença” e “cercado por seus entes queridos”, segundo comunicado de sua família. Lenda do cinema e do teatro britânico, Finney nasceu em 9 de maio de 1936, estudou na tradicional escola de Royal Academy of Dramatic Art, onde iniciou sua carreira interpretando principalmente personagens de William Shakespeare, chamando atenção do diretor Tony Richardson para integrar o filme “Vida de Solteiro”, em 1960. Ele se tornou um dos novos rostos da new wave britânica, ao representar outro jovem da classe trabalhadora em “Tudo Começou num Sábado” (1960), que lhe rendeu o prêmio BAFTA (da Academia Britânica) de Revelação do ano. Mas sua trajetória sofreu uma mudança abrupta quando trocou o realismo social dos dramas em preto e branco pela exuberância de “As Aventuras de Tom Jones” (1963). Dirigido pelo mesmo Tony Richardson que o tinha revelado em “Vida de Solteiro”, Finney levou seu protótipo de jovem independente ao cinema de época, tornando-se um Tom Jones irresistível. Filho bastardo de um aristocrata e incapaz de resistir aos impulsos sexuais, lutou por seus direitos e pelo amor na tela, levando as revoluções sociais e sexuais para o século 18. O resultado encantou o mundo, lotou cinemas e rendeu a primeira indicação do ator ao Oscar. O sucesso de “As Aventuras de Tom Jones” tornou Finney tão popular quanto os Beatles. E ele foi se arriscar em novos gêneros, como o drama de guerra de “Os Vitoriosos” (1963) e até viver um vilão, o psicopata de “A Noite Tudo Encobre” (1964), ao mesmo tempo em que decidiu fazer mais teatro, criando hiatos em sua filmografia. Quando ressurgiu, após três anos, foi como par romântico de Audrey Hepburn em “Um Caminho para Dois” (1967), de Stanley Donen, que abriu uma lista de dramas sobre relacionamentos em crise, como “Charlie Bubbles” (1968), “The Picasso Summer” (1969) e “Alpha Beta” (1974), entrecortadas pelas comédias “O Adorável Avarento” (1970), que lhe rendeu o Globo de Ouro, e “Gumshoe, Detetive Particular’ (1971), primeiro longa do diretor Stephen Frears. Em 1974, ele deu vida a outro papel marcante, o detetive Hercule Poirot na versão cinematográfica original de “Assassinato no Expresso Oriente”, dirigida por Sidney Lumet, e foi novamente indicado ao Oscar. E também aproveitou a exposição da indicação para retornar aos palcos, fazendo apenas mais um filme na década: “Os Duelistas” (1977), estreia do diretor Ridley Scott. “Quando trabalhei naqueles anos no National Theatre”, disse Finney ao The New York Times em 1983, “as pessoas sempre diziam que eu poderia estar em Hollywood ganhando essa ou aquela quantia de dinheiro. Mas você deve manter a capacidade de fazer o que quer. Eu não queria ser vítima da necessidade de viver um estilo de vida que exige salários enormes para ser bancado”. Ele voltou ao cinema como coadjuvante em filmes inesperados, como o terror social “Lobos” (1981), o thriller sic-fi “O Domínio do Olhar” (1981) e o musical infantil “Annie” (1982), antes de tomar seu devido lugar no centro das atenções em “O Fiel Camareiro” (1984). O papel de Sir, um tirânico e decadente ator shakespeareano, que só tem momentos felizes no contato com seu camareiro, responsável por prepará-lo para subir no palco, rendeu a terceira indicação de Finney ao Oscar. Mas, após o novo reconhecimento, ele não sumiu das telas. Foi viver o papa João Paulo II num telefilme e emendou outro papel impactante, o cônsul alcoólico Geoffrey Firmin em “A Sombra do Vulcão”, um dos últimos filmes do diretor John Huston (que também o dirigiu em “Annie”), resultando em sua quarta indicação ao prêmio da Academia. Sua capacidade intuitiva de detectar talentos emergentes atrás das câmeras o levou a continuar trabalhando em filmes de futuros mestres, como os irmãos Coen, no excelente filme de gângster “Ajuste Final” (1990), Mike Figgis no drama “Nunca Te Amei” (1994), e principalmente Steven Soderbergh, que o escalou como o chefe de Julia Roberts em “Erin Brockovich” (2000), rendendo-lhe sua quinta e última nomeação ao Oscar, desta vez como Coadjuvante. Julia Roberts, vencedora do Oscar pelo mesmo filme, dedicou o prêmio ao britânico. E embora nunca tenha conquistado o Oscar, Finney ganhou o Emmy por sua interpretação de Winston Churchill no telefilme “O Homem que Mudou o Mundo”, de 2002, onde atuou ao lado de Vanessa Redgrave. O ator e Soderbergh repetiram a parceria em “Traffic” (2000) e “Doze Homens e Outro Segredo” (2004). Finney também trabalhou em dois filmes de Tim Burton, “Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas” (2003) e “A Noiva Cadáver” (2005), retomou a parceria com Ridley Scott em “Um Bom Ano” (2006) e fez o último longa do velho parceiro e grande mestre Sidney Lumet, “Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto” (2007), entre muitas outras produções. Nos últimos anos, curiosamente, vinha se especializando em thrillers de ação e espionagem, novidades em sua vasta carreira. Mas, como não poderia deixar de ser, filmou justamente os melhores, “O Ultimato Bourne” (2007) e “O Legado Bourne” (2011), ambos dirigidos por Paul Greengrass, e “007 – Operação Skyfall” (2012), de Sam Mendes, com o qual encerrou sua filmografia. Em maio de 2011, o agente de Finney revelou que o ator estava enfrentando um câncer no rim.

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    Dick Miller (1928 – 2019)

    31 de janeiro de 2019 /

    O ator Dick Miller, que ficou conhecido por atuar em filmes cultuados dos cineastas Roger Corman e Joe Dante, morreu nesta quarta-feira (30/1) aos 90 anos, em Toluca Lake, na Califórnia. Com longa carreira no cinema, ele foi lançado por Corman, o lendário rei dos filmes B, durante os anos 1950. Reza a lenda que Miller procurou Corman para tentar emplacar um roteiro. Mas o cineasta respondeu que não precisava de roteiros e sim de atores. E assim o roteirista sem dinheiro Richard Miller virou Dick Miller, o ator de salário mínimo. De cara, ele estrelou dois westerns de Corman, “Pistoleiro Solitário” (1955) e “A Lei dos Brutos” (1956), antes de entrar nos clássicos de sci-fi e terror baratos que tornaram o nome do diretor mundialmente conhecido, como “O Conquistador do Mundo” (1956), “O Emissário de Outro Mundo” (1957), “Um Balde de Sangue” (1959), “A Loja dos Horrores” (1960), “Obsessão Macabra” (1962), “Sombras do Terror” (1963) e “O Homem dos Olhos de Raio-X” (1963), entre muitos outros. Ele também apareceu nos filmes de surfistas, motoqueiros e hippies da época, entre eles os cultuadíssimos “Os Anjos Selvagens” (1966) e “Viagem ao Mundo da Alucinação” (The Trip, 1967), ambos estrelados por Peter Fonda e dirigidos por Corman. O sucesso dos filmes baratos do diretor acabaram criando uma comunidade. Corman passou a contratar aspirantes a cineastas para transformar sua produtora numa potência, lançando mais filmes que qualquer outro estúdio de Hollywood, e isso fez com que Miller trabalhasse com Paul Bartel (em “Corrida da Morte – Ano 2000”), Jonathan Demme (em “Loucura da Mamãe”) e principalmente Joe Dante. Miller e Dante ficaram amigos desde que fizeram “Hollywood Boulevard” (1976) para Corman e essa amizade rendeu uma colaboração duradoura e cheia de clássicos, como “Piranha” (1978), “Grito de Horror” (1981), “Gremlins” (1985) e muito mais. Na verdade, todos os filmes de Dante tiveram participação do ator, até o recente “Enterrando Minha Ex” (2014). Querido pela comunidade cinematográfica, Miller também trabalhou com os mestres Martin Scorsese (“New York, New York” e “Depois das Horas”), Steven Spielberg (“1941”), Samuel Fuller (“Cão Branco”), Robert Zemeckis (“Febre de Juventude”, “Carros Usados”) e James Cameron (“O Exterminador do Futuro”). Ao atuar por sete décadas e aparecer em mais de 100 lançamentos, muitos deles reprisados até hoje na TV, tornou-se um dos rostos mais conhecidos de Hollywood. Por outro lado, por sempre interpretar papéis secundários, acabou não tendo uma projeção à altura da sua filmografia. Mas ele era reconhecido, sim, como apontou um documentário de 2014, que chamava atenção para o fato de todos já terem visto “That Guy Dick Miller” (aquele cara Dick Miller) em algum filme na vida. E ele ainda brincou com isso para batizar sua biografia de “You Don’t Know Me, But You Love Me” (você não me conhece, mas me ama). Ainda ativo, Miller tinha recém-finalizado o terror “Hanukkah”, que celebrava uma curiosidade de sua filmografia: era o sétimo filme em que o ator interpretava um personagem chamado Walter Paisley, costume inaugurado por Corman há 60 anos, em “Um Balde de Sangue”. No Twitter, o diretor Joe Dante lamentou a morte do grande parceiro. “Estou devastado em dizer que um dos meus melhores amigos e um dos meus colaboradores mais valiosos morreu”, escreveu. “Eu cresci assistindo Dick Miller em filmes dos anos 1950 e fiquei emocionado em tê-lo no meu primeiro filme”, disse. “Nós nos divertimos muito juntos e todo roteiro que eu escrevia tinha em mente um papel para o Dick – não apenas porque ele era meu amigo, mas porque eu amava vê-lo atuando! Ele deixa mais de 100 atuações, uma biografia e um documentário – nada mal para um cara que não gostava de personagens principais”, completou Dante.

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    Louisa Moritz (1946 – 2018)

    31 de janeiro de 2019 /

    A atriz Louisa Moritz, que ficou conhecida nas telas por sua participação em filmes como “Um Estranho no Ninho” e “O Último Americano Virgem” e fora delas como uma das primeiras acusadoras de Bill Cosby, morreu na quarta-feira (30/1) em Los Angeles, de causas naturais aos 72 anos. Nascida Louisa Castro em 1946, em Havana, Cuba, ela se mudou nos anos 1950 para os Estados Unidos e mudou seu nome ao conhecer o hotel St. Moritz, em Nova York. Começou a trabalhar como modelo na década de 1960 e rapidamente se tornou um rosto conhecido dos comerciais. Isto a levou à atuação. O começo foi em comédias picantes, como “Assignment: Female” (1966) e “The Man from O.R.G.Y.” (1970), sempre fazendo a loira sensual. Mas logo caiu nas graças dos produtores de TV, que a escalaram numa dezena de séries clássicas, de “Happy Days” a “M*A*S*H”. Sua carreira cinematográfica ficou séria em 1975, quando participou dos clássicos “Um Estranho no Ninho” e “Corrida da Morte – Ano 2000”. A partir daí, alternou comédias picantes com filmes que viraram cult, como “Cannonball – A Corrida do Século” (1976), “Queimando Tudo” (1978), “Cuba” (1979), “Confissões Verdadeiras” (1981) e “O Último Americano Virgem” (1982). Ao longo da carreira, ela contracenou com astros como Robert De Niro, Robert Duvall, Jack Nicholson, Keith Carradine, Sean Connery, Sylvester Stallone e Alan Alda. Além de atriz, ela foi produtora, formou-se na universidade em direito, trabalhou como corretora imobiliária, cantora, foi dona de um hotel em Beverly Bills e lançou livros. Em 2014, ela revelou ter sido assediada sexualmente por Bill Cosby nos bastidores de um programa humorístico dos anos 1970, e se tornou uma das primeiras mulheres a processar o ator por abuso. Cosby nega as acusações, que prescreveram. Mas ele foi condenado a 10 anos de prisão por assédio mais recente contra outra mulher, Andrea Constand.

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    Dusan Makavejev (1932 – 2019)

    29 de janeiro de 2019 /

    O diretor e roteirista sérvio Dusan Makavejev, responsável por clássicos provocantes como “W.R. – Mistérios do Organismo” (1971) e “Montenegro” (1981), morreu na sexta-feira (25/1) em Belgrado, aos 86 anos. Makavejev foi um dos pioneiros da escola cinematográfica Black Wave que surgiu na antiga Iugoslávia no início dos anos 1960. Seus filmes empregaram provocação subversiva, sensualidade e humor para comentar e denunciar elementos cotidianos da vida sob o governo socialista autoritário de Tito. Muitos de seus trabalhos foram banidos na Iugoslávia e resultaram na sua saída do país para viver e filmar na Europa ocidental e na América do Norte. Seus filmes, conhecidos por cenas de nudez e sexo explícito, muitas vezes centravam-se na liberação sexual de uma personagem feminina. “Você descobre que não há nada tão engraçado, tão louco, tão perigoso, excitante e problemático quanto o sexo”, disse ele certa vez. Seus problemas com os censores comunistas começaram em 1958, com dois curtas-metragens, o erótico “Don’t Believe in Monuments” e “Damned Holiday”. Este último foi admirado pelo cineasta escocês John Grierson, o que pavimentou o caminho para sua exibição na televisão escocesa, dando início à notoriedade internacional de Makavejev. Mas quanto mais se tornava conhecido no exterior, mais ele foi censurado em casa. Sua peça “The New Men of Flower Market” foi tirada de cartaz à força em 1962 e, durante o mesmo ano, outro curta, “Parade”, foi proibido por ser “desrespeitoso”. Era uma mistura louca de música, fotografias e citações, todas satirizando a pompa bombástica da máquina militar soviética. E então começaram os longas. O primeiro foi “O Homem Não É um Pássaro” (1965), que explorava amor e sexo numa cidade mineira, sob a sombra do comunismo, e introduziu um estilo de abordagem de falso documentário que, após se aprimorar em “Um Caso de Amor ou o Drama de uma Empregada da Companhia Telefônica” (1967), se tornaria marca registrada de seu cinema. O auge desse estilo materializou-se em seu terceiro longa, “W.R. – Mistérios do Organismo” (1971), que deu o que falar. O filme começava como uma investigação sobre as controvertidas teorias sexuais do psicanalista radical Wilhelm Reich, antes de implodir em uma narrativa livre sobre a liberação sexual, zombando de tudo, incluindo o culto a Stalin e a visão da 2ª Guerra Mundial entre os soviéticos. “WR” foi considerada a crítica mais intensa da Revolução bolchevique produzida em um país comunista, e acabou premiado pela crítica no Festival de Berlim. Seu reconhecimento internacional culminou em seu exílio. “A melhor maneira de descrever o que aconteceu é que fui gentilmente expulso da Iugoslávia”, ele disse ao jornal Los Angeles Times em 1981. Para seu próximo longa, “Um Filme Doce” (1974), Makavejev buscou financiamento de estúdios franceses, com apoio do cineasta Louis Malle. Mas a violência e a sexualidade animal da obra assustaram até os produtores. O fiapo de trama acompanha uma Miss Canadá virgem que embarcava numa jornada de depravação surreal pela Europa, com cenas de vômito e defecação e onde nem o Holocausto escapava. Em sua crítica, a revista Time afirmou que, apesar do título, aquilo não era um filme, ​​mas “uma doença social”. A controvérsia aumentou seu prestígio e Makavejev arranjou emprego como professor de cinema na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em 1978. Foi onde encontrou o produtor sueco Bo Jonsson, que lhe sugeriu uma mudança de trajetória, provocando-o a fazer uma comédia leve e de apelo popular, com um título como “Casablanca”. Ele ironizou a sugestão, dizendo que faria algo de nome similar, “Montenegro”, citando a região montanhosa da Iugoslávia que se tornaria independente em 2006. Produzido por Jonsson e filmada na Suécia, “Montenegro” acabou virando o maior sucesso comercial da carreira de Makavejev. Comédia de humor negro, acompanhava uma entediada dona de casa americana (Susan Anspach) em Estocolmo, que tem uma aventura com um grupo de ciganos iugoslavos. As cenas incluem sexo selvagem com um deles, chamado, justamente, de Montenegro, além de uma famosa sequência envolvendo vibradores. O final “engraçado” era a transformação da dona de casa em serial killer. Ele tentou se tornar mais comercial em seu filme seguinte, “Coca-Cola Kid” (1985), bancado por produtores australianos e estrelado por Eric (irmão de Julia, pai de Emma) Roberts no papel de um jovem executivo de marketing da Coca-Cola que tenta entender porque uma comunidade australiana preferia refrigerantes locais à marca multinacional. Com menos sexo que o habitual – envolvendo uma secretária vivida pela italiana Greta Scacchi – , acabou não tendo a mesma repercussão e sucesso. Seu único filme americano também foi contido. “Manifesto por uma Noite de Amor” (1988), adaptação de Émile Zola, era uma farsa sobre a tentativa de assassinar um tirano europeu, numa cidadezinha obcecada por sexo. Com a queda do comunismo nos anos seguintes, ele voltou para o Leste Europeu para filmar seu último longa de ficção, “Gorilla Bathes at Noon” (1993), enquanto seu país se dilacerava em guerras étnicas e territoriais. Ele ainda participou de uma antologia com o provocante título “Danish Girls Show Everything” (garotas dinamarquesas mostram tudo) e assinou sua última obra em 1994, o documentário “A Hole in the Soul”, que era parte autobiografia, parte meditação sobre a luta da identidade nacional iugoslava, ilustrando como a morte violenta da sua pátria deixou-o sentindo-se roubado de sua alma. Em uma entrevista de 2000, Makavejev explicou que tinha virado cineasta para tentar dar sentido ao mundo. “É muito difícil dizer o que faz você se envolver com o cinema. Os filmes sempre nos seguem como um material de referência ou como algum tipo de material onírico para lidar com coisas que não entendemos em nossas vidas. Os filmes nos dão soluções ou fornecem um comentário sussurrante sobre o que está acontecendo ao nosso redor”.

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    Jonas Mekas (1922 – 2019)

    23 de janeiro de 2019 /

    Morreu o cineasta Jonas Mekas, ícone da vanguarda nova-iorquina e um dos grandes pioneiros na luta pela preservação de filmes independentes clássicos. Ele faleceu nesta quarta (23/1), aos 96 anos. O diretor Martin Scorsese assinou um longo texto para louvar o colega e amigo, dizendo que “Jonas Mekas fez e significou tanto para tantas pessoas no mundo do cinema que você precisaria de um dia e uma noite apenas para começar a falar dele”. E começou: “Ele era um profeta. Ele era um empresário. Ele foi um provocador no sentido mais verdadeiro e fundamental – ele provocou as pessoas em novas maneiras de pensar sobre o que uma imagem era, o que era um corte, o que era um filme, o que era compromisso. Quem foi mais comprometido do que Jonas com a arte do cinema? Eu me pergunto”. Nascido na Lituânia, Mekas foi um agitador cultural que trabalhou no jornal The Village Voice, fundou a célebre revista Film Culture e se tornou um dos grandes nomes do cinema experimental, firmando parcerias com artistas como Andy Warhol, John Lennon e Yoko Ono, Allen Ginsberg e Salvador Dalí. Seu primeiro longa, “Guns of the Trees” (1961), acompanhava uma mulher suicida enquanto pessoas tentavam dissuadi-la. Em 1964, ele venceu o Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes por “The Brig”, sobre o cotidiano de uma prisão de fuzileiros navais no Japão. Também filmou inúmeros curtas sobre seus amigos Dali, Lennon, Warhol, Ginsberg, José Luis Guerín, etc., num período que se estendeu por cinco décadas, de 1964 a 2013. Entre sua vasta filmografia, destaca-se seu trabalho como diretor de fotografia de “Empire”, o filme em preto e branco de oito horas de duração de Andy Warhol, que não era nada mais que um registro estático do edifício Empire State. Ele ainda registrou o famoso bed-in, como se chamou o protesto pela paz do casal Lennon e Ono, e imagens raras da banda Velvet Underground, de Lou Reed. Apaixonado por cinema, Mekas também realizava exibições especiais e chegou a ser preso em 1964 por conta de uma delas, quando programou uma sessão dupla gay com “Flaming Creatures” (terror sexualmente explícito de 1963), de Jack Smith, e o curta “Canção de Amor” (1950), de Jean Genet. Mas talvez sua maior contribuição ao mundo cinematográfico tenha sido a fundação em 1970 do Anthology Film Archives, descrito como “o centro internacional para a preservação, estudo e exibição de filmes e vídeos, com um foco particular em cinema independente, experimental e de vanguarda”. Prestes a completar 50 anos, o Anthology Film Archives existe até hoje e, por iniciativa própria, restaurou e preservou quase mil filmes, numa média de 25 por ano. “Eu tenho tantas lembranças maravilhosas de Jonas, memórias de momentos em que eu podia sentir o chão mudando sob meus pés”, escreveu Scorsese. “Houve a exibição de ‘Scorpio Rising’ (1963) que ele organizou no centro da cidade, reunindo toda a comunidade underground de Nova York. Houve a vez em que ele e seu irmão Adolfas vieram ao meu hotel, depois que ‘Caminhos Perigosos’ (1973) passou no Festival de Nova York, com pêssegos e champanhe para me receber na família do cinema”, contou o cineasta, que ainda lembrou a última vez que o viu. “Ele discordava apaixonadamente da ideia de que a tecnologia nova e barata desencadearia o caos e marcaria a morte do cinema: ‘Não é a morte do cinema, é o nascimento do cinema! Com todas essas novas ferramentas, imagine a liberdade para os jovens experimentarem – pode haver Mozarts por aí!!’” “Jonas sempre foi alegre, sempre esperançoso. Foi alguém que realmente se dedicou de verdade e sinceramente ao que ele amava. Acho que estamos apenas começando a entender o quanto ele nos deu”, concluiu.

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