Rami Malek será Buster Keaton em minissérie do diretor de “Batman”
O ator Rami Malek (“007 – Sem Tempo para Morrer”) vai interpretar o comediante Buster Keaton, um dos maiores ícones do cinema mudo, em uma minissérie dirigida por Matt Reeves (“Batman”). A informação é do site Deadline. Além de dirigir, Reeves também vai produzir a atração, ao lado de Malek. A série será escrita por Ted Cohen (“Friends”) e deve ter como base o livro “Buster Keaton: A Filmmaker’s Life”, de James Curtis. Conhecido por seu rosto sem expressão, o que o diferenciava de Charlie Chaplin, Buster Keaton foi ator, roteirista e diretor, e estrelou verdadeiros clássicos como “The Playhouse” (1921), “O Enrascado” (1922), “A Casa Elétrica” (1922), “Bancando o Águia” (1924) e “A General” (1926), entre vários outros, além de ter continuado sua carreira até os anos 1960, quando chegou a aparecer em filmes da “Turma da Praia” (Annette Funicello e Frankie Avalon). O projeto está sendo desenvolvido pela Warner Bros. Television como parte de um acordo de produção fechado com Reeves. A minissérie ainda não tem previsão de estreia. Curiosamente, este não é o único projeto sobre Buster Keaton em desenvolvimento. Há quase um ano foi anunciado que o diretor James Mangold (“Logan”) faria uma cinebiografia do comediante. Rami Malek será visto a seguir no drama biográfico “Oppenheimer”, dirigido por Christopher Nolan (“Tenet”), que chega aos cinemas brasileiros em 20 de julho. Já Matt Reeves está desenvolvendo a continuação de “Batman” (2022) e produzindo a série centrada no personagem do Pinguim, interpretado por Colin Farrell, ambas sem data de lançamento definidas. Assista abaixo ao trailer do clássico “A General”.
Diretor de “Logan” vai filmar cinebiografia de Buster Keaton
O diretor James Mangold (“Logan”) está desenvolvendo uma cinebiografia de Buster Keaton, pioneiro dos filmes mudos e um dos maiores comediantes dos Estados Unidos. Em desenvolvimento no 20th Century Studios, a produção será baseada no livro “Buster Keaton: Cut to the Chase”, de Marion Meade. Segundo o site Deadline, os executivos do estúdio consideram o projeto uma prioridade e estão em busca de roteiristas. Apesar disso, Mangold só vai se dedicar ao filme após terminar “Indiana Jones 5”, atualmente em filmagens secretíssimas. Além de ator brilhante, Keaton também foi diretor, produtor e roteirista, além de ser mundialmente celebrado pelo clássico “A General” (1926), considerada uma das melhores – se não for a melhor – comédias do cinema mudo. Ele faleceu em 1966 após aparecer em filmes da Turma da Praia. Mangold já dirigiu duas cinebiografias premiadas: “Johnny & June” (2005) e “Ford vs. Ferrari” (2019). Ele ainda está envolvido com “Juliet”, adaptação do romance de Anne Fortier sobre uma mulher que descobre ser parente do casal protagonista da história de amor mais trágica de todos os tempos.
Mickey Mouse completa 90 anos de influência na cultura pop
Neste domingo, completam-se 90 anos da primeira exibição de Mickey Mouse. Ele foi visto pelo público pela primeira vez num curta animado em preto-e-branco, “O Vapor de Willie”, que foi projetado num cinema de Nova York em 18 de novembro de 1928. O desenho de oito minutos trazia Mickey pilotando um barco a vapor e divertindo a passageira Minnie Mouse ao tornar os animais a bordo instrumentos musicais. Foi um enorme sucesso, porque também foi um dos primeiros desenhos animados sonoros. O som tinha chegado aos cinemas apenas 11 meses antes. E o rato ria, com a voz do próprio Walt Disney, e fazia música. Não era a primeira tentativa de Disney de emplacar um personagem animado. Seu predecessor tinha sido o coelho Oswald. Mas o ratinho, com seus traços simples – um grande círculo e dois círculos menores representavam sua cabeça – acabou caindo no gosto popular. O detalhe é que esses traços tão famosos não foram criados por quem você pensa e sim por Ub Iwerks. Foi o famoso animador quem criou o visual que hoje é símbolo do nome Disney, além de ter codirigido “O Vapor de Willie” com Disney, que o incentivou, batizou o personagem, dublou-o, ajudou a animá-lo e o produziu. O lançamento do Mickey foi uma vingança contra a Universal e o produtor Charles Mintz, com quem Disney tinha começado sua carreira em Hollywood. Mintz dizia que Oswald pertencia à Universal e que Disney estava sob contrato para realizar mais desenhos. Ele comprou a briga, mas perdeu a maioria de seus animadores originais, que também assinaram contrato com a Universal. Apenas Iwerks e os assistentes Les Clark e Wilfred Jackson permaneceram leais. Assim, ao se ver traído, Disney resolveu juntar os três para lançar seu próprio estúdio e ter os direitos sobre tudo o que lançasse. Por isso, com Mickey também nasceu o estúdio Disney. Embora tenha sido o primeiro desenho do Mickey exibido nos cinemas, “O Vapor de Willie” foi na verdade o terceiro curta animado desenvolvido com o personagem. Os dois anteriores simplesmente não conseguiram distribuição, porque o estúdio de Disney era independente – quem diria… Mas o desenho do ratinho no barco encontrou interessados porque era uma paródia de um filme muito bem-sucedido, “Marinheiro de Encomenda” (1928), estrelado por Buster Keaton, que tinha sido lançado seis meses antes. Como a maioria dos estúdios ainda estavam produzindo desenhos mudos, “O Vapor de Willie” logo se destacou, levando à produção de novos curtas com o ratinho orelhudo. Disney dublou todos eles, até os anos 1940. Cada novo desenho refletia a evolução do personagem. Só em 1929 ele ganhou suas luvas. Em 1931, Pluto virou seu cachorro. Em 1932, Pateta virou seu melhor amigo. Em 1935, Mickey finalmente ganhou cores e conheceu o Pato Donald. E em 1940 apareceu em seu primeiro longa, “Fantasia”, como um aprendiz de feiticeiro. A primeira grande reforma visual do personagem veio em 1939, quando o animador Fred Moore mudou os olhos do ratinho, incluindo pupilas – até então, seus olhos eram apenas dois pontos pretos – , que aumentaram sua expressividade. As mudanças continuaram nos anos 1940, com o sumiço de seu rabo, um novo guarda-roupas – ele só usava shorts vermelhos no começo – e orelhas menos estáticas. Mas o que manteve Mickey popular por tantos anos foi a exibição de seus desenhos na TV, a partir dos anos 1950, e à ideia de Disney de explorá-lo em outros meios, como quadrinhos, brinquedos, camisetas, lancheiras, etc. O personagem se tornou maior que o cinema. Logo, passou a ser visto ao vivo pelas crianças, em parques temáticos com o nome de Disney. Um império surgiu em torno de suas orelhas redondas. Não foi à toa que Walt Disney passou a chamar o Mickey de seu embaixador global. Mickey lançou não apenas a Walt Disney Pictures, mas o conceito do império Disney.
Lupita Tovar (1910 – 2016)
Morreu Lupita Tovar, uma das primeiras estrelas latinas de Hollywood. Ela faleceu no sábado (12/11) em Los Angeles, de causas naturais aos 106 anos de idade. Nascida em Oaxaca, no México, Lupita foi descoberta pelo documentarista Robert Flaherty na capital mexicana, durante uma competição para revelar atrizes de cinema. Ela ficou em 1º lugar e, como prêmio, foi convidada a filmar nos EUA, mudando-se para Los Angeles na companhia da avó materna em 1928. Seu primeiro contrato foi com os estúdios Fox, participando de filmes mudos, em que deveria demonstrar diversos talentos. Por isso, precisou aprender a tocar violão e ter aulas de dança, além de estudar inglês, uma língua que ela mal falava. Mas se dedicou arduamente, visando conquistar um novo contrato. Ela conseguiu seu objetivo, assinando com a Universal, mas para filmar em espanhol. Muitos de seus primeiros trabalhos se perderam, como “A Mulher Enigma” (1929), em que contracenou com Bela Lugosi. Mas, por coincidência, ela acabou ficando mais conhecida justamente num filme que todos relacionam a Lugosi. Na época, os estúdios começavam a perceber que o mercado de cinema não se restringia aos EUA e passaram a fazer versões alternativas de seus lançamentos faladas em espanhol. Assim, simultaneamente à filmagem do clássico “Drácula” (1931) de Lugosi, a Universal realizou um “Drácula” (1931) com diretor e atores mexicanos, aproveitando os mesmos cenários. Lupita interpretou Eva, a versão mexicana da protagonista Mina, numa produção em que os personagens tinham nomes espanholizados – Juan Harker, Lucía, etc. Além deste terror clássico, ela participou de “A Vontade do Morto” (1930), versão em espanhol de “Meia Noite em Ponto” (1930). E, por sinal, o produtor que teve a ideia de realizar esses remakes, o tcheco Paul Kohner, acabou se apaixonando e se casando com a atriz em 1932. Aos poucos, a Universal começou a escalar Lupita em filmes falados em inglês, como na aventura “A Leste de Bornéu” (1931), com direção de George Melford, e o western “A Lei da Fronteira” (1931), em que viveu a protagonista, ao lado do cowboy Buck Jones. Com status de estrela, Lupita foi convidada a voltar ao México para protagonizar “Santa” (1932), o primeiro filme mexicano sonoro – isto é, que tinha som e imagem sincronizados na mesma tira de celuloide. No melodrama, Lupita vivia uma jovem inocente que, após ter um caso com um soldado, tornava-se tragicamente uma prostituta. Fez tanto sucesso que o governo mexicano chegou a emitir um selo postal em sua homenagem, com Tovar caracterizada como Santa. Após um breve hiato para curtir o casamento e ter a primeira filha, Lupita voltou a Hollywood com a comédia clássica “Fanfarronadas” (1936), ao lado do mestre do humor Buster Keaton, que foi outro grande sucesso. Ela ainda participou do filme de guerra “Bloqueio” (1938), com Henry Fonda, protagonizou o western “Valentia de Gringo” (1939), com George O’Brien, e coestrelou “South of the Border” (1939) com o cowboy cantor Gene Autry, “Inferno Verde” (1940), com Douglas Fairbanks Jr., e “O Galante Aventureiro” (1940), com Gary Cooper, antes de engravidar do segundo filho e se aposentar cinco anos depois com o filme B de mistério “O Médico Destemido” (1945). Ao sair de cena, a atriz deixou uma herdeira, a filha Susan Kohner, que seguiu a carreira da mãe e foi indicada ao Oscar por “Imitação da Vida” (1959), de Douglas Sirk. Além disso, os filhos de Susan também se destacaram no cinema, mas em outras funções, escrevendo e dirigindo filmes. Indicados ao Oscar pelo Roteiro de “O Grande Garoto” (2002), os irmãos Chris e Paul Weitz são netos de Lupita.


