David McCallum, astro de “O Agente da UNCLE” e “NCIS”, morre aos 90 anos
O ator escocês David McCallum, que marcou época na TV ao interpretar o agente secreto Illya Kuryakin na série clássica “O Agente da U.N.C.L.E.” e o médico legista Donald “Ducky” Mallard na atual “NCIS”, faleceu nesta segunda-feira (25/9) aos 90 anos. O ator morreu de causas naturais no Hospital NewYork-Presbyterian, cercado por sua família, conforme anunciado por um porta-voz da rede CBS. Nascido em Glasgow em 19 de setembro de 1933, McCallum era filho de uma violoncelista, e de um violinista e líder de orquestra. A família mudou-se para a Inglaterra em 1936, quando seu pai foi contratado para conduzir a London Philharmonic. Embora seus pais desejassem que ele seguisse uma carreira na música, McCallum decidiu se tornar ator. Início da carreira no cinema Ele fez sua estreia no cinema britânico no final dos anos 1950 e se casou com a atriz Jill Ireland em 1957, após se conhecerem nas filmagens de “Na Rota do Inferno” no mesmo ano. O casamento durou uma década, até que Ireland o deixou pelo ator Charles Bronson. McCallum foi para Hollywood no começo dos anos 1960 e acabou escalado em filmes de sucesso, como “Freud – Além da Alma” (1963), de John Huston, e principalmente “Fugindo do Inferno” (1963), estrelado por Steve McQueen. A trama envolvia a fuga de um campo de concentração nazista e ator britânico acabou ganhando destaque na trama, como líder de uma das equipes encarregada de executar o plano ousado. Em seguida, ele entrou no épico sobre Jesus Cristo, “A Maior História de Todos os Tempos” (1964), de George Stevens, no qual interpretou Judas, aumentando ainda mais seu reconhecimento. O fenômeno de “O Agente da U.N.C.L.E.” Em ascensão em Hollywood, ele mudou completamente o rumo de sua carreira ao decidir assumir o papel do espião russo-americano Illya Kuryakin em “O Agente da U.N.C.L.E.” (The Man From U.N.C.L.E.), que foi ao ar de 1964 a 1968. O programa foi muito mais que um sucesso instantâneo. Verdadeiro fenômeno cultural, a série inspirada nos filmes de 007 transformou McCallum numa celebridade internacional. Mas seu êxito não foi casual. O próprio criador do agente 007, Ian Fleming, contribuiu para a criação do “O Agente da U.N.C.L.E.” – antes de ganhar o título pelo qual ficou conhecida, a produção tinha como nome provisório “Ian Fleming’s Solo”, além de girar em torno de um personagem introduzido em “007 Contra Goldfinger” (1964), Napoleon Solo. Robert Vaughn (1932–2016) viveu Solo, um agente secreto americano, que realizava missões ao lado de um aliado russo, Illya Kuryakin (McCallum), o que era completamente inusitado na época da Guerra Fria. Assim como nos filmes de 007, a série era repleta de supervilões e mulheres lindas de minissaia. E fez tanto sucesso que virou franquia, rendendo livros, quadrinhos, brinquedos, telefilmes e um spin-off, a série “A Garota da UNCLE”, estrelada por Stefanie Powers (“Casal 20″), cuja personagem também foi criada por Ian Fleming. O padrão de qualidade da produção era tão elevado que os produtores resolveram realizar episódios especiais de duas horas, como filmes. Exibidos em duas partes na TV americana, esses episódios foram realmente transformados em filmes para o mercado internacional. Para ampliar o apelo, ainda ganhavam cenas inéditas e picantes. Um desses telefilmes de cinema, por exemplo, incluiu participação exclusiva para a tela grande da belíssima Yvonne Craig, um ano antes de a atriz virar a Batgirl na série “Batman”, como uma atendente desinibida de missões da UNCLE, em aparições completamente nua. Além disso, Vaughan e McCallum ainda viveram Solo e Kuryakin em outras produções, como a comédia “A Espiã de Calcinhas de Renda” (1966), estrelada por Doris Day, e a sitcom “Please Don’t Eat the Daisies” (1965-1967). E voltaram a se reencontrar num telefilme de 1983, “A Volta do Agente da U.N.C.L.E.”. No auge de sua fama na década de 1960, McCallum ainda aproveitou para gravar quatro álbuns para a Capitol Records. Mas não como cantor. Em vez disso, o músico de formação clássica apresentava interpretações instrumentais de sucessos da época. Ele só veio a cantar num disco de 1996, intitulado “Open Channel D”, em referência a um bordão de “O Agente da U.N.C.L.E.”. Outras séries clássicas Após o fim da atração de espionagem, McCallum continuou a estrelar séries de sucesso. Uma das mais lembradas é “Colditz” (1972-1974), drama da BBC sobre prisioneiros de guerra, originalmente concebida como minissérie e que foi estendido em duas temporadas. Na trama, ele basicamente reviveu seu papel em “Fugindo do Inferno”, organizando uma grande fuga de campo de concentração. O ator também foi “O Homem Invisível” (The Invisible Man), numa série de 1975, e escrelou “Sapphire & Steel” (1979-1982), uma série britânica de ficção científica, ao lado de Joanna Lumley (“Absolutely Fabulous”). Depois disso, voltou a se encontrar com Robert Vaughn ao fazer uma participação especial em “Esquadrão Classe A”, que foi ao ar em 1986. Ele também apareceu em “Assassinato por Escrito, “SeaQuest 2032”, “Babylon 5”, “Law & Order” e até em “Sex and the City”, além de estrelar o thriller cibernético “VR.5”, primeira série sobre realidade virtual, de 1995 a 1997. O fenômeno de NCIS Em 2003, ele entrou em “NCIS”, onde deu vida a Ducky em todas as 20 temporadas da série, o equivalente a mais de 450 episódios, além de aparecer em derivados como “NCIS: Los Angeles” e videogames. Para viver o especialista em autópsias com um diploma em psicologia da Universidade de Edimburgo, McCallum aprendeu a realizar autópsias reais e frequentou convenções para médicos legistas. Os produtores executivos de “NCIS”, Steven D. Binder e David North, declararam: “Por mais de 20 anos, David McCallum conquistou o público ao redor do mundo interpretando o sábio, peculiar e, às vezes, enigmático Dr. Donald ‘Ducky’ Mallard. Ele era um estudioso e um cavalheiro, sempre cortês, um profissional consumado e nunca deixava passar a chance de uma piada.” Ele foi casado duas vezes. Depois de se separar de Jim Ireland, casou-se com a modelo Katherine Eaton Carpenter em 1967, com que viveu até seus últimos dias. Teve quatro filhos e oito netos.
Streaming: “One Piece” e os 10 melhores lançamentos da semana
A lista de estreias da semana destaca a versão live-action de “One Piece” na Netflix, a 2ª temporada de “A Roda do Tempo” na Prime Video e a 4ª de “Impuros” na Star+. Fãs de terror ainda recebem “Pânico VI” na Paramount+, enquanto os geeks de sci-fi podem curtir a volta da série clássica “Babylon 5” como longa-metragem animado. Confira abaixo as 10 melhores opções selecionadas entre as novidades de filmes e séries em streaming. ONE PIECE | NETFLIX A estreia mais divulgada pela Netflix neste ano é uma adaptação de um dos mangás mais populares do Japão. Os quadrinhos de Eiichiro Oda, publicados desde 1997, já geraram um anime com mais de 900 episódios e agora ganham sua primeira versão live-action (com atores de carne e osso). A trama gira em torno de uma caça ao tesouro de piratas. Quando estava para ser executado, o lendário Rei dos Piratas, Gold Roger, revelou ao mundo a existência da fortuna que mantinha em segredo, motivando a cobiça de dezenas que se lançam a sua caça, sonhando com fama e riqueza imensuráveis. Os protagonistas são um grupo desses aventureiros, os Piratas de Chapéu de Palha, liderado por Monkey D. Luffy, que além de buscar o tesouro também quer se consagrar como o novo rei dos piratas. O ator mexicano Iñaki Godoy (“Quem Matou Sara?”) interpreta Luffy e o elenco também destaca Mackenyu (“Samurai X: O Final”), Emily Rudd (trilogia “Rua do Medo”), Jacob Gibson (“Greanleaf”), Taz Skylar (“Villain”), Peter Gadiot (“Yellowjackets”), Stevel Marc (“O Mauritano”), Jacob Gibson (“Greenleaf”), McKinley Belcher III (“Ozark”) e Jeff Ward (“Agents of Shield”). Desenvolvida pelos showrunners Matt Owens (“Luke Cage”) e Steven Maeda (que escreveu episódios de “Arquivo X” e “Lost”), a série se caracteriza por manter as características visuais dos animes, incluindo cenas de elasticidade irreal, em que boca, punhos e pés de Luffy se estendem mais que num desenho animado do Pica-Pau. A RODA DO TEMPO 2 | AMAZON PRIME VIDEO Baseada nos livros de Robert Jordan, a fantasia épica apresenta um mundo onde a magia existe e o tempo é cíclico. A 1ª temporada, com oito episódios, estreou em 2021 com sua história repleta de batalhas, monstros e diversos efeitos visuais, conforme Moiraine Damodred (Rosamund Pike, de “Garota Exemplar”), feiticeira integrante de uma poderosa organização mágica conhecida como Aes Sedai, parte numa aventura com cinco jovens escolhidos, testando profecias que podem salvar ou destruir a humanidade. A nova temporada adapta a história de “A Grande Caçada”, segundo livro da saga literária homônima de Robert Jordan. Nos episódios, ameaças antigas e inéditas caçam os aliados do povo de Dois Rios, agora espalhados pelo mundo. Sem a mulher que os encontrou e guiou para ajudá-los, eles precisam encontrarem novas força uns nos outros ou neles próprios, na Luz… ou na Escuridão. Enquanto isso, Rand al´Thor (Josha Stradowski) começa a perceber o quão poderoso ele é após descobrir ser o Dragão Renascido no ano anterior. O elenco também conta com Álvaro Morte (“La Casa de Papel”), Sophie Okonedo (“Flack”), Michael McElhatton (“Game of Thrones”), Marcus Rutherford (“Obediência”), Zoë Robins (“Power Rangers Ninja Steel”), Barney Harris (“Clique”), Madeleine Madden (“Tidelands”), Kae Alexander (“Krypton”) e muitos outros. A série estreou já renovada para sua 3ª temporada. IMPUROS 4 | STAR+ Após dois anos sem episódios inéditos, a série que rendeu duas indicações ao Emmy Internacional ao ator Raphael Logam (“Pacificado”) está de volta. A trama é ambientada nos anos 1990 e acompanha a escalada de Evandro do Dendê (Logam) ao comando do narcotráfico do Rio. Em sua ascensão, ele vive uma relação de gato e rato com o obcecado policial Morello (Rui Ricardo Diaz). O elenco fixo inclui também João Victor Silva (“Verdades Secretas”), Cyria Coentro (“Os Dias Eram Assim”) e Leandro Firmino (“Cidade de Deus”). Na 4ª temporada, Evandro começa a encarar sérios problemas familiares, envolvendo a mãe e a esposa, Geise (Lorena Comparato), por conta das escolhas que fez. Ao mesmo tempo, ainda sofre um atentado que quase tira sua vida e entra em guerra contra a máfia do Jogo do Bicho, enquanto subir cada vez mais na hierarquia da organização criminosa em que atua. Criada por Alexandre Fraga, a série se inspira em um criminoso da vida real, Fernandinho Guarabu, que comandou o morro do Dendê e se tornou um dos maiores narcotraficantes do estado fluminense nos anos 1990. Renovada, a produção já gravou sua 5ª temporada. | PÂNICO VI | PARAMOUNT+ O recente filme da franquia de terror chega ao streaming com novas referências meta e mortes ainda mais sangrentas, entregando tudo o que os fãs esperam quando os sobreviventes do filme anterior são perseguidos por um novo psicopata com a máscara de Ghosface. Só que este assassino se mostra muito mais violento e ousado, atacando em plena cidade de Nova York (ou um set canadense disfarçado como a metrópole). Os sobreviventes são Jenna Ortega (“Wandinha”), Melissa Barrera (“Vida”), Jasmin Savoy Brown (“Yellowjackets”), Mason Gooding (“Com Amor, Victor”), além da veterana da franquia Courteney Cox (vista em todos os filmes) e até Hayden Panettiere (“Nashville”), que retorna após aparecer em “Pânico 4”, agora como agente do FBI. O elenco também foi reforçado com as adições de Samara Weaving (“Casamento Sangrento”), Dermot Mulroney (“Sobrenatural: A Origem”), Tony Revolori (“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”), Liana Liberato (“Banana Split”), Henry Czerny (“Casamento Sangrento”), Josh Segarra (“Arrow”) e Devyn Nekoda (“Os Tênis Encantados”). E qualquer um deles pode ser o assassino por trás da máscara. Parte da diversão é descobrir a verdadeira identidade do psicopata. O roteiro é de Guy Busick (“Casamento Sangrento”) e James Vanderbilt (“Mistério no Mediterrâneo”), e a direção é novamente de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillertt (também de “Casamento Sangrento”), que assumiram o comando da franquia no longa anterior, após a morte do diretor Wes Craven. O PORTAL SECRETO | VOD* A nova fantasia ao estilo “Harry Potter” é uma adaptação do romance de mesmo nome de Tom Holt e se passa numa venerável corporação mágica londrina, responsável por orquestrar todos os incidentes diários de coincidência e imprevistos que ocorrem na cidade. Inicialmente, o recém-chegado estagiário Paul Carpenter (Patrick Gibson, de “Sombra e Ossos”) desconhece a verdadeira função da empresa quando aceita o emprego. Diferente de sua colega novata Sophie (Sophie Wilde, de “Eden”), que possui habilidades empáticas, ele parece não ter talentos notáveis. Por isso, se sente aliviado quando o CEO da empresa (Christoph Waltz, de “Django Livre”) o encarrega de encontrar uma porta mágica que desapareceu em algum lugar da empresa. Mas, nessa busca, ele se vê constantemente surpreendido pela magia dessa espécie de Hogwarts corporativa, repleta de regras arbitrárias e objetos misteriosos. Dirigido pelo experiente diretor de TV Jeffrey Walker (“H2O: Meninas Sereias”) e co-produzido pela Jim Henson Company (produtora dos “Muppets”), o filme também destaca em seu elenco o veterano Sam Neill (“Jurassic Park”) como um gerente impiedoso, que têm planos diferentes para o futuro do mundo. Com elementos de fantasia e comédia, “O Portal Secreto” também apresenta um toque de sátira e se diverte com a ideia da porta sumida ser capaz de conduzir à diferentes dimensões. No entanto, a história central gira em torno dos protagonistas e de seu envolvimento romântico, tornando o filme uma raridade dentro do cinema comercial familiar. MULHERES CHORAM | VOD* A produção que mais deu o que falar no Festival de Cannes de 2021 aborda questões de gênero e relações familiares na Bulgária contemporânea. O filme foca na vida de duas gerações de mulheres de uma mesma família, todas lidando com o luto após a morte da matriarca. A narrativa se desenrola em um contexto político específico: a rejeição da Bulgária em ratificar a Convenção de Istambul, um tratado de direitos humanos contra a violência doméstica, porque utilizava a palavra “gênero”. A obra destaca diversas mulheres da família, cada uma com suas próprias lutas relacionadas à saúde mental. A personagem Sonja chama a atenção por estar vivendo com HIV, um segredo que gera tensão em uma cena chave ao redor da mesa de jantar da família. Sua irmã Lora enfrenta exemplos cotidianos de masculinidade tóxica e Veronica sofre de depressão pós-parto, trazendo uma outra camada de complexidade ao núcleo familiar. O filme abriga performances notáveis, em especial a de Maria Bakalova, conhecida por sua nomeação ao Oscar por “Borat: Fita de Cinema Seguinte” (2020). Ela contracena com um elenco local bastante expressivo, em uma narrativa provocativa, em que revelações impactantes funcionam como um catalisador para questionamentos mais amplos sobre gênero e preconceito. As diretoras Vesela Kazakova e Mina Mileva (“The Beast Is Still Alive”) utilizam metáforas e momentos de alívio emocional para equilibrar cenas mais ásperas, criando uma experiência cinematográfica que oferece muito a ser ponderado pelo público. EU NÃO SOU UM ROBÔ | HBO MAX Comédia romântica imensamente popular da Coréia do Sul, a produção de 2017 gira em torno de uma garota que se passa por robô. A história envolve Min Kyu, um rapaz rico, que tem uma alergia severa a seres humanos e só sai de casa de luvas e máscaras. Impossibilitado de ter um um relacionamento devido à sua condição, ele conhece a Android AJI-3, desenvolvida por uma equipe de seu conglomerado, e se impressiona por sua capacidade de interação. Só que, na verdade, Jo Ji Ah foi contratada pela fingir ser a robô, após a verdadeira androide dar problemas. Sem poder dizer a verdade, ela acaba confundida com um robô real, com quem o rapaz consegue interagir e… se apaixonar. Repleta de momentos divertidos e fofos, a fantasia tem direção de Jung Dae-yoon (“Renascendo Rico”) e destaca Chae Soo-bin (“Rookie Cops”) e Yoo Seung-ho (“Memorist”) nos papéis principais. CHIC SHOW | GLOBOPLAY O documentário conta a história de um dos mais importantes bailes da cidade de São Paulo, o Chic Show. Realizado principalmente no ginásio do Palmeiras, onde chegava a reunir 20 mil pessoas nas décadas de 1970 e 1980, o evento virou mais que um baile. Foi um verdadeiro ponto de encontro da cultura negra, abrindo espaço para o funk, o rap, o samba rock e o pagode. As festas de Luiz Alberto dos Santos, o Luizão, chegaram a trazer até atrações internacionais, como Kurtis Blow, Whodini, Betty Wright e o lendário James Brown. Com direção de Felipe Giuntini (“Domingão do Faustão”), o filme traz depoimentos dos organizadores, dos artistas que se apresentaram, como Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Sandra de Sá, Thaide e Carlos Dafé, e dos frequentadores, mostrando o impacto do baile em famosos como Péricles, Mano Brown, Ice Blue, Thaíde, Rappin’ Hood, Júnior Vox, Marquinhos Sensação e Salgadinho. BABYLON 5: THE ROAD HOME | VOD* A icônica série de ficção científica criada em 1993 por J. Michael Straczynski (“Sense8”) retorna num longa animado, que retoma todos seus personagens clássicos. A trama se passa dois anos após a Guerra das Sombras e segue John Sheridan (Bruce Boxleitner) e sua esposa Delenn em sua despedida da estação espacial Babylon 5. Mas um erro técnico deixa Sheridan perdido no multiverso, percorrendo cronologias alternativas. O enredo efetivamente utiliza a viagem no tempo para revisitar eventos e personagens importantes da série original, tornando o filme uma espécie de retrospectiva da rica história da franquia. “Babylon 5” virou cult não só pelas histórias envolventes, mas por reunir artistas que marcaram época na sci-fi, como o protagonista Bruce Boxleitner (o “Tron”), Bill Mumy (o Will Robinson original de “Perdidos no Espaço”), Walter Koenig (o Sr. Chekov original de “Star Trek”) e Patricia Tallman (estrela do bom remake de “A Noite dos Mortos-Vivos”). Eles fazem um retorno significativo na continuação animada, junto com Claudia Christian (ainda ativa em “9-1-1”) e Peter Jurasik (também de “Tron”), que tinha se aposentado em 2017, além dos novos dubladores dos personagens dos atores falecidos. Infelizmente, as baixas representam a maioria, incluindo os coprotagonistas Mira Furlan (que depois estrelou “Lost”), Richard Biggs (“Strong Medicine”), Andreas Katsulas (“Star Trek: Enterprise”), Jerry Doyle (“Barrados no Baile”), Jeff Conaway (“Grease: Nos Tempos da...
Série clássica “Babylon 5” vai ganhar filme animado
O criador de “Babylon 5”, J. Michael Straczynski, anunciou no Twitter que está em andamento um filme animado da série sci-fi clássica. A produção está sendo desenvolvida pela Warner Bros. Animation e WB Home Entertainment, e deve ser lançada em streaming na Max. Straczynski afirmou que o filme será uma homenagem aos fãs e terá o estilo clássico da série original, com muita ação e emoção. O título, data de lançamento e outros detalhes serão divulgados em uma semana. Ele também disse que o filme já está finalizado e promete que será a produção mais fiel à série original desde seu encerramento nos anos 1990. “B5 clássico: agitado, emocionante, sem parar, uma tonelada de diversão através do tempo e do espaço e uma carta de amor para os fãs”, escreveu o produtor-roteirista. “Babylon 5” teve seu piloto originalmente exibido como um telefilme em 1993, quando fez um sucesso inesperado e acabou estendendo sua história por cinco temporadas até 1998, além de ter originado uma série derivada, “Crusade” em 1999, e vários telefilmes até 2007, sem esquecer livros, quadrinhos e games. O elenco da série incluía artistas que marcaram época na sci-fi como o protagonista Bruce Boxleitner (o “Tron”), Bill Mumy (o Will Robinson original de “Perdidos no Espaço”), Walter Koenig (o Sr. Chekov original de “Star Trek”) e Patricia Tallman (estrela do bom remake de “A Noite dos Mortos-Vivos”). Infelizmente, a maioria dos integrantes do elenco clássico já faleceu, incluindo os coprotagonistas Mira Furlan (que depois estrelou “Lost”), Richard Biggs (“Strong Medicine”), Andreas Katsulas (“Star Trek: Enterprise”), Jerry Doyle (“Barrados no Baile”), Jeff Conaway (“Grease: Nos Tempos da Brilhantina”), Stephen Furst (da comédia clássica “O Clube dos Cafajestes”) e Michael O’Hare (“C.H.U.D. – A Cidade das Sombras”). Por outro lado, Claudia Christian continua em atividade e pode ser vista atualmente em “9-1-1”, enquanto Andrea Thompson (“Nova Iorque Contra o Crime”) e Peter Jurasik (“Chumbo Grosso”) se aposentaram em 2017. Além dessa animação feita sem alarde, Straczynski (que também cocriou “Sense8”) estava trabalhando num reboot da série clássica, que teve um piloto encomendado pela rede The CW em 2021. Entretanto, desde então a CW mudou de dono e de estratégia comercial. A ideia, porém, poderia ser aproveitada pela Max, a nova plataforma da Warner Bros Discovery (que hoje ainda é chamada de HBO Max). Veja abaixo um vídeo com as aberturas de todas as cinco temporadas da série.
Série sci-fi “Babylon 5” vai ganhar reboot do criador original
A clássica série sci-fi “Babylon 5” vai voltar à TV. A rede The CW encomendou uma nova versão da atração cultuada dos anos 1990 para o criador da série original, J. Michael Straczynski. Straczynski, que também foi cocriador de “Sense8” na Netflix, pretende retomar os mesmos personagens na nova versão, reintroduzindo a história para uma nova geração. Por enquanto, porém, apenas a criação do roteiro de um possível piloto do projeto foi negociado. Mas bastou para mostrar a existência de uma base sedenta de fãs, que imediatamente se mobilizou nas redes sociais para comemorar a notícia. O reboot seria focado em John Sheridan (interpretado por Bruce Boxleitner na série original), um oficial da Força da Terra, que é nomeado para comandar a Babylon 5, uma estação espacial localizada em território neutro, que serve como sede de diversas embaixadas e porto seguro para milhares de alienígenas em meio a um período turbulento da galáxia. “Babylon 5” teve seu piloto originalmente exibido como um telefilme em 1993, quando fez um sucesso inesperado e acabou estendendo sua história por cinco temporadas até 1998, além de ter originado uma série derivada, “Crusade” em 1999, e vários telefilmes até 2007, sem esquecer livros, quadrinhos e games. O elenco da série incluía artistas que marcaram época na sci-fi como o próprio Boxleitner (o “Tron”), Bill Mumy (o Will Robinson original de “Perdidos no Espaço”), Walter Koenig (o Sr. Chekov original de “Star Trek”) e Patricia Tallman (estrela do bom remake de “A Noite dos Mortos-Vivos”). Infelizmente, a maioria dos integrantes do elenco clássico já faleceu, incluindo os coprotagonistas Mira Furlan (que depois estrelou “Lost”), Richard Biggs (“Strong Medicine”), Andreas Katsulas (“Star Trek: Enterprise”), Jerry Doyle (“Barrados no Baile”), Jeff Conaway (“Elvira, a Rainha das Trevas”), Stephen Furst (da comédia clássica “O Clube dos Cafajestes”) e Michael O’Hare (“C.H.U.D. – A Cidade das Sombras”). Por outro lado, Claudia Christian continua em atividade e pode ser vista atualmente em “9-1-1”, enquanto Andrea Thompson (“Nova Iorque Contra o Crime”) e Peter Jurasik (“Chumbo Grosso”) pararam em 2017 e ainda podem fazer participações especiais. Um detalhe pouco lembrado da série original é que Boxleitner só entrou no elenco na 2ª temporada, em substituição a Michael O’Hare, que comandou a estação orbital Babylon 5 nos primeiros episódios. A sinopse do reboot sugere que Straczynski pretende limar o Comandante Jeffrey Sinclair (papel de O’Hare) e agilizar a história, que passaria a acompanhar a evolução do Capitão Sheridan de burocrata à líder da resistência contra uma invasão alienígena até se tornar o Presidente da Terra. Ainda não há data de estreia definida para o reboot. Veja abaixo um vídeo com as aberturas de todas as cinco temporadas da série.
Mira Furlan (1955 – 2021)
A atriz croata Mira Furlan, que teve papéis marcantes nas cultuadas séries “Babylon 5” e “Lost”, morreu na quarta-feira (20/1) aos 65 anos, em sua casa em Los Angeles, de complicações do vírus do Nilo Ocidental. Ela se tornou mundialmente conhecida ao estrelar “Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios”, filme de Emir Kusturica que venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1985. Embora tivesse apenas 20 anos, a estrela nascida em Zagreb, na ex-Iugoslávia, já tinha uma ampla carreira estabelecida no teatro e no cinema iugoslavos, mas a repercussão do longa de Kusturica, que também foi indicado ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira, a colocou em evidência internacional. Furlan filmou a sci-fi francesa “Bunker Palace Hotel” (1989), de Enki Bilal, antes de migrar para os EUA em 1991. Dois anos depois, estrelou seu papel mais lembrado, como a embaixadora Deleen, da raça alienígena Minbari, em “Babylon 5”. Ela apareceu em 111 episódios de todas as cinco temporadas (1993-98) da série, que se passava numa estação orbital diplomática, espécie de ONU espacial, num período em que a paz interplanetária era ameaçada pela guerra. Após o fim de “Babylon 5”, ela repetiu seu papel em dois telefilmes derivados e dublou a heroína Sabre de Prata nos desenhos do Homem-Aranha, antes de voltar a se destacar em “Lost”. A atriz apareceu em todas as seis temporadas da atração, entre 2004 e 2010, no papel da misteriosa francesa Danielle Rousseau, uma das primeiras náufragas na ilha, que vive isolada com medo dos “outros”. Sua carreira também inclui o filme “Prova de Redenção” (2012), com Penélope Cruz, e participação recorrente na série infantil “Uma Pitada de Magia” (Just Add Magic), da Amazon. Criador de “Babylon 5”, J. Michael Straczynski prestou homenagem à atriz nas redes sociais, destacando seu “lado impetuoso e destemido que lutou incessantemente por sua arte”.
Harlan Ellison (1934–2018)
Morreu Harlan Ellison, lendário escritor de ficção científica que criou a série “Starlost – A Estrela Perdida” e assinou alguns episódios clássicos do gênero na televisão americana. Ele morreu enquanto dormia nesta quinta-feira (28/6), aos 84 anos. Ellison teve vários contos adaptados e roteiros originais escritos para a antologia “Quinta Dimensão” (The Outer Limits), tanto na versão original da série dos anos 1960 quanto na sua reencarnação dos anos 1990. Também assinou histórias de “Viagem ao Fundo do Mar”, “O Agente da UNCLE”, “Além da Imaginação”, “Fuga das Estrelas” (Logan’s Run), “Babylon 5” e até mesmo um capítulo de “A Noviça Voadora” – porque era apaixonado por Sally Field, a estrela da série. Mas seu trabalho mais celebrado é sem dúvida o roteiro para “The City on the Edge of Forever”, de “Jornada nas Estrelas” (Star Trek). Penúltimo episódio da 1ª temporada da “Star Trek” clássica, a trama venceu o prêmio Hugo, dedicado aos melhores textos da ficção científica, e o WGA Award (do Sindicato dos Roteiristas) como Melhor Episódio de Série Dramática de 1967. A história gira em torno de uma viagem no tempo, quando a tripulação da Enterprise tenta impedir o Capitão Kirk (William Shatner) de mudar a História para salvar uma ativista (Joan Collins) dos anos 1930 por quem se apaixonou. O roteiro original, porém, foi reescrito por Gene Roddenberry, criador de “Star Trek”, e outros editores de texto da produção, porque a história de Ellison era muito cara para o orçamento televisivo. Em resposta, Ellison submeteu seu roteiro original ao Hugo e ao WGA, ignorando as “contribuições” dos demais. E foi seu texto original que acabou reconhecido. Por conta disso, Ellison e Roddenberry ficaram sem se falar durante anos, especialmente após o criador de “Star Trek” mentir que o roteiro do escritor transformava o engenheiro-chefe Scotty (James Doohan) em traficante de drogas. Não foi a única vez que Ellison teve problemas com produtores. O que deu origem a um hábito curioso. Quando não ficava satisfeito com a forma como seu trabalho era tratado, ele exigia que seu nome fosse substituído nos créditos pelo pseudônimo “Cornwainer Bird”. E fez isso com freqüência. Inclusive na série canadense “Starlost”, sua única criação televisiva, estrelada por Keir Dulea (o astro de “2001 – Uma Odisseia no Espaço”) em 1974. Ele também tinha fama de intratável, e isso desde que foi expulso da Universidade Estadual de Ohio por dar um soco em um professor que havia criticado sua escrita, em 1953. Uma das anedotas mais citadas de sua biografia lembra que, logo ao chegar no seu primeiro dia de trabalho na Disney, que foi seu primeiro emprego em Hollywood em 1962, Ellison brincou que adoraria fazer um filme pornográfico com os personagens das animações do estúdio. Roy Disney o ouviu e o demitiu no local, antes de entrar no prédio. Ellison também enviou 213 tijolos pelo correiro – e à cobrar – para uma editora que lhe deu calote e um bicho morto para outra empresa que publicava seus livros. Durante um discurso de 1969 em uma convenção de ficção científica do Texas, ele se referiu ao Corpo de Cadetes da universidade local como “a próxima geração de nazistas da América”. E também foi acusado de agredir o autor e crítico Charles Platt durante uma cerimônia de premiação da Nebula Awards. Outro de seus hábitos favoritos era abrir processos. Ele processou a CBS por direitos a uma percentagem dos lucros com seu episódio de “Jornada nas Estrelas” e recebeu uma quantia não revelada num acordo em 2009. Também acionou na justiça a rede ABC por plágio cometido com a série “Future Cop” (1977) e até James Cameron por plágio em “O Exterminador do Futuro” (1984). Graças a esse temperamento, só foi contratado para escrever um único roteiro de cinema, “Confidências de Hollywood” (1966), adaptação de um romance sobre um ator arrogante que se torna ainda mais insuportável ao ser indicado ao Oscar. Mas teve um de seus livros transformados em filme, a sci-fi distópica “O Menino e seu Cachorro”, estrelada pelo jovem Don Johnson em 1975. A obra, por sinal, está para ganhar remake. Mesmo com todas essas confusões, muitos produtores de sci-fi reconheciam seu talento e o empregaram como consultor criativo, trabalho que exerceu em algumas séries cultuadas, como “O Sexto Sentido” (1972), o remake de “Além da Imaginação” (1985–1989) e “Babylon 5” (1994-1998). Ellison chegou a aparecer em três episódios de “Babylon 5”. E foi considerado famoso o suficiente para ganhar uma versão animada num episódio de “Os Simpsons”, exibido em 2014.
Stephen Furst (1955 – 2017)
Morreu o ator Stephen Furst, que ficou conhecido como o calouro Flounder na comédia clássica “O Clube dos Cafajestes” (Animal House). Ele faleceu na sexta (16/6) em sua casa em Moorpark, Califórnia, perto de Los Angeles, aos 62 anos, devido a complicações da diabetes. O papel de Kent “Flounder” Dorfman em “O Clube dos Cafajestes” (1978) foi o seu primeiro grande destaque no cinema. O personagem era um dos calouros rejeitados, que acabava entrando na pior fraternidade do campus, conhecida por abrigar arruaceiros, e no processo adquiria autoestima. Ele chegou a repetir o papel na série “Delta House”, adaptação do filme que durou só 13 episódios em 1979. Depois disso, Furst fez alguns aparições em filmes B e diversas séries dos anos 1980, antes de voltar a se destacar como protagonista da série médica “St. Elsewhere”, uma das mais populares de sua época. Ele alternou performances cômicas e dramáticas como o Dr. Elliot Axelrod, médico de uma equipe que tentava ensinar Medicina para jovens residentes. A atração durou seis temporadas, de 1982 a 1988, foi indicada à 63 Emmys, ganhando 13 destes prêmios, e chegou a ser eleita a melhor série dramática dos anos 1980 pela TV Guide. De quebra, a produção ainda revelou um jovem ator chamado Denzel Washington. Paralelamente, Furst desempenhou um papel no telefilme apocalíptico “O Dia Seguinte” (1983) e gravou uma participação no clipe de “I Wanna Rock” (1984), do Twisted Sister. Mas, ao fim de “St. Elsewhere”, enfrentou outro hiato na carreira. Ele coestrelou a comédia “De Médico e Louco Todo Mundo Tem um Pouco” (1989) com Michael Keaton, mas não teve sorte ao tentar voltar a protagonizar uma atração televisiva. Sua experiência como padre na série de comédia “Have Faith” (1989) não passou do sexto episódio, levando-o a retomar a rotina de participações especiais. O pula-pula de “MacGyver – Profissão Perigo” a “Melrose Place” durou cinco anos, até o ator entrar em mais uma produção clássica: a série sci-fi “Babylon 5”. Furst viveu um embaixador alienígena chamado Vir Cotto na trama ambiciosa de J. Michael Straczynski (cocriador de “Sense8”), que durou cinco temporadas, de 1994 a 1998, e ainda rendeu uma série derivada e diversos telefilmes. A partir da segunda metade dos anos 1990, ele desenvolveu uma nova linha de trabalho, como dublador de séries animadas. A experiência foi iniciada com o personagem Fan Boy de “Freakazoid”, em 1995, e logo seguida pelos desenhos “Timão & Pumba”, “Filhotes Da Selva”, “Buzz Lightyear do Comando Estelar” e o vídeo “A Pequena Sereia II: O Retorno Para o Mar” (2000). Graças ao status cult de “O Clube dos Cafajestes”, Furst acabou figurando em muitos filmes de fraternidades ao longo da carreira. Infelizmente, todos fraquíssimos. A lista cobre desde “A Reunião dos Alunos Loucos” (1982) até “Calouros em Apuros” (2001) e “Curvas Perigosas” (2002). Ele também participou do curta de reencontro da turma da faculdade fictícia Faber, intitulado “Where Are They Now?: A Delta Alumni Update” (2003), incluído como bonus do DVD de “O Clube dos Cafajestes”. Furst ainda dirigiu diversas produções televisivas, a partir de “Babylon 5”, e nos últimos anos vinha se dedicando à produção cinematográfica. Um de seus últimos trabalhos, o terror “Cold Moon” (2016), acabou lhe rendendo um dos poucos prêmios de sua carreira, ao vencer o Festival de Laughlin em Nevada, nos Estados Unidos. Seus dois filhos publicaram um texto no Facebook pedindo para os fãs não ficarem tristes com sua morte. “Para realmente honrá-lo, não chore pela perda de Stephen Furst. Em vez disso, aproveite as memórias de todas as vezes que ele fez você rir, gargalhar e soltar sons guturais sem medo do próprio constrangimento. Ele acreditava intensamente que o riso é a melhor terapia, E ele gostaria que nós praticássemos isso agora”.






