Globo de Ouro revela indicações com supremacia da Netflix
A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) anunciou na manhã desta quarta-feira (3/2) os indicados na 78ª edição do Globo de Ouro, premiação dedicada ao cinema e à TV. O evento faz parte do calendário inicial da temporada de premiações, que culmina no Oscar, e este ano vai acontecer em 28 de fevereiro, em duas cerimônias simultâneas realizadas em Nova York e Los Angeles. A lista destacou com larga vantagem as produções da Netflix, com 42 indicações. Mas se a dianteira sobre a rival histórica HBO era esperada nas categorias televisivas, a grande surpresa ficou por conta da supremacia da plataforma na disputa cinematográfica, onde suas produções concorrem a 22 prêmios (mais que nas categorias de TV). Os dois filmes com mais indicações foram produções da Netflix: “Mank”, que disputa seis troféus, e “Os 7 de Chicago”, nomeado a cinco prêmios. Eles são seguidos pelos dramas “Meu Pai”, “Nomadland” (vencedor dos festivais de Veneza e Toronto) e o thriller “Bela Vingança”, nomeados quatro vezes. Já a comédia mais lembrada foi “Borat: Fita de Cinema Seguinte”, que disputa três prêmios. Por sinal, Sacha Baron Cohen, intérprete de Borat, foi indicado duas vezes como ator, pela comédia e também pelo drama “Os 7 de Chicago”. Além de Cohen, as atrizes Anya Taylor-Joy e Olivia Colman também disputam dois troféus de atuação. Depois de historicamente excluídas da categoria de direção, as mulheres cineastas foram maioria neste ano. Emerald Fennell (“Bela Vingança”), Regina King (“Uma Noite em Miami”) e Chloé Zhao (“Nomadland”) vão disputar o Globo de Ouro com David Fincher (“Mank”) e Aaron Sorkin (“Os 7 de Chicago”). Em compensação, os filmes sobre a experiência negra (e asiática) foram barrados da competição. Justamente no ano em que filmes do gênero, como “Destacamento Blood”, “Uma Noite em Miami”, “Judas e o Messias Negro”, “A Voz Suprema do Blues”, “Estados Unidos Vs Billie Holiday” e “Minari – Em Busca da Felicidade” (vencedor do Festival de Sundance, que disputa apenas o prêmio de Melhor Filme de Língua Estrangeira) foram considerados as principais novidades. A lista também ignora aquela que é considerada a melhor série do ano pela imprensa, “I May Destroy You”, criada e estrelada pela artista negra Michael Coel, enquanto produções destruídas pela crítica, como “Emily in Paris” e “Ratched”, mereceram indicações. Entre as séries, “The Crown” foi a mais celebrada, com seis indicações, seguida por “Schitt’s creek” (5), “Ozark” e “The Undoing” (ambas com 4), “The Great” e a terrível “Ratched” (3). Também ficaram de fora “Bridgerton”, que popularizou o galã negro Regé-Jean Page, e a aclamada performance de Zendaya em “Malcolm & Marie”. Veja a lista completa abaixo. CINEMA Melhor Filme – Drama “Meu Pai” “Mank” “Nomadland” “Bela Vingança” “Os 7 de Chicago” Melhor Filme – Comédia ou Musical “Borat: Fita de Cinema Seguinte” “Hamilton” “Palm Springs” “Music” “A Festa de Formatura” Melhor Direção Emerald Fennel (“Bela Vingança”) David Fincher (“Mank”) Chloé Zhao (“Nomadland”) Regina King (“Uma Noite em Miami”) Aaron Sorkin (“Os 7 de Chicago”) Melhor Ator – Drama Riz Ahmed (“Sound of Metal”) Chadwick Boseman (“A Voz Suprema do Blues”) Anthony Hopkins (“Meu Pai”) Gary Oldman (“Mank”) Tahar Rahim (“The Mauritanian”) Melhor Atriz – Drama Viola Davis (“A Voz Suprema do Blues”) Andra Day (“Estados Unidos Vs Billie Holiday”) Vanessa Kirby (“Pieces of a Woman”) Frances McDormand (“Nomadland”) Carey Mulligan (“Bela Vingança”) Melhor Ator – Comédia ou Musical Sacha Baron Cohen (“Borat: Fita de Cinema Seguinte”) James Corden (“A Festa de Formatura”) Lin-Manuel Miranda (“Hamilton”) Dev Patel (“A História Pessoal de David Copperfield”) Andy Samberg (“Palm Springs”) Melhor Atriz – Comédia ou Musical Maria Bakalova (“Borat: Fita de Cinema Seguinte”) Kate Hudson (“Music”) Michelle Pfeiffer (“French Exit”) Rosamund Pike (“I Care A Lot”) Anya Taylor-Joy (“Emma”) Melhor Ator Coadjuvante Sacha Baron Cohen (“Os 7 de Chicago”) Daniel Kaluuya (“Judas e o Messias Negra”) Jared Leto (“Os Pequenos Vestígios”) Bill Murray (“On the Rocks”) Leslie Odom, Jr. (“Uma Noite em Miami”) Melhor Atriz Coadjuvante Glenn Close (“Era uma Vez um Sonho”) Olivia Colman (“Meu Pai”) Jodie Foster (“The Mauritanian”) Amanda Seyfried (“Mank”) Helena Zengel (“Relatos do Mundo”) Melhor Roteiro Emerald Fennell (“Bela Vingança”) Jack Fincher (“Mank”) Aaron Sorkin (“Os 7 de Chicago”) Christopher Hampton, Florian Zeller (“Meu Pai”) Chloé Zhao (“Nomadland”) Melhor Trilha Original Alexandre Desplat (“O Céu da Meia-Noite”) Ludwig Göransson (“Tenet”) James Newton Howard (“Relatos do Mundo”) Trent Reznor, Atticus Ross (“Mank”) Trent Reznor, Atticus Ross, Jon Batiste (“Soul”) Melhor Canção Original “Fight for You” (de “Judas e o Messias Negro”) – H.E.R., Dernst Emile II, Tiara Thomas “Hear My Voice” (de “Os 7 de Chicago”) – Daniel Pemberton, Celeste “Io Si (Seen)” (de “Rosa e Momo”) – Diane Warren, Laura Pausini, Niccolò Agliardi “Speak Now” (de “Uma Noite em Miami”) – Leslie Odom Jr, Sam Ashworth “Tigress & Tweed” (de “Estados Unidos Vs Billie Holiday” – Andra Day, Raphael Saadiq Melhor Animação “Os Croods 2: Uma Nova Era” “Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica” “A Caminho da Lua” “Soul” “Wolfwalkers” Melhor Filme de Língua Estrangeira “Another Round” (Dinamarca) “La Llorona” (Guatemala) “Rosa e Momo” (Itália) “Minari – Em Busca da Felicidade” (EUA) “Nós Duas” (França) TELEVISÃO Melhor Série – Drama “The Crown” “Lovecraft Country” “The Mandalorian” “Ozark” “Ratched” Melhor Série – Comédia ou Musical “Emily in Paris” “The Flight Attendant” “Schitt’s Creek” “The Great” “Ted Lasso” Melhor Minissérie ou Telefilme “Normal People” “O Gambito da Rainha” “Small Axe” “The Undoing” “Nada Ortodoxa” Melhor Ator – Drama Jason Bateman (“Ozark”) Josh O’Connor (“The Crown”) Bob Odenkirk (“Better Call Saul”) Al Pacino (“Hunters”) Matthew Rhys (“Perry Mason”) Melhor Atriz – Drama Olivia Colman (“The Crown”) Jodie Comer (“Killing Eve”) Emma Corrin (“The Crown”) Laura Linney (“Ozark”) Sarah Paulson (“Ratched”) Melhor Ator – Comédia Don Cheadle (“Black Monday”) Nicholas Hoult (“The Great”) Eugene Levy (“Schitt’s Creek”) Jason Sudeikis (“Ted Lasso”) Ramy Youssef (“Ramy”) Melhor Atriz – Comédia Lily Collins (“Emily in Paris”) Kaley Cuoco (“The Flight Attendant”) Elle Fanning (“The Great”) Jane Levy (“Zoey e a Sua Fantástica Playlist”) Catherine O’Hara (“Schitt’s Creek”) Melhor Ator – Minissérie ou Telefilme Bryan Cranston (“Your Honor”) Jeff Daniels (“The Comey Rule”) Hugh Grant (“The Undoing”) Ethan Hawke (“The Good Lord Bird”) Mark Ruffalo (“I Know This Much Is True”) Melhor Atriz – Minissérie ou Telefilme Cate Blanchett (“Mrs. America”) Shira Haas (“Nada Ortodoxa”) Nicole Kidman (“The Undoing”) Anya Taylor-Joy (“O Gambito da Rainha”) Daisy Edgar-Jones (“Normal People”) Melhor Ator Coadjuvante – Minissérie ou Telefilme John Boyega (“Small Axe”) Brendan Gleeson (“The Comey Rule”) Dan Levy (“Schitt’s Creek”) Jim Parsons (“Hollywood”) Donald Sutherland (“The Undoing”) Melhor Atriz Coadjuvante – Minissérie ou Telefilme Gillian Anderson (“The Crown”) Helena Bonham Carter (“The Crown”) Julia Garner (“Ozark”) Annie Murphy (“Schitt’s Creek”) Cynthia Nixon (“Ratched”)
Globo de Ouro homenageará criador de Tudo em Família e One Day at a Time
O lendário produtor Norman Lear será o homenageado televisivo do Globo de Ouro 2021. Ele vai receber o troféu especial Carol Burnett durante o 78º Golden Globe Awards no domingo, 28 de fevereiro, anunciou a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês) nesta quinta-feira (28/1). “Norman Lear está entre os criadores mais prolíficos desta geração”, disse o presidente da HFPA, Ali Sar, em um comunicado. “Sua carreira abrangeu tanto a Era de Ouro quanto a Era do Fluxo, ao longo da qual sua abordagem progressiva de temas polêmicos por meio do humor levou a uma mudança cultural que permitiu que questões sociais e políticas se refletissem na televisão. Seu trabalho revolucionou a indústria e a HFPA tem a honra de homenageá-lo com o prêmio Carol Burnett de 2021”. Lear, que agora está com 98 anos, mas não mostra sinais de querer se aposentar, começou sua carreira na TV em 1950. Ele comandou uma revolução nos anos 1970, empregando o formato de sitcom para lidar com questões de importância social em vários programas inesquecíveis, incluindo “Tudo em Família” (All in the Family, 1971-1979), “Sanford and Son” (1972-1977), “Maude” (1972-1978), “Good Times” (1974-1979), “The Jeffersons” (1975-1985), “One Day at a Time” (1975-1984) e “Mary Hartman, Mary Hartman” (1976-1977). A certa altura, em 1976, ele teve simultaneamente oito programas no ar, seis deles entre os dez primeiros mais vistos dos EUA. Vencedor de quatro prêmios Emmy, dois prêmios Peabody, a Medalha Nacional das Artes e uma condecoração de honra do Kennedy Center, Lear também foi uma das primeiras pessoas induzidas no Hall of Fame da Academia da Televisão, em 1984. Com vários projetos ainda em desenvolvimento, o incansável Norman Lear será o terceiro homenageado pela HFPA com o troféu Carol Burnett, após o prêmio ser concedida à própria Burnett (em 2019) e Ellen DeGeneres (2020).
Organização do Globo de Ouro é processada por jornalista por “monopolizar” Hollywood
A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês), que organiza a premiação do Globo de Ouro, está sendo processada por uma jornalista norueguesa sob acusação de monopolizar o acesso a artistas de Hollywood para entrevistas e sabotar o trabalho de profissionais que não são seus membros. O processo afirma que o grupo usa o Globo de Ouro para ter acesso privilegiado e monopolizar ilegalmente a informação sobre o entretenimento em Los Angeles, ao mesmo tempo em que cria barreiras quase impossíveis de ser superadas para a aceitação de novos integrantes. “Durante todo o ano, os membros da HFPA usufruem de viagens com todas as despesas pagas para festivais de cinema do mundo todo, onde são tratados com luxo e todos seus desejos realizados pelos estúdios”, acusa o processo apresentado pela jornalista Kjersti Flaa. “Os candidatos qualificados para admissão na HFPA quase sempre são recusados, porque a maioria dos 87 membros não está disposta a compartilhar ou diluir os enormes benefícios econômicos que recebe”, completa a denúncia. A HFPA tem influência considerável no mundo do cinema graças ao Globo de Ouro, um dos prêmios mais importante de Hollywood e que abre caminho para a glória no Oscar. O processo para se tornar membro da HFPA, que dá direito a votar na premiação, é repleto de mistérios. Mas a jornalista traz alguns detalhes à luz em seu processo, apontando que, embora alguns de seus integrantes trabalhem para respeitados veículos da imprensa estrangeira, outros atuam em publicações desconhecidas e suas críticas raramente são vistas. Flaa solicitou a entrada na HFPA em 2018 e no ano passado, mas foi rejeitada ambas as vezes. Ela descobriu que seu nome foi vetado por representar concorrência a outro integrante escandinavo da Associação. Uma das regras obscuras seria a proibição de ingresso de jornalistas que trabalhem em veículos rivais ao de algum membro já estabelecido. Isto realmente cria uma situação que, pela influência do Globo de Ouro, dá a um jornalista membro preferência para entrevistas e coberturas que seu rival não teria acesso. Flaa diz que sua rejeição não tem relação com suas realizações, mas o resultado dessa conspiração dentro da organização. “O HFPA não apenas falha em oferecer um procedimento justo para quem busca se associar, ela nem mesmo finge fazê-lo”, afirma a denúncia. “Não dá ênfase à avaliação da qualidade do trabalho de um candidato. Em vez disso, permite livremente que seus membros baseiem suas decisões de admissão apenas em se um candidato pode se tornar uma ameaça competitiva para um membro existente”. A diretoria da HFPA respondeu às acusações com um comunicado. Diz o texto: “Embora o HFPA ainda não tenha recebido a intimação, ela parece consistente com as tentativas contínuas da senhora Flaa de abalar o HFPA, exigindo que o HFPA a pague e a admita imediatamente, antes da conclusão do processo eleitoral anual aplicado a todos os outros candidatos a integrar o HFPA. O HFPA se recusa a ser chantageado, dizendo à Sra. Flaa que a filiação não é obtida por meio de intimidação”.
Globo de Ouro 2021 será realizado no final de fevereiro
A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês) informou a data em que será realizado o próximo Globo de Ouro. Um dos eventos que tradicionalmente abre a temporada de premiações em Hollywood, o Globo de Ouro de 2021 vai acontecer em 28 de fevereiro, seguindo a tendência de atraso das cerimônias do setor, devido a pandemia de coronavírus. A data é a mesma que tinha sido previamente reservada para o Oscar. Ela ficou disponível após a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas adiar sua premiação para 25 de abril. Em comunicado, a HFPA informou que “fornecerá mais informações sobre elegibilidade, período de votação e o cronograma de anúncio dos indicados nas próximas semanas”. A cerimônia será apresentada pela dupla Tina Fey e Amy Poehler, que já comandou a premiação por três anos, de 2013, quando a transmissão televisiva da cerimônia conquistou considerável aumento de audiência, até 2015.
Globo de Ouro muda regras para premiação de filmes estrangeiros
Assim como aconteceu com o Oscar, a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês) também anunciou alterações temporárias nas regras para o Globo de Ouro de 2021, devido à pandemia do novo coronavírus. As mudanças se concentram na categoria dos filmes de língua estrangeira. A alteração abrange desde o período até o formato em que os filmes podem ser lançados. Agora, poderão concorrer ao prêmio filmes lançados a partir do dia 15 de março até a data que a HFPA determinar – definida a partir da reabertura dos cinemas no país de origem do filme – que forem lançados em qualquer país, sem ser necessariamente o de origem, e em qualquer formato — como em streaming, canal pago e transmissão de televisão. As novas regras temporárias exigem que: “Os filmes em língua estrangeira que tiveram exibição cinematográfica planejada para começar em seu país de origem durante o período de 15 de março até uma data a ser determinada pelo HFPA quando os cinemas naquele país geralmente reabrirem, em vez disso, podem ser lançado em qualquer país, em qualquer formato (VOD, televisão, streaming de assinatura, canal pago, etc.) e serem elegíveis para os prêmios de cinema em língua estrangeira do Globo de Ouro”. Os filmes também não precisarão ser exibidos para os membros do comitê da HFPA em uma sala de projeção como feito anteriormente. Nas novas regras, os distribuidores de filmes precisam entrar em contato com a HFPA e fornecer ao comitê de nomeações um link de exibição ou cópia em DVD do filme para que os membros vejam em casa. A data da premiação do 93º Globo de Ouro ainda não foi anunciada, mas as comediantes Tina Fey e Amy Poehler já estão confirmadas como apresentadoras da cerimônia.




