Sophia Bush revela bastidores de sua saída da série Chicago PD
A atriz Sophia Bush surpreendeu os fãs quando deixou “Chicago PD” após a 4ª temporada. E fora um comentário no Instagram, afirmando que saiu da série “porque queria”, manteve-se em silêncio sobre sua decisão de deixar a produção da rede NBC. Mas após virem à tona denúncias do comportamento abusivo de Jason Beghe, seu colega no elenco, as peças se encaixaram. E numa entrevista recente, ela praticamente assumiu que as duas coisas realmente estão relacionadas. Ela revelou, durante um podcast da Refinery 29, que, entre a 3ª e a 4ª temporada da série, sentou-se com os produtores executivos da série para discutir sua experiência no set. “Eu disse: ‘Aqui é o ponto em que estamos. Aqui está tudo o que vocês já sabem. E é assim que eu venho até vocês. Se nada realmente mudar de forma drástica, eu vou sair no final do ano’ – porque entendi como o negócio funciona e como as mulheres são tratadas. Eu completei: “Não estou avisando com duas semanas de antecedência e não estou saindo quebrando tudo e dizendo que nunca mais volto. Estou lhes dando um aviso prévio de 23 episódios. Estou lhes dando bastante tempo”, contou ela. Apesar do tempo dado, nada mudou. E ela levou adiante sua decisão de sair da série. “Eu não tenho que dar todo o detalhamento específico de exatamente porque eu parti, do que me levou ao ponto de querer fazer isso. Mas, o tema principal para mim, é que eu tinha o trabalho dos meus sonhos… Mas percebi, no final da 2ª temporada, que não conseguiria fazer mais aquele trabalho”, ela acrescentou, descrevendo a experiência de trabalhar na 3ª temporada “como se eu estivesse presa em um prédio em chamas”. “Passei a me sentir miserável e tive que sair”. O site Deadline descobriu, no final de novembro, que Jason Beghe foi investigado pela NBC e pela produtora Wolf Entertainment por acusações de “comportamento inadequado” justamente no período em que Sophia Bush contou que teve sua conversa série com os produtores, exigindo mudanças “drásticas”. Mas, apesar dele enfrentar queixas de vários membros do elenco e da equipe de produção, Beghe não foi afastado. A consequência das reclamações foi um acordo pelo qual os produtores pagaram terapia para o ator. Diante dessa “punição” leve, a atriz preferiu tomar outro rumo na carreira. O Deadline garante que a saída de Bush é mesmo relacionada à conduta de Beghe. E mais uma outra atriz e uma integrante da equipe estariam deixando a produção, descrita por fontes do site como um “ambiente hostil para mulheres”.
Amber Tamblyn reclama dos tuítes de Rose McGowan e reforça campanha de luto no Globo de Ouro
Meryl Streep não foi a única atriz a reclamar do ataque de Rose McGowan à iniciativa de usar preto no Globo de Ouro 2018, em protesto contra assédio sexual em Hollywood. Amber Tamblyn também não gostou da forma como McGowan decidiu chamar as colegas de hipócritas. “As atrizes, como Meryl Streep, que trabalharam felizes para O Porco Monstruoso, estão usando preto no Globo de Ouro em um protesto silencioso. O SEU SILÊNCIO é o problema. Vocês aceitarão um prêmio falso sem perder o fôlego e não farão nenhuma mudança real. Eu desprezo a hipocrisia de vocês. Talvez todas devessem usar Marchesa”, Rose McGowan escreveu, citando a grife da ex-mulher de Harvey Weinstein, também conhecido como O Porco Monstruoso nos seus tuítes. Tamblyn respondeu: “Rose McGowan é uma amiga e enquanto eu apoio o movimento dela, eu não apoio nenhuma mulher (ou homem) que tente envergonhar ou diminuir os movimentos de outras mulheres que estão tentando criar mudanças. Mandando a gente usar Marchesa? Isso está abaixo de você, Rose”. A atriz da franquia “Quatro Amigas e um Jeans Viajante” acrescentou que usar vestidos pretos é “apenas o começo”. Eles representam a escuridão que sentem as vítimas de ataques sexuais. “Nós estamos juntos nesta luta, ombro a ombro, arma à arma, mulher a mulher (e homem), corpo a corpo queimado. E nossos braços estão abertos. E nossos corações dobrados. E nosso fogo será um incêndio universal”. Rose McGowan acabou aceitando a crítica e se desculpou por dizer que as mulheres que participarem do protesto dos Globos de Ouro deveriam usar vestidos projetados pela ex-esposa de Harvey Weinstein. “A referência à Marchesa foi baixa e me desculpe por isso”, escreveu McGowan. “Ver uma foto de Alyssa Milano com [designer Georgina Chapman] inflamou algo em mim que não consegui articular”. Alyssa Milano, que trabalhou com McGowan na série “Charmed”, é amiga de Georgina Chapman, a ex de Weinstein, e tem apoiado a estilista durante o escândalo. McGowan considera isso uma traição. THREAD: Rose McGowan is a friend and while I support her kind of movement, I do not support any woman (or man) shaming or taunting the movements of other women who are trying to create change. Telling us to all wear Marchesa? This is beneath you, Rose. — Amber Tamblyn (@ambertamblyn) December 17, 2017 Our movement is big. And a black dress is just the beginning of the darkness that will be drained from every industry across the country by the time we’re done. That’s a promise. — Amber Tamblyn (@ambertamblyn) December 17, 2017 And we stand together in this fight, shoulder to shoulder, weapon to weapon, woman to woman (and man), body to burned body. And our arms are open. And our hearts two fold. And our fire will be a universal scorch. Heed the mantra: #ChangeIsComing — Amber Tamblyn (@ambertamblyn) December 17, 2017 The Marchesa line was beneath me and I’m sorry for that. Seeing that picture of Alyssa Milano with GC has ignited something in me that I can’t quite articulate. There is no map for this road I’m on, I will fuck up. Peace be with you, go with Goddess. — rose mcgowan (@rosemcgowan) December 18, 2017
Meryl Streep responde ataque de Rose McGowan: “Lamento que me veja como adversária”
A atriz Meryl Streep respondeu às críticas feitas por Rose McGowan no fim de semana, após ser chamada de hipócrita por querer ir de preto ao Globo de Ouro, num protesto contra assédio sexual. “As atrizes, como Meryl Streep, que trabalharam felizes para O Porco Monstruoso, estão usando preto no Globo de Ouro em um protesto silencioso. O SEU SILÊNCIO é o problema. Vocês aceitarão um prêmio falso sem perder o fôlego e não farão nenhuma mudança real. Eu desprezo a hipocrisia de vocês. Talvez todas devessem usar Marchesa”, Rose McGowan escreveu, citando a grife da ex-mulher de Harvey Weinstein, também conhecido como O Porco Monstruoso nos seus tuítes. Meryl disse o ataque doeu, porque o seu silêncio não foi deliberado, pois nunca soube a verdade a respeito do produtor até o caso se tornar público nos últimos meses. Leia abaixo na íntegra o comunicado emitido pela atriz vencedora de três Oscars. “Doeu ser atacada por Rose McGowan nas manchetes deste fim de semana, mas eu quero deixá-la saber que eu não sabia sobre os crimes de Weinstein, nem nos anos 1990, quando ele a atacou, nem nas décadas seguintes, quando ele atacou outras. Eu não fiquei deliberadamente em silêncio. Eu não sabia. Não aprovo o estupro em silêncio. Eu não sabia. Eu não gosto que mulheres jovens sejam estupradas. Eu não sabia que isso estava acontecendo. Não sei onde mora Harvey, nem ele veio na minha casa. Eu nunca na minha vida fui convidada para o seu quarto de hotel. Estive no seu escritório uma vez, numa reunião com Wes Craven para “Música do Coração” em 1998. HW distribuiu filmes que fiz com outras pessoas. HW não era cineasta. Ele era muitas vezes um produtor, principalmente um comerciante de filmes feitos por outras pessoas – alguns deles excelentes, alguns nem tanto. Nem todos os atores, atrizes e diretores que fizeram filmes distribuídos por HW sabiam que ele abusava das mulheres, ou que ele estuprou Rose nos anos 1990, outras mulheres antes e outras depois, até que nos contaram. Nós não sabíamos que o silêncio das mulheres era comprado por ele e por quem o ajudava. HW precisava que não soubéssemos disso, porque foi através da sua ligação conosco que ele adquiriu credibilidade, a capacidade de atrair jovens mulheres e aspirantes a atrizes em circunstâncias em que elas ficariam feridas. Ele precisava muito mais de mim do que eu dele e certificou-se de que eu não saberia. Aparentemente, ele contratou ex-agentes da Mossad para impedir essa informação de se tornar pública. Rose e outras vítimas desses homens poderosos, cheios de dinheiro e implacáveis, enfrentaram um adversário para quem ganhar, a qualquer custo, é o único resultado aceitável. É por isso que está sendo criado atualmente um fundo para a defesa legal das vítimas, para que centenas de pessoas de bom coração contribuam para derrubar estes sacanas e ajudar as vítimas a combater este flagelo. Rose assumiu e transmitiu algo falso sobre mim, e eu queria deixá-la saber a verdade. Através de amigos que a conhecem, enviei o meu número de telefone para ela, mal li as manchetes. Eu sentei-me ao pé desse telefone o dia inteiro de ontem e esta manhã, esperando poder expressar o meu profundo respeito por ela e pela bravura das outras que expuseram os monstros que estão entre nós, e mostrar a minha simpatia pela dor incalculável que ela continua a sofrer. Ninguém pode trazer de volta o que Bill O’Reilly, Roger Ailes e HW tiraram das mulheres que sofreram ataques nos seus corpos e na sua forma de ganhar a vida… Eu esperava que ela me pudesse ouvir. Ela não ouviu, mas espero que ela leia isto. Lamento que ela me veja como adversária, porque estamos ambas, juntamente com todas as mulheres no nosso negócio, desafiando o mesmo inimigo implacável: um status quo que quer voltar aos velhos tempos, às velhas formas em que as mulheres eram usadas, abusadas e onde lhes recusavam a voz na tomada de decisões, nos mais altos níveis da indústria. É aí que os acobertamentos convergem. Esses quartos devem ser desinfetados e integrados, antes que qualquer coisa comece realmente a mudar.”
BBC prepara documentário sobre o escândalo sexual de Harvey Weinstein
A BBC anunciou que produzirá um documentário sobre a carreira e os escândalos sexuais de Harvey Weinstein. A direção está a cargo de Ursula MacFarlane, que comandou o documentário “Charlie Hebdo: Three Days That Shook Paris”, sobre o assassinato dos humoristas da revista francesa Charlie Hebdo. O filme retratará a ascensão e a queda de um dos produtores mais poderosos de Hollywood, além de trazer entrevistas com atrizes que foram vítimas de seus ataques, ao longo de quatro décadas. Entre as depoentes confirmadas estão Rose McGowan e Paz de la Huerta, que dizem ter sido estupradas por Weinstein. Em comunicado, os produtores executivos do documentário, Simon Chinn e Jonathan Chinn comentaram: “Ao contar a história extraordinária da ascensão e queda de Weinstein, o filme pretende chegar nas maiores questões que estão no centro do escândalo: como ele manteve o comportamento por tanto tempo, o que sua história revela sobre os homens poderosos que trabalham em Hollywood e outros lugares, e como este é um momento fundamental para discutir o tratamento das mulheres no local de trabalho”. Ainda não há previsão para o lançamento da produção. Mais de 100 mulheres acusam publicamente Harvey Weinstein de assédio, agressão ou estupro. Após Ashley Judd tomar coragem para se tornar a primeira a falar com a imprensa sobre o comportamento do magnata, em reportagem do New York Times publicada em 5 de outubro, diversas estrelas famosas foram encorajadas a compartilhar suas experiências de terror, entre elas Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Léa Seydoux e Cara Delevingne. Uma reportagem ainda mais polêmica, da revista New Yorker, apresentou as primeiras denúncias de estupro, inclusive de Mia Sorvino e Asia Argento. E logo em seguida o jornal Los Angeles Times desnudou a conexão do produtor com o mundo da moda, com relatos de modelos. Após o escândalo ser revelado, Weinstein foi demitido da própria produtora, The Weinsten Company, teve os créditos de produtor retirado de todos os projetos em andamento de que participa e foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, responsável pelo Oscar, do BAFTA (a Academia britânica), do PGA (Sindicato dos Produtores) e da Academia de Televisão, responsável pelo Emmy. Sua esposa, Georgina Chapman, estilista da grife Marchesa, pediu divórcio e ele ainda deve enfrentar um processo criminal. Desde então, outros casos foram denunciados, abrindo as portas para inúmeras acusações de assédios, abusos e estupros na indústria do entretenimento.
Ridley Scott não avisou Kevin Spacey que ele seria cortado de Todo o Dinheiro do Mundo
O diretor Ridley Scott disse que não avisou Kevin Spacey que iria substitui-lo por Christopher Plummer em “Todo o Dinheiro do Mundo”. Em entrevista ao jornal New York Times, Scott afirmou que esperava uma ligação do ator após as várias acusações de assédio e, como ele não se dignou a fazer isso, também não fez questão de explicar porque ele seria cortado e substituído após ter feito o seu trabalho. “Uma ligação teria sido legal. Primeiro fiquei desapontado, depois fiquei louco”, disse Scott, completando que Spacey foi pago pelo papel e não havia nada em seu contrato que proibisse a substituição. “Todo o Dinheiro do Mundo” acabou conquistando três indicações ao Globo de Ouro 2018, inclusive na categoria de Melhor Ator Coadjuvante para Christopher Plummer. Plummer entrou no filme na pós-produção, após o estouro do escândalo sexual envolvendo Spacey. A solução dispendiosa envolveu não apenas mais um salário, mas também refilmagens extensas. E Scott só conseguiu o aval da Sony ao prometer que entregaria a nova versão do filme, sem Spacey, no prazo da estreia oficial: 22 de dezembro nos Estados Unidos. Mesmo assim, o filme acabou adiado para 25 de dezembro. A grande ironia é que Plummer tinha sido a escolha original do diretor para o papel, mas a Sony pressionou por Spacey, um ator mais “atual”. Para complicar, Ridley Scott filmara “Todo o Dinheiro do Mundo” a toque de caixa. Não apenas para aprontá-lo a tempo de pegar a temporada de premiações, mas porque queria chegar aos cinemas antes da estreia de um projeto televisivo sobre a mesma história, feito por outro grande cineasta: a minissérie “Trust”, desenvolvida pelo roteirista Simon Beaufoy e o diretor Danny Boyle (a dupla de “Quem Quer Ser um Milionário?”), que estreia em janeiro no canal pago FX. Filme e minissérie giram em torno do famoso sequestro do então adolescente John Paul Getty III na Itália, em 1973, e as tentativas desesperadas da sua mãe, a ex-atriz Gail Harris (papel de Michelle Williams no filme), para conseguir que o avô bilionário do rapaz pagasse o resgate. Mas John Paul Getty Sr (papel de Plummer), considerado na época o homem mais rico do mundo, recusou-se a pagar os raptores. Por isso, para provar que falavam a sério, os criminosos chegaram a mandar para a família a orelha direita do jovem de 16 anos. O elenco também destaca as participações de Mark Wahlberg (“O Dia do Atentado”) como Fletcher Chase, um ex-agente da CIA encarregado de tratar com os raptores, e Charlie Plummer (“O Jantar”) como o herdeiro sequestrado. A estreia no Brasil está marcada para 25 de janeiro, com distribuição da Diamond Filmes.
Matt Damon recebe lição de moral de atrizes após declarações polêmicas sobre assédio sexual
O ator Matt Damon (“Jason Bourne”) fez comentários polêmicos sobre assédio sexual durante uma entrevista na TV americana, e as atrizes Minnie Drive (série “Speechless”) e Alyssa Milano (série “Mistress”) não deixaram barato. Em entrevista para o programa do crítico de cinema Peter Travis na ABC News, Damon exaltou a coragem das mulheres que denunciaram abusadores, mas ressaltou que alguns casos não deveriam ser colocados na mesma balança: “Há uma diferença entre acariciar a bunda de alguém e estuprar ou abusar de crianças, certo? Ambos os comportamentos precisam ser confrontados e erradicados, sem dúvida, mas eles não devem ser considerados iguais”. Falando em exageros de uma “cultura do ultraje”, ele deu exemplos. “Quando você vê (o senador) Al Franken tirando uma foto com as mãos na jaqueta daquela mulher, onde estariam os seios, e rindo para a câmera, é claro que é uma piada horrorosa. É errado, e ele não deveria ter feito aquilo. Por outro lado, quando você lê as coisas das quais Harvey é acusado, não há fotos disso e por um motivo! Ele sabia que o que ele fazia era errado. Não há testemunhas. Não há nada sobre ele se gabando do que fez. São coisas secretas, porque são criminosas. Essas duas coisas não pertencem a mesma categoria. Elas devem ser consideradas de formas diferentes”. Para Damon, estupro deve ser tratado com cadeia, porque é comportamento criminoso, mas outras atitudes devem ser consideradas apenas “vergonhosas” e “nojentas”. “Não conheço Louis C.K., mas não imagino que ele vá fazer aquelas coisas de novo”, disse o ator, referindo-se às acusações de masturbação do comediante diante de mulheres com quem trabalhou. A conclusão é que assediadores deveriam ser perdoados e ter a chance de continuar no mesmo ambiente de trabalho. Minnie Driver, que já namorou Damon, ficou tão chocada que escreveu “Deus, isto é sério?” no Twitter. Ela respondeu ao jornal The Guardian que os homens “simplesmente não conseguem entender o que é o abuso cotidiano” e não devem, portanto, tentar diferenciar ou explicar o que seria uma má conduta sexual contra as mulheres. “Não há hierarquia em referência a abusos. Não se pode dizer que uma mulher estuprada tem direito a se sentir pior que outra para quem só mostraram o pênis. Muito menos um homem. E se bons homens como Matt Damon pensam desta maneira, temos um problema. Precisamos de homens bons e inteligentes que digam que tudo isto é mau, que condenem isto tudo e recomecem do zero”, acrescentou. Por sua vez, Alyssa Milano foi ao Twitter desabafar. “Estamos numa ‘cultura de indignação’ porque o tamanho da raiva é, de fato, revoltante. E é justa”, ela começou. “Eu fui vítima de cada componente do espectro de agressão sexual do qual você fala. Todos machucaram. E todos estão ligados a um patriarcado entrelaçado com uma misoginia considerada normal, aceita e até bem-recebida”, apontou. “Não estamos indignadas porque alguém agarrou nossas bundas em uma foto. Estamos indignadas porque fomos forçadas a crer que isso era normal. Estamos indignadas porque formos submetidas à abuso psicológico. Estamos indignadas porque fomos silenciadas por tanto tempo”. Veja abaixo a entrevista polêmica.
Rose McGowan ataca atrizes que querem se vestir de preto no Globo de Ouro
A atriz Rose McGowan disparou tuítes raivosos contra a iniciativa de algumas atrizes, que estariam planejando vestir preto no Globo de Ouro 2018, num “protesto silencioso” contra o assédio sexual. “As atrizes, como Meryl Streep, que trabalharam felizes para O Porco Monstruoso, estão usando preto no Globo de Ouro em um protesto silencioso. O SEU SILÊNCIO é o problema. Vocês aceitarão um prêmio falso sem perder o fôlego e não farão nenhuma mudança real. Eu desprezo a hipocrisia de vocês. Talvez todas devessem usar Marchesa”, ela escreveu, citando a grife da ex-mulher de Harvey Weinstein, também conhecido como O Porco Monstruoso nos tuítes de McGowan. A revista US Weekly apurou que ao menos 30 atrizes já haviam se comprometido a vestir preto na premiação como forma de protesto. Há poucos dias, McGowan já tinha criticado Meryl Streep por seus comentários sobre Harvey Weinstein. Na época, a atriz indicada ao Globo de Ouro por “The Post” disse que o escândalo sexual envolvendo o produtor “foi um gigantesco caso de desrespeito”. Em resposta, a estrela de “Planeta Terror” escreveu no Twitter: “Não, Meryl! Foi uma po**a de um crime! Você é uma mentira”. McGowan foi uma das vítimas de Harvey Weinstein que aceitou dinheiro e assinou um contrato para ficar em silêncio. E se manteve em silêncio por duas décadas, tendo se recusado a participar da reportagem que iniciou tudo, na qual Ashley Judd deu a cara a bater, ao se tornar a primeira atriz a denunciar o produtor. Procurada pelo New York Times quando ainda era arriscado falar, ela se recusou a se pronunciar. Tampouco se apresentou para uma segunda reportagem, publicada pelo New York Post, que denunciou Weinstein por estupro. Nesta ocasião, as corajosas também foram outras: Mira Sorvino, Rosanna Arquette e Asia Argento. Dez dias após a explosão do escândalo, ela foi ao Twitter revelar que tinha sido estuprada por Weinstein. Desde então, mantém o volume no máximo. Actresses, like Meryl Streep, who happily worked for The Pig Monster, are wearing black @GoldenGlobes in a silent protest. YOUR SILENCE is THE problem. You’ll accept a fake award breathlessly & affect no real change. I despise your hypocrisy. Maybe you should all wear Marchesa. — rose mcgowan (@rosemcgowan) December 16, 2017
Carreira do diretor de Super Size Me implode após confissão de assédios sexuais
A iniciativa do diretor Morgan Spurlock de confessar seu passado de assédios sexuais não lhe trouxe simpatias. Ao contrário, implodiu a carreira do documentarista, que foi indicado ao Oscar por “Super Size Me – A Dieta do Palhaço” em 2005. Spurlock assumiu que era “parte do problema” em um desabafo no Twitter nesta semana, no qual revelou ter sido acusado de estupro na universidade e, já como profissional, ter assediado uma colega de trabalho. Nos posts, ele afirmou que, embora não tivesse sido denunciado pelas vítimas, resolveu trazer à tona seu histórico abusivo ao assistir “heróis e mais heróis” caírem. E que, diante das revelações de assédio, não questionava quem seria o próximo, mas sim quando o movimento chegaria até ele. Como um castelo de cartas, todos os projetos do diretor implodiram em seguida. O lançamento de “Super Size Me 2: Holy Chicken!”, continuação de seu documentário mais famoso, foi cancelado. Ele seria disponibilizado no YouTube Red, após o serviço de streaming por assinatura do YouTube comprá-lo por US$ 3,5 milhões durante a première no Festival de Toronto. “Nós nos solidarizamos com todas as mulheres impactadas pelas recentes declarações feitas por Morgan Spurlock. À luz desta situação, decidimos não distribuir ‘Super Size Me 2’ no YouTube Red”, diz o comunicado do YouTube. Após este impacto, Spurlock decidiu sair de sua produtora, Warrior Poets. Os sócios remanescentes divulgaram que, por conta disso, estavam cancelando a exibição do filme no Festival de Sundance. “Devido à saída de Morgan Spurlock da Warrior Poets, nós decidimos que este não é o momento apropriado para ‘Super Size Me 2: Holy Chicken!’ estrear no Festival de Sundance”, diz a nota assinada pelos sócios Jeremy Chilnick e Matthew Galkin. O diretor ainda estava associado a outro filme confirmado pela programação de Sundance, “The Devil We Know”. Mas os produtores deste documentário correram de volta à mesa de edição para cortar seu nome dos créditos. “À luz das recentes revelações de Morgan, concordamos em terminar sua associação com ‘The Devil We Know'”, disse a produtora do filme, Kristin Lazure. “Nossa prioridade é garantir que nada tire o foco das pessoas extraordinárias que compartilharam suas histórias conosco e a questão importante no cerne deste filme: a falta de fiscalização quando se trata de nossa exposição a produtos químicos tóxicos”. Para completar, o canal pago TNT decidiu suspender o projeto de uma nova série documental produzida por Spurlock, “Who Rules the World”. “A produção em ‘Who Rules the World’ foi suspensa até nova revisão”, disse a empresa numa nota lacônica. Ainda em estágios iniciais da produção, “Who Rules the World” seria uma série focada, ironicamente, em questões femininas. O projeto era uma parceria de Spurlock com a atriz Sarah Jessica Parker (de “Sex and the City”). As consequências não devem parar nisso. Morgan Spurlock tinha vários outros projetos em andamento, entre eles um documentário sobre a história da MTV e outro sobre o desenvolvimento da Inteligência Artificial.
Diretor de Crash processa mulher que ameaçou denunciá-lo por estupro
Paul Haggis está processando uma relações públicas de Nova York que afirma que ele a estuprou, alegando que a mulher é uma chantagista que quis capitalizar o trauma de vítimas genuínas de agressão sexual. O escritor e diretor de “Crash”, filme vencedor do Oscar de 2005, deu entrada na ação contra Haleigh Breest no tribunal do estado de Nova York na tarde de sexta-feira (16/12), e ela respondeu com seu próprio processo algumas horas depois. Breest afirma que Haggis a estuprou no apartamento dele em janeiro de 2013, após a estréia do filme “Terapia de Risco”. Ela diz que ele insistiu para que ela subisse para tomar uma bebida, e ela aceitou apesar de não querer ir. Breest afirma que os avanços sexuais indesejados começaram quase que imediatamente, e ela o descreve violentamente removendo as calças e depois forçando o sexo. Ela diz que contou a dois amigos íntimos sobre o incidente e ainda procurou médicos para verificar se não tinha pego alguma doença sexualmente transmissível. Ela diz que o incidente a deixou emocionalmente marcada, levando-a a buscar tratamento de saúde mental em junho de 2017, durante o qual seu psicólogo a diagnosticou com estresse pós-traumático. Ela afirma que as declarações públicas de Haggis em resposta ao escândalo de agressão sexual de Harvey Weinstein a ultrajaram e que isso a motivou a processá-lo, com base na lei de violência contra mulheres. Haggis conta uma história muito diferente em seu processo. “No lado mais sombrio, esta tempestade midiática, juntamente com o veredicto de culpa instantânea do tribunal da opinião pública e a total e completa condenação de qualquer acusado por má conduta sexual, criou uma oportunidade para pessoas cujos motivos e intenções não são tão puras, e que está procurando pegar carona nesta onda cultural para se aproveitar das pessoas no centro desta narrativa”, escreve a advogada de Haggis, Christine Lepera. O processo afirma que Breest é um chantagista, que no mês passado ameaçou apresentar uma denúncia, falsamente acusando o cineasta de violência sexual, a menos que ele concordasse com um acordo de sete dígitos. Ele diz que recebeu uma carta com uma ameaça em 16 de novembro, assinada por um advogado que representa a mulher, na qual incluía uma queixa pronta e ainda não protocolada. Durante uma ligação de 11 de dezembro, Haggis afirma que o advogado da Breest exigiu um pagamento de US$ 9 milhões para o processo não ser aberto. “A ré achava que poderia capitalizar as manchetes atuais, acreditando que não teria que provar nada, bastando só ameaçar destruir sua vítima”. Além disso, a advogada argumenta que Haggis teve problemas de coluna devidamente documentados, não muito antes do ataque em questão, o que tornaria fisicamente impossível as alegações de Breest. “O requerente sofreu uma cirurgia para corrigir essa questão médica pouco antes da noite em que a ré afirma que esta ‘violência’ ocorreu, e por isso precisou usar uma cinta de suporte pós-cirúrgica por meses”, escreve Lepera. “Ele estava sob restrição médica de fazer qualquer esforço físico e não deveria levantar nada além de uma bolsa leve de compras durante o período de recuperação”. Haggis alega que as ameaças de Breest para denunciá-lo lhe causaram uma forte ansiedade e ele a está processando por danos emocionais.
Produtor de Projeto Flórida, filme cotado para o Oscar 2018, renuncia após denúncias de assédio
O produtor Andrew Duncan, responsável por um dos filmes cotados para o Oscar 2018, “Projeto Flórida”, foi denunciado por assédio sexual por quase uma dúzia de pessoas, numa reportagem realizada pela revista The Hollywood Reporter. Ele nega as acusações e diz que se trata de campanha difamatória de “rivais”. Mas renunciou a seu cargo na produtora que ajudou a criar. Indicado ao Globo de Ouro, ao SAG Awards e ao Spirit Awards, “Projeto Flórida”, que tem estreia marcada para 1 de março no Brasil, é o primeiro sucesso da produtora indie June Pictures, fundada no ano passado. As fontes do THR afirmam que o parceiro de Duncan na companhia, Alex Saks, tinha conhecimento do comportamento do sócio desde o início dos negócios, mas não tomou nenhuma medida quando as alegações foram trazidas à sua atenção, pois Duncan era quem pagava as contas. Entretanto, ao saber da reportagem, Saks anunciou no final da quinta-feira (14/12) que Duncan estava se desvinculando da empresa e que ele iria comandá-la sozinho. “À luz das alegações de má conduta contra o investidor Andrew Duncan, estou assumindo a propriedade exclusiva e o comando da June Pictures”, disse Saks em um comunicado. “A June Pictures compromete-se com um ambiente de trabalho respeitoso e dedicado à produção de filmes de qualidade. Continuaremos nossos projetos já em produção e desenvolvimento”. O diretor de “Projeto Flórida, Sean Baker, também emitiu um comunicado após a polêmica: “Estou triste por saber sobre essas alegações contra Andrew Duncan, da June Pictures. O Sr. Duncan foi financiador do nosso filme e agradecemos por nos permitir realizar nossa visão em nossos próprios termos. No entanto, nossas experiências pessoais com ele foram extremamente limitadas. Embora não tivéssemos testemunhado nem tivéssemos conhecimento de comportamentos inadequados, estamos profundamente preocupados com essas alegações. Acredito firmemente que os sets de filmes e os ambientes de trabalho devem ser espaços seguros para todos, independentemente do sexo, idade, raça ou credo”. Segundo as denúncias apuradas pela revista The Hollywood Reporter, Duncan teria assediado sexualmente várias produtoras associadas à sua empresa. Ele nega todas as alegações de comportamento impróprio, culpando “rivais” não especificados, inclinados a tomar “vantagem cínica do clima sombrio envolvendo assédio sexual para prejudicar as perspectivas financeiras da companhia”, segundo o seu comunicado. A lista de denúncias trazidas à tona pela reportagem incluem uma ligação noturna para a produtora da comédia “Dude”, pedindo para que transasse na frente da câmera com o marido e outra mulher, que ele queria assistir. Também houve um beijo forçado e agarrões nas partes íntimas de mulheres da produção de “Wildlife”, filme que marca a estreia na direção do ator Paul Dano, durante um jantar de confraternização da equipe. Em outro jantar, do filme “Book Club”, ele voltou a repetir o mesmo comportamento, tentando beijar uma produtora sem consentimento e propondo levar duas mulheres do evento para seu quarto para sexo a três. Ironicamente, o próximo filme produzido pela June Pictures seria “My Life on the Road”, cinebiografia da líder feminista Gloria Steinem, que lutou contra o assédio e o empoderamento feminino por toda a vida.
Produtor da série NCIS: New Orleans é acusado de abuso e assédio pela própria equipe
O produtor Brad Kern, que desde 2016 é responsável pela série “NCIS: New Orleans”, somou-se à lista de personalidades de Hollywood com múltiplas acusações de abuso e assédio sexual, além de acrescentar à lista doses de misoginia e racismo. Segundo apurou o site da revista Variety, duas investigações chegaram a ser conduzidas pelo departamento de recursos humanos da produtora CBS Television Studios sobre o comportamento de Kern tão logo ele assumiu a série, em 2016. A primeira não deu em nada. A segunda o obrigou a frequentar um treinamento de sensibilidade por seis meses, mas não o afastou do trabalho nem sequer durante este período. O caso foi tratado internamente e abafado, como assume a CBS. “Nós estávamos cientes dessas alegações quando aconteceram em 2016, e as levamos muito a sério”, disse a empresa em um comunicado. “Ambas as queixas foram respondidas imediatamente com investigações e medidas disciplinares subseqüentes. Enquanto não fomos capazes de corroborar todas as alegações, tomamos essa ação para contornar o comportamento e o estilo de gerenciamento, e não recebemos mais reclamações desde que isso foi implementado”. Apesar do teor da nota, o comportamento de Kern não se alterou, segundo sete pessoas ouvidas pela Variety, que pediram para não serem identificadas. “Ele discrimina as mulheres, as mães que trabalham e qualquer uma que ele não possa controlar”, disse uma fonte. O fato de ter sido chamado pelo RH virou até piada, afirmam. “Ele começou a dizer: ‘Eu não posso tocar em você, porque o RH me colocou uma coleira de choque’. Era hilário para ele. Esse foi o único resultado da investigação do RH”, afirma um funcionário que pediu demissão. A maioria dos ouvidos pela publicação informam que Kern “duplicou” suas observações questionáveis e comportamentos de assédio. “Ele foi encorajado”, diz uma fonte. Kern teria o costume de fazer comentários de natureza sexual para as mulheres de sua equipe, dar-lhes massagens sem perguntar e também humilhá-las com frases pejorativas. Além disso, de acordo com múltiplas fontes, ele gosta de imitar de forma exagerada e ofensiva como falam os atores negros da série. Ele também vetou um casal interracial na atração, porque “não via como uma mulher branca poderia ser casada com um negro”. São muitas acusações. As mais graves afirmam que ele retalhou e demitiu impunemente a roteirista que fez uma das queixas contra ele, além de ter decidido afastar uma das atrizes do elenco porque não a achava “f*dível”. A atriz em questão era Zoe McLellan, que foi procurada pela Variety e preferiu não comentar. As fontes ressaltaram que o ambiente de trabalho na série é o pior possível. E que não adianta reclamar, porque o RH do CBS Television Studios não faz nada. A saída foi vir à público. Brad Kern é um produtor veterano da TV americana, com passagens por séries como “Remington Steele” (1982-1987), que lançou a carreira de Pierce Brosnan, e “Charmed” (1998-2006), estrelada por duas atrizes que tiveram destaque no movimento de denúncias de assédio em Hollywood, Rose McGowan e Alyssa Milano. E as histórias de bastidores sobre o que ele fazia na época de “Charmed” são de arrepiar, desde comentários explícitos na reunião dos roteiristas sobre as fotos da atriz Shannen Doherty na Playboy, sugestões para as roteiristas escreverem seus textos peladas, até a forma como se referia ao elenco da atração como “cadelas” e fazia pedidos para ser alertado quando “atrizes quentes” fossem fazer testes para participar de algum episódio. Nos EUA, as séries da franquia “NCIS” estão entre as mais vistas de toda a programação da TV aberta. O spin-off passado em New Orleans é visto por mais de 8 milhões de telespectadores todas as semanas e está em sua 4ª temporada.
Um dos diretores mais premiados da Coreia da Sul é acusado de assédio e condenado por agredir atriz
Não é só nos Estados Unidos que mulheres começaram a denunciar os abusos de figuras importantes da indústria cinematográfica. Um dos diretores mais premiados da Coreia do Sul, Kim Ki-Duk, foi condenado após ser acusado por uma atriz de agredi-la e forçá-la a fazer cenas de sexo fora do roteiro de uma filmagem. A denúncia é bastante incomum no país, onde o conservadorismo extremo torna as vítimas temerosas da sofrer vergonha pública. Kim Ki-Duk é conhecido por contratar atrizes pouco conhecidas e filmar cenas de violência extrema. E sua acusadora, que pediu para manter o anonimato, afirmou à imprensa do país que sua participação no filme “Moebius” (2013), um thriller sobre o incesto, a deixou “profundamente traumatizada”. A atriz acusou Kim de abusos físicos e sexuais, afirmando que ele bateu nela durante as filmagens e a obrigou a fazer cenas de nudez e atos sexuais que não estavam no roteiro. Como ela se recusou, foi agredida e cortada do filme. Desde então, tem buscado ajuda de advogados, que sugeriram que ela esquecesse o caso. Mas ela decidiu não se submeter e, mesmo buscando preservar sua privacidade, apresentou a denúncia na justiça. E, na semana passada, o diretor de 56 anos foi condenado a pagar US$ 4,6 mil por agressão física. Uma vitória de Pirro, já que outras acusações foram arquivadas, incluindo a de assédio sexual por alegação de falta de provas. A denúncia acontece em um momento em que Hollywood vem sofrendo uma devassa, com demissões e investigações criminais de produtores, diretores e atores envolvidos em escândalos sexuais. No Brasil, também houve o caso do ator José Mayer, afastado pela rede Globo após assediar uma figurinista. Resta saber se esse movimento vai atingir outros países. E se Kim Ki-Duk continuará a ganhar financiamento para seus filmes, após o escândalo. Ele já venceu o Festival de Berlim com “Samaritana” (2004) e o de Veneza com “Pieta’ (2012).










