Trailer revela nova temporada de The Ranch sem Danny Masterson
A Netflix divulgou o trailer da “Parte 5” da série de comédia “The Ranch”. A numeração é confusa porque, na verdade, trata-se da 3ª temporada. Mas como todas as temporadas foram dividas em duas partes, os novos episódios apresentarão o quinto arco de histórias. A prévia destaca um grande incêndio na região em que a trama se passa, e ele não poupará o cenário da série. As dificuldades para reerguer o rancho deverá ser um dos temas principais dos novos episódios. Entretanto, o que chama mais atenção é o que o vídeo não mostra. O personagem do ator Danny Masterson, irmão de Ashton Kutcher na trama, simplesmente sumiu. Ele foi demitido durante a gravação desta temporada após ser acusado de crimes sexuais (cometidos no início dos anos 2000). O ator Dax Shepard (“CHiPs”) entrou no seu lugar, mas só deve aparecer na segunda metade da temporada. Isto é, na “Parte 6”. A série retorna com novos episódios no próximo dia 15 de junho.
Brian De Palma prepara filme de terror baseado em Harvey Weinstein
O cineasta Brian De Palma, responsável por clássicos como “Carrie, a Estranha”, “Scarface” e “Os Intocáveis”, revelou à revista francesa Le Parisien estar desenvolvendo um filme de terror baseado no escândalo sexual de Harvey Weinstein. “Estou escrevendo um filme sobre este escândalo. É um projeto que eu tenho discutido com um produtor francês. Meu personagem não se chamará Harvey Weinstein, mas será um filme de terror com um agressor sexual e se passará na indústria cinematográfica”, ele revelou. De Palma recentemente terminou as filmagens de “Domino”, thriller estrelado pelo dinamarquês Nikolaj Coster-Waldau e a holandesa Carice Van Hotten (ambos da série “Game of Thrones”), que não tem previsão de estreia e, segundo o diretor, pode nem ser lançado. “Foi uma experiência horrível. O filme foi subfinanciado, estava muito atrasado, o produtor não parou de mentir para nós e não pagou alguns dos meus funcionários. Eu não sei se será lançado”, ele revelou.
Mais mulheres decidem processar Harvey Weinstein por agressão sexual
Mais mulheres deram entrada em processos contra o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein, acusando-o de agressão sexual, apalpação, privação de liberdade e uma delas, de estupro. As novas denúncias, encabeçadas por três mulheres, motivam uma ação civil coletiva contra Weinstein, Miramax, Disney e integrantes da diretoria da Weinstein Company, que busca englobar centenas de vítimas. O processo apresentado num tribunal de Nova York nesta sexta (1/6) afirma que Weinstein agredia suas vítimas sob “muitas formas: exibicionismo, apalpação, carícias, abuso, violência, privação de liberdade, tentativa de estupro e/ou estupro completo”, diz o texto. Uma das autoras da ação, a atriz Melissa Thompson, diz ter sido estuprada em 2011 em um quarto de hotel por Weinstein quando foi discutir um projeto de marketing com ele. Thompson disse ter sido procurada por advogados que diziam representar as vítimas de Weinstein, e lhes entregou evidências visual e de áudio da suposta agressão. Mas depois descobriu que eles trabalhavam para Weinstein. Por isso, a ação inclui a firma Brafman & Associados na lista dos cúmplices da “empresa sexual Weinstein”. A segunda autora da ação, Caitlin Dulany, conheceu Weinstein na Miramax em 1996. O produtor se tornou seu mentor, mas ela assegura que depois ele a agrediu sexualmente, a ameaçou e trancou-a em seu apartamento. E fez o mesmo em sua suíte de hotel durante o festival de cinema de Cannes – onde a atriz italiana Asia Argento acusou Weinstein de estuprá-la em 1997. A terceira demandante, a canadense Larissa Gomes, diz que se reuniu com Weinstein em 2000 para discutir oportunidades de trabalho em filmes da Miramax, e na segunda vez que se encontrara ela a trancou em seu quarto de hotel, tentou beijá-la e tocou seus seios. “Weinstein pode ter sido algemado por sua agressão a duas mulheres, mas trabalhamos para que a justiça seja feita às centenas de mulheres que foram exploradas para sua gratificação sexual e silenciadas por sua rede de conspiradores”, disse a advogada Elizabeth Fegan, uma das responsáveis pela nova ação. Essa é a terceira ação civil coletiva contra Weinstein desde o final de 2017. Weinstein, de 66 anos, acusado de abuso, agressão sexual e estupro por mais de 100 mulheres, garante que todos as relações foram consensuais. Seu primeiro julgamento começa na próxima terça-feira (5/6), quando, segundo seu advogado, deverá se declarar inocente de estupro de uma jovem em 2013 e de forçar sexo oral em outra mulher em 2004.
Advogado de Morgan Freeman rechaça acusações de assédio e exige retratação da CNN
O advogado de Morgan Freeman quer que a rede CNN se retrate pela reportagem que denunciou o ator por assédio. Sob ameaça de processo, o advogado afirma que a acusação feita com estardalhaço foi leviana e causa prejuízo à imagem de um homem inocente. O documento legal de dez páginas foi “vazado” para a revista The Hollywood Reporter, que publicou parte de seu conteúdo, dirigido ao presidente da rede televisiva, Jeff Zucker. Nele, o advogado exige retratações e um pedido de desculpas pela reportagem. “No mínimo, a CNN precisa imediatamente emitir uma retratação e se desculpar ao sr. Freeman pelos mesmos canais, com o mesmo nível de atenção, que usou para atacá-lo injustamente em 24 de maio”, diz o documento. Em defesa de Freeman, o advogado diz ter investigado as acusações contra o cliente e concluído que as denúncias não se sustentavam. O documento ainda questiona a confiança das fontes anônimas que acusam Freeman de assédio. A jornalista Chloe Melas, que assina a reportagem com An Phung, é uma das pessoas que acusam Freeman de assédio. Ela teria sido motivada a fazer a reportagem por acreditar que o ator teria feito um comentário fora de lugar mais de um ano atrás, quando o entrevistou durante um junket do filme “Despedida em Grande Estilo” (2017). Para comprovar, veiculou um vídeo da entrevista. Entretanto, o que as imagens mostram é, no mínimo, frágil. Na época, a repórter estava grávida e Freeman teria dito que queria estar lá, supostamente dentro dela. Mas as imagens da entrevista parecem mostrar outra coisa, um comentário de Freeman sobre uma declaração de Michael Caine, sentado a seu lado, sobre um equívoco que cometeu ao elogiar uma grávida que era apenas gorda. A impressão que a reprodução da entrevista dá é que Freeman gostaria de estar lá para ver isso. Outra cena de bastidores de uma entrevista com o ator, trazida pelas duas repórteres que assinam a denúncia, também mostraram exagero na busca de imagens para corroborar um suposto escândalo. A cena apresentada registra uma troca de elogios sorridentes entre o ator e uma entrevistadora, cujo assunto de sua aparência e o fato de estar solteira foram trazidos à tona pela própria jornalista. Já as denúncias mais graves foram apresentadas sem corroboração de imagens ou identificação de denunciantes, por meio de fontes anônimas. O caso mais sério teria ocorrido com uma assistente de produção de “Despedida em Grande Estilo”, que afirmou que Freeman a tocou sem consentimento nas costas e fez comentários sobre o seu corpo e suas roupas durante toda a produção, que durou meses. “Ele ficava tentando levantar a minha camisa e perguntava se eu estava de lingerie”, contou a mulher, que não teve o nome revelado. Segundo ela, o assédio foi tão grande que o ator Alan Arkin, que também estava no elenco do filme, mandou Freeman parar. Alan Arkin não atendeu pedidos da CNN para corroborar a história. Outro caso teria ocorrido nas filmagens de “Truque de Mestre”, de 2013. A CNN ouviu uma mulher envolvida na produção do filme, que revelou ter sido assediada pelo ator em várias oportunidades, também com comentários sobre o seu corpo. Outras mulheres da equipe passaram pelo mesmo problema, segundo a fonte não identificada. Veja abaixo o vídeo da CNN e as provas apresentadas para justificar a reportagem, que já custou projetos ao astro veterano e levou o próprio Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG) a considerar rever uma homenagem feita a ele no começo do ano por sua carreira premiada. Desde que a reportagem foi ao ar, Freeman emitiu dois comunicados em que pede desculpas por seu comportamento expansivo, caso isso tenha incomodado alguém, ao mesmo tempo em que reiterou jamais ter praticado assédio sexual em seus 80 anos de vida. Seu advogado foi mais direto, ao desmontar a acusação da reportagem. O texto enviado ao presidente da CNN afirma: “Das três pessoas que a CNN identificou como sendo ‘vítimas’, a primeira, Chloe Melas, da CNN, não tem base razoável para interpretar o que o Sr. Freeman disse ou fez na entrevista de ‘Despedida em Grande Estilo’ do ano passado como sendo dirigido a ela ou se tratar de qualquer forma de assédio. O vídeo confirma que sua declaração não tinha nada a ver com ela e não a estava incomodando. E uma terceira parte independente, o Departamento de Recursos Humanos da Warner Bros., investigou sua alegação e concluiu que ela não era apoiada pelos fatos. A segunda pessoa identificada pela CNN, Tyra Martin, afirmou publicamente duas vezes desde que a CNN veiculou a reportagem que a CNN deturpou o que ela disse e que o Sr. Freeman não a incomodou. A terceira pessoa identificada pela CNN, Lori McCreary, disse à própria CNN que Freeman nunca a assediou. E quanto à impropriedade da CNN em relação à própria McCreary, uma investigação independente considerou a alegação feita pela CNN como sendo sem mérito. A Sra. Melas atraiu e estimulou supostas ‘testemunhas’ a dizer coisas ruins sobre o Sr. Freeman e tentou convencê-las a confirmar seu preconceito contra ele. Assim, nenhum espectador pode ter qualquer confiança de que qualquer uma das fontes anônimas, que compõem o balanço da reportagem da CNN, possa ser levada a sério”. Em resposta, a CNN soltou um comunicado afirmando que o canal apoiava o trabalho de suas repórteres. “As acusações infundadas feitas pelo advogado do Sr. Freeman são decepcionantes e são difíceis de conciliar com as declarações públicas do próprio Sr. Freeman durante a repercussão da história. A CNN defende informar e responderá com força a qualquer tentativa do Sr. Freeman ou seus representantes de nos intimidar para impedir a cobertura dessa importante questão pública.” Veja abaixo a reportagem original da CNN.
Acusação de assédio contra George Takei foi “erro”, diz único jornalista que investigou o caso
Seis meses após a imprensa publicar e repercutir uma acusação de assédio sexual contra George Takei, o ator veterano que interpretou o Sr. Sulu na série clássica “Jornada nas Estrelas” (Star Trek), um jornalista finalmente fez o trabalho que os responsáveis pelo texto original tiveram preguiça de realizar. Ele verificou que a denúncia não se sustenta e publicá-la foi um erro que deveria ter sido evitado. Em novembro de 2017, o ator de 81 anos, que também é conhecido como ativista gay, foi acusado de agressão sexual, decorrente de um incidente que supostamente ocorreu nos anos 1980. O relato foi impresso pela primeira vez pela revista The Hollywood Reporter. Em sua acusação, o ex-modelo Scott Brunton disse ter sido drogado e apalpado pelo ator durante um encontro em 1981. A denúncia não rendeu investigação criminal pela falta de elementos que pudessem corroborar a história, mesmo assim ela passou a assombrar a carreira de Takei. Coube a um repórter do semanário nova-iorquino Observer sepultar de vez a mentira. Shane Snow passou meses investigando as alegações. Ele entrevistou o próprio Brunton, especialistas e muitas pessoas que conhecem Takei. O resultado foi um artigo detalhado e extenso publicado no Observer que desafia o denunciante. Sua conclusão é: “Nós – público e imprensa – erramos ao publicar a história de abuso sexual de George Takei”. Para começar, o jornalista apontou as inconsistências da história de Brunton, contadas a diferentes meios de comunicação após a matéria da THR se tornar viral. “Brunton não mencionou ter sido drogado até dois dias depois da publicação da THR, e em resposta à negação pública de Takei”, escreveu Snow. “E então, em uma entrevista à CNN, ele confusamente não contou nem uma coisa nem outra.” Depois da história da THR, foram usuários do Twitter que assumiram que Brunton tinha sido drogado, deduzindo isso de sua descrição do encontro, porque afirmou que, depois de tomar dois drinques no apartamento de Takei, tentou se levantar e se sentiu tonto. Ele disse que Takei o levou a uma poltrona e então ele perdeu a consciência por algum tempo. Brunton disse que despertou após sentir o suposto tatear, e foi capaz de ficar sóbrio, dirigir para casa e ficar sem ressaca no dia seguinte. Após tuiteiros embarcarem e aumentarem sua história, Brunton acrescentou este detalhe na descrição do suposto assédio, dizendo ao jornal The Oregonian: “Eu sei que, inequivocamente, ele batizou minha bebida”. Na entrevista realizada por Snow, ele tentou justificar a mudança de detalhes: “Eu pensei que estava bêbado… Só percebi que tinha sido outra coisa anos depois, quando começaram a falar sobre drogas para estupro – e então Cosby e tudo mais.” O repórter foi tirar a limpo a afirmação com dois toxicologistas, que rechaçaram a tese da bebida batizada. “O álcool sozinho, se bebido rapidamente, poderia explicar a perda de sentidos, particularmente se houvesse um pouco de hipotensão postural”, disse o especialista em estupro Michael Scott-Ham, de uma firma de consultoria em Londres. “O fato de ele se recuperar tão rapidamente não sugere ação de uma droga.” Snow compartilhou as conclusões dos toxicologistas com Brunton, que aparentemente concordou, ao dizer sobre Takei: “Isso o torna um pouco menos sinistro”. Então, Snow mergulhou na alegação do abuso sexual, lembrando que Brunton entrou em contradição em várias entrevistas. “Ele tocou seus genitais?”, perguntou francamente. “Você sabe… provavelmente…”, Brunton respondeu depois de alguma hesitação. “Ele estava claramente a caminho de… chegar em algum lugar.” “Então … você não se lembra dele tocando seus genitais?”, insistiu o jornalista. Brunton então confessou que não se lembrava de nenhum toque. Na recordação de Brunton, ele disse que, de repente, suas calças estavam soltas e que Takei estava puxando sua cueca, mas Brunton disse que não queria fazer sexo. Ele disse que Takei respondeu: “Estou tentando deixar você confortável”. Mas Brunton empurrou-o dizendo: “Não”. E foi embora. O ex-vice-promotor distrital Ambrosio Rodriguez, que processou estupradores e molestadores na Califórnia, disse a Snow: “Não há nada para processar aqui”, depois de ouvir sobre a noite em detalhes. “As pessoas se embebedam em encontros e tiram as calças um do outro o tempo todo.” Rodriguez disse a Snow que são as ações seguintes que são críticas para as ramificações legais. “O detalhe crucial no contexto de um encontro consensual entre dois adultos que estão bebendo é o consentimento. Quando um deles fez um avanço e teve o consentimento negado, ele recuou. Simplesmente tentar usufruir de sexo num encontro entre adultos não é crime”, disse Rodriguez. O crime é forçar isso sem consentimento, o que não aconteceu. Snow então mergulhou em outros detalhes, como a cultura das boates gays de Los Angeles, onde Brunton e Takei se conheceram. Também apontou a diferença entre a acusação solitária dirigida contra Takei e a montanha de denúncias contra predadores célebres como Bill Cosby e Harvey Weinstein. Ele também compartilhou algumas declarações ofensivas de Brunton sobre Takei, a quem chamou de velho e asiático, e a forma como descreveu o encontro não como uma história traumática, mas como “uma grande história de festa”. Brunton afirmou não ter ficado chateado ou traumatizado, e só quis se apresentar depois que Takei criticou Kevin Spacey por anunciar sua homossexualidade para desviar a narrativa de uma acusação de pedofilia. Há muitos outros detalhes, mas o mais importante no texto de Snow é lembrar aos leitores que as denúncias contra Harvey Weinstein no New York Times e na revista New Yorker foram resultado de muitos meses de reportagem, apuração, corroboração e checagem de fatos. “Mas, uma vez que esta represa se rompeu, o interesse do público por notícias do gênero funcionaram como um incentivo para que a imprensa divulgasse qualquer denúncia rapidamente, sem o mesmo cuidado, e para que as mídias sociais polarizadas rapidamente as transformassem em fuzilamento”, escreveu Snow. “É fácil esquecer que toda história tem suas próprias sutilezas e nuances, e as conseqüências de publicar uma denúncia mentirosa podem ser severas.” A conclusão do jornalista: “Devemos às vítimas e ao acusado investigar todos os lados de uma história antes de liberá-la para que as massas a devorem”.
Morgan Freeman se diz devastado e que nunca praticou assédio sexual na vida
Diante da perda de projetos devido à repercussão negativa de acusações de assédio sexual, trazidas à tona por uma reportagem da CNN na quinta (24/5), o ator Morgan Freeman soltou um segundo comunicado em que rechaça as denúncias, afirmando que nunca praticou assédio em sua vida. O ator se diz “devastado” por receber tais acusações, afirmando que sua carreira está em risco por causa das denúncias. “Estou devastado que, aos 80 anos, minha vida corre o risco de ser minada em um piscar de olhos. Todas as vítimas de assédio sexual merecem ser ouvidas e nós devemos ouvi-las. Mas não é justo que casos horríveis de abuso sexual e momentos de elogios fora de lugar e brincadeiras humorísticas sejam coisas equivalentes”, afirmou Freeman. “Eu admito que sou uma pessoa que sente uma necessidade de fazer mulheres e homens se sentirem apreciados e tranquilos ao meu redor. Por isso, eu muitas vezes brinco e elogio mulheres, de uma forma que sempre pensei ser leve e engraçada. Claramente, eu não fui compreendido da maneira que achei. E é por isso que me desculpei anteriormente, e vou continuar a me desculpar com qualquer pessoa que tenha se sentido ofendida. Mas também gostaria de ser firme: eu nunca criei ambientes hostis de trabalho. Nunca fui um assediador e nunca sugeri dar trabalho a alguém por sexo. Qualquer acusação a este respeito é falsa”, completou o ator. A denúncia da CNN trouxe acusações de oito mulheres que atestaram conduta inapropriada e assédio sexual do ator. Outras oito pessoas confirmaram as acusações. O caso mais sério teria ocorrido com uma assistente de produção de “Despedida em Grande Estilo”, que afirmou que Freeman a tocou sem consentimento nas costas e fez comentários sobre o seu corpo e suas roupas durante toda a produção, que durou meses. “Ele ficava tentando levantar a minha camisa e perguntava se eu estava de lingerie”, contou a mulher, que não teve o nome revelado. Segundo ela, o assédio foi tão grande que o ator Alan Arkin, que também estava no elenco do filme, mandou Freeman parar. Alan Arkin não atendeu pedidos da CNN para corroborar a história. Outro caso teria ocorrido nas filmagens de “Truque de Mestre”, de 2013. A CNN ouviu uma mulher envolvida na produção do filme, que revelou ter sido assediada pelo ator em várias oportunidades, também com comentários sobre o seu corpo. Outras mulheres da equipe passaram pelo mesmo problema, segundo a fonte não identificada. Houve, porém, uma pessoa que se identificou. Para justificar a reportagem, uma das jornalistas responsáveis revelou que tinha sido motivada por interesse próprio em denunciar o ator. Ela afirma ter ficado chocada ao fazer uma entrevista e receber um elogio fora de lugar, que considerou assédio sexual. Estava grávida e Freeman teria dito que queria estar lá, supostamente dentro dela. A afirmação forte foi acompanhada pelas imagens da entrevista, que parecem mostrar outra coisa, um comentário de Freeman sobre uma declaração de Michael Caine, sentado a seu lado, sobre um equívoco que cometeu ao elogiar uma grávida que era apenas gorda. A impressão que a reprodução da entrevista dá é que Freeman gostaria de estar lá para ver isso. Outra cena de bastidores de uma entrevista com o ator, trazida pelas duas repórteres que assinam a denúncia, também mostraram exagero na busca de imagens para corroborar um suposto escândalo. A cena apresentada registra uma troca de elogios sorridentes entre o ator e uma entrevistadora, cujo assunto de sua aparência e o fato de estar solteira foram trazidos à tona pela própria jornalista. Vale a pena considerar se a acusação contra Morgan Freeman não é uma caça às bruxas iniciada por conta de um equívoco e levada à extremos por situações corriqueiras. Um homem de 80 anos é obviamente mais machista que uma jovem de 20. Mas será que isso o torna automaticamente um Harvey Weinstein? Veja abaixo o vídeo da CNN e as “provas” apresentadas para justificar a reportagem, que já custou projetos ao astro veterano e levou o próprio Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG) a considerar rever uma homenagem feita a ele no começo do ano por sua carreira premiada.
Harvey Weinstein se entrega à polícia e pode pegar 25 anos de prisão
O produtor Harvey Weinstein se entregou à polícia de Nova York na manhã desta sexta-feira (25/5). Se dependesse apenas da polícia, a prisão de Weinstein teria acontecido antes, já que os investigadores alegavam possuir há meses provas suficientes para acusá-lo formalmente pelo assédio sexual das atrizes Paz de la Huerta e Lucia Evans. A Promotoria de Manhattan, no entanto, quis mais tempo para apresentar uma acusação mais consistente, que não levantasse nenhuma dúvida sobre os crimes de Weinstein, acusado por ao menos 75 mulheres de crimes sexuais. Weinstein, que já foi um dos produtores mais poderosos de Hollywood, chegou numa delegacia de Tribeca, em Manhattan, por volta das 7h25 (8h25 em Brasília) sorrindo ironicamente e levando três livros. Ao se apresentar, foi algemado e escoltado por policiais até um tribunal de plantão – sem os livros e sem o mesmo sorriso. Três helicópteros acompanharam a movimentação. Segundo a agência de notícia Reuters, o juiz encarregado do caso, Kevin McGrath, propôs um acordo de fiança de US$ 1 milhão em espécie. Weinstein entregou seu passaporte e concordou em usar um dispositivo de monitoramento que rastreia sua localização até o julgamento. Ele responde por duas acusações de estupro e uma acusação de ato sexual criminoso contra duas mulheres, disseram os promotores, que ainda investigam novos casos para acrescentar à acusação. Se condenado, Weinstein pode pegar até 25 anos de prisão. O advogado do produtor, Benjamin Brafman, disse que ele pretende se declarar inocente. Os abusos sexuais de Weinstein aconteceram ao longo de três décadas, mas a maior parte dos crimes prescreveu. Ele atacava principalmente atrizes jovens em começo de carreira e mantinha suas vítimas em silêncio com ameaças, dizendo-se capaz de impedi-las de trabalhar novamente. As que ousaram recusar seus avanços passaram a ver os papéis minguarem, levando-as a projetos inferiores a seus status. A impunidade acabou apenas em outubro do ano passado, quando o jornal New York Times publicou uma reportagem denunciando os assédios do produtor com depoimento da atriz Ashley Judd, a primeira a ter coragem de assumir o risco de se expor. A matéria mencionava outros casos, mas foi uma segunda reportagem, da revista New Yorker, que abriu as comportas, trazendo declarações de diversas vítimas, inclusive acusações de estupro. A soma das denúncias inspirou outras atrizes a quebrarem o silêncio. Não apenas contra Harvey Weinstein, mas contra todos os predadores da indústria do entretenimento, criando um efeito dominó, alimentado pelo movimento #MeToo, uma hashtag criada de forma espontânea no Twitter para unir vítimas e denunciar assédios. O fenômeno varreu as produções de cinema e TV, gerando novos escândalos e culminando em demissões de produtores, roteiristas e astros poderosos. Pivô de tudo isso, Weinstein sumiu da mídia, buscando refúgio em um centro de reabilitação para viciados em sexo. Isto, porém, não o protegeu das repercussões. Ele foi demitido de seu estúdio cinematográfico, Weinstein Company, e expulso da Academia de Cinema, que organiza o Oscar, da Academia de TV, que organiza o Emmy, do Sindicato dos Produtores dos Estados Unidos e de muitas outras organizações. Paralelamente, sua empresa encontrou dificuldades para manter projetos, passou a ser alvo de inúmeros processos de vítimas e credores, e se viu forçada a pedir falência, sendo vendida num leilão de liquidação. Agora, as denúncias começam a ter implicações criminais. Além da polícia de Nova York, autoridades de Los Angeles e Londres abriram investigações contra Weinstein. Há também uma investigação federal em estágio inicial nos Estados Unidos.
Morgan Freeman pede desculpas em meio à repercussão negativa das acusações de assédio
O ator Morgan Freeman entrou numa lista negra de Hollywood, após uma reportagem da rede CNN trazer à tona acusações de assédio sexual de oito mulheres contra ele, juntando-o a outras celebridades envolvidas nesta tipo de escândalo nos últimos meses. E isso já está lhe rendendo prejuízos, com o cancelamento de campanhas que o envolviam. Poucas horas após a exibição da reportagem da rede CNN com a denúncia, a empresa de crédito VISA e o serviço de trens TransLink anunciaram a suspensão de anúncios com participação de Freeman. Até o sindicato americano de atores, SAG, informou que analisa retirar um prêmio honorário que entregou a Freeman em janeiro como homenagem à sua carreira. “São afirmações contundentes, devastadoras e absolutamente contrárias a todos os passos que estamos tomando para garantir um ambiente de trabalho seguro para os profissionais desta indústria”, disse um porta-voz do sindicato. Diante da perda de seu maior ativo, a imagem de homem íntegro, o ator decidiu se manifestar. Em comunicado enviado à imprensa, ele pediu desculpas por qualquer “incômodo” causado, sem assumir o assédio. “Qualquer pessoa que me conhece ou trabalhou comigo sabe que não sou alguém que intencionalmente ofenderia ou geraria algum incômodo. Me desculpo com quem quer que tenha se sentido incomodado ou desrespeitado, nunca foi a minha intenção”, declarou Freeman no texto curto. O ator, que está prestes a completar 81 anos, possuía tanta autoestima nos Estados Unidos que seu personagem mais popular era ninguém menos que Deus, papel que viveu em “Todo Poderoso” (2003) e “A Volta do Todo Poderoso” (2007) e que ele ainda explorou na série documental “The Story of God with Morgan Freeman”. Tudo isso acabou após a reportagem exibida na quinta-feira (24/5), em que a CNN trouxe 16 depoimentos anônimos – oito deles de supostas vítimas – que descreveram o comportamento de abuso sistemático do ator nos bastidores de filmagens e viagens promocionais. São casos recentes, não de décadas atrás como os evocados pela maioria das denúncias surgidas no âmbito do movimento #MeToo. Um dos incidentes aconteceu nas filmagens de uma comédia lançada no ano passado, “Despedida em Grande Estilo” (2017). Uma assistente de produção afirmou à CNN que Freeman a tocou sem consentimento durante meses, fazendo comentários sobre o seu corpo e suas roupas. “Ele ficava tentando levantar a minha camisa e perguntava se eu estava de lingerie”, contou a assistente de produção, que não teve o nome revelado. Segundo ela, o assédio foi tão grande que o ator Alan Arkin, que também estava no elenco do filme, mandou Freeman parar. Outro caso aconteceu nas filmagens de “Truque de Mestre”, de 2013. A CNN ouviu uma mulher envolvida na produção do filme, que revelou ter sido assediada pelo ator em várias oportunidades, também com comentários sobre o seu corpo. Outras mulheres da equipe passaram pelo mesmo problema, segundo a fonte da reportagem. Quatro pessoas ouvidas pela CNN afirmaram que nos últimos dez anos viram Freeman deixar as mulheres desconfortáveis no ambiente de trabalho. Duas alegaram terem sido tocadas inapropriadamente pelo ator, entre elas a assistente de produção que contou sobre a tentativa de Freeman tirar a sua camisa. Mas nenhuma dessas pessoas relatou o problema a produtores ou autoridades, com medo de perder o emprego.
Filho diz que Woody Allen é vítima do verdadeiro monstro da família, sua mãe Mia Farrow
Nem todos os filhos de Woody Allen pintam o pai como um monstro pedófilo. Para Moses Farrow, por exemplo, Woody Allen é uma vítima do verdadeiro monstro da família, sua mãe Mia Farrow. Não é a primeira vez que ele diz isso, em frontal desacordo com o relato da irmã Dylan, que acusa o pai de abuso sexual, e do irmão Ronan, um dos repórteres mais importantes na denúncia que derrubou o magnata Harvey Weinstein e deu início a uma grande limpeza em Hollywood, marcando o fim da tolerância com predadores. Mas esta é a primeira vez que ele defende o pai adotivo sem ninguém lhe perguntar. Moses, que foi adotado ainda bebê na Coréia do Sul por Mia Farrow e depois co-adotado por Allen em 1991, virou terapeuta especializado no atendimento de famílias. E lida com relatos muito parecidos com o que diz ter experimentado em sua vida pessoal. Isto o inspirou a desabafar na quarta-feira (23/5) em seu blogue. No longo texto, intitulado “Um Filho Fala”, Moses afirma ter visto Mia Farrow maltratar fisicamente seus irmãos até deixá-los “fisicamente incapacitados, arrastando-os por um lance de escadas para serem jogados em um quarto ou em um armário, então tendo a porta trancada do lado de fora”. Ele alega que sua irmã adotiva, Soon-Yi Previn, “era bode expiatório mais frequente”. Em 1992, Allen teve um caso com Soon-Yi, com quem se casou mais tarde, terminando seu relacionamento com Mia Farrow e iniciando a batalha pela custódia de seus filhos, tanto biológicos quanto adotivos, que culminou na denúncia de Dylan, então com sete anos de idade. “Quando Soon-Yi era jovem, Mia certa vez jogou uma grande peça de porcelana na cabeça dela. Felizmente ela errou, mas as peças quebradas atingiram suas pernas”, afirma Moses. “Anos depois, Mia bateu nela com um telefone.” Estas lembranças já tinham sido trazidos à público anteriormente, durante conversas com o escritor Eric Lax para uma biografia de Woody Allen. Na ocasião, Moses também comentou sobre as alegações de sua irmã Dylan, de que Allen a molestou quando criança, alegando que o cineasta nunca fez nada parecido. Em seu post no blog, Moses reforçou sua posição de que Allen — que nunca foi condenado e que negou as alegações de Dylan por décadas — é inocente. Para ele, sua irmã mais nova jamais foi molestada por Woody Allen, mas isso não a impede de ter sido uma vítima de assédio. Vítima de uma campanha de manipulação da mãe, Mia Farrow. Na época em que Dylan Farrow disse ter sido alvo de abusos por parte de Allen, Mia já travava uma luta diária contra o diretor. Fazia sete meses desde que atriz descobrira a relação entre a sua filha adotiva Soon-Yi e o então parceiro Woody Allen – o casal está junto até hoje. Segundo Moses, tudo o que se ouvia em sua casa naquele período era que Woody era “maldoso, um monstro, o diabo”, e que Soon-Yi “estava morta” para eles. “A minha mãe era a nossa única fonte de informação sobre Woody – e ela era extremamente convincente”, ele descreve. “Também tínhamos aprendido repetidamente que ir contra a sua vontade trazia repercussões horríveis.” Moses vai direto ao ponto, ao descrever o dia em que o suposto abuso teria acontecido. Quando Woody Allen foi passar o dia com as crianças na casa de Connecticut – enquanto Mia foi às compras – , todos estavam em estado de alerta, graças à campanha de sua mãe, de que o diretor era o mal encarnado. Ele afirma que havia cinco crianças e três adultos na casa na ocasião – duas babás e uma professora de francês, e “que todos tinham sido instruídos durante meses que Woody era um monstro. Portanto, nenhum de nós teria permitido que Dylan se afastasse com Woody, mesmo que ele tentasse”, garante, afirmando que seu pai nunca ficou sozinho com a irmã no dia em que supostamente a teria abusado. O rapaz afirma que as pessoas se basearam na relação entre Woody e Soon-Yi (que nunca foi sua filha adoptiva) para se convencerem de que as alegações de Dylan eram verdadeiras. “Sim, [a relação] era pouco ortodoxa, desconfortável, perturbadora para a nossa família e magoou terrivelmente a minha mãe. Mas a relação, por si só, não foi tão arrasadora para a nossa família como a insistência da minha mãe em fazer da sua traição o centro das nossas vidas desde então”. O terapeuta aponta ainda algumas incongruências na versão dos acontecimentos descrita por sua irmã mais nova, como o trenzinho de brinquedo que Dylan associa ao momento do abuso. Segundo sua acusação, Woody a teria distraído com o brinquedo enquanto a tocava. Mas o trenzinho não estava no lugar em que a jovem afirma ter sido abusada. Para Moses, na idade de Dylan seria normal que o reforço da acusação e da repetição da história substituísse a realidade. E ele lembra que a mãe ensaiou o que ele devia dizer no julgamento de custódia. Na sua opinião, tanto de testemunha dos fatos e como expert em terapia familiar, a falta de nexo da acusação deveria ser suficientes para que as pessoas tivessem menos vontade de jogar pedras num homem que, para ele, sempre foi inocente. Ao final, Moses dirige-se às pessoas que vieram à público, após a pressão do movimento #MeToo, se dizer arrependidas por terem trabalhado com o seu pai no passado: “Precipitaram-se ao se juntar a um coro de condenação com base numa acusação desacreditada [por múltiplas investigações], por medo de não estarem no lado ‘certo’ deste grande movimento social”. Ele deixou ainda uma mensagem para a irmã: “Desejo paz e sabedoria para que você possa compreender que dedicar sua vida a ajudar a nossa mãe a destruir a reputação do nosso pai não lhe trará, provavelmente, nenhum consolo.”
Jeffrey Tambor é acusado de assédio verbal e intimidação no set de Arrested Development
Após ser demitido por assédio sexual em “Transparent”, Jeffrey Tambor está às voltas com nova polêmica, desta vez em “Arrested Development”. A atriz Jessica Walker, que interpreta sua esposa na série da Netflix, acusou-o de assédio verbal e intimidação psicológica durante as gravações da nova temporada da atração. A situação criou uma saia justa e dividiu o elenco, e após tentar minimizar o clima dos bastidores, os atores Jason Bateman e Tony Hale foram às redes sociais pedir desculpas para a atriz e lamentar seus próprios comportamentos diante das acusações. A acusação veio à tona durante uma entrevista do elenco de “Arrested Development” para o jornal The New York Times, realizada como contraponto a uma reportagem da revista The Hollywood Reporter que retratava o ator como injustiçado em “Transparent”. Questionados sobre o comportamento do ator em sua série, Jessica Walter admitiu ter tido um problema sério, após ter sido assediada “verbalmente” durante as gravações numa série de “explosões” do ator. “Em quase 60 anos de trabalho, nunca tive ninguém que gritasse comigo daquele jeito em um set. E é difícil lidar com isso”, disse Walter. Bateman defendeu Tambor durante a discussão, dizendo que o comportamento explosivo era “parte de seu processo”, mas Walter discordou. Tony Hale também tentou jogar panos quentes na roupa suja lavada diante da imprensa, ao observar que “todos nós temos nossos momentos”. Mas Walter não aceitou a explicação masculina (“mansplaning”, como brilhantemente taxaram as feministas): “Não é assim. Aquilo foi ruim demais”. Foi então que Bateman insistiu em sua versão de “mansplaning”. Sutilmente qualificando sua colega como chorona, disse que era comum trabalhar com pessoas “difíceis” e que ele tinha queixas “zero”. “Mais uma vez, não quero menosprezar ou desculpar ou qualquer outra coisa, mas na indústria do entretenimento é incrivelmente comum ter pessoas que, entre aspas, são ‘difíceis’. E quando você está em uma posição privilegiada para contratar pessoas, ou tem uma influência em quem é contratado, você faz ligações telefônicas. E você diz: ‘Ei, então eu ouvi X sobre a pessoa Y; me fale sobre isso’. E o que você aprende é o contexto, e você aprende sobre o caráter e aprende sobre hábitos de trabalho, ética no trabalho e começa a entender, porque é um processo muito amorfo, esse tipo de trabalho ferrado que fazemos, você sabe, vida falsa. É uma coisa estranha, e é um terreno fértil para o comportamento atípico, e certas pessoas têm certos processos”. A atriz mais jovem do elenco, Alia Shawkat, que também co-estrelou “Transparent” com Tambor e que já havia apoiado publicamente “as vozes das vítimas”, contrapôs suas colegas masculinos. “Mas isso não significa que seja aceitável. E o ponto é que as coisas estão mudando e as pessoas precisam se respeitar de forma diferente”. Depois da entrevista, as redes sociais lotaram de críticas à defesa de Bateman do comportamento condenável de Tambor. Isto levou o ator a refletir e mudar de tom, assumindo-se “incrivelmente envergonhado” e afirmando lamentar profundamente ter subestimado os sentimentos de sua colega Jessica Walter. “Eu pareço que acho aceitável alguém gritar no ambiente de trabalho. Mas não acho. Parece que estou desculpando Jeffrey. Eu não estou. Parece que eu sou insensível a Jessica, mas eu não sou”, ele escreveu no Twitter. “Eu percebi horrorizado que não tinha noção de como aquele incidente a afetou. Eu estava tão determinado a deixar Jeffrey saber que ele contava com nosso apoio, que subestimei os sentimentos da vítima, outra pessoa que amo muito, e ela estava sentada ao meu lado”. Ele continou: “Este é um grande momento de aprendizado para mim. Eu não deveria ter tentado dar uma explicação masculina ou consertar uma briga, ou fazer tudo ficar bem. Eu deveria ter me focado no que é mais importante. Nunca há qualquer desculpa para abuso, de qualquer forma, de qualquer gênero. E a voz da vítima precisa ser ouvida e respeitada. Ponto.” Tony Hale também foi ao Twitter pedir desculpas por seus comentários e dizer que procurou pessoalmente Walter após a entrevista. “‘Arrested Development’ é uma das minhas famílias”, escreveu Hale. “Independentemente das minhas intenções, está claro que minhas palavras, tanto ditas quanto não ditas, serviram para minimizar a dor de Jessica e por isso lamento muito.” Tambor foi demitido de “Transparent”, série mais premiada da Amazon, no início deste ano depois que sua ex-assistente Van Barnes e sua colega Trace Lysette, ambas transexuais, o acusaram de assédio sexual e agressão. A 5ª temporada de “Arrested Development” estreia na próxima terça (29/5) na Netflix.
Morgan Freeman é acusado de assédio sexual por oito mulheres
Morgan Freeman, um dos atores veteranos mais respeitados de Hollywood, foi acusado por oito mulheres de conduta inapropriada e assédio sexual. Outras oito pessoas confirmaram as acusações, numa reportagem exibida nesta quinta-feira (24/5) pela rede CNN. O ator e sua equipe foram procurados pelo canal de notícias, mas não se pronunciaram. Um dos casos aconteceu recentemente, durante as filmagens de “Despedida em Grande Estilo” (2017). Uma assistente de produção afirmou à CNN que Freeman a tocou sem consentimento nas costas durante meses e fez comentários sobre o seu corpo e suas roupas. “Ele ficava tentando levantar a minha camisa e perguntava se eu estava de lingerie”, contou a assistente de produção, que não teve o nome revelado. Segundo ela, o assédio foi tão grande que o ator Alan Arkin, que também estava no elenco do filme, mandou Freeman parar. Outro caso aconteceu nas filmagens de “Truque de Mestre”, de 2013. A CNN ouviu uma mulher envolvida na produção do filme, que revelou ter sido assediada pelo ator em várias oportunidades, também com comentários sobre o seu corpo. Outras mulheres da equipe passaram pelo mesmo problema, segundo a fonte da reportagem. Quatro pessoas ouvidas pela CNN afirmaram que nos últimos dez anos viram Freeman deixar as mulheres desconfortáveis no ambiente de trabalho. Duas alegaram terem sido tocadas inapropriadamente pelo ator, entre elas a assistente de produção que contou sobre a tentativa de Freeman tirar a sua camisa. Mas nenhuma dessas pessoas relatou o problema a produtores ou autoridades, com medo de perder o emprego. O ator de 80 anos é tão venerado que seu personagem mais marcante é ninguém menos que Deus, papel que viveu em “Todo Poderoso” (2003) e “A Volta do Todo Poderoso” (2007) e que ele ainda explorou na série documental “The Story of God with Morgan Freeman”. Ele também ficou ficou marcado por filmes como “Conduzindo Miss Daisy” (1989),”Seven: Os Sete Crimes Capitais” (1995), “Um Sonho de Liberdade” (1994), “Red: Aposentados e Perigosos” (2010), “Invictus” (2009), no qual viveu Nelson Mandela, e “Menina de Ouro” (2004), que lhe rendeu um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.
Showrunner de NCIS: New Orleans é demitido após denúncias de má-conduta
O produtor Brad Kern foi demitido do posto de showrunner da série “NCIS: New Orleans”. Segundo a revista Variety, a dispensa foi consequência de acusações de má-conduta feitas contra o produtor por sua própria equipe desde 2016, que a CBS tentou abafar, até não conseguir mais contornar os protestos dos funcionários. Acusado de misoginia, preconceito, assédio sexual e violência psicológica pela equipe, ele será substituído por Christopher Silber, que já era produtor-roteirista da série. Apesar disso, a punição não é tão grave quando parece, já que Kern permanecerá como um consultor de “NCIS: New Orleans”, recentemente renovada para sua 5ª temporada. O produtor foi investigado duas vezes pela emissora CBS, após reclamações de hostilidade no ambiente de trabalho. E, em dezembro, a emissora anunciou que havia tomado medidas em relação ao seu comportamento e que, desde então, não tinha recebido novas reclamações. Oficialmente, pode ser o caso, mas a mídia registrou o descontentamento e, passados cinco meses, uma decisão mais drástica precisou ser tomada. Isto porque, segundo apurou a Variety, a falta de punição teria incentivado Kern a se comportar ainda pior. Diante disso, alguns funcionários pediram demissão, outros ameaçaram dar mais detalhes do comportamento do produtor em público. Duas investigações chegaram a ser conduzidas pelo departamento de recursos humanos da produtora CBS Television Studios sobre o comportamento de Kern tão logo ele assumiu a série, em 2016. A primeira não deu em nada. A segunda o obrigou a frequentar um treinamento de sensibilidade por seis meses, mas não o afastou do trabalho nem sequer durante este período. O caso foi tratado internamente e abafado, como assumiu a CBS em seu comunicado de dezembro, quando a situação chegou à imprensa. “Nós estávamos cientes dessas alegações quando aconteceram em 2016, e as levamos muito a sério”, disse a empresa em um comunicado. “Ambas as queixas foram respondidas imediatamente com investigações e medidas disciplinares subseqüentes. Enquanto não fomos capazes de corroborar todas as alegações, tomamos essa ação para contornar o comportamento e o estilo de gerenciamento, e não recebemos mais reclamações desde que isso foi implementado”. Apesar do teor da nota, o comportamento de Kern não se alterou, segundo sete pessoas ouvidas pela Variety, que pediram para não serem identificadas. “Ele discrimina as mulheres, as mães que trabalham e qualquer uma que ele não possa controlar”, disse uma fonte. O fato de ter sido chamado pelo RH virou até piada, afirmam. “Ele começou a dizer: ‘Eu não posso tocar em você, porque o RH me colocou uma coleira de choque’. Era hilário para ele. Esse foi o único resultado da investigação do RH”, afirma um funcionário que pediu demissão. A maioria dos ouvidos pela publicação informam que Kern “duplicou” suas observações questionáveis e comportamentos de assédio. “Ele foi encorajado”, destacou uma fonte. Kern teria o costume de fazer comentários de natureza sexual para as mulheres de sua equipe, dar-lhes massagens sem perguntar e também humilhá-las com frases pejorativas. Além disso, de acordo com múltiplas fontes, ele gosta de imitar de forma exagerada e ofensiva como falam os atores negros da série. Ele também vetou um casal interracial na atração, porque “não via como uma mulher branca poderia ser casada com um negro”. São muitas acusações. As mais graves afirmam que ele retalhou e demitiu impunemente a roteirista que fez uma das queixas contra ele, além de ter decidido afastar uma das atrizes do elenco porque não a achava “f*dível”. A atriz em questão era Zoe McLellan, que foi procurada pela Variety e preferiu não comentar. As fontes ressaltaram que o ambiente de trabalho na série é o pior possível. E que não adianta reclamar, porque o RH do CBS Television Studios não faz nada. A saída foi vir à público, o que tornou a pressão tão grande que Kern acabou caindo. Para cima. Virou consultor. Uma vitória que não pode ser festejada, já que demonstra que o movimento #MeToo não parece ter sensibilizado algumas hierarquias. Brad Kern é um produtor veterano da TV americana, com passagens por séries como “Remington Steele” (1982-1987), que lançou a carreira de Pierce Brosnan, e “Charmed” (1998-2006), estrelada por duas atrizes que tiveram destaque no movimento de denúncias de assédio em Hollywood, Rose McGowan e Alyssa Milano. E as histórias de bastidores sobre o que ele fazia na época de “Charmed” são de arrepiar, desde comentários explícitos na reunião dos roteiristas sobre as fotos da atriz Shannen Doherty na Playboy, sugestões para as roteiristas escreverem seus textos peladas, até a forma como se referia ao elenco da atração como “cadelas” e fazia pedidos para ser alertado quando “atrizes quentes” fossem fazer testes para participar de algum episódio. Nos EUA, as séries da franquia “NCIS” estão entre as mais vistas de toda a programação da TV aberta. Em sua 4ª temporada, o spin-off passado em New Orleans foi visto por mais de 8 milhões de telespectadores todas as semanas.











