Jacqueline Scott (1931 – 2020)
A atriz Jacqueline Scott, que integrou o elenco da série clássica “O Fugitivo”, morreu na quinta passada (23/7) de causas naturais, em sua casa em Los Angeles, aos 89 anos. Nascida em 25 de junho de 1931, em Sikeston, Missouri, Scott começou a carreira artística em competições de sapateado aos 3 anos de idade. Ela passou a fazer teatro duas décadas mais tarde, apos se mudar para Nova York, chegando a participar de produções da Broadway. Sua estreia no cinema aconteceu no terror “Macabre” (1958), de William Castle, que foi seguida por várias aparições em séries, entre elas “Mike Hammer”, “Perry Mason”, “77 Sunset Strip”, “Bat Masterson”, “Paladino do Oeste”, “Laramie”, “Gunsmoke”, “Os Intocáveis”, “Rota 66”, “Missão: Impossível”, “Além da Imaginação” e “5ª Dimensão” (The Outer Limits). Em 1964, ela foi escalada para um pequeno papel na 1ª temporada de “O Fugitivo”, como Donna, a irmã casada de Richard Kimble (David Janssen), o fugitivo do título. A princípio prevista para um episódio, a personagem acabou voltando nas duas temporadas derradeiras do fenômeno de audiência da rede ABC, incluindo o capítulo final, assistido por 78 milhões de espectadores em 1967. Outro registro marcante de seu currículo televisivo foi o episódio “The Parallel”, exibido em 1963 em “Além de Imaginação” (Twilight Zone), em que viveu a esposa de um astronauta (Steve Forrest), que voltava do espaço achando o mundo bem diferente de quando o deixou. Scott também participou do cultuado filme B “Prisão de Mulheres” (1962), do western “O Último Tiro” (1968), em que foi casada com o xerife vivido por James Stewart, do suspense “Encurralado” (1971), de Steven Spielberg, e de três filmes de Don Siegel: o neo-noir “O Homem que Burlou a Máfia” (1973), como esposa de Walter Matthau, o thriller “O Telefone” (1977), com Charles Bronson, e a comédia “Jogando com a Vida” (1982). Seus últimos papéis incluem uma participação na série “Arquivo Morto” (Cold Case) em 2004 e no filme “Sugar Boxx” (2009), homenagem trash aos dramas de “Prisão de Mulheres”, como o cult que ela estrelou nos anos 1960. “Eu queria interpretar sempre personagens diferentes. E consegui fazer isso”, disse ela em uma entrevista de 2016.
John Saxon (1935 – 2020)
O ator John Saxon, que enfrentou Bruce Lee em “Operação Dragão” e Freddy Krueger em três filmes de “A Hora do Pesadelo”, morreu neste sábado (25/7), de pneumonia aos 83 anos. Ítalo-americano do Brooklyn, o ator interpretou personagens de várias etnias durante sua longa carreira, iniciada em 1954 com figurações nos clássicos “Demônio de Mulher” e “Nasce uma Estrela”, ambos dirigidos por George Cukor. Mas seu nome verdadeiro não era John, muito menos Saxon. Ele nasceu Carmine Orrico em 5 de agosto de 1936. Filho mais velho de um imigrante italiano, teve seu destino decidido num dia em que decidiu faltar à aula e ir ao cinema. Na saída da sessão, foi parado por um agente de modelos que lhe deixou um cartão e convite para testes. E começou a fazer fotonovelas. Aos 17 anos, já tinha agente – o mesmo que lançou as carreiras de Rock Hudson e Tab Hunter – e pseudônimo. Decidido a fazer cinema, estudou atuação e voou para Hollywood, onde participou de um workshop da Universal e foi contratado para aparecer nos filmes do estúdio. Depois das primeiras figurações, conseguiu seu primeiro papel de coadjuvante no drama de delinquentes “Running Wild” (1955), com Mamie Van Doren – a Marilyn Monroe dos filmes B. A estreia como protagonista aconteceu logo em seguida, em “Curvas e Requebros” (1956), em que tinha uma banda de rock com Sal Mineo (“Juventude Transviada”). Ele também foi roqueiro em “Estação do Amor” (1957) e namorou Sandra Dee no drama “Corações em Suplício” (1958), enquanto estrelava comédias de diretores famosos, como “Tudo Pelo Teu Amor” (1958), de Blake Edwards, e “Brotinho Indócil” (1958), de Vincente Minnelli. Os papéis de adolescente chegaram ao fim no começo dos anos 1960, mas Saxon se reinventou. Ele integrou o elenco dos westerns “O Passado Não Perdoa” (1960), de John Huston, “Os Destruidores” (1960), com Jeff Chandler, e “Quadrilha do Inferno” (1961), com Audie Murphy, e protagonizou o drama de guerra “Obsessão de Matar” (1962), como um dos psicopatas mais realistas de Hollywood, até o fim de seu contrato com a Universal o levar a filmar na Itália. Entre títulos de spaghetti western e guerra, Saxon acabou descobrindo o terror no cinema italiano, ao estrelar “Olhos Diabólicos” (1963), do mestre Mario Bava, primeiro filme de um gênero em que acabou se especializando. A lista de terrores de sua filmografia inclui vários títulos cultuados, como “Queen of Blood” (1966), produção de Roger Corman sobre uma vampira espacial que inspirou o primeiro “Alien” (1979), e “Noite do Terror” (1974), que já ganhou dois remakes – o mais recente no ano passado. Mas houve uma fase, ao voltar da Europa, que ele viu sua carreira restrita a trabalhos televisivos. Saxon apareceu em vários episódios de séries clássicas, como “Cimarron”, “Bonanza”, “Winchester 73”, “O Rei dos Ladrões”, “Os Audaciosos”, “Têmpera de Aço”, “O Homem de Virgínia”, “Gunsmoke”, “Arquivo Confidencial”, “Galeria do Terror”, “Kung Fu” e chegou até a viver Marco Polo em “Túnel do Tempo”. Felizmente, Saxon conseguiu encaixar papéis de cinema entre os capítulos da semana. E alguns dos filmes que estrelou a seguir acabaram entrando para a história do cinema. Ele começou sua volta por cima ao aparecer como bandido mexicano caçado por Clint Eastwood no western “Joe Kidd” (1972), de John Sturges. E, principalmente, ao enfrentar e se aliar a Bruce Lee no cultuadíssimo “Operação Dragão” (1973), um dos mais influentes filmes de artes marciais de todos os tempos. O sucesso internacional de “Operação Dragão” lhe rendeu um segundo ciclo italiano, desta vez praticamente restrito ao gênero policial, trabalhando com os especialistas Alberto De Martino e Humberto Lenzi. Mas o retorno aos EUA não foi diferente da primeira vez. Saxon retornou ao universo das séries, mas por estar mais conhecido, foi escalado como o vilão do crossover de 1976 entre “O Homem de Seis Milhões de Dólares” e a “Mulher Biônica”, lutou contra Linda Carter em um episódio duplo de “Mulher-Maravilha” – como nazista! -, viveu um poderoso magnata do Oriente Médio que namorou Alexis Colby (Joan Collins) num arco de “Dinastia” e ainda apareceu em 32 episódios como pai de Lorenzo Lamas em “Falcon Crest”. Saxon fez mais uma tentativa de retornar a Hollywood com “O Cavaleiro Elétrico” (1979), estrelado por Robert Redford, e na “Guerra nas Estrelas” barata de Roger Corman, chamada “Mercenários das Galáxias” (1980). Mas acabou retornando mesmo foi ao cinema italiano, desta vez ao mondo bizarro de “Canibais do Apocalipse” (1980), de Antonio Margheriti, e ao célebre giallo “Tenebre” (1982), de Dario Argento. Esta fase de terror culminou em sua escalação na obra-prima do gênero “A Hora do Pesadelo” (1984), de Wes Craven, em que viveu o pai policial da protagonista Nancy Thompson (Heather Lagenkamp). Saxon voltou em mais duas continuações: na única sequência escrita por Craven, “A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos” (1987), e na versão metalinguística da saga, “O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger” (1994), em que viveu a si mesmo, o ator John Saxon, que interpretava o Tenente Thompson. Este também foi o terceiro e último filme de Craven na franquia. O renascimento como astro de terror o inspirou até a virar diretor. Ele comandou um único filme na carreira, “Corredor da Morte” (1988), similar às produções baratas que estrelou na Itália. Foi um fracasso tão grande que nunca mais se arriscou. Após uma fase de muitos filmes ruins lançados direto em vídeo, Saxon reapareceu como vilão de blockbuster em “Um Tira da Pesada III” (1994) e como policial num terror cultuado, “Um Drink no Inferno” (1996), dirigido por Robert Rodriguez e escrito e estrelado por Quentin Tarantino. Ele também coestrelou “Genghis Khan: The Story of a Lifetime” (2010), último trabalho do mestre britânico Ken Anakin, codirigido por Antonio Margheriti. E continuava ativo, com dois projetos em desenvolvimento no momento de sua morte. John Saxon foi casado três vezes, com a roteirista Mary Ann Murphy, a comissária de bordo que virou atriz Elizabeth Saxon e, desde 2008, com cosmetóloga Gloria Martel. Os sobreviventes incluem dois filhos, um neto e um bisneto batizado com seu nome.
The Right Stuff: Vídeos apresentam a minissérie sobre os primeiros astronautas
O canal pago National Geographic divulgou o pôster, uma cena completa e um vídeo de bastidores da minissérie “The Right Stuff”, adaptação do famoso livro “Os Eleitos”, de Tom Wolfe, sobre os primeiros astronautas americanos. A minissérie, que será disponibilizada na plataforma Disney+ (Disney Plus), narra a trajetória dos pilotos de teste americanos que foram selecionados para dar início ao programa espacial dos Estados Unidos. A cena divulgada, por sinal, é o momento em que a oferta é feita para os candidatos, avisando que apenas os melhores seriam escolhidos para ir ao espaço ou morrer tentando. “Os Eleitos” já foi adaptado para o cinema em 1983 em uma obra aclamada de Philip Kaufman, que fez grande sucesso e venceu quatro Oscars. Mas a versão da minissérie tem uma grande diferença em relação ao filme. Apesar de mais longa, deixa de lado um personagem importante: Chuck Yeager, responsável por quebrar a barreira do som. Supostamente melhor que todos os outros pilotos, ele não se interessou em virar astronauta. No filme de Kaufman, ele foi vivido por Sam Shepard e dividiu a trama central como contraponto aos “eleitos” do título. A nova versão vai se concentrar apenas nos sete astronautas do programa Mercury. Eles são vividos por Patrick J. Adams (“Suits”) como John Glenn, Jake McDorman (“Limitless”) como Alan Shepard, Colin O’Donoghue (“Once Upon a Time”) como Gordon Cooper, Michael Trotter (“Underground”) como Gus Grissom, Aaron Staton (“Mad Men”) como Wally Schirra, Micah Stock (“Amizade Dolorida”) como Deke Slayton e James Lafferty (“A Maldição da Residência Hill”) como Scott Carpenter. O elenco também inclui Nora Zehetner (“Designated Survivor”) como Annie Glenn, Shannon Lucio (“True Blood”) como Louise Shepard, Eloise Mumford (“Chicago Fire”) como Trudy Cooper, Rachel Burttram (“Bloodline”) como Betty Grisson, Eric Ladin (“Bosch”) como Chris Kraft e Patrick Fischler (“Happy!”) como Bob Gilruth. A série tem produção da Appian Way, produtora do ator Leonardo DiCaprio, e foi desenvolvida por Will Staples, um especialista em tramas de videogames – como “Need for Speed: Rivals” (2013) e “Call of Duty: Modern Warfare” (2011). A estreia ainda não tem data definida, mas um dos vídeos dá como previsão o período do outono norte-americano (entre setembro e novembro).
Sergio Ricardo (1932 – 2020)
O músico, escritor, pintor e cineasta Sergio Ricardo morreu na manhã desta quinta-feira (23/7), aos 88 anos no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. A causa da morte não foi divulgada. Um dos integrantes de primeira hora da bossa nova, autor de “Zelão” e também da belíssima “Folha de Papel”, gravada por Tim Maia, Sergio ficou conhecido nacionalmente, a contragosto, por ter quebrado um violão no II Festival da Música Brasileira em 1967, quando foi vaiado ao apresentar a canção “Beto Bom de Bola”. Anos mais tarde, no princípio da década de 1990, escreveu uma autobiografia que batizou de “Quem Quebrou meu Violão”. Mas antes do banquinho e o violão, ele já era conhecido pela câmera na mão. Sergio Ricardo, que na verdade se chamava João Lutfi, seu nome de batismo, começou a filmar em 1962 sem nunca ter quebrado recordes de bilheteria. Mesmo assim criou um trio de clássicos do cinema brasileiro. Ao todo, ele assinou seis filmes, incluindo dois curtas, a maioria com participação importante de seu irmão Dib Lufti, um dos mais famosos diretores de fotografia do Brasil. O primeiro curta, “Menino da Calca Branca” (1962), ainda contou com apoio de outro mestre do Cinema Novo, o cineasta Nelson Pereira dos Santos, que realizou sua montagem. A história do menino favelado que sonhava com uma calça nova foi lançada no Festival Karlovy Vary, na então Tchecoslováquia, e acabou premiada no Festival de San Francisco, nos EUA. O primeiro longa, “Êsse Mundo É Meu”, foi um drama social estrelado por Antonio Pitanga e abordava a vida dura na favela. Além de escrever e dirigir, Sergio Ricardo compôs sua trilha sonora, lançada em disco – a música-título também foi gravada por Elis Regina. E sua qualidade chamou atenção da crítica internacional. Na época, o critico e diretor francês Luc Moullet, em artigo publicado na revista Cahiers du Cinema, condenou a ausência da obra de Sérgio Ricardo no festival de Cannes de 1965 e listou “Êsse Mundo É Meu” entre os melhores filmes de 1964. Mas pouca gente viu, inclusive no Brasil, onde foi lançado em 1 de abril de 1964, junto do golpe militar que esvaziou as ruas e os cinemas do país. Sergio Ricardo costumava brincar que tinha sido seu primeiro fracasso cinematográfico. Vieram outros. Romance engajado, “Juliana do Amor Perdido” (1970) denunciava como fanatismo religioso mantinha o povo escravizado numa comunidade de pescadores, e foi exibido no Festival de Berlim. Mais proeminente, “A Noite do Espantalho” (1974) consagrou-se como a primeira ópera “rock” brasileira ou o primeiro filme-cordel. Rodada no “palco a céu aberto” de Nova Jerusalém, onde anualmente é encenada a Paixão de Cristo, a trama registrava a luta de camponeses contra um poderoso coronel latifundiário, que agia comandado por um dragão. Em meio a surrealismo e psicodelia sertaneja, o filme ainda revelou, de uma só vez, os talentos de Alceu Valença e Geraldo Azevedo. E arrancou elogios da crítica mundial, com sessões lotadas no Festival de Cannes e de Nova York. Seus três longas formaram uma trilogia não oficial sobre a crise social brasileira. O diretor começou na favela urbana, foi para o litoral distante e acabou no sertão nordestino. E nesse trajeto evoluiu do neorealismo preto e branco para o psicodelismo colorido, criando uma obra digna de culto. Mas apesar da grande repercussão internacional, os filmes do diretor não receberam a devida valorização no Brasil. Sem incentivo, ele acabou se afastando das telas. Só foi voltar recentemente, em 2018, para seu quarto e último longa-metragem, “Bandeira de Retalhos”, que sintetizou seus temas. O filme acompanhava a luta de moradores de uma favela carioca contra a desapropriação de suas casas, que políticos poderosos tinham negociado com empresários do setor imobiliário. A história, inspirada numa tentativa da Prefeitura do Rio de transformar o Vidigal num empreendimento de luxo em 1977, foi encampada pela ONG Nós do Morro e filmada com poucos recursos. Novamente com Antonio Pitanga em papel de destaque, além de Babu Santana. Mas pela primeira vez sem Dib Lufti atrás das câmeras, falecido em 2016, o que fez toda a diferença. “Bandeira de Retalhos” foi exibida na Mostra de Tiradentes, festival de filmes independentes, e nunca estreou comercialmente. O diretor acabou lançando o filme por conta própria no YouTube, em maio passado, no começo da pandemia de covid-19. Além do trabalho como cineasta, Sergio Ricardo ainda contribuiu com outros talentos para o cinema brasileiro. São dele as trilhas de clássicos como “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), “Terra em Transe” (1967) e “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (1969), para citar só obras de Glauber Rocha, entre muitas outras colaborações. Ele também foi ator, embora tenha desempenhado poucos papéis, como no clássico infantil “Pluft, o Fantasminha” (1962) e como narrador de “Terra em Transe”, além de aparecer em dois de seus filmes e ter estrelado a minissérie “Parabéns pra Você” em 1983, na rede Globo.
Netflix vai lançar longa animado de Richard Linklater sobre a Apollo 11
A Netflix fechou a aquisição de “Apollo 10 1/2: A Space Age Adventure”, o novo filme do diretor Richard Linklater (“Boyhood”). O longa é uma produção híbrida de animação e cenas live-action sobre o pouso da nave Apollo 11 na lua em 1969. Inspirado pela infância do diretor em Houston, no Texas, o filme vai contar a história do pouso histórico sob diferentes perspectivas: dos astronautas, do controle da missão e de um garoto entusiasmado, vizinho da NASA, que acompanha a saga pela TV. A produção terá participações de Jack Black (“Jumanji: Próxima Fase”) e Zachary Levi (“Shazam!”) e as filmagens com os atores reais terminaram em março, antes da pandemia paralisar as produções, faltando apenas a parte em animação do longa para ser finalizada. Linklater já fez anteriormente um híbrido animado, “O Homem Duplo” (2006), adaptação de um romance de Philip K. Dick estrelada por Keanu Reeves, Winona Ryder, Robert Downey, Jr. e Woody Harrelson.
Sci-fi clássica Aldeia dos Malditos vai virar série
O canal pago britânico Sky está desenvolvendo uma nova adaptação da sci-fi clássica “Village of the Damned”. A atração será uma minissérie, baseada no livro “The Midwich Cuckoos”, de John Wyndham, que inspirou o famoso longa de 1960, lançado no Brasil como “A Aldeia dos Amaldiçoados”, e seu remake de 1995 (“A Cidade dos Amaldiçoados”), feito pelo mestre John Carpenter – e com Christopher Reeve (o Superman) no papel principal. O roteirista David Farr, criador da série “Hanna“ e roteirista da minissérie “The Night Manager”, é o responsável pela adaptação. Lançado em 1956, o livro de Wyndham – assim como os filmes – conta a história de uma pacata vila inglesa chamada Midwich, onde uma série de eventos estranhos culmina com as mulheres da comunidade dando à luz crianças loiras com olhos brilhantes e poderes sobrenaturais. A nova versão ainda não tem previsão de estreia.
Netflix adquire forte candidato ao Oscar 2021
A Netflix adquiriu os direitos de “The Trial of the Chicago 7”, novo filme de Aaron Sorkin (“A Grande Jogada”), produzido por Steven Spielberg. O projeto é antigo. Sorkin, premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado por “A Rede Social”, assumiu o filme após Steven Spielberg desistir de tentar tirá-lo do papel – ele chegou a considerar dirigir o longa em 2008. A trama acompanha o julgamento de sete ativistas anti-Guerra do Vietnã que foram presos e julgados pelo governo dos Estados Unidos nos anos 1960. Eles fizeram uma grande manifestação durante a Convenção Nacional do Partido Democrata, em Chicago, no ano de 1968, quando foram detidos pela polícia. Acusados de conspiração e incitação ao tumulto, os sete se tornaram o centro de um debate na sociedade americana sobre os limites do direito de protesto e do uso da força policial para conter situações potencialmente tumultuosas. O julgamento também atraiu a atenção da mídia por refletir a repressão dos movimentos que se opunham à Guerra do Vietnã e assumiam posturas pacifistas. Alguns dos ativistas acabaram condenados, enquanto outros foram inocentados – eventualmente, no entanto, todas as sentenças foram suspensas. O roteiro é do próprio Sorkin, que o finalizou em 2013. Após se consolidar como diretor com “A Grande Jogada” (2017), ele acabou assumindo a frente do projeto também como diretor. Vale observar que essa história já foi filmada antes, em “The Chicago 8” (2011), que foi uma produção indie de pouca repercussão. A maior diferença de “The Trial of the Chicago 7” é seu elenco, que conta com Joseph Gordon-Levitt (“Snowden”) como Richard Schultz; Sacha Baron Cohen (“Alice Através do Espelho”) como Abbie Hoffman; Eddie Redmayne (“Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”) como Tom Hayden; Yahya Abdul-Mateen II (“Watchmen”) como Bobby Seale; Kelvin Harrison Jr. (“Ondas”) como Fred Hampton; Jeremy Strong (“Succession”) no papel de Jerry Rubin; Alex Sharp (“As Trapaceiras”) como Rennie Davis; Frank Langella (“Kidding”) como o juiz Julius Hoffman; Mark Rylance (“Ponte dos Espiões”) como o advogado William Kuntsler; e Michael Keaton (“Homem-Aranha: De Volta para Casa”) como o advogado Ramsey Clark. O elenco, porém, poderia ser ainda mais impressionante, caso o filme fosse feito na época em que Spielberg esteve à sua frente. Durante sua década de desenvolvimento, Will Smith (“Esquadrão Suicida”) quase foi escalado como Bobby Seale, fundador dos Panteras Negras e “oitavo acusado”, que acabou não indo a julgamento junto com os demais por ser condenado rapidamente por desacato e enviado à prisão pelo juiz do caso. Ele era o único negro do grupo. Heath Ledger (“Batman: O Cavaleiro das Trevas”) foi outro que esteve perto de viver Tom Hayden, ex-marido da atriz Jane Fonda e um dos sentenciados. Considerado um forte candidato a prêmios, o longa deve estrear em novembro, visando a temporada estendida do Oscar 2021.
Earl Cameron (1917 – 2020)
O ator Earl Cameron, um dos primeiros e maiores astros negros do cinema britânico, morreu na sexta-feira (3/7) em sua casa em Kenilworth, na Inglaterra, de causas não reveladas. Ele tinha 102 anos. Cameron virou ator por acaso. Imigrante de Barbados, trabalhava como lavador de pratos quando foi visitar um amigo nos bastidores de um musical no West End londrino no final dos anos 1940. Naquele dia, um ator foi demitido e ele acabou aproveitado no ensaio para cantar um refrão. Não só entrou na peça como participou de diversas montagens teatrais, antes de fazer sua estreia bombástica nas telas em 1951, escalado pelo célebre diretor Basil Dearden como um marinheiro recém-chegado de navio em Londres, no clássico noir “Beco do Crime”. Naquele filme, o personagem de Cameron se envolvia com uma garota branca (Susan Shaw), num contexto de racismo e crime que entrou para a História. Foi o primeiro romance interracial produzido pelo cinema britânico. Apesar desse começo impactante, ele foi relegado a papéis menores nos longas seguintes, atuando geralmente em produções passadas na África, ainda no período colonial britânico, como “Simba” (1955), “Odongo” (1956), “A Morte Espreita na Floresta” (1956), “A Marca do Gavião” (1957) e até na série “O Caçador Branco” (1957). Só foi voltar à Londres urbana em novo filme de Dearden, o clássico “Safira, a Mulher Sem Alma” (1959), noir excepcional, vencedor do BAFTA de Melhor Filme Britânico, que se passava nos clubes noturnos de jazz da capital inglesa e novamente revisitava as relações interracionais e o racismo contra imigrantes caribenhos. Desde vez, ele interpretou um médico, irmão da personagem-título. Era o assassinato de sua irmã, confundida com uma mulher branca pela polícia, que dava início à trama, apresentada como uma investigação de crime racial. Após outras aventuras coloniais, inclusive um Tarzan – foi parceiro do herói em “Tarzan, o Magnífico” (1960) – , ele estrelou seu terceiro drama racial, “Lá Fora Ruge o Ódio” (1961), mais uma vez numa relação com uma mulher branca. Dirigido por Roy Ward Baker, o drama trazia o ator como o operário-modelo de uma fábrica, que era selecionado para receber uma promoção, despertando grande ressentimento entre seus colegas brancos. Cameron fez outro Tarzan – “Os Três Desafios de Tarzan” (1963) – e sua maior produção colonial, “Os Rifles de Batasi” (1964), de John Guillermin, antes de virar um agente secreto aliado de James Bond em “007 Contra a Chantagem Atômica” (1965). Ele também participou de “Dezembro Ardente” (1973), romance estrelado e dirigido por Sidney Poitier em Londres, integrou a produção libanesa “Maomé – O Mensageiro de Alá” (1976), ao lado de Anthony Quinn, e voltou a contracenar com o intérprete de 007, Sean Connery, em “Cuba” (1979). Mas aos poucos tomou o rumo da TV, onde apareceu em dezenas de produções, inclusive nas célebres séries “Doctor Who” e “O Prisioneiro”, antes de dar uma pausa de 15 anos nas telas. Retornou apenas na década de 1990 para dar continuidade à longa filmografia. Entre seus trabalhos mais recentes estão o thriller “A Intérprete” (2005), de Sydney Pollack, estrelado por Nicole Kidman, o premiado “A Rainha” (2006), de Stephen Frears, que consagrou Helen Mirren, e “A Origem” (2010), de Christopher Nolan, com Leonardo DiCaprio.
Leonardo Villar (1923 – 2020)
O ator Leonardo Villar, consagrado pelo Festival de Cannes em “O Pagador de Promessas” (1962), morreu na manhã desta sexta-feira (3/7) em São Paulo, aos 96 anos, vítima de uma parada cardíaca. Ele tinha sido internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após se sentir mal na noite de quarta. Nascido em Piracicaba, no interior de São Paulo, Leonildo Motta (seu nome de batismo) foi virar Leonardo Villar no teatro. Ele atuou em peças da Companhia Dramática Nacional (CDN), no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e no programa televisivo de clássicos da dramaturgia “Grande Teatro Tupi” (entre 1952 e 1959) antes de ser alçado ao estrelato mundial como Zé do Burro, o personagem principal de “O Pagador de Promessas”. O filme tinha sido rejeitado pelo autor da peça original, Dias Gomes, após mudanças no texto promovidas pelo então galã transformado em cineasta Anselmo Duarte. Até os diretores do Cinema Novo atacaram a produção, jamais superando a inveja por sua consagração. Mas o fato é que “O Pagador de Promessas”, com um galã atrás das câmeras e um estreante no cinema diante delas, encantou a crítica mundial e faturou a Palma de Ouro. É até hoje, 58 anos depois, o único filme brasileiro vencedor de Cannes. E com o seguinte detalhe: venceu “apenas” os clássicos absolutos “O Anjo Exterminador”, de Luís Buñuel, “Cléo das 5 às 7”, de Agnès Varda, “O Eclipse”, de Michelangelo Antonion, e “Longa Jornada Noite Adentro”, de Sidney Lumet. Foi também o primeiro filme da carreira de Villar. Ator de teatro, ele ficou com o papel por insistência de Duarte, que recusou “sugestões” sucessivas para que Mazzaropi estrelasse o longa, o que facilitaria seu sucesso comercial. A grande ironia é que o filme tornou-se um sucesso justamente pela interpretação crível e inesquecível do ator, que deu vida ao simples Zé do Burro, um homem que só queria pagar uma promessa, carregando uma cruz gigante contra a vontade da Igreja local. Villar foi a alma de “O Pagador de Promessas”, carregando-o nas costas como o personagem, até o tapete vermelho da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, que encerrou a trajetória consagradora do longa com uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Graças à fama de Zé do Burro, Villar se estabeleceu como um dos principais astros do cinema brasileiro, dando vida a outros personagens e obras icônicas, como os papéis-títulos de “Lampião, Rei do Cangaço” (1964), de Carlos Coimbra, e o excepcional “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” (1965), de Roberto Santos, que lhe rendeu o troféu Candango de Melhor Ator no Festival de Brasília. Estabelecendo uma bem-sucedida parceria com Coimbra, ainda estrelou dois sucessos do diretor, “O Santo Milagroso” (1967) e “A Madona de Cedro” (1968), sem esquecer o maior título da carreira de Cacá Diegues, “A Grande Cidade ou As Aventuras e Desventuras de Luzia e Seus 3 Amigos Chegados de Longe” (1966). Ele viveu até Jean Valjean na versão brasileira de “Os Miseráveis”, clássico de Victor Hugo transformado em novela por Walther Negrão em 1967, na Bandeirantes. Mas a partir da entrada na rede Globo, com “Uma Rosa Com Amor” em 1972, praticamente trocou o cinema pelas novelas, com passagens por cerca de 30 sucessos da emissora, incluindo “Estúpido Cupido”, “Tocaia Grande”, a versão original e o remake de “Os Ossos do Barão”, “Barriga de Aluguel”, “Laços de Família”, “Pé na Jaca”, até “Passione”, seu último trabalho em 2011, em que viveu o divertido Antero Gouveia. Entre uma novela e outra, intercalou telefilmes da Globo, entre eles “O Duelo” (1973) e “O Crime do Zé Bigorna” (1974), com Lima Duarte, mas isso também significou longos períodos afastado do cinema. De todo modo, os poucos filmes da fase final de sua carreira marcaram época, como “Ação Entre Amigos” (1998), de Beto Brant, “Brava Gente Brasileira” (2000), de Lúcia Murat, e “Chega de Saudade” (2007), de Laís Bodanzky.
Respect: Jennifer Hudson é Aretha Franklin em novo teaser da cinebiografia
A MGM divulgou um novo pôster e o segundo teaser de “Respect”, cinebiografia da cantora Aretha Franklin (1942 – 2018). A prévia insere pequenos trechos do filme entre uma performance de Jennifer Hudson cantando a música que dá título à produção. Hudson já ganhou um Oscar ao viver uma cantora no cinema, no filme “Dreamgirls” (2006). Os breves vislumbres de cenas apontam que “Respect” é ambientado entre nos anos 1960 e 1970, período em que Aretha se consagra como uma das maiores artistas dos EUA, cantando clássicos imortais como “I Say a Little Prayer”, “Think”, “(You Make Me Feel Like) A Natural Woman” e a faixa-título, além de viver um conturbado relacionamento com seu então marido Ted White. A equipe criativa é estreante no cinema. O roteiro foi escrito por Tracey Scott Wilson, da série “The Americans” e da recente telebiografia “Fosse/Verdon”, enquanto a direção está a cargo de Liesl Tommy, que anteriormente comandou episódios de “The Walking Dead”, “Jessica Jones” e “Mrs. Fletcher”. Por outro lado, a produção é comandada por Scott Bernstein, que recentemente fez outra cinebiografia musical de sucesso, “Straight Outta Compton” (2015), e pelo produtor musical Harvey Mason Jr., que trabalhou com Franklin e também no filme “Dreamgirls”, que consagrou Hudson. Além de Hudson, o elenco ainda destaca Forest Whitaker (“Pantera Negra”), Tate Donovan (“Rocketman”), Leroy McClain (“A Maravilhosa Sra. Meisel”), Marlon Wayans (“Seis Vezes Confusão”), Marc Maron (“GLOW”), Tituss Burgess (“Unbreakable Kimmy Schmidt”), Audra McDonald (“The Good Fight”) e a cantora Mary J. Blige (“Mudbound”). A estreia está marcada para o Natal nos EUA e apenas em fevereiro de 2021 no Brasil.
Coisa Mais Linda: Nova versão de Garota de Ipanema na série é cantada por filha de Tom Jobim
A série “Coisa Mais Linda” estreou na Netflix na sexta passada (19/6) com uma novidade em seus primeiros minutos. A música que toca na abertura, a famosa “Garota de Ipanema”, ganhou nova interpretação. Na 1ª temporada, a canção composta por Tom Jobim e letrada por Vinícios de Moraes em 1962 era entoada em inglês pela cantora britânica Amy Winehouse (1983-2011). Agora, a música surge em outra gravação, feita em português por Maria Luiza Jobim, a caçula do maestro. A menina que Jobim venerou em “Samba de Maria Luiza” tem agora 33 anos, já fez parte do duo Opala e lançou seu primeiro disco solo, “Casa Branca”, no ano passado. Veja abaixo uma apresentação com o repertório do disco, gravada em fevereiro no programa “Cultura Livre”, da TV Cultura, com direito a outras canções de Tom Jobim.
Godfather of Harlem: Série que junta Malcolm X e máfia estreia no Brasil
A Fox Premium lança nesta sexta (19/6) a 1ª temporada de “Godfather of Harlem”, serie criminal de época dos criadores de “Narcos”, que é estrelada por Forest Whitaker (“Pantera Negra”). A produção é inspirada na vida real do chefão do crime Bumpy Johnson, papel de Whitaker, e retrata uma colisão do movimento dos direitos civis dos anos 1960 com o submundo do crime. A trama se passa no início da década de 1960 e acompanha o protagonista, um gângster negro, após cumprir dez anos de prisão e reencontrar o Harlem, que ele comandou, controlado pela máfia italiana. Disposto a retomar a influência sobre a região nova-iorquina, ele decide se aliar ao ativista radical Malcolm X, pegando carona nos discursos de agitação social para iniciar uma guerra pelo tráfico de drogas, que ameaça destruir a cidade. Uma curiosidade da produção é que o intérprete de Malcolm X, Nigel Thatch, já interpretou o famoso ativista no filme “Selma: Uma Luta Pela Igualdade” (2014). O elenco grandioso ainda incluiu Vincent D’Onofrio (o Chefão do Crime de “Demolidor”), Giancarlo Esposito (“Breaking Bad”), Ilfenesh Hadera (“Billions”), Paul Sorvino (“Os Bons Companheiros”), Chazz Palminteri (“Lendas do Crime”), Lucy Fry (“11.22.63”), Kelvin Harrison Jr. (“StartUp”) e Kathrine Narducci (“Power”). Além de estrelar, Whitaker também é um dos produtores da atração, ao lado dos criadores Chris Brancato e Paul Eckstein (de “Narcos”) A 1ª temporada de 10 episódios foi lançada em 29 de setembro nos EUA, pelo canal pago Epix, ocasião em que alcançou 91% de aprovação da crítica, no registro do site Rotten Tomatoes. Por conta disso, já recebeu encomenda para seu segundo ano de produção. O episódio de estreia será exibido no Brasil, pelo canal pago Fox Premium 1, nesta sexta, às 22h15, mas quem quiser maratonar já pode assistir toda a temporada inaugural, que foi disponibilizada completa no Fox Play. Veja um vídeo da atração abaixo.
Coisa Mais Linda: Trailer da 2ª temporada tem mais melodrama que bossa nova
A Netflix divulgou o trailer da 2ª temporada de “Coisa Mais Linda”, série brasileira passada na época da Bossa Nova, que chega ao streaming em 19 de junho. Apesar do contexto musical, a prévia opta pelo melodrama típico de novela ao dar maior ênfase à jornada de suas personagens femininas na sociedade machista do período, que chega aos anos 1960 nos novos episódio. Segundo a sinopse, Malu (Maria Casadevall) continua sendo a mesma mulher determinada, mãe dedicada e amiga leal. No entanto, após os acontecimentos do final da temporada inaugural, a mocinha ganha uma força interior, alimentada pelo trauma. Ela fica ainda mais forte, sem filtro e desinibida. Já Thereza (Mel Lisboa) opta por dedicar-se ao lar e à família, mas não demora muito para sentir falta do trabalho, criando conflito no casamento ao se aventurar em uma rádio. Enquanto isso, Adélia (Pathy Dejesus) deseja começar do zero a relação com Capitão (Ícaro Silva), decidida a seguir em frente, e sua irmã Ivone (Larissa Nunes) passa de uma adolescente típica a uma talentosa aspirante a artista, que tem a chance de provar sua capacidade numa indústria ainda dominada por homens, com a ajuda de Malu. Vale observar que Fernanda Vasconcellos, intérprete de Lígia, pouco aparece, o que pode ser uma dica sobre o que aconteceu após a tragédia do último episódio do drama. No elenco da 2ª temporada, também retornam Leandro Lima, Gustavo Machado, Alexandre Cioletti e Gustavo Vaz. Já entre os intérpretes dos novos personagens estão Val Perré, Breno Ferreira, Eliana Pittman, Angelo Paes Leme, Alejandro Claveaux e Kiko Bertholini. A nova temporada de “Coisa Mais Linda” terá apenas seis episódios de 50 minutos cada.












