Theresa Amayo (1933-2022)
A atriz Theresa Amayo morreu na madrugada desta segunda-feira (24/1), aos 88 anos, em decorrência de um câncer de rim. Ela estava em casa e lutava contra a doença desde o ano passado. Nascida em Belém, Theresa iniciou a carreira como atriz na década de 1950, época em que se lançou no teatro e começou a se projetar no cinema em diversos filmes, primeiro em melodramas como “Meu Dia Chegará” (1951), “Santa de Um Louco” (1953), “Perdidos de Amor” (1953) e “O Diamante” (1955), e depois em chanchadas como “Fuzileiro do Amor” (1957), “Na Corda Bamba” (1958), “O Camelô da Rua Larga” (1958), “O Barbeiro Que Se Vira” (1958) e “Eu Sou o Tal” (1959). O sucesso no cinema a levou para a televisão, onde se tornou uma das primeiras contratadas da TV Globo, atuando nas novelas inaugurais da emissora, como “O Rei dos Ciganos” (1966), “A Rainha Louca” (1967), “Sangue e Areia” (1968) e “A Última Valsa” (1969), época em que costumava fazer par romântico com Claudio Marzo. Ela também participou de “Pecado Capital” (1975) e produções modernas como “Senhora do Destino” (2004) e “Flor do Caribe” (2013). Em dezembro de 2004, sua família foi abalada por uma tragédia, quando a filha, o genro e o neto se tornaram vítimas do tsunami na Tailândia que deixou mais de 220 mil mortos. Nos últimos anos, tinha voltado ao cinema, participando de várias comédias, entre elas “S.O.S.: Mulheres ao Mar” (2014), “Sorria, Você Está Sendo Filmado” (2014), “Doidas e Santas” (2016) e “Sai de Baixo: O Filme” (2019).
Chris Evans pode viver Gene Kelly no cinema
O ator Chris Evans, intérprete do Capitão América no MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), pode interpretar o famoso astro Gene Kelly (1912–1996) no cinema. Atualmente sem título, o projeto é baseado em uma ideia original concebida pelo próprio Evans e acompanha um menino de 12 anos que trabalha nos estúdios da MGM em 1952, época do grande hit de Kelly, “Cantando na Chuva”. A criança cria uma amizade imaginária com a lendária estrela de cinema enquanto trabalha em seu próximo filme. O roteiro está sendo escrito por John Logan (“007 – Operação Skyfall”) e a produção vai incluir o cineasta Rian Johnson, marcando um reencontro do diretor com Evans após o hit “Entre Facas e Segredos” (2019). Em estágio inicial, o projeto ainda não tem nenhum estúdio anexado no momento.
Cara Williams (1925–2021)
A atriz Cara Williams, bombshell ruiva indicada ao Oscar por “Os Acorrentados” (1958), morreu aos 96 anos, informou seu sobrinho-neto, Richard Potter, na noite de sábado (11/12). “Minha tia-avó, que pode ter sido a última atriz sobrevivente da Era de Ouro de Hollywood, morreu na quinta-feira (9/12)”, escreveu ele. Nascida no Brooklyn, Nova York, Bernice Kamiat cresceu tendo o cinema como babá, já que sua mãe trabalhava como manicure ao lado do famoso Albee Theatre. A menina ficava vendo filmes enquanto a mãe cuidava dos clientes e seu pai trabalhava no jornal local. Via várias sessões consecutivas e aprendeu a decorar falas, o que foi um grande ensaio para sua carreira. Seu primeiro papel no cinema veio aos 16 anos de idade, uma pequena participação no faroeste “Cidade Sem Justiça”, de 1941, quando decidiu assumir o pseudônimo de Bernice Kay. Ela manteve o nome por dois filmes, trocando-o para Cara Williams ao completar 18 anos e assinar um contrato de exclusividade com a 20th Century Fox. Como Cara Williams, fez inúmeras figurações em clássicos da Fox dos anos 1940, inclusive no cultuado noir “Laura” (1944), até se destacar como femme fatale em “O Justiceiro” (1947), dirigido pelo mestre Elia Kazan. Mas foi só depois de trocar de estúdio na década seguinte que conseguiu papéis mais proeminentes, chegando a fazer par romântico com Red Skelton na comédia “Roubaram Meu Diamante!” (1954), da MGM. Geralmente escalada em papéis sensuais, ela teve sua fama de ruiva irresistível explorada e sintetizada num famoso número musical do filme “Viva Las Vegas” (1956), que pode ser conferido abaixo. Mesmo quando viveu seu papel mais importante, no drama de Stanley Kramer de 1958, a química teve desempenho importante na trama. Em “Os Acorrentados” (The Defiant Ones), deu vida a uma mãe solteira que tinha a casa invadida por dois presidiários foragidos, interpretados por Sidney Poitier e Tony Curtis. E não demorou a flertar com Curtis, fazendo planos a dois, enquanto enviava Poitier para a morte. Pelo desempenho, recebeu sua única indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante. Curiosamente, sua consagração no cinema a fez seguir para a televisão, onde voltou a se destacar com uma indicação ao Emmy de Melhor Atriz por “Pete and Gladys”. Nesta sitcom, ela vivia a Gladys do título, personagem introduzida (mas nunca vista) na série “December Bride” (1954-1959), onde era sempre mencionada como a esposa problemática de Pete (Harry Morgan), o vizinho dos protagonistas. “Pete and Gladys” durou duas temporadas, de 1960 a 1962, e consagrou o talento humorístico de Williams. Após o fim da série, ela fez participações em “The Red Skelton Show”, retomando a parceria de “Roubaram Meu Diamante!”, e chegou a ganhar seu programa próprio de comédia, “The Cara Williams Show”, que teve 30 episódios entre 1964 e 1965. Mas depois disso teve poucos papéis, incluindo um arco na série “Rhoda” em 1974 e pequenas participações nos filmes “Mulheres de Médicos” (1971) e “O Grande Búfalo Branco” (1977). Ela se despediu do cinema com “The One Man Jury” (1978), em que contracenou com seu filho, John Blyth Barrymore, irmão mais velho da atriz Drew Barrymore, fruto de seu casamento conturbado nos anos 1950 com o ator John Drew Barrymore (1932–2004).
Arlene Dahl (1925–2021)
A atriz Arlene Dahl, que estrelou a versão clássica de “Viagem ao Centro da Terra”, morreu nesta segunda (29/11) aos 96 anos. O anúncio foi feito por seu filho, o também ator Lorenzo Lamas (“Falcon Crest”) em seu Facebook. “Ela foi a influência mais positiva em minha vida”, ele escreveu. Dahl era conhecida pela beleza e por seus cabelos cor de fogo, que a transformaram em modelo de lingerie nos anos 1940 e namorada de John F. Kennedy, futuro presidente dos EUA, quando ele era senador por Massachusetts. Ela foi “descoberta” em Hollywood por ninguém menos que Jack Warner, fundador do estúdio Warner Bros., que se encantou ao vê-la numa campanha publicitária. Mas após ser aproveitada como simples figurante em seu primeiro filme, “Nossa Vida com Papai” (1947), Dahl fechou com a MGM para viver a personagem-título do musical “Minha Rosa Silvestre” (1947) – a irlandesa Rose Donovan, paixão da vida do tenor Chauncey Olcott (Dennis Morgan) – , chegando ao estrelato instantâneo com a ajuda de um colorido glamouroso. Mas apesar de seus cabelos vermelhos serem perfeitos para o technicolor, ela também estrelou alguns filmes famosos em preto e branco, como o drama de época “A Sombra da Guilhotina” (1949), sobre a Revolução Francesa, o western “Armadilha” (1950), dois dramas noir, “A Cena do Crime” (1949) e “O Mistério da Casa Grande” (1953), e três comédias com Red Skelton (outro ruivo famoso de Hollywood), “Pisando em Brasas” (1948), “Três Palavrinhas” (1950) e “O Homem das Calamidades” (1950). Neste período, ela se casou com o ator Lex Barker, um dos intérpretes mais conhecidos de Tarzan, mas o matrimônio durou só um ano (ele a trocou por Lana Turner). O relacionamento, porém, a influenciou a enveredar por aventuras épicas, colocando-a à frente do primeiro “Pantera Negra” (1952), filme sobre piratas do caribe, e “Legião do Deserto” (1953), em que viveu a princesa de uma cidade perdida do deserto argelino. Num desses filmes, “Sangari” (1953), sobre a luta pela independência dos EUA, conheceu o segundo marido, o argentino Fernando Lamas. Os dois voltaram a contracenar em “O Caçador de Diamantes”, lançado no mesmo ano, e se casaram no ano seguinte. Alguns de seus melhores papéis são desta fase, incluindo a comédia “O Mundo é da Mulher” (1954) e as tramas noir em que se consagrou como femme fatale: “O Poder do Ódio” (1956), “Lodo na Alma” (1956) e “A Fortuna é Mulher” (1957). Lançado em 1959, “Viagem ao Centro da Terra” acabou se tornando seu filme mais popular. Na superprodução da 20th Century Fox, ela interpretou uma viúva determinada que vai para o centro do planeta com Pat Boone e um pato de estimação. Concebido como resposta da Fox a “20.000 Léguas Submarinas” (1954), da Disney – ambos eram adaptações de clássicos literários de Jules Verne – , acabou impressionando público e crítica com seus efeitos visuais, indicados ao Oscar da categoria. Além do sucesso nas telas, a atriz se consagrou como empresária, transformando o convite par escrever uma coluna de beleza no jornal Chicago Tribune num negócio extremamente lucrativo. Ela fundou a Arlene Dahl Enterprises, que passou a comercializar lingerie e cosméticos, inventou o Dahl Beauty Cap, um boné de tricô para as mulheres usarem para dormir e evitar que o cabelo ficasse bagunçado e também desenvolveu uma linha de roupas boudoir, incluindo camisolas, négligées e pijamas relaxantes. Paralelamente, passou a publicar livros com dicas de beleza. O primeiro foi publicado em 1965 e vendeu mais de 1 milhão de exemplares. Vieram mais 14 nos anos seguintes. O começo da década também marcou o fim de seu casamento com Llamas e uma mudança de prioridades. Não por acaso, optou por se afastar das telas, voltando apenas em 1969 pelo prazer de fazer filmes franceses – ela estrelou duas produções na França, “Os Caminhos de Katmandou”, de André Cayette, e “Du Blé en Liasses”, de Alain Brunet. Milionária, Dahl se desinteressou por Hollywood. Entretanto, sua vida sofreu uma reviravolta inesperada. Um de seus seis maridos a deixou com uma pilha de dívidas impagáveis e, em 1980, ela pediu concordata, o que a levou a voltar a atuar. A partir daí, participou como convidada de vários episódios de “O Barco do Amor” e entrou na novela “One Life to Live”, onde permaneceu por alguns anos. Em 1991, contracenou pela primeira e única vez com o filho Lorenzo no thriller de ação “A Noite do Guerreiro Americano”, despedindo-se das telas no final daquela década, com passagens pelas série “Renegade” e “Air America”.
Baz Luhrmann libera primeiro teaser da cinebiografia de Elvis Presley
O diretor Baz Luhrmann (“O Grande Gatsby”) liberou a primeira mostra de sua cinebiografia de Elvis Presley, publicando um teaser do filme nas redes sociais. O vídeo curto mostra o ator Austin Butler (“Era uma Vez em… Hollywood”) de costas ou à distância em três momentos distintos da carreira do cantor, como um jovem roqueiro da metade dos anos 1950, em sua volta triunfal de 1968 e na chegada a um megashow dos anos 1970. O post também revelou que o filme será lançado em 24 de julho de 2022. A produção ainda sem título também destaca o ator Tom Hanks (“Finch”) como o coronel Tom Parker, empresário do Rei do Rock, Olivia DeJonge (a Ellie da série “The Society”) no papel de Priscilla, a esposa do cantor, e Maggie Gyllenhaal (a Candy de “The Deuce”) como Gladys, a mãe de Elvis. Filmado na Austrália, o filme enfrentou paralisação durante a pandemia, com direito a contágio de Tom Hanks, o que alterou sua estreia, originalmente prevista para este mês nos EUA. Elvis Monday⚡️ Made a little something to let you good people know we are taking care of business on June 24, 2022.#Elvis #TCB pic.twitter.com/grf8IGqfw9 — Baz Luhrmann (@bazluhrmann) November 15, 2021
Nicole Kidman vira Lucille Ball em trailer de filme biográfico
A Amazon Prime Video divulgou o pôster e o primeiro teaser de “Being the Ricardos”, filme que transforma Nicole Kidman e Javier Bardem em Lucille Ball e Desi Arnaz, casal icônico que estrelou o famoso sitcom “I Love Lucy” (1951-1957). A prévia destaca os bastidores da produção, optando por só mostrar Kidman como Lucy numa cena rápida, que troca a cor apresentada até então pelo preto e branco de um episódio clássico da série antiga, que revolucionou as comédias televisivas. A trama se passa durante uma semana de produção de “I Love Lucy”, quando Lucy e Desi enfrentam uma crise que pode encerrar suas carreiras e seu casamento. Roteiro e direção são assinados por Aaron Sorkin (“Os 7 de Chicago”) e o elenco também inclui J.K. Simmons (“Liga da Justiça”), Jake Lacy (“The White Lotus”), Nina Arianda (“Goliath”), Alia Shawkat (“Search Party”), Tony Hale (“Veep”) e Clark Gregg (“Agents of SHIELD”). A estreia em streaming está marcada para 21 de dezembro, aquecendo ainda mais a temporada que precede as indicações do Oscar.
Katherine Waterston entra na 2ª temporada de “Perry Mason”
A atriz Katherine Waterston (da franquia “Animais Fantásticos”) entrou no elenco da 2ª temporada da série “Perry Mason”, da HBO. Ela vai interpretar Ginny Aimes, a professora dos sonhos de todos os pais – e do filho de Perry Mason (Matthew Rhys) – , enquanto a sinopse, que a descreve como um raio de sol que aquece Mason, sugere um possível romance ilícito. Além de Waterston, as novidades da 2ª temporada incluem Peter Mendoza (“NCIS”), Hope Davis (“Love Life”), Jon Chaffin (“BMF”), Fabrizio Guido (“Mr. Iglesias”), Onohoua Rodriguez (“The Shield”) e Jee Young Han (“Zoey’s Extraordinary Playlist”). A trama vai se passar alguns meses após o julgamento do caso Dodson, visto na 1ª temporada, com Perry se mudando da casa na fazenda e trocado sua jaqueta de couro por um terno bem passado. Apesar disso, a história se passa no pior ano da Depressão, o que faz Perry e Della (Juliet Rylance) buscarem casos civis para sua firma, abandonando o trabalho criminal. Infelizmente, não há muito trabalho para Paul (Chris Chalk) em testamentos e contratos, então ele fica por conta própria. Mas um caso proeminente acaba domina a atenção de Los Angeles, e a constante busca de justiça da parte de Perry revela que nem tudo é o que parece. O revival de “Perry Mason” foi desenvolvido pelos roteiristas Rolin Jones e Ron Fitzgerald (ambos de “Friday Night Lights”) para a Team Downey, a produtora do ator Robert Downey Jr., que antes de fazer a série chegou a considerar uma adaptação cinematográfica. O maior atrativo da atração é justamente a possibilidade de explorar sua encenação nos anos 1930, época dos primeiros livros do personagem, criado por Erle Stanley Gardner. Essa característica não chamou atenção nos filmes e séries anteriores, porque eram contemporâneos dos livros – os sete longas de “Perry Mason” foram lançados entre 1934 e 1940 e a série imensamente popular, que consagrou o ator Raymond Burr, foi ao ar de 1957 e 1966. As histórias eram contemporâneas porque Gardner só parou de escrever os casos do mais famoso advogado da literatura ao morrer em 1970 – ele até apareceu no último episódio da série clássica, em 1966.
Belfast: Vencedor do Festival de Toronto ganha trailer nostálgico e tenso
A Focus Features divulgou mais um pôster e o segundo trailer de “Belfast”, novo filme do diretor Kenneth Branagh (“Assassinato no Expresso do Oriente”), que venceu o Festival de Toronto ao recriar o período de tumultos políticos da Irlanda do Norte pelo olhar de um menino de uma família da classe trabalhadora. Predominantemente em preto e branco, a prévia alterna momentos de nostalgia alegre com cenas de tensão, evocando os sonhos, as músicas e até as séries de TV dos anos 1960, mas também os perigos da era dos “troubles”, quando enfrentamentos entre nacionalistas que queriam a independência do país e as autoridades leais ao Reino Unido levaram a uma escalada de violência, com terrorismo de um lado e arbitrariedades do outro. O elenco da produção destaca Jamie Dornan (“Cinquenta Tons de Cinza”), Caitriona Balfe (“Outlander”), Judi Dench (“007 – Operação Skyfall”), Ciaran Hinds (“Game of Thrones”) e o menino Jude Hill, em sua estreia no cinema, como a família principal. Vencedor de mais três prêmios internacionais, “Belfast” tem lançamento previsto para 12 de novembro nos EUA e apenas três meses depois, em fevereiro de 2022 no Brasil.
Nicole Kidman vira Lucille Ball no primeiro teaser de filme biográfico
A Amazon Prime Video divulgou o pôster e o primeiro teaser de “Being the Ricardos”, filme que transforma Nicole Kidman e Javier Bardem em Lucille Ball e Desi Arnaz, casal icônico que estrelou o famoso sitcom “I Love Lucy” (1951-1957). A prévia destaca os bastidores da produção, optando por só mostrar Kidman como Lucy numa cena rápida, que troca a cor apresentada até então pelo preto e branco de um episódio clássico da série antiga, que revolucionou as comédias televisivas. A trama se passa durante uma semana de produção de “I Love Lucy”, quando Lucy e Desi enfrentam uma crise que pode encerrar suas carreiras e seu casamento. Roteiro e direção são assinados por Aaron Sorkin (“Os 7 de Chicago”) e a estreia está marcada para 21 de dezembro, aquecendo ainda mais a temporada que precede as indicações do Oscar.
Tommy Kirk (1941-2021)
O ex-astro mirim Tommy Kirk, um dos maiores ídolos das produções da Disney nas décadas de 1950 e 1960, morreu na noite de terça (28/9) aos 89 anos. A causa da morte não foi revelada. Ele era gay e vivia sozinho, após romper os laços com a família por sua orientação sexual, mas mantinha amizade próxima com a ex-colega Beverly Washburn, com quem contracenou em seu primeiro sucesso de cinema, “O Meu Melhor Companheiro”, de 1957. Os dois se conheceram crianças e nunca se afastaram. Eram, de fato, vizinhos e foi ela quem comunicou sua morte. Em uma entrevista de 1993 à revista Filmfax, Kirk contou que percebeu que era gay aos 17 anos e que isso quase destruiu sua carreira. “Disney era um estúdio de cinema familiar e eu deveria ser o protagonista jovem de seus principais filmes. Depois que descobriram que eu estava envolvido com outro homem, foi o fim da minha trajetória com a Disney. ” “Eu considero minha adolescência como sendo desesperadamente infeliz”, disse Kirk na entrevista. “Eu sabia que era gay, mas não tinha como expressar meus sentimentos. Era muito difícil conhecer pessoas e, naquela época, não havia lugar para ir para se socializar. Foi só no início dos anos 1960 que comecei a ouvir falar de lugares onde os gays se reuniam. Aquele estilo de vida não era reconhecido e eu me sentia muito, muito sozinho. Oh, eu tive alguns encontros breves e muito apaixonados quando adolescente, eu tive alguns casos, mas eles sempre foram clandestinos, coisas do tipo beco sem saída. Éramos desesperados e miseráveis”, desabafou. “Quando eu tinha cerca de 17 ou 18 anos, finalmente admiti para mim mesmo que era isso mesmo, eu não iria mudar. Não sabia quais seriam as consequências, mas tinha a sensação definitiva de que isso destruiria minha carreira na Disney e talvez toda minha carreira de ator. Tudo iria acabar.” A carreira de Tommy Kirk começou de forma impactante em 1956, quando foi escalado, aos 15 anos de idade, como Joe Hardy na adaptação da Disney para os personagens dos livros de mistérios juvenis “Os Hardy Boys”. A trama seriada de “The Hardy Boys: The Mystery of the Applegate Treasure” era exibida como um segmento da versão clássica do “Clube do Mickey”, e seus episódios com tesouros enterrados, pistas misteriosas e esqueletos fizeram tanto sucesso que foram seguidos por uma 2ª temporada, “The Hardy Boys: The Mystery of the Ghost Farm”. A repercussão positiva animou o estúdio a escalar o jovem em seu primeiro longa-metragem. Com direção de Robert Stevenson, que ainda faria os blockbusters “Mary Poppins” e “Se Meu Fusca Falasse” nos anos 1960, “O Meu Melhor Companheiro” marcou a transformação do então adolescente de 16 anos em ícone da Disney. A história do menino que resgatava um vira-latas que parecia não prestar para nada, mas se torna inestimável para uma família no campo, foi uma das maiores bilheterias de cinema de 1957. A Disney tratou de juntar o menino com mais um cachorro em seu filme seguinte, “Felpudo, o Cão Feiticeiro” (1959), mas teve (ainda) mais sucesso com o terceiro lançamento, “A Cidadela dos Robinson”, aventura clássica dirigida por outro mestre, Ken Annakin. A história da família de náufragos que enfrentava piratas numa ilha deserta também marcou época por ser o primeiro filme com personagem queer da Disney, a menina Roberta (Janet Munro), que disfarçava sua identidade para passar por um menino. Kirk também apareceu em “O Fantástico Super-Homem” (1961) e “O Fabuloso Criador de Encrencas” (1963), em que Fred MacMurray deu vida ao professor aloprado Ned Brainard, um inventor atrapalhado que sempre criava problemas. Os dois filmes marcaram novas parcerias com o diretor Robert Stevenson, que em seguida escalou Kirk em seu primeiro papel de protagonista adolescente, “As Desventuras de Merlin Jones” (1964). Foi outro sucesso, que teve continuação em “O Maravilhoso Homem que Voou” (1965), último filme do ator na Disney. Os filmes de Merlin Jones fizeram esforço para estabelecer Annette Funicello como par romântico de Kirk. Os dois começaram a atuar juntos no musical infantil “Uma Aventura na Terra dos Brinquedos”, em 1961, e ao chegarem à puberdade chegaram a encenar cenas mais picantes em “Ele, Ela e o Pijama” (1964), o primeiro lançamento “adulto” do ator fora da Disney. Ao contrário do que Kirk imaginava, o rompimento com a Disney não foi o fim de sua carreira. Funicello o trouxe para a franquia da Turma da Praia. Depois de “Ele, Ela e o Pijama”, que tinha conexão distante com o universo dos surfistas pela participação da gangue dos motoqueiros liderada por Eric Von Zipper (o impagável Harvey Lembeck), Kirk permaneceu naquele universo para estrelar “Fantasma de Biquini” (1966), novamente com Lembeck, “O Mundos dos Biquínis” (1967), terror da Turma da Praia com Boris Karloff (o primeiro “Frankenstein”), e a aventura caiçara “Catalina Caper” (1967). O ator ainda estrelou filmes trash de sci-fi que acabaram se tornando cultuados, como “A Cidade dos Gigantes” (1965), ao lado dos então jovens Ron Howard e Beau Bridges, e “Mars Needs Women” (1968), com a eterna Batgirl Yvonne Craig. Ainda enfrentou o supervilão Dr. Goldfoot no terceiro filme do personagem vivido por Vincent Price, “The Wild Weird World of Dr. Goldfoot”, substituindo o astro da Turma da Praia Frankie Avalon no pastiche de 007, sem esquecer sua tentativa de ser veloz e furioso no filme de corridas “Rivais no Volante” (1967). De fato, boa parte da filmografia de Kirk nos anos 1960 poderia ser descrita, de uma forma ou outra, como cult movies. Mas nem todas as produções trash em que ele se meteu deram certo. Depois de um par de terrores muito, mas muito ruins, “Blood of Ghastly Horror” (1967) e “It’s Alive” (1969), ele finalmente empacou. Ele fez só dois longas na década de 1970 e, depois disso, só voltou aos cinemas em 1995 na comédia sci-fi “Altas Confusões”, remake satírico do clássico “A Mulher de 15 Metros” (1958). Após mais um punhado de terrores lançados direto em vídeo, o ator encerrou a carreira em 2001 com um filme de vampiro, “The Education of a Vampire” (2001). Em 2006, a Disney finalmente demostrou ter superado o preconceito para reconhecer a importância de Kirk para a História do estúdio. Ele e Tim Considine, os dois intérpretes dos irmãos Hardy na série dos anos 1950, foram saudados como Disney Legends, uma honra concedida a poucos artistas por suas contribuições extraordinárias para a The Walt Disney Company. Na cerimônia, Kirk desejou, para sua posteridade, “ser lembrado por meu trabalho na Disney, como ‘O Meu Melhor Companheiro’ e ‘A Cidadela dos Robinson'”. E contou como se sentiu orgulhoso no dia em que Walt Disney o apresentou para a famosa colunista de fofocas Hedda Hopper como seu amuleto da sorte. Tommy Kirk foi um dos maiores campeões de bilheteria da Disney, antes de ser descartado pelo estúdio por homofobia. “O Meu Melhor Companheiro” foi selecionado para preservação por inestimável importância histórica e cultural no Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos pela Biblioteca do Congresso em 2019.
“Belfast”, novo filme de Kenneth Branagh, vence Festival de Toronto
“Belfast”, novo filme do diretor Kenneth Branagh (“Assassinato no Expresso do Oriente”), foi o grande vencedor do Festival de Toronto. A produção levou o People’s Choice Award durante o encerramento do evento na noite deste sábado (18/9). O principal prêmio de Toronto não tem júri e é resultado da votação do público do festival canadense. E o gosto desse público costuma bater com os eleitores do Oscar. No ano passado, por exemplo, “Nomadland” venceu Toronto e, meses depois, o Oscar de Melhor Filme. Além de “Belfast”, o People’s Choice Award destacou “Scarborough”, drama indie canadense dirigido por Shasha Nakhai e Rich Williamson, e “The Power of the Dog”, western da diretora Jane Campion produzido pela Netflix, em 2º e 3º lugares, respectivamente, além de “The Rescue”, dos diretores E. Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin, como melhor documentário, e “Titane”, da francesa Julia Ducournau, que venceu o Festival de Cannes, como melhor título da mostra Midnight Madness. “Estou emocionado, tocado e profundamente grato”, disse Branagh em comunicado sobre a conquista de “Belfast”. O drama do cineasta também conquistou a crítica internacional, arrancando elogios rasgados durante sua passagem pelo festival canadense e pelo Festival de Telluride, nos EUA. “Um dos melhores filmes do ano, sem dúvida”, definiu o veteraníssimo crítico Pete Hammond no site Deadline. Com suas principais cenas rodadas em preto e branco, o longa recria o período de tumultos políticos do final dos anos 1960 na Irlanda do Norte pelo olhar de um menino de uma família da classe trabalhadora. Considerado o filme mais pessoal de Branagh, que cresceu na região retratada, “Belfast” alterna momentos de nostalgia alegre com cenas de tensão, evocando os sonhos, a música, os filmes e as séries da época, mas também os perigos dos “troubles”, quando enfrentamentos entre nacionalistas católicos que queriam a independência do país, protestantes que defendiam o status quo e as autoridades leais ao Reino Unido levaram a uma escalada de violência, com terrorismo de um lado e arbitrariedades do outro. O elenco da produção destaca Jamie Dornan (“Cinquenta Tons de Cinza”), Caitriona Balfe (“Outlander”), Judi Dench (“007 – Operação Skyfall”), Ciaran Hinds (“Game of Thrones”) e o menino Jude Hill, em sua estreia no cinema, como a família principal. O filme tem lançamento previsto para 16 de dezembro no Brasil. Veja abaixo o trailer americano da produção.
Belfast: Novo filme de Kenneth Branagh é considerado “um dos melhores do ano”
“Belfast”, novo filme do diretor Kenneth Branagh (“Assassinato no Expresso do Oriente”), teve sua première no Festival de Telluride neste fim de semana, e segundo as primeiras críticas publicadas nos EUA, posicionou-se para brigar pelo Oscar. O filme, que recria o período de tumultos políticos da Irlanda do Norte pelo olhar de um menino de uma família da classe trabalhadora, foi considerado “um dos melhores do ano, sem dúvida”, pelo veteraníssimo crítico Pete Hammond no site Deadline. Além de rasgar elogios para o diretor, que nasceu em Belfast na época retratada, ele chama a fotografia em preto e branco e a recriação cenográfica da época de “impressionantes”, e não esquece de elogiar a trilha sonora, com oito canções de Van Morrison, definindo o filme como “fantástico”. A crítica do também experiente Stephen Farber, na revista The Hollywood Reporter, apontou que se trata do “filme mais pessoal” de Branagh, que também assinou o roteiro, baseando-se em memórias de sua infância. E destacou que a emoção transmitida pela história “é marcante”. “Apesar de falhos, os personagens principais são tão bem definidos e lindamente interpretados que não podemos deixar de nos envolver em suas lutas diárias, bem como na decisão mais ampla que eles enfrentam sobre abandonar sua casa pela perspectiva incerta de novos horizontes”, apontou. Outro crítico respeitado, Peter Debruge, da revista Variety, comparou “Belfast” a “Roma”, do mexicano Alfonso Cuarón, que também era uma produção em preto e branco centrada nas memórias de seu diretor e igualmente girava em torno de uma família num período de conflitos civis – e que acabou conquistando três Oscars em 2019. Mas chama atenção para uma diferença importante entre os dois trabalhos. “Anos de palco ensinaram Branagh como comover e manipular uma audiência, e esses instintos tornam sua história muito mais acessível que a de Cuarón”. Predominantemente em preto e branco, “Belfast” alterna momentos de nostalgia alegre com cenas de tensão, evocando os sonhos, a música, os filmes e as séries da época, mas também os perigos dos “troubles”, quando enfrentamentos entre nacionalistas católicos que queriam a independência do país, protestantes que defendiam o status quo e as autoridades leais ao Reino Unido levaram a uma escalada de violência, com terrorismo de um lado e arbitrariedades do outro. O elenco da produção destaca Jamie Dornan (“Cinquenta Tons de Cinza”), Caitriona Balfe (“Outlander”), Judi Dench (“007 – Operação Skyfall”), Ciaran Hinds (“Game of Thrones”) e o menino Jude Hill, em sua estreia no cinema, como a família principal. Após a première em Telluride, o filme será exibido na próxima semana no Festival de Toronto, no Canadá, e tem lançamento previsto para 16 de dezembro no Brasil. Veja abaixo o trailer americano da produção.
Belfast: Drama de Kenneth Branagh ganha trailer nostálgico e tenso
A Focus Features divulgou o pôster e o trailer de “Belfast”, novo filme do diretor Kenneth Branagh (“Assassinato no Expresso do Oriente”), que recria o período de tumultos políticos da Irlanda do Norte pelo olhar de um menino de uma família da classe trabalhadora. Predominantemente em preto e branco, a prévia alterna momentos de nostalgia alegre com cenas de tensão, evocando os sonhos, a música e até as séries de TV, mas também os perigos dos anos 1960, a era dos “troubles”, quando enfrentamentos entre nacionalistas que queriam a independência do país e as autoridades leais ao Reino Unido levaram a uma escalada de violência, com terrorismo de um lado e arbitrariedades do outro, culminando no massacre conhecido como “Bloody Sunday”. O elenco da produção destaca Jamie Dornan (“Cinquenta Tons de Cinza”), Caitriona Balfe (“Outlander”), Judi Dench (“007 – Operação Skyfall”), Ciaran Hinds (“Game of Thrones”) e o menino Jude Hill, em sua estreia no cinema, como a família principal. Com première marcada para este mês nos festivais de Toronto, no Canadá, e Telluride, nos EUA, “Belfast” tem lançamento previsto em 16 de dezembro no Brasil.











