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    Aquarius ganha classificação livre para todas as idades na França

    7 de setembro de 2016 /

    O filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, foi classificado como livre para todas as idades na França. Mas a decisão da CNC (Le Centre National du Cinéma et de l’Image Animée), entidade que regula o setor, não tem a conotação politizada que andou ganhando em alguns sites. Afinal, assim como “Aquarius”, “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert, também recebeu a mesma classificação. No Brasil, os dois filmes foram exibidos com recomendação indicativa para maiores de 16 anos. O mercado de cinema francês é o mais liberal do mundo, e apenas pornografia recebe classificação para maiores de 18 anos. Filmes com closes de sexo explícito, como “Love”, “Um Estranho no Lago” e “Ninfomaníaca”, receberam indicação para maiores de 16 anos no país. Mas para balizar com um parâmetro mais expressivo, o drama francês “Azul É a Cor Mais Quente”, que tem longas cenas de sexo lésbico explícito, foi exibido para maiores de 12 anos no país. No Brasil, a classificação dos quatro longas citados foi de 18 anos e as empresas nacionais de replicação de Blu-ray se recusaram a produzir seus discos, devido ao conteúdo.

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    Impeachment de Dilma vai render pelo menos cinco documentários

    2 de setembro de 2016 /

    São pelo menos cinco os documentários que estão sendo rodados em torno do Impeachment de Dilma Rousseff, apurou o jornal Folha de S. Paulo. As equipes se tornaram presença frequente nos corredores do Congresso e do Palácio da Alvorada, mas principalmente entre os políticos do PT, o que teria fomentado desconfiança da oposição. “Me incomoda muito acharem que vamos fazer um filme panfletário. É um trabalho de nuances, um registro histórico”, disse Petra Costa (de “Elena”) ao jornal, sobre sua intenção. Só o seu documentário teria registrado mais de 500 horas de gravações. Assim como o filme de Petra, o documentário da brasiliense Maria Augusta Ramos (“Justiça”) também teve acesso à reuniões fechadas de senadores da bancada do PT, que compõem a maioria das horas de sua filmagem. Mas haveria registros também de desabafos e críticas à atuação da própria Dilma e do partido. Para Maria Augusta, a decisão de filmar o impeachment foi motivada por “angústia pessoal”. Outro documentário está sendo tocado a três, por Anna Muylaert (“Que Horas Ela Volta?”), César Charlone (“O Banheiro do Papa”) e Lô Politi (“Jonas”), que centram sua narrativa na crise política a partir da perspectiva de Dilma. “É sobre o afastamento da primeira mulher eleita”, diz Lô, que teve acesso ao Palácio da Alvorada e à privacidade da presidente deposta. Sem a mesma intimidade com os poderosos, o goiano Adirley Queirós (“Branco Sai, Preto Fica”) optou por documentar a crise fora dos corredores do poder. Intitulado “Era Uma Vez Brasília”, seu filme é feito de entrevistas com pessoas comuns da capital e da cidade-satélite de Ceilândia, onde vive. “É político, mas o foco é como as pessoas que não são políticas veem tudo isso”, explicou à Folha. Fontes sugerem ainda que um quinto documentário estaria sendo rodado pelo especialista Silvio Tendler (“Jango” e “Os Anos JK”), um dos principais documentaristas brasileiros, que seria mais focado em toda a crise política, mas o jornal não conseguiu contato com o diretor para confirmar. É importante observar que os documentários não deverão ter isenção, o que é absolutamente normal, já que cabe aos cineastas decidirem o que devem filmar. Melhor assumirem lado do que tentar convencer o público de que oferecem visões imparciais do Impeachment. Afinal, Anna Muylaert chegou a participar de manifestações contra o Impeachment, César Charlone pediu voto para Dilma em vídeo que circulou nas últimas eleições e Lô Politi foi ainda mais longe, trabalhando junto com o marqueteiro João Santana na mitológica campanha da reeleição de Dilma. A cineasta Maria Augusta Ramos, por sua vez, assinou em março a “Carta ao Brasil, em defesa da democracia e contra a tentativa de golpe”. Já a família de Petra Costa é muito próxima de Lula, tendo, segundo o blog O Antagonista, pago uma cirurgia plástica para Luriam, filha do ex-presidente e a hospedado em Paris. Além disso, Petra é herdeira da Andrade Gutierrez, uma das empresas enredadas na Lava Jato, cujo ex-presidente delatou ter pago despesas da eleição de Dilma. Não há informações sobre a origem do financiamento dos filmes.

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    Documentário de Anna Muylaert inspira petistas a atuar de forma agressiva no Senado

    27 de agosto de 2016 /

    Um espetáculo de baixo nível política é o atual sucesso da TV Senado. Trata-se do processo de Impeachment de Dilma Rousseff, que vem registrando destempero assustador da parte dos representantes eleitos do povo. Mas, segundo apurou a Folha de S. Paulo, os bate-bocas protagonizados por petistas no Congresso Nacional não visam a TV e sim o cinema. Dez entre dez senadores da situação atribuem a beligerância e a catimba praticada pelos defensores de Dilma no plenário do Senado ao documentário que está sendo filmado por Anna Muylaert (“Que Horas Ela Volta?”) sobre o processo de impeachment. Os senadores alinhados ao governo dizem que os petistas estão “atuando”, fizeram a Casa “de palco de teatro” e “andam com script debaixo do braço” para cada fala. “Não estão preocupados com o processo. Estão preocupados em como serão mostrados no filme para o futuro”, disse um senador do DEM ao jornal. Muylaert participou ativamente de atos pró-Dilma e contra o “golpe”, e nesta semana retirou seu filme “Mãe Só Há Uma” da disputa da vaga brasileira ao Oscar 2017 como forma de pressão política contra a comissão do Ministério da Cultura.

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    Festival de Gramado confrontará Kleber Mendonça Filho e Marcos Petrucelli

    26 de agosto de 2016 /

    O Festival de Gramado começa na noite desta sexta-feira (26/8) com a exibição de “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. E o timing não podia ser midiático para o evento, que ainda homenageará a atriz do filme, Sonia Braga, com um troféu por sua belíssima carreira. No centro de uma ação política de “classe”, na definição usada pela atriz Ingra Lyberato, Kleber Mendonça Filho vem acusando o governo de persegui-lo. Provas disso seriam a classificação etária de “Aquarius” para maiores 18 anos (“Se, em 2016, um pênis ereto, filmado à distância, é motivo para ser 18 anos, eu entrego os pontos”) e o convite para o crítico Marcos Petrucelli participar da comissão que definirá o candidato brasileiro a uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2017. “Petrucelli nos caluniou ao dizer que fizemos o protesto em Cannes pagos pelo governo”, disse Filho à coluna Gente Boa, do jornal O Globo, durante a pré-estreia de “Aquarius” no Rio de Janeiro. Ele se refere a uma crítica à photo-op realizada durante o festival francês, quando a equipe de “Aquarius” levantou cartazes para denunciar que “O Brasil não é mais uma democracia” por ter sofrido um “golpe de estado”. Desde que seu nome apareceu na comissão, o crítico tem sido sistematicamente atacado por Kleber Mendonça Filho, pelo atrevimento de ter usado o Facebook para chamar a manifestação na terra do caviar de “palhaçada”. Quando “Aquarius” saiu de mãos vazias do festival francês, o jornalista completou: “Então foi assim: filme feito com dinheiro público vai a Cannes representar o Brasil e não leva prêmio algum. Ou seja, a mentira sobre o suposto golpe no País por meio de frases em papel A4 no tapete vermelho não adiantou muito além de expor o Brasil ao ridículo.” Kleber diz que esse trecho é calunioso, embora seu filme tenha, sim, sido produzido com dinheiro público, via leis de incentivo, e a própria viagem de sua equipe à França foi bancada por um programa da Ancine de financiamento para a divulgação de filmes brasileiros em festivais internacionais, que prevê o pagamento de passagens, hospedagem, transportes, alimentação e “despesas afins” para diretor, produtor e ator/atriz. Calúnias, claro, se resolvem em processos civis, junto ao judiciário. Aparentemente, Mendonça não levou adiante a acusação. Em vez disso, lançou mão da retórica para buscar humilhar o crítico, formando uma panelinha para forçar sua expulsão da comissão, num ato de bullying explícito e de ataque xiita à liberdade de expressão no país. Nos dias que precederam a chegada do filme a Gramado, dois cineastas retiraram seus longa-metragens da apreciação da comissão do Oscar, em solidariedade a Filho: “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert. Mascaro chegou a assinar um comunicado de tom ultrajado, citando a “gravidade da situação” e questionando, no seu dizer, a “imparcialidade questionável” do processo seletivo. “É lamentável que o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, endosse na comissão de seleção um membro que se comportou de forma irresponsável e pouco profissional ao fazer declarações, sem apresentação de provas, contra a equipe do filme ‘Aquarius’, após o seu protesto no tapete vermelho de Cannes”, resumiu, referindo-se ao aparentemente gravíssimo comentário já citado. E logo após Muylaert confirmar a intenção de fortalecer o filme de Filho (“Achamos que este é o ano de ‘Aquarius’. É o filme certo”) com sua desistência, dois integrantes da comissão também pediram para sair. Embora o diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza Zenha tenha alegado “questões pessoais” e dito que não falaria com a imprensa, a atriz Ingra Lyberato fez um longo desabafo no Facebook, mencionando pressões extremas da “classe”. “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?”, ela escreveu. O próximo round está programado para esta noite em Gramado, onde o crítico Marcos Petrucelli deve encontrar Kleber Mendonça Filho. O jornalista paulista já publicou uma foto em seu Facebook informando que estava a caminho.

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    Atriz Ingra Lyberato abandona comissão do Oscar após citar pressão extrema

    26 de agosto de 2016 /

    A atriz Ingra Lyberato jogou mais lenha na fogueira, abandonando oficialmente a comissão que vai definir o indicado brasileiro para tentar uma vaga no Oscar 2017, após falar em “pressão” extrema. O anúncio foi feito pela própria atriz em seu Facebook, na manhã desta sexta (26/8), horas depois dela comentar na rede social a polêmica envolvendo o filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. Lyberato diz que tomou a decisão depois que alguns “filmes preciosos” foram retirados da disputa por seus diretores, referindo-se a “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert. Antes dela, o diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza Zenha, convidado para a comissão do governo, também anunciou que não iria participar do comitê “por questões pessoais”. Ela aponta que, “como a comissão tem sua legitimidade questionada por grande parte de nossa classe, me retiro em respeito a minha própria tribo”. O questionamento se deve à inclusão na comissão do crítico Marcos Petrucelli, cuja escolha foi atacada por Kleber Mendonça Filho porque teria se atrevido a escrever no Facebook que a photo-op da equipe de “Aquarius” no Festival de Cannes – com cartazes dizendo que “O Brasil não é mais uma democracia” após sofrer “um golpe de estado” – era uma “palhaçada”. Quando “Aquarius” saiu de mãos vazias do festival francês, o jornalista completou: “Então foi assim: filme feito com dinheiro público vai a Cannes representar o Brasil e não leva prêmio algum. Ou seja, a mentira sobre o suposto golpe no País por meio de frases em papel A4 no tapete vermelho não adiantou muito além de expor o Brasil ao ridículo.” Esta é, em suma, a justificativa para o protesto da “classe”, na expressão usada pela própria Lyberato, temperada ainda pela classificação etária elevada de “Aquarius” – um suposto ato de censura. Mas como esta última questão não é critério de seleção para o Oscar, todos os protestos buscam enquadrar Petrucelli. Aparentemente, há uma mentalidade de sindicato, estilo stalinista, nos bastidores da cultura brasileira, que trabalha ferozmente contra qualquer crítica, achando-se acima do bem e do mal. A ponto de a atriz escrever, num desabafo: “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?” “Diante da minha classe insatisfeita e clamando por justiça”, porém, ela própria pediu para sair. Curiosamente, na saída Lyberato se disse “contra o golpe da cena política atual”, comprovando a pluralidade de opiniões que marcava a comissão. Mas a pressão a que ela alude deixa clara a falta de capacidade para a convivência democrática da dita “classe”, que, como típica panelinha, trabalha no tom da intolerância, fazendo bullying contra um crítico de cinema por exercer a condição básica de sua profissão: criticar. Chama atenção que, antes de se submeter à pressão, Lyberato chegou a demonstrar confiança na comissão selecionada pelo Ministério da Cultura. “O único motivo do aceite foi querer prestar um serviço guiada pelo amor ao nosso cinema. Mas diante de tal reação contra atitudes do Ministério, o que devemos fazer? Vamos cruzar os braços e não mandar filme para o Oscar esse ano, porque o país foi tomado? Não me parece coerente, porque continuamos nossas produções já que esse é nosso trabalho. Escolher um filme também é nosso trabalho. Vamos nos unir contra qualquer tipo de manipulação e a gritaria tenta impedir que isso aconteça. Acho válido, mas já estão todos mais do que atentos e prontos para cobrar competência. Para fazer justiça onde sei, o Bertini só me fez um pedido: imparcialidade total”, escreveu, referindo-se a Alfredo Bertini, da Secretaria do Audiovisual, órgão responsável pela seleção. O desenrolar dessa novela, ao menos, traz às claras a ação de uma panelinha, que parece reagir quando seu jogo de cartas marcadas corre risco de dar resultado diferente do combinado previamente. “Achamos que este é o ano de ‘Aquarius’. É o filme certo”, disse Anna Muylaert ao jornal Folha de S. Paulo, justificando a retirada de “Mãe Há Sá Uma”. E, não por acaso, Kleber Mendonça Filho afirmou em seguida que, mesmo com a debandada, manterá “Aquarius” na disputa, pois é de seu “interesse”. Tudo indica que uma panelinha pode, sim, ter dominado todo o período recente em que o cinema brasileiro não foi capaz de emplacar nenhum representante na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Basta lembrar que, em 2010, a comissão do Ministério da Cultura escolheu “Lula, o Filho do Brasil” por unanimidade. Isto em pleno mandato de Lula, e não houve um protesto sequer, numa demonstração do quanto a “classe” preza a ética e decisões apolíticas. “Eu gostaria que a figura do Lula influenciasse a Academia. Nesse sentido, seria ótima a influência política da escolha”, defendeu a cineasta Tata Amaral, na época. O tempo ajuda a contar toda a História, aproveitando a luz da fogueira das vaidades para iluminar o que antes era só obscuridade.

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    Mãe Só Há Uma materializa nova provocação de Anna Muylaert

    30 de julho de 2016 /

    É natural que se busque uma associação entre os dois filmes mais recentes de Anna Muylaert, “Que Horas Ela Volta?” (2015) e o novo “Mãe Só Há Uma”. Afinal, ambos tratam do tema da maternidade e da questão da identidade. Mas se havia um pouco de caricatura cômica no drama de “Que Horas Ela Volta?”, desta vez o tom é abertamente dramático, tendo como ponto de partida uma história verídica de criança roubada. O filme acompanha Pierre (o estreante Naomi Nero, sobrinho de Alexandre Nero), um rapaz que costumava ter uma vida tranquila com a mãe (Daniela Nefussi, de “É Proibido Fumar”) e sua irmã pequena (Lais Dias). Até o dia em que descobre ter sido roubado na maternidade, vê sua mãe ser presa, descobre que tem outro nome e precisa se adaptar a um novo lar com seus pais biológicos, vividos por Matheus Nachtergaele (“Trinta”) e novamente por Nefussi, numa estratégia de casting que ajuda a acentuar a confusão mental do rapaz – bem como enfatizar o próprio título “Mãe Só Há Uma”. Interessante o modo como Muyalert constrói sua narrativa, com elipses que fazem a história de convivência de Pierre e sua nova família adquirir duração indeterminada, passando a impressão de abranger semanas no espaço de enxutos 82 minutos de projeção. Aliás, a edição é tão acertada que “Mãe Só Há Uma” é daqueles filmes que não exaurem o espectador, terminando no momento certo. Também muito importante é a construção do personagem Pierre/Felipe. Seu mundo vira de cabeça pra baixo justo quando ele está no processo de descobrir sua identidade sexual, que a trama faz questão de não simplificar. Desde o começo, ele é mostrado como um rapaz que gosta de usar calcinhas e maquiagem, mas que não deixa de transar com garotas por causa disso. Ele até faz muito sucesso com elas. Uma das cenas mais interessantes acontece quando ele vai provar uma roupa com seus pais biológicos, que querem moldá-lo à maneira deles. Em determinado momento, ele fala: “é só uma roupa!”, ao procurar fazê-los entender a bobagem que é discutir sobre aquilo. O que pode incomodar um pouco os espectadores é o modo como Muylaert, mais uma vez, trata alguns personagens quase como caricaturas. Desta vez, são os pais biológicos de Pierre, que lembram um pouco os pais de Fabinho em “Que Horas Ela Volta?” . Ainda assim, esse tipo de representação pode ser encarado como uma provocação da diretora, diante do modelo tradicional da família brasileira, numa continuação do que havia sido visto em seu trabalho anterior. O que importa é que estamos diante de mais uma obra sólida e consistente de uma cineasta que se mostra muito acima da média da atual cinematografia nacional.

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    Colombiano O Abraço da Serpente é o grande vencedor do Prêmio Platino 2016

    25 de julho de 2016 /

    O filme colombiano “O Abraço da Serpente” foi o grande vencedor da terceira edição dos Prêmios Platino de Cinema Ibero-Americano. O terceiro longa de Ciro Guerra (“As Viagens do Vento”) levou sete prêmios, incluindo Melhor Filme e Direção, no evento que busca se firmar como um Oscar do cinema falado em espanhol e português. “Compartilho este prêmio com as comunidades amazônicas que nos abriram seu mundo”, disse Ciro Guerra em seu agradecimento. Filmado em preto e branco, o filme se baseia em relatos de dois cientistas e exploradores da região amazônica e acompanha a história de um índio em dois tempos: na juventude em que desconfiava dos brancos e numa idade mais avançada, quando se tornou um xamã desiludido (leia a crítica completa). Das oito categorias em que estava indicado, “O Abraço da Serpente” não levou apenas o prêmio de Melhor Roteiro, vencido pelo chileno “O Clube”, escrito por Pablo Larraín, Guillermo Calderón e Daniel Villalobos. As demais vitórias aconteceram nas chamadas categorias técnicas – Melhor Fotografia, Edição, Direção de Arte, Som e Música Original. O cinema argentino também foi comemorado nas categorias de atuação, com os prêmios para Dolores Fonzi por seu papel em “Paulina” e para Guillermo Francella em “O Clã”. Além disso, Ricardo Darín foi ovacionado pelos cerca de 2 mil espectadores presentes na festa quando subiu ao palco para receber o troféu especial Platino de Honra por sua carreira. Nenhum filme brasileiro concorria à premiação, que aconteceu no domingo (24/7) no Centro de Convenções de Punta del Este, no Uruguai. Mesmo assim, “Que Horas Ela Volta?”, de Anna Muylaert levou um prêmio fora de competição. Entregue pela vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1992, a guatemalteca Rigoberta Menchú, o drama nacional recebeu o Prêmio Platino de Cinema e Educação em Valore. Vencedores do Prêmio Platino 2016 Melhor filme “O abraço da serpente” (Colômbina, Venezuela e Argentina) Melhor diretor Ciro Guerra (“O abraço da serpente”) Melhor ator Guillermo Francella (“O clã”) Melhor atriz Dolores Fonzi (“Paulina”) Melhor roteiro Pablo Larraín, Guillermo Calderón e Daniel Villalobos (“O clube”) Melhor animação “No Mundo da Lua” (Espanha) Melhor documentário “O Botão de Pérola” (Chile e Espanha) Melhor edição Etienne Boussac e Cristina Gallego (“O abraço da serpente”) Melhor direção de arte Angélica Perea (“O abraço da serpente”) Melhor direção de fotografia Carlos García e Marco Salavarria (“O abraço da serpente”) Melhor música original Nascuy Linares (“O abraço da serpente”) Melhor direção de som Carlos García e Marco Salaverría (“O abraço da serpente”) Melhor filme de diretor estreante “Ixcanul” (Guatemala)

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    Estreias: Tarzan é o rei dos cinemas neste fim de semana

    21 de julho de 2016 /

    Tarzan volta às selvas com grande orçamento e inúmeros efeitos visuais, no maior lançamento desta quinta (21/7) no Brasil. Acompanhado pelo ator Alexander Skarsgård (série “True Blood”), que veio ao país para entrevistas e première, “A Lenda de Tarzan” chega em 840 salas, incluindo 555 telas 3D e todo o circuito IMAX (12 salas). Com direção de David Yates, responsável pelos quatro últimos filmes de “Harry Potter”, o longa custou uma fortuna (US$ 180 milhões), mas teve apenas desempenho modesto nos EUA (levou 18 dias para superar os US$ 100 milhões). A crítica americana não gostou (36% de aprovação no site Rotten Tomatoes), mas o público aprovou (A- no CinemaScore). A Warner agora torce pelo sucesso internacional. A segunda maior estreia é uma comédia nacional. Apesar de ter Ingrid Guimarães (“De Pernas pro Ar”) no elenco, “Entre Idas e Vindas” não é um besteirol ululante. Trata-se de um romance com final e elenco de novela, sobre como Fabio Assunção (novela “Totalmente Demais”) e seu filho vão parar num motor home cheio de mulheres. A direção de José Eduardo Belmonte transmite mais seriedade ao projeto, que visivelmente possui baixo orçamento, mas, por outro lado, os cinéfilos talvez preferissem um trabalho menos ligeiro do grande cineasta brasiliense. Estreia em 283 salas. A melhor comédia da semana, na verdade, é americana: “Dois Caras Legais“, do cineasta Shane Black (“Homem de Ferro 3”). Passada nos anos 1970, com figurino, música e recriação até do espírito dos filmes da época, traz Russel Crowe (“Noé”) e Ryan Gosling (“A Grande Aposta”) como detetives investigando o sequestro de uma jovem em plena era das discotecas. Hilário, o filme tem 91% de aprovação no Rotten Tomatoes, feito raríssimo para comédias. Ocupa 215 salas. Em contraste, o principal lançamento da semana é restrito a 46 salas – sendo 12 CEUs, do circuito SPCine na capital paulista. Trata-se do novo drama de Anna Muylaert, diretora do aclamado “Que Horas Ela Volta?” (2015). Com tema diferente, mas núcleo similar, de mãe, filho e deslocamento da representação do lar, “Mãe Só Há Uma” parte de uma história real para contar a história de um adolescente que descobre ter sido roubado na maternidade e que, após tratar a ladra como mãe por toda a vida, precisa se readequar à família biológica. Para complicar, ele também atravessa crise de identidade sexual. O filme destaca o estreante Naomi Nero (sobrinho de Alexandre Nero) como protagonista, uma grata revelação com futuro brilhante, além de Daniela Nefussi (“É Proibido Fumar”) em dois papéis, como as mães (de criação e biológica) do menino, num artifício que visa destacar a confusão criada na cabeça do rapaz. Filmaço para poucos. O circuito limitado também recebe o drama francês “Chocolate” em 55 salas, mostrando Omar Sy (“Intocáveis”) como o primeiro palhaço negro de circo da França, no século 19. Em 32 salas, “Life – Um Retrato de James Dean”, traz Robert Pattinson (“Mapa para as Estrelas”) como o fotógrafo que ajudou a criar a aura de mito que acompanhou a curta carreira do astro de “Juventude Transviada” (1955). Por fim, a comédia espanhola “Um Dia Perfeito” mostra seu humor negro em quatro salas, com Benício Del Toro (“Sicario”) liderando um grupo de agentes humanitários em meio a uma zona de conflito armado.

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    Anna Muylaert está trabalhando em documentário sobre Impeachment de Dilma

    20 de julho de 2016 /

    A cineasta Anna Muylaert revelou que está trabalhando no roteiro de um documentário sobre o período de afastamento da presidente Dilma Rousseff, cujo mandato sofre um processo de impeachment. A direção é de Lô Politi (“Jonas”), Cesar Charlone (“Cidade de Deus”) é o diretor de fotografia e, segundo o jornal Folha de S. Paulo, a equipe está acompanhando Dilma há 20 dias. “A gente não está filmando o processo de impeachment, mas esse período de afastamento, em que o mandato está em suspenso. Ele será rodado até a decisão final”, disse ao jornal O Globo a diretora dos dramas “Que Horas Ela Volta?” e “Mãe Só Há Uma”, que estreia nesta quinta-feira (21/7). Durante o período da produção, a equipe viajou para Teresina e conversou com assessores e pessoas próximas a Dilma. Mas apesar de Muylaert ter participado ativamente de atos pró-Dilma e contra o “golpe”, ela disse que ainda é cedo para falar sobre o que será o filme. “A gente ainda está descobrindo o que é o filme”. A cada dia que passa, o país também tem descoberto melhor o que foi Dilma.

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    Academia convida 11 brasileiros para votar no Oscar 2017

    29 de junho de 2016 /

    A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood levou a cabo a promessa de sua Presidente Cheryl Boone Isaacs, que, diante da polêmica falta de diversidade entre os indicados ao Oscar 2016, anunciou planos para uma reformulação completa no perfil de seus associados. Buscando trazer maior variedade étnica, sexual e cultural para seus associados, os organizadores do Oscar 2017 convocaram um número recorde de artistas e técnicos para integrar suas fileiras. Ao todo, 683 pessoas foram convidados a entrar na Academia, dos quais 46% são mulheres e 41% não são brancos. Divulgada nesta quarta (29/6), a lista inclui 11 brasileiros. Com exceção dos dois cineastas convidados, a maioria já está estabelecida no cinema americano. São eles: o diretor Alê Abreu, cujo filme “O Menino e o Mundo” foi indicado ao Oscar de Melhor Animação em 2016; a cineasta Anna Muylaert, que chamou atenção com a premiação obtida por “Que Horas Ela Volta?” no Festival de Sundance de 2015; o produtor Rodrigo Teixeira, que com sua empresa, a brasileira RT Features, vem se destacando na produção indie americana, tendo ajudado a lançar obras premiadas como “Frances Ha” (2012) e “A Bruxa” (2015); o diretor de fotografia Lula Carvalho, que entrou em Hollywood com “RoboCop” (2014) e “As Tartarugas Ninja” (2014); os montadores Pedro Kos, do documentário vencedor do Oscar “A Praça Tahrir” (2013), e Affonso Gonçalves, dos premiados dramas indies “Carol” (2015) e “O Amor É Estranho” (2014); os compositores Antonio Pinto, de “A Hospedeira” (2013) e “Trash: A Esperança Vem do Lixo” (2015), e Marcelo Zarvos, de “American Ultra: Armados e Alucinados” (2016) e “A Escolha” (2016); do chefe de animação Renato dos Anjos, de “Frozen – Uma Aventura Congelante” (2013) e “Zootopia” (2016); a roteirista Vera Blasi, de “Sabor da Paixão” (2000) e “Imperador” (2012); e o ilustrador Rodolfo Damaggio, que trabalhou em artes conceituais e storyboards de diversos blockbusters, como “Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones” (2002), “Homem de Ferro” (2008), “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” (2008) e “Capitão América: O Primeiro Vingador” (2011). Entre os brasileiros que já haviam sido convidados para a Academia em anos anteriores estão a atriz Sonia Braga, os diretores José Padilha, Walter Salles, Hector Babenco e Bruno Barreto, o músico Sérgio Mendes e os documentaristas João Moreira Salles e Eduardo Coutinho. A lista de novos integrantes inclui 283 estrangeiros, representando 59 países diferentes. Alguns nomes já possuem uma vasta coleção de prêmios, como o diretor canadense Xavier Dolan (“Mommy”) e o iraniano Abbas Kiarostami (“Gosto de Cereja”), que surpreendem por só agora serem convidados. Entretanto, a maioria dos convites foi enviada para jovens talentos de Hollywood, como os atores Andrew Garfield (“O Espetacular Homem-Aranha”), Emma Watson (franquia “Harry Potter”), John Boyega (do novo “Star Wars”), Michael B. Jordan (“Creed – Nascido para Lutar”), Oscar Isaac (“Star Wars – O Despertar da Força”), Mahershala Ali (“Jogos Vorazes: A Esperança – O Final”), Chadwick Boseman (“Capitão América: Guerra Civil”), Idris Elba (“Beasts of No Nation”), Carmen Ejogo (Selma), Freida Pinto (“Quem Quer Ser um Milionário?”), Damon Wayans Jr. (“Como Ser Solteira”) e Marlon Wayans (“Cinquenta Tons de Preto”). Também são automaticamente credenciados a fazer parte da Academia os vencedores do Oscar do ano que passou. Os novos integrantes se somam aos cerca de 6,2 mil membros já existentes na responsabilidade de escolher os melhores filmes, atores e técnicos de cinema do ano, na votação do Oscar 2017.

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    Mãe Só Há Uma: Novo filme de Anna Muylaert ganha pôster e primeiro trailer

    15 de junho de 2016 /

    A Vitrine Filmes divulgou o cartaz nacional e o primeiro trailer de “Mãe Só Há Uma”, novo filme da diretora Anna Muylaert, que volta a tratar do abismo entre mães e filhos após o sucesso de “Que Horas Ela Volta?”. Desta vez, o pano de fundo do contraste social é substituído por uma história inspirada na crônica policial brasileira, sobre um menino raptado que é reencontrado pela família legítima e tem dificuldades de aceitar a mãe biológica, enquanto ainda nutre afeto pela mulher que o roubou e o criou como filho desde criança. A crise de identidade também se estende à sexualidade do jovem, que pinta as unhas e começa a usar roupas femininas. O filme destaca o estreante Naomi Nero (sobrinho de Alexandre Nero) como protagonista e Daniela Nefussi (“É Proibido Fumar”) em dois papéis, como as mães (de criação e biológica) do menino, num artifício que visa destacar a confusão criada na cabeça do rapaz. Matheus Nachtergaele (“Trinta”), Luciana Paes (“Sinfonia da Necrópole”) e Helena Albergaria (“Que Horas Ela Volta?”) também estão no elenco. Exibido com críticas positivas no Festival de Berlim deste ano, “Mãe Só Há Uma” chega aos cinemas brasileiros no dia 21 de julho.

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    Entrevista | Anna Muylaert: “Não sou obrigada a fazer sempre a mesma coisa”

    21 de fevereiro de 2016 /

    A pressão era grande: depois de vencer o prêmio do público com “Que Horas Ela Volta”, em 2015, Anna Muylaert voltou ao Festival de Berlim para apresentar “Mãe Só Há Uma”. A expectativa gerada em torno de um filme que sai apenas um ano depois era enorme e ajudou que ela se sentisse nervosíssima antes da sessão. Mas não era necessário: mais uma vez, foram aplausos entusiasmados e conversas no final – embora nem todas para elogiar, como ela própria conta… “Mãe Só Há Uma” acabou recebendo um prêmio secundário, mas a diretora diz que este ano não veio atrás de “medalha”. Ela tampouco acredita que o filme seja um sucesso de público, pois não tem atores famosos nem apoio da Globo. Descrita pela cineasta como uma “provocação”, “Mãe Só Há Uma” conta a história de um bebê roubado da maternidade e, que aos 17 anos, enquanto questiona a própria sexualidade, é obrigado a mudar-se para a casa da sua família biológica. De resto, nesta conversa exclusiva com a Pipoca Moderna, Muylaert fala do filme, do cinema brasileiro e das suas esperanças para as bilheterias de “Mãe Só Há Uma”, cujo lançamento está prevista para o segundo semestre. A convivência com o Festival de Berlim está se estreitando… Numa das sessões você parecia uma estrela de rock… (risos) É verdade, loucura… Os seus filmes têm um estilo próprio, um pouco indie e ao mesmo tempo acessível. Por que a Berlinale gosta dos seus filmes? Acho que os filmes ficam sempre no meio, entre o arthouse e o popular. Mas “Que Horas Ela Volta?” é um filme mais popular, todo o mundo gosta. Foi um filme marcante aqui no ano passado, ganhou o prêmio do publico. Este ano, quando cheguei, o pessoal ainda lembrava. Mas o novo é mais fechado, mais provocativo e tem aspetos experimentais. Mas acho que também é acessível. E sente uma pressão maior em função do que aconteceu no ano passado? Sim, claro. Acho que este ano estou aqui por causa do ano passado, eles queriam ver a reação a este novo filme. Eu fiquei um tempo pensando exatamente nisto, que este ano não devo ganhar nada. Depois pensei que o que eu tenho que fazer é poesia, não é um concurso, não tenho de receber medalha. E Berlim é legal porque é o centro da Europa, é dos melhores festivais para se vir, há gente de todo o lado. Em Sundance, por exemplo, só se encontram americanos. Está sendo muito bom, acho que o melhor festival para o filme era esse. O ano passado eu não tinha expectativa porque ninguém me conhecia, mas tinha muita certeza de que o filme agradaria, com uma atriz carismática, um filme solar, todo mundo feliz. Ganhou prêmio de público. E esse ano eu não vim com um filme solar é mais lunar e sem atores famosos. Foi deliberado? Sim, pois é de baixo orçamento, custou U$ 400 mil, muito pequeno. Então eu pensei ‘vou experimentar fazer com mais câmera na mão, sem atores famosos, uma narrativa diferente’. É um filme mais arriscado e eu tinha medo de decepcionar, tipo ‘vamos ver o filme da mesma diretora’ e eu estava morrendo de medo. Aquele dia na primeira sessão eu estava muito nervosa e houve pessoas que disseram que não gostaram. Sério? Sério, houve pessoas que me disseram ‘pô, você me decepcionou, o outro era um filme tão feliz’ etc. Bom, mas eu não sou obrigada a fazer sempre a mesma coisa. Mas, em compensação, tem muita gente que prefere a provocação desse. Mas está tudo bem, são duas coisas autênticas, que eu fiz com o mesmo amor. Por que decidiu contar essa história? Ela tem uma base verídica, certo…? Sim, é uma história muito conhecida no Brasil, quase clássica – mas sempre do ponto de vista da mãe. Tinha uma novela onde a Renata Sorrah fazia a mãe que roubava, e um filme do Caetano Gotardo, “O que se Move”, onde a mãe que era a vítima. Eu sempre me interessei pela história do filho. O personagem dele é desesperador, porque se você troca tudo… quem você é? Há oito anos atrás eu comecei com o processo do filme. Parece que foi rápido, mas não foi, apenas saiu perto do outro. Para ilustrar a questão da identidade você também foi buscar a questão sexual… Sim, no início não tinha isso, mas depois eu comecei a pensar que era para falar da identidade, esse recurso dava para falar de dois tipos de mãe – a da infância, oceânica, e a da adolescência, mais restritiva. Depois do outro filme eu comecei a andar com muitos jovens e com homossexuais e na noite de São Paulo vi muitas coisas que não tinha na época em que eu saia – como homens vestido de mulher andando com mulheres. Para mim, homem que usava vestido era gay – e não é bem assim. Eu fiquei fascinada com isso e resolvi pôr no filme, vai ser uma das metáforas sobre redenção, até porque quando um adolescente chega junto dos pais e diz “eu sou isso”, é sempre um choque, porque nunca somos aquilo que eles queriam… Aquela cena com o Mateus Nachtergaele é bem forte, quando ele diz “o que mais nós temos que fazer para te agradar?” Sim, exatamente. Você espera 17 anos e te aparece um menino que usa vestido…? É uma metáfora muito forte desse conflito de adolescente pra se individualizar. Tem de se ter muita força para crescer dentro da própria família. Quase todo o adolescente nunca corresponde àquilo que o pai espera. Você tem quem que quebrar. O filme é sobre esse momento. Quando estreia no Brasil? Já tem data? Sai no segundo semestre porque eu estou muito cansada, preciso descansar. Há três anos que eu não paro. Daqui a pouco os teus filhos é que perguntam “que horas ela volta”… Exato! Ainda bem que eles estão crescidos. Acha que o cinema tem de ter um compromisso público? No Brasil parece haver um cinema muito experimental de um lado e uma produção bastante comercial de outro… Como dizia Glauber Rocha, ‘os caminhos são todos os caminhos’, tem de ter de tudo. Mas eu acho que não só no Brasil, mas também em toda a América Latina, há uma situação demasiado bipolar. Os filmes do meio, como os meus, têm uma dose de tentativa de inteligência, mas também de comunicação com o público. Os argentinos estão com um cinema tão bem sucedido neste momento porque eles entendem isso. Acha que a presença em Berlim ajuda na carreira dos filmes? Em termos de impacto no mercado interno… muito pouco. Depois tem que se ver a vocação do filme, se for de arte é para os circuitos de festivais apenas. Os meus filmes procuram o público. Mas acho que o “Curumim” (de Marcos Prado, outro filme brasileiro em Berlim), em função do tema que tem, pode ter boa saída. Também tem a ver com ter uma boa distribuição, com o número de salas…Em quantas salas saiu “Que Horas Ela Volta” no Brasil? “Que Horas Ela Volta” saiu em 90 salas e na França em 160, mas lá não foi tão bem. Teve mais sucesso no Brasil – 500 mil espectadores. E teria tido mais se na Itália não tivessem lançado o DVD. Foi logo na segunda semana e aí caiu na pirataria – com boa qualidade. Chegou a ter dez capas diferentes! Mas no Brasil foi um fenômeno. Mas esse não vai ser, não tem famosos, não tem a Globo. Estou à espera entre 50 e 100 mil espectadores.

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