Netflix revela o trailer completo de “Frankenstein” com Jacob Elordi irreconhecível
Filme de Guillermo del Toro destaca a narrativa do monstro em adaptação fiel ao romance de Mary Shelley
Imagens do especial de Halloween dos Simpsons revelam paródias de Stranger Things e A Forma da Água
A rede americana Fox divulgou as imagens do 666º episódio de “Os Simpsons”, que será o 30º especial anual de Halloween da longeva série animada. Intitulado “Treehouse of Horror”, o especial anual costuma ser uma antologia de curtas de temática de terror. As imagens revelam que este ano os temas dos curtas incluirão paródias da série “Stranger Things” e do filme “A Forma da Água”, de Guillermo del Toro. Segundo a sinopse oficial, a 30ª “Treehouse of Horror” vai mostrar um demônio Maggie, uma missão para resgatar Milhouse de outra dimensão, o espírito de Homer morto experimentando novos corpos e Selma finalmente encontrando amor em um lugar improvável – com o alienígena do porão. O episódio será exibido no próximo domingo (20/10) nos Estados Unidos.
Festival de Veneza começa com mais prestígio e mais polêmicas que nunca
O Festival de Veneza começa nesta quarta (29/8) com o prestígio de ter premiado o último vencedor do Oscar e de ser o tapete vermelho mágico que mais vezes levou à consagração da Academia dos Estados Unidos neste século. Mas também com muitas polêmicas, as novas e as velhas de sempre. Enquanto seu diretor artístico Alberto Barbera celebra o número de talentos e astros que desfilarão pelo Lido até 8 de setembro, “tão grande que é impossível lembrar todos os nomes agora”, o cineasta Guillermo del Toro, vencedor do festival passado (e do Oscar) por “A Forma da Água” e presidente do júri deste ano, apelou para a organização do evento para que aumente o número de filmes dirigidos por mulheres. Pelo segundo ano seguido, a seleção principal do Festival de Veneza tem só um filme dirigido por mulher – “The Nightingale”, de Jennifer Kent. “Eu acho que o objetivo tem que ser 50% [de filmes dirigidos por mulheres] até 2020. Se conseguirmos alcançar até 2019, ainda melhor”, comentou Del Toro, durante a entrevista coletiva que deu início ao festival. “Esse é um problema de verdade, na nossa cultura em geral”. “Não é uma questão de estabelecer uma ‘cota’, mas uma questão de se sincronizar ao tempo em que vivemos, ao momento em que estamos tendo essa conversa. Eu acho que isso é necessário há décadas, senão séculos. Não é uma polêmica, é um problema de verdade”, concluiu. Barbera tinha dito que se demitiria se implementassem cotas no festival, justificando que qualidade não tem gênero. Mas até o Brasil já demonstrou que isso é falácia, ao apresentar os candidatos a representar o país no Oscar, numa lista com 40% de filmes dirigidos por mulheres. Além disso, o Festival de Toronto, que acontece quase simultaneamente a Veneza, fez o compromisso descrito por del Toro, de ter metade de sua programação preenchida por filmes de cineastas femininas até 2020. Mais que isso, está apoiando uma marcha de mulheres, com pautas de igualdade de direitos, durante sua programação. O problema de Veneza, festival mais antigo do mundo, é a cultura machista italiana, alimentada por séculos de educação católica. Por isso, enquanto mulheres se preparam para celebrar suas conquistas na América do Norte, outras mulheres planejam protestar contra a dificuldade de encontrar espaço no festival de cinema europeu. O choque de visões de mundo é enorme. Mas esta não é a única polêmica alimentada pela programação do Festival de Veneza. O evento também estendeu seu tapete para as produções da Netlix, apresentando seis no total, e nisso entrou em sintonia com Toronto, seu rival do outro lado do Atlântico. Ambos aceitaram a realidade dos fatos, de que a Netflix é hoje a maior produtora de filmes do mundo e, em busca por validação, tem investido em cineastas consagrados, de Martin Scorsese a Alfonso Cuarón. Enquanto Cannes se deixou intimidar pelo bullying dos donos de cinema, a ponto de barrar a Netflix de competir pela Palma de Ouro, Veneza terá produções de streaming disputando o Leão de Ouro. E, considerando o impacto obtido pelos filmes do festival italiano no Oscar, virou peça estratégica dos planos de dominação mundial da plataforma. Quando Ryan Gosling pisar no Lido para a première de “O Primeiro Homem”, de Damien Chazelle, que abrirá o festival, será um pequeno passo para o ator de Hollywood, mas um grande passo para o cinema mundial. Visto cada vez mais como marco inaugural da temporada de prêmios, para destacar quem tem potencial de Oscar, Veneza pode colocar “Roma”, produção da Netflix dirigida por Cuarón, na rota da consagração da Academia. E até comprovar que Lady Gaga é atriz e Bradley Cooper é diretor, com a colaboração dos dois em “Nasce uma Estrela”. O festival que começa nesta quarta apontará muitos rumos para o cinema nos próximos meses, mas nem por isso deixará de ser convocado a entrar em maior sintonia com os rumos do mundo em geral.
Juiz rejeita processo de plágio contra A Forma da Água
O processo movido contra o estúdio Fox Searchlight e o diretor Guillermo del Toro por plágio em “A Forma da Água”, filme vencedor do Oscar 2018, foi rejeitado na Justiça americana. O processo era movido pela família do dramaturgo Paul Zindel, que alegava que a produção copiava uma peça do autor. Na terça-feira (24/7), o juiz Judge Percy Anderson, da Califórnia, rejeitou as acusações e concluiu que o filme apresenta apenas “pequenas similaridades” com a peça “Let Me Hear You Whisper”, escrita por Zindel no final da década de 1960. De acordo com a acusação, apresentada formalmente à Justiça norte-americana alguns dias antes da cerimônia da Oscar, o produtor Daniel Kraus, que propôs o filme a Del Toro, é um grande admirador da obra Zindel, assim como o cineasta, e teria proposto situar a trama do filme no mesmo ano em que um teleteatro inspirado na peça foi ao ar na TV americana. As coincidências entre os enredos de peça e filme seguem se multiplicando. A história de Zindel gira em torno de Helen, uma faxineira que se encanta por um golfinho mantido em cativeiro pelo governo. Para salvar a vida do animal, ela arma um plano para driblar a segurança máxima do local e retirá-lo de lá. Já no filme de Del Toro, Sally Hawkins vive Elisa, uma faxineira muda que se apaixona por uma criatura marinha, mantida em cativeiro em um laboratório secreto do governo. Ela também arma um plano para driblar a segurança máxima do local e retirá-lo de lá. Mas os resultados daí em diante revelam-se muito diferentes. De fato, se há similaridades na premissa, o restante, incluindo execução, desdobramentos e uma riqueza infinita de detalhes, são opostos. O juiz examinou o enredo, temas, ritmo, clima, diálogos e personagens nos respectivos trabalhos. “Apesar de a peça e o filme dividirem a mesma premissa básica de uma empregada de uma empresa tecnológica que decide liberar uma criatura aquática para protegê-la de experimentos, o conceito é geral demais para ser sustentado”. Uma das diferenças, de acordo com a autoridade, é a relação da protagonista com o animal. “Na peça, Helen não parece desenvolver uma atração única pela criatura. No caso, ela desaprova os testes no animal, o que leva ao seu desejo de salvar o golfinho. Por contraste, o laço de Elisa com o bicho no filme se desenvolve mais devagar, aumentando uma afeição pessoal e, depois, amor”. Guilhermo del Toro chegou a comentar a polêmica, na véspera da premiação do Oscar. “Eu nunca li ou vi a peça teatral”, disse o diretor ao site americano Deadline. “Eu nunca ouvi falar sobre essa peça antes de fazer ‘A Forma da Água’, e nenhum dos meus colaboradores mencionaram a peça”, completou. Por sua vez, a Fox Searchlight emitiou um comunicado apoiando Del Toro. “As acusações do senhor Zindel não têm fundamento, são totalmente sem mérito e vamos nos defender. Além disso, a queixa parece coincidir com o ciclo de votação do Oscar para pressionar o nosso estúdio a resolver o caso rapidamente. Em vez disso, nós vamos nos defender vigorosamente e, por extensão, defender este filme inovador e original”.
Estúdio de A Forma da Água lança divisão televisiva
A Fox Searchlight, estúdio que produziu “A Forma da Água”, vencedor do Oscar 2018 de Melhor Filme, vai lançar uma divisão televisiva. A Searchlight Television terá como objetivo produzir material original, além de utilizar a biblioteca de filmes do estúdio para adaptação em séries. Os executivos David Greenbaum e Matthew Greenfield foram promovidos a presidentes de produção para a nova divisão, mas mantém suas funções em relação ao comando cinematográfico da empresa. “Em um momento tão empolgante para a empresa, sentimos que é a hora perfeita para oferecer novos caminhos para talentos visionários e inovadores, bem como para reconhecer as contribuições de David e Matthew”, disseram os presidentes da Fox Searchlight Pictures, Nancy Utley e Steve Gilula, em comunicado. “As relações que a equipe da Searchlight forja com o talento são profundas e duradouras. Faz sentido estender essas relações para a televisão, de modo que a Searchlight possa contar grandes histórias em todas as plataformas”, acrescentou Stacey Snider, presidente e diretor executivo da 20th Century Fox Film. “Em um momento tão empolgante para contar histórias, todos os canais e estúdios da Fox estão entusiasmados em colaborar com a Searchlight ao expandir sua marca exclusiva de excelência inovadora para a televisão”, completou Peter Rice, presidente da 21st Century Fox e presidente do conselho da empresa Fox Networks Group. Greenbaum e Greenfield são executivos seniores da Fox Searchlight há 8 e 11 anos, respectivamente. Juntos, eles têm capitaneado filmes premiados – além do vencedor Oscar deste ano, também “Três Anúncios para um Crime”, “Ilha de Cachorros” e muitos outros. A criação da divisão televisiva acontece após o estúdio anunciar um selo de produções do gênero fantástico, que será coordenado pelo cineasta Guillermo del Toro, justamente de “A Forma da Água”. O projeto já insinuava criações de séries. Ao mesmo tempo, todo esse ímpeto de crescimento acontece no momento em que o grupo Fox aguarda seu destino, que depende da aprovação do governo americano de sua aquisição pela Disney. Como a compra foi motivada pelo interesse da Disney em conteúdo, tudo pode acabar bem. Entretanto, a quantidade de divisões e subdivisões dentro dessas divisões, com custos operacionais paralelos a empresas similares no mesmo grupo, não reflete a forma funcional como a Disney costuma operar seu organograma.
Guillermo Del Toro vai lançar selo de filmes de terror com a Fox Seachlight
O cineasta Guillermo del Toro, vencedor do Oscar 2018 de Melhor Filme e Direção, assinou um contrato de exclusividade com a Fox Searchlight, produtora do premiado “A Forma da Água”. A parceria vai render novos filmes dirigidos e/ou produzidos por Del Toro, além de gerar um selo especializado, focado em atrações do gênero fantástico – terror, sci-fi e fantasia – , que terá o diretor como curador. “Por muito tempo esperei encontrar um ambiente em que eu pudesse distribuir, nutrir e produzir novas vozes em filmes de gênero inteligentes, inventivos e canalizar a minha própria voze. Na Fox Searchlight, eu encontrei um lar real para a produção de filmes – uma parceria baseada em trabalho, entendimento entre as partes e, acima de tudo, fé. Após a incrível experiência que tive na Fox Searchlight com ‘A Forma da Água’, estou honrado de ter a oportunidade de continuar esse relacionamento”, afirmou del Toro, em comunicado. O primeiro projeto do diretor a ser lançado após o acordo será “Antlers”, sobre um professor de Ensino Básico que recebe um novo aluno com problemas misteriosos em sua classe. Del Toro assinará apenas a produção. A direção de “Antlers” está a cargo de Scott Cooper (“Aliança do Crime), que também escreveu o longa, em parceria com Nick Antosca (criador de “Channel Zero”).
A Forma da Água conquistou o Oscar 2018, mas a grande vitória foi da inclusão e da diversidade
A conquista de “A Forma da Água” no Oscar 2018 representou a culminação daquela que possivelmente foi a cerimônia mais séria da história da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. Com poucas piadas e muita politização, a 90ª premiação do Oscar fez mais que celebrar a diversidade em Hollywood, dedicando parte significativa da transmissão da noite de domingo (4/3) para demarcar terreno em questões de inclusão das mais variadas minorias. Um “viva México” foi exclamado na vitória de “Viva – A Vida É uma Festa”, na categoria de Animação, e se estendeu nos discursos de Guillermo del Toro, como Melhor Diretor e produtor do Melhor Filme, com um conselho para jovens de outros países entrarem chutando a porta na indústria cultural dos Estados Unidos. Os “dreamers”, a geração de jovens imigrantes que Donald Trump também quer chutar – para fora dos Estados Unidos – , foram citados nominalmente em discursos, fazendo a bandeira da imigração tremular no palco do Dolby Theatre com várias cores. O palco também reuniu algumas atrizes que denunciaram assédios, trazendo para os holofotes a parte mais sombria da indústria. Annabella Sciorra, Ashley Judd e Salma Hayek, que revelaram os podres de Harvey Weinstein, representaram o movimento #MeToo e a iniciativa Time’s Up com uma mensagem clara, sobre como serão os próximos 90 anos de cinema: definidos por “igualdade, inclusão, diversidade, internacionalidade”. E para ilustrar a pauta, apresentaram uma espécie de documentário, com depoimentos de cineastas em evidência – Greta Gerwig, Jordan Peele, Ava Duvernay, Barry Jenkins e Kumail Nanjiani – sobre o tema da representatividade. O vídeo evocou fato de, durante toda a vida, eles terem visto apenas filmes feitos por homens ou sobre brancos heterossexuais. Mas, de repente, passaram a ter “Pantera Negra”, “Mulher-Maravilha” e “Corra!”. E “não vamos embora”. Como para reforçar esse discurso, Jordan Peele se tornou o primeiro negro a vencer o Oscar de Melhor Roteiro Original, por “Corra!”. Por sua vez, Frances McDormand, ganhadora do Oscar de Melhor Atriz por “Três Anúncios para um Crime”, fez uma conclamação à indústria para prestar atenção às mulheres indicadas na cerimônia, que se ergueram sob seu comando, sugerindo que todas exigissem uma cláusula de inclusão em seus contratos – “inclusion rider” – , para que os sets sejam obrigatoriamente diversificados – como 50% mulheres e 50% homens, ou 50% brancos e 50% negros, ou outra combinação estatística. O termo “inclusion rider” imediatamente se tornou viral nas redes sociais, após o discurso. A inclusão também se manifestou duplamente na premiação de James Ivory, pelo Roteiro Adaptado de “Me Chame Pelo Seu Nome”. A Academia não apenas considerou uma história de amor LGBT a melhor do ano, mas também fez de Ivory a pessoa mais velha já premiada com um Oscar, aos 89 anos de idade. E ele nem foi o mais idoso presente na cerimônia. Vários representantes da Terceira Idade marcaram presença, num sinal de que mudanças e respeito podem conviver em harmonia. Para completar, a conquista do chileno “Uma Mulher Fantástica”, como Melhor Filme Estrangeiro, reforçou a latinidade que tornou o espanhol a segunda língua oficial da cerimônia, além da pauta LGBT. É significativo que Harvey Weinstein só tenha sido citado no monólogo de abertura do apresentador Jimmy Kimmel. O decorrer da cerimônia deixou claro que o tempo dos protestos já ficou para trás. Vestidos pretos, broches e o Globo de Ouro parecem ter acontecido em outra época. Porque o Oscar 2018 só focou no futuro, reforçando que as mudanças começam já e esta é a nova Hollywood que os artistas querem construir, muito mais diversificada que as imagens dos clipes de filmes clássicos exibidos durante a transmissão. Sim, Gary Oldman confirmou o favoritismo como Melhor Ator por “Destino de uma Nação”, Roger Deakins finalmente ganhou seu Oscar de Melhor Fotografia, em sua 13ª indicação, por “Blade Runner 2049″… Prêmios foram distribuídos (confira a lista completa abaixo), mas a verdade é que o Oscar 2018 não soou como um evento de celebração dos melhores talentos do ano passado. Foi mais que isso, um manifesto uníssono e grandioso contra o status quo e pelo futuro do cinema. Hollywood nunca mais será a mesma. Vencedores do Oscar 2018 Melhor Filme “A Forma da Água” Melhor Direção Guillermo del Toro (“A Forma da Água”) Melhor Ator Gary Oldman (“Destino de Uma Nação”) Melhor Atriz Frances McDormand (“Três Anúncios Para Um Crime”) Melhor Ator Coadjuvante Sam Rockwell (“Três Anúncios Para um Crime”) Melhor Atriz Coadjuvante Allison Janney (“Eu, Tonya”) Melhor Roteiro Original Jordan Peele (“Corra!”) Melhor Roteiro Adaptado James Ivory (“Me Chame Pelo Seu Nome”) Melhor Documentário “Icarus” Melhor Animação “Viva – A Vida É Uma Festa” Melhor Filme em Língua Estrangeira “Uma Mulher Fantástica” (Chile) Melhor Fotografia Roger Deakins (“Blade Runner 2049”) Melhor Edição Lee Smith (“Dunkirk”) Melhor Trilha Sonora Original Alexandre Desplat (“A Forma da Água”) Melhor Canção Original “Remember Me”, de “Viva – A Vida É Uma Festa” Melhor Direção de Arte Paul Denham Austerberry, Shane Vieau e Jeff Melvin (“A Forma da Água”) Melhor Figurino Mark Bridges (“Trama Fantasma”) Melhor Maquiagem e Cabelo “O Destino de Uma Nação” Melhores Efeitos Visuais John Nelson, Gerd Nefzer, Paul Lambert e Richard R. Hoover (“Blade Runner 2049”) Melhor Mixagem de Som Mark Weingarten, Gregg Landaker e Gary A. Rizzo (“Dunkirk”) Melhor Edição de Som Richard King e Alex Gibson (“Dunkirk”) Melhor Curta-metragem “The Silent Child” Melhor Curta de Animação “Dear Basketball” Melhor Documentário em Curta-metragem “Heaven Is a Traffic Jam on the 405”
Guillermo Del Toro nega que A Forma da Água seja plágio
O diretor Guillermo Del Toro resolveu negar publicamente que o filme “A Forma da Água”, indicado a 13 prêmios no Oscar 2018, seja um plágio da peça teatral “Let Me Hear You Whisper”, de Paul Zindel, escrita em 1969. Ele decidiu se manifestar após as insinuações virarem processo judicial, aberto na quarta-feira (21/2) pelo filho do autor, David Zindel. “Eu nunca li ou vi a peça teatral”, disse o diretor ao site americano Deadline. “Eu nunca ouvi falar sobre essa peça antes de fazer ‘A Forma da Água’, e nenhum dos meus colaboradores mencionaram a peça”, completou. Porém, o processo acusa o produtor Daniel Kraus, que propôs o filme a Del Toro, de ser um grande admirador da obra Zindel, assim como o cineasta. As coincidências entre os enredos de peça e filme são múltiplas. A história de Zindel gira em torno de Helen, uma faxineira que se encanta por um golfinho mantido em cativeiro pelo governo. Para salvar a vida do animal, ela arma um plano para driblar a segurança máxima do local e retirá-lo de lá. Já no filme de Del Toro, Sally Hawkins vive Elisa, uma faxineira muda que se apaixona por uma criatura marinha, mantida em cativeiro em um laboratório secreto do governo. Ela também arma um plano para driblar a segurança máxima do local e retirá-lo de lá. Mas os resultados daí em diante são muito diferentes. De fato, se há similaridades na premissa, o restante, incluindo execução, desdobramentos e uma riqueza infinita de detalhes, são opostos. A Fox Searchlight também divulgou um comunicado apoiando Del Toro. “As acusações do senhor Zindel não têm fundamento, são totalmente sem mérito e vamos nos defender. Além disso, a queixa parece coincidir com o ciclo de votação do Oscar para pressionar o nosso estúdio a resolver o caso rapidamente. Em vez disso, nós vamos nos defender vigorosamente e, por extensão, este filme inovador e original”.
Acusação de plágio contra A Forma da Água vai parar na Justiça
O Oscar de Guillermo del Toro começa a fazer água. O filme “A Forma da Água”, campeão de indicações e um dos favoritos à premiação da Academia, está sendo formalmente processado por plágio da peça “Let Me Hear You Whisper”, escrita por Paul Zindel no final da década de 1960. A ação foi aberta na Justiça americana nesta quarta (21/2) pelo filho do autor, David Zindel. O caso, que sacudiu o diretor Guillermo del Toro, veio à tona em janeiro, após o filme receber 13 nomeações ao Oscar 2018, incluindo as de Melhor Filme, Diretor e, ironicamente, Roteiro Original. De acordo com a acusação, o produtor Daniel Kraus, que propôs o filme a Del Toro, seria um grande admirador da obra Zindel, dramaturgo respeitado nos Estados Unidos e vencedor do Prêmio Pulitzer, assim como o próprio cineasta, e teria apresentado a ideia de situar a história na mesma época em que a peça foi transmitida na TV americana, durante os anos 1960. “Esses e outros detalhes reveladores da escrita e produção do longa evidenciam fortemente que os réus infringiram conscientemente os direitos da peça de Zindel”. Em comunicado, a Fox Searchlight classificou a acusação de “sem fundamento” e “totalmente sem mérito”. “Vamos apresentar uma moção para a corte da Califórnia abandonar o caso”, afirma o estúdio. “Além disso, a queixa parece coincidir com o ciclo de votação do Oscar para pressionar o nosso estúdio a resolver o caso rapidamente. Em vez disso, nós vamos nos defender vigorosamente e, por extensão, este filme inovador e original”. As coincidências entre os enredos de peça e filme são múltiplas. A história de Zindel gira em torno de Helen, uma faxineira que se encanta por um golfinho mantido em cativeiro pelo governo. Para salvar a vida do animal, ela arma um plano para driblar a segurança máxima do local e retirá-lo de lá. Já no filme de Del Toro, Sally Hawkins vive Elisa, uma faxineira muda que se apaixona por uma criatura marinha, mantida em cativeiro em um laboratório secreto do governo. Ela também arma um plano para driblar a segurança máxima do local e retirá-lo de lá. Mas os resultados daí em diante revelam-se muito diferentes. De fato, se há similaridades na premissa, o restante, incluindo execução, desdobramentos e uma riqueza infinita de detalhes, são opostos. Mesmo assim, David Zindel acredita que se trata de um plágio total. “Estamos chocados que um estúdio desse tamanho possa fazer um filme obviamente baseado no trabalho do meu pai, achando que ninguém reconheceria, ou sem nos perguntar sobre os direitos”, ele argumentou, em email enviado ao jornal inglês The Guardian. Nas redes sociais, a produção de Del Toro já ganhou o apelido maldoso de “A Forma do Plágio”. E surgiu até quem quisesse aumentar o conto, como o cineasta francês Jean-Pierre Jeunet, que acusou o filme de Del Toro de plagiar uma cena de “Delicatessen” (1991). Neste caso, porém, não há a menor semelhança, a não ser pela inspiração de ambos na comédia muda de Charles Chaplin. A versão televisiva de “Let Me Hear You Whisper” foi disponibilizada no YouTube e pode ser conferida abaixo, em quatro partes que confirmam semelhanças e diferenças em relação a “A Forma da Água”.
Três Anúncios para um Crime vence o BAFTA 2018
O filme “Três Anúncios para um Crime” foi o grande vencedor da premiação da Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas (BAFTA, na sigla em inglês), realizada na noite de domingo (18/2) em Londres. O longa escrito e dirigido pelo inglês Martin McDonagh faturou cinco prêmios, inclusive Melhor Filme. As demais vitórias foram nas categorias de Melhor Filme Britânico, Atriz (Frances McDormand), Ator Coadjuvante (Sam Rockwell) e Roteiro Original, vencido por McDonagh. Entretanto, a estatueta de Melhor Direção ficou com o mexicano Guillermo del Toro, por “A Forma da Água”. Líder de indicações, a fantasia levou apenas três troféus, incluindo ainda Melhor Trilha Sonora para Alexandre Desplat e Melhor Direção de Arte. O BAFTA Award de Melhor Ator ficou com o inglês Gary Oldman pela interpretação de Winston Churchill em “O Destino de uma Nação” e o de Melhor Atriz Coadjuvante com Allison Janney, por “Eu, Tonya”. Curiosamente, todos os atores premiados também venceram o SAG Awards, o prêmio do Sindicato de Atores dos Estados Unidos, nas mesmas categorias. Além deles, Daniel Kaluuya foi consagrado como Ator Revelação do ano por “Corra!”. O troféu de Melhor Filme em Língua Estrangeira foi entregue para “A Criada”, do sul-coreano Park Chan-wook, “Eu Não Sou Seu Negro”, de Raoul Peck, venceu como Melhor Documentário, e “Viva – A Vida É uma Festa”, de Lee Ukrich, ficou com a estatueta de Melhor Animação. A premiação realizada na tradicional casa londrina de espetáculos Royal Albert Hall transcorreu em um clima marcado por manifestações de protestos contra os abusos sexuais na indústria cinematográfica. Várias estrelas se vestiram de preto para marcar posição, entre elas Angelina Jolie, Jennifer Lawrence e Kristin Scott Thomas. Confira abaixo a lista dos vencedores. Indicados ao BAFTA Awards 2018 Melhor Filme “Três Anúncios para um Crime” Melhor Diretor Guillermo del Toro, “A Forma da Água” Melhor Atriz Frances McDormand, “Três Anúncios para um Crime” Melhor Ator Gary Oldman, “O Destino de uma Nação”, Melhor Atriz Coadjuvante Allison Janney, “Eu, Tonya” Melhor Ator Coadjuvante Sam Rockwell, “Três Anúncios para um Crime” Melhor Filme Britânico “O Destino de uma Nação” Melhor Estreia de Roteirista, Diretor ou Produtor Britânico “I Am Not a Witch”, Rungano Nyoni (roteiro/direção), Emily Morgan (produção) Melhor Filme Estrangeiro “A Criada”, de Park Chan-wook Melhor Documentário “Eu Não Sou Seu Negro”, Raoul Peck Melhor Animação “Viva – A Vida É uma Festa”, de Lee Unkrich e Darla K. Anderson Melhor Roteiro Original Martin McDonagh, “Três Anúncios para um Crime” Melhor Roteiro Adaptado James Ivory, “Me Chame pelo seu Nome” Melhor Trilha Sonora Alexandre Desplat, “A Forma da Água” Melhor Fotografia Roger Deakins, “Blade Runner 2049” Melhor Edição Jonathan Amos, Paul Machliss, “Em Ritmo de Fuga” Melhor Direção de Arte Paul Austerberry, Jeff Melvin, Shane Vieau, “A Forma da Água” Melhor Figurino Mark Bridges, “Trama Fantasma” Melhor Maquiagem David Malinowski, Ivana Primorac, Lucy Sibbick, Kazuhiro Tsuji, “O Destino de uma Nação”
Fábula de A Forma da Água é bela, politicamente correta e também convencional
Ah, o cinemão clássico norte-americano… Desta vez, conduzido por um cineasta mexicano, “estirpe” que vem dominando – com méritos – Hollywood nesta década. Em 1962, no período da Guerra Fria, uma criatura estranha é capturada na América do Sul e levada por um militar (um vilão caricatural interpretado por Michael Shannon) para estudos em um laboratório ultra-secreto do governo dos EUA. Os norte-americanos desejam utilizar a criatura na corrida espacial, e espiões russos acompanham os estudos, pensando num sequestro. A parte disso tudo, a faxineira (muda) Elisa Esposito (a ótima Sally Hawkins) segue uma rotina diária: ela acorda, coloca alguns ovos para cozinhar, entra no banho, se masturba, toma café, pega o ônibus para o trabalho e chega quase sempre em cima do horário. Elisa trabalha no laboratório e em um momento de faxina se depara com a criatura, iniciando uma história de amor nos moldes do clássico “A Bela e a Fera”. O cineasta Guillermo Del Toro recria com capricho o território de fábula que o tornou conhecido com “O Labirinto do Fauno” (2006) num filme sexy que ora homenageia o “O Monstro da Lagoa Negra” (1954), ora acena para “La La Land” (2016), e tem todos os elementos politicamente corretos para os tempos modernos: Elisa é latina e seus melhores amigos são uma negra, a também faxineira Zelda (Octavia Spencer sempre excelente e merecidamente indicada ao Oscar como Atriz Coadjuvante), e um gay, o ilustrador Giles (Richard Jenkins eficiente e também indicado no papel de coadjuvante). A criatura é feia, mas também tem um bom coração e se comove com música, tanto quanto se apaixona pelos ovos feitos por Elisa. O romance destes dois perdidos numa banheira suja é delicadamente bonito e a paisagem gótica um dos pontos altos de um filme que recebeu 13 indicações ao Oscar, e deve levar entre três e quatro para casa (o México?), mas falta alguma coisa nesse oceano de citações, recortes, clichês e acusações de plágio que torne o filme… único. O resultado: uma bela e bem-feita fábula tradicional.
Cinquenta Tons de Liberdade estreia em 1º lugar com a pior bilheteria da trilogia nos EUA
A estreia de “Cinquenta Tons de Liberdade” foi a maior bilheteria do fim de semana na América do Norte. O final da trilogia de melodrama erótico arrecadou US$ 38,8M (milhões) em seus três primeiros dias de exibição. Mesmo assim, o desempenho ficou bem abaixo da abertura dos dois capítulos anteriores baseados na obra de E.L. James. O primeiro “Cinquenta Tons” estreou com US$ 85,1M em 2015, enquanto o segundo fez US$ 46,6M em 2017. Por coincidência, a nota da crítica também se tornou mais rasteira a cada novo lançamento. O novo episódio rendeu apenas 11% de aprovação no site Rotten Tomatoes. O primeiro filme da franquia (25% no RT) foi o eleito o pior filme de 2015 na votação do troféu Framboesa de Ouro. Já o segundo concorre a bis este ano. Alheio às críticas negativas, o público mundial pagou US$ 136,9M para assistir ao final feliz de Anastasia e Christian Grey, fazendo com que a franquia da Universal atingisse US$ 1 bilhão de arrecadação em todo o mundo, entre os três títulos. Além deste, o fim de semana ainda teve o lançamento de mais dois filmes nos Estados Unidos e no Canadá, que deixaram o resto do Top 3 no mesmo tom cinzento, sem impressionar a crítica. Em 2º lugar, a produção infantil “Pedro Coelho”, combinação de animação e atores reais, fez US$ 25M, obtendo um início razoável para seu orçamento de US$ 50M. Pouco mais que medíocre para a crítica norte-americana, com 58% de aprovação, o longa chega aos cinemas brasileiros em 22 de março. “15:17: Trem para Paris”, dirigido por Clint Eastwood, ficou com o 3º lugar. Orçado em US$ 30M, faturou US$ 12,6M em seus três primeiros dias. Baseada em uma história real, o filme dispensou astros famosos para trazer os verdadeiros personagens da história, recriando para as telas seu ato de heroísmo. A estratégia do docudrama, entretanto, não impressionou a crítica – teve 21% de aprovação. Estreia no Brasil em 22 de fevereiro. Logo abaixo das estreias, o fenômeno “Jumanji: Bem-Vindo à Selva”, líder até a semana passada, apareceu em 4º lugar. A produção da Sony arrecadou mais US$ 9,8M em sua oitava semana em cartaz, já acumula US$ 365,6M nas bilheterias domésticas e atingiu US$ 881,7M em todo o mundo. Com isso, ultrapassou “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” (US$ 334,2M doméstico e US$ 880,2M mundial), o maior sucesso do estúdio no ano passado. Confira abaixo os números do desempenho dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Cinquenta Tons de Liberdade Fim de semana: US$ 38,8M Total EUA: US$ 38,8M Total Mundo: US$ 136,9M 2. Pedro Coelho Fim de semana: US$ 25M Total EUA: US$ 25M Total Mundo: US$ 25M 3. 15h17 – Trem para Paris Fim de semana: US$ 12,6M Total EUA: US$ 12,6M Total Mundo: US$ 17,9M 4. Jumanji: Bem-Vindo à Selva Fim de semana: US$ 9,8M Total EUA: US$ 365,6M Total Mundo: US$ 881,7M 5. O Rei do Show Fim de semana: US$ 6,4M Total EUA: US$ 146,52M Total Mundo: US$ 314,2M 6. Maze Runner: A Cura Mortal Fim de semana: US$ 6M Total EUA: US$ 49M Total Mundo: US$ 229,1M 7. A Maldição da Casa Winchester Fim de semana: US$ 5M Total EUA: US$ 17,1M Total Mundo: US$ 17,1M 8. The Post – A Guerra Secreta Fim de semana: US$ 3,5M Total EUA: US$ 72,8M Total Mundo: US$ 123M 9. A Forma da Água Fim de semana: US$ 3M Total EUA: US$ 49,7M Total Mundo: US$ 74,3M 10. Covil de Ladrões Fim de semana: US$ 2,8M Total EUA: US$ 40,9M Total Mundo: US$ 57M











