Hollywood reage à decisão da Suprema Corte contra o aborto nos EUA
A Suprema Corte dos Estados Unidos revogou nesta sexta-feira (24/6) o caso histórico “Roe x Wade”, de 1973, considerado o marco legal que estabeleceu o direito ao aborto legal no país. A decisão não proíbe o aborto nos EUA, mas muda os limites até onde os estados podem ir. O veredito autoriza estados americanos a terem leis mais restritivas contra a decisão das mulheres de interromper a gravidez. Governos conservadores podem agora impor limites rígidos para dificultar e até impedir o acesso de mulheres ao sistema de saúde visando abortos. Artistas e celebridades de Hollywood reagiram à decisão nas redes sociais. A cantora Taylor Swift tuitou: “Estou absolutamente aterrorizada que tenhamos chegado até aqui – que depois de tantas décadas de pessoas lutando pelos direitos das mulheres sobre seus próprios corpos, a decisão de hoje nos tirou isso”. O cantor e ator Harry Styles rotulou a decisão de “um dia verdadeiramente sombrio para os EUA”. “É realmente insondável e desanimador ter que tentar explicar para minha filha de 11 anos por que vivemos em um mundo onde os direitos das mulheres estão se desintegrando diante de nossos olhos”, lamentou a cantora Mariah Carey. “Esta Suprema Corte é um desastre absoluto. De dar às pessoas o direito de portar armas a tirar os direitos das mulheres de autonomia sobre seus próprios corpos. Não estávamos exagerando quando vimos isso chegando”, destacou a atriz Patricia Arquette. “Todo mundo tem uma arma, mas ninguém tem autonomia corporal. América”, resumiu a atriz Elizabeth Banks. “Pronto para o controle de natalidade e relacionamentos do mesmo sexo desaparecerem também?”, questionou o apresentador Jimmy Kimmel. “Preparem-se gays, vocês são os próximos”, alertou a estrela Bette Midler. Mas também teve artistas masculinos de direita que comemoraram. Kevin Sorbo, que já foi Hércules e agora faz filmes evangélicos, foi um deles. “A vida venceu”, ele tuitou, sem se estender. Apesar de não comentarem publicamente a decisão, os estúdios de Hollywood manifestaram preocupação e interesse em proteger seus funcionários, oferecendo a eles benefícios de saúde incluindo até mesmo viagens para conseguir abortos em estamos que permitam, se necessário. Um porta-voz da Warner Bros. Discovery disse que a companhia está “comprometida em oferecer aos funcionários em todo o país acesso a serviços de saúde consistentes e abrangentes. À luz da recente decisão da Suprema Corte, imediatamente expandimos nossas opções de benefícios de saúde para cobrir despesas de transporte para funcionários e seus familiares que precisem viajar para ter acesso a aborto e cuidados reprodutivos”. Já a Paramount, por intermédio de Bob Bakish, CEO da companhia, destacou que “apoiará – como sempre fizemos – as escolhas que nossos funcionários fazem sobre seus próprios cuidados de saúde”. A empresa se comprometeu a oferecer “certas despesas de viagem relacionadas se do plano de saúde não cobrirem serviços, como o aborto, por serem proibidos em sua área.” Os executivos da Disney também se comunicaram diretamente com as suas equipes, oferecendo com cuidados de qualidade e acessíveis para todos os funcionários, não importando onde eles morem. A Netflix ressaltou que já oferece uma cobertura de reembolso de transporte para funcionários nos EUA em período integral, incluindo dependentes que precisem viajar para tratamento de câncer, transplantes, de afirmação de gênero ou aborto A controladora da NBC Universal, Comcast, preferiu não comentar o assunto, mas o Deadline apurou que a companhia oferece um benefício de viagem para funcionário que inclui todos os serviços e procedimentos médicos que não estão disponíveis perto da casa de um funcionário. Por fim, a Sony compartilhou com todos os funcionários nos EUA que seus planos médicos por meio da Aetna fornecem assistência abrangente – incluindo reembolso de viagens, se necessário para acessar os serviços disponíveis. Entenda o caso “Roe x Wade” Em 1969, Norma McCorvey, então uma mulher solteira de 25 anos decidiu desafiar as leis antiaborto do estado do Texas na justiça, usando o pseudônimo de “Jane Roe”. Mesmo alegando que havia sido estuprada, ela não obteve o direito de fazer um aborto e foi obrigada a dar à luz. Defendendo a lei antiaborto estava Henry Wade, promotor público do condado de Dallas – e daí o nome do caso “Roe x Wade”. Quatro anos depois, em 1973, o caso chegou à Suprema Corte dos Estados Unidos e foi examinado juntamente com o de outra mulher da Georgia, Sandra Bensing, de 20 anos. Ao final, por sete votos a dois, os juízes decidiram que os governos não deveriam ter o poder de proibir o aborto e que as mulheres tinham o direito de interromper a gravidez. A decisão deu início a uma regulação do aborto no país, em um sistema no qual as mulheres tinham direito total ao aborto nos três primeiros meses da gestação. De acordo com o Center for Reproductive Rights, a expectativa é que após a revisão dessa decisão, o aborto permaneça acessível em 25 estados, e provavelmente será proibido em outros 22, além de 3 territórios. Everybody gets a gun but nobody gets bodily autonomy. America. — Elizabeth Banks (@ElizabethBanks) June 24, 2022 This Supreme Court is an absolute disaster. From giving people the right to carry guns to taking away Womens rights of autonomy over their own bodies. We weren’t being reactive we saw it coming. — Patricia Arquette (@PattyArquette) June 24, 2022 It is truly unfathomable and disheartening to have to try to explain to my 11 year old daughter why we live in a world where women’s rights are disintegrating in front of our eyes. — Mariah Carey (@MariahCarey) June 24, 2022 I’m absolutely devastated for the people of America today. Check on your friends. Look after each other. We’re all in this together, and the fight is just beginning. A truly dark day for America. — Harry Styles. (@Harry_Styles) June 24, 2022 Life wins. — Kevin Sorbo (@ksorbs) June 24, 2022 Supreme Court my ass — Danny DeVito (@DannyDeVito) June 24, 2022 GET READY, GAYS. YOU’RE NEXT. — bettemidler (@BetteMidler) June 24, 2022
“Woke” é cancelada após duas temporadas
A plataforma Hulu cancelou “Woke”, série de comédia que teve duas temporadas estreladas por Lamorne Morris, o Winston de “New Girl”. A atração era baseada na vida e na arte do cartunista Keith Knight (criador da história em quadrinhos “The K Chronicles”) e abordava um tema absolutamente atual: o racismo estrutural. Criada pelo próprio artista em parceria com Marshall Todd (roteirista de “Uma Turma do Barulho”), a série trazia Morris como Keef, um ilustrador e cartunista que vive em San Francisco. Bem-sucedido, o protagonista tem uma visão cor-de-rosa do mundo, até sentir na própria pele o racismo da polícia. A partir desse momento, ele começa a alucinar e ser criticado por seus próprios personagens – que ganham vida onde quer que vá – , tudo para forçá-lo a reconsiderar sua visão de mundo e sua própria arte. O elenco também incluía o comediante T. Murph, a ex-integrante do “Saturday Night Live” Sasheer Zamata e o ator Blake Anderson (da série “Workaholics”). Inédita no Brasil, a série venceu alguns prêmios de organizações ligadas à cultura afro-americana e teve seu último episódio exibido em abril deste ano. Confira o trailer do lançamento original abaixo.
Juíza exige pagamento milionário de Amber Heard para aceitar novo julgamento
O processo de difamação de Johnny Depp contra Amber Heard voltou ao tribunal da cidade de Halifax, na Virgínia, nesta sexta (24/6), numa audiência marcada pela juíza Penney Azarate na expectativa de uma conciliação. Entretanto os advogados do ator não formalizaram a intenção de perdoar o valor da indenização e a advogada da atriz tratou de afirmar que entrará com pedido de apelação da sentença. Diante da manifestação de Elaine Bredhoft, advogada de Heard, a juíza apontou uma condição para o caso voltar aos tribunais: o pagamento do total da indenização definida e mais juros como fiança. Isto significa que se a atriz buscar reverter o veredito de difamação terá que desembolsar US$ 8,35 milhões com juros de 6% ao ano, para que qualquer apelação avance formalmente. Reiterando o que vem dizendo publicamente nas últimas semanas, Bredehoft deixou claro que Heard apelará do veredicto, mas também disse que Heard não tem dinheiro para pagar a Depp ou cumprir a exigência de fiança. Seu caminho será contestar a decisão e apresentar um recurso no prazo máximo legal de 21 dias. Um porta-voz de Heard sinalizou que a atriz de “Aquaman” planeja entrar com o recurso. “Você não pede perdão se é inocente. E você não se recusa a apelar se sabe que está certo”, diz o comunicado oficial. Embora ambos tenham participado de todo o julgamento de seis semanas, nem Depp nem Heard voltaram ao tribunal da Virgínia para a audiência desta sexta.
David Cronenberg será homenageado pelo Festival de San Sebastián
O Festival de San Sebastián anunciou que vai homenagear o cineasta canadense David Cronenberg em sua 70ª edição, que acontecerá de 16 a 24 de setembro na Espanha. Ele vai se juntar a atriz francesa Juliette Binoche, anunciada em maio passado, na consagração do prestigioso Prêmio Donostia. A homenagem a Cronenberg também incluirá uma exibição de seu filme mais recente, “Crimes of the Future”, que marcou a volta do diretor aos horrores biológicos do começo de sua carreira – como “Calafrios” (1975), “Filhos do Medo” (1979) e “A Mosca” (1986). Cineastas anteriores que receberam o Prêmio Donostia incluem Francis Ford Coppola, Woody Allen, Oliver Stone, Agnès Varda, Hirokazu Koreeda e Costa-Gavras. Já Juliette Binoche receberá uma homenagem dupla, pois também estampa o cartaz oficial da festival. Vencedora de um Oscar pelo seu trabalho em “O Paciente Inglês” (1996), a estrela francesa visitará a cidade de San Sebastián pela quarta vez para receber o reconhecimento por sua extensa filmografia de quase 75 personagens. A premiação também será acompanhada pela exibição de seu filme mais recente, “Fire”, que rendeu à diretora Claire Denis o Urso de Prata no Festival de Berlim deste ano.
The Boys: “Herogasm” é proibido em quatro países
O muito comentado episódio “Herogasm”, da série “The Boys”, foi censurado em quatro países. A revelação foi feita pelo criador da série, Eric Kripke, em entrevista ao site espanhol SensaCine. “O episódio 6 é ilegal em quatro países”, ele contou. “Tivemos que cortar partes muito grandes para permitir a transmissão”. Kripke não mencionou quais países proibiram o conteúdo, mas concordou que seu tema – uma “Supersuruba” na tradução nacional – foi além do que se espera de uma série, mesmo no streaming. “É provavelmente um dos episódios mais explícitos que eu acho que alguém já viu. Eu acho que você realmente tem que recorrer à pornografia para ver coisas que sejam mais explícitas [do que o episódio]”, ele ponderou em outra entrevista, ao site TVLine. “Existem regras divertidas sobre quantas vezes você pode simular f*der e se você pode ou não mostrar um pênis ereto e por quanto tempo você pode mostrar uma parte íntima. Existem todas essas regras, mas, apesar de tudo, ficamos dentro dos limites do que era permitido”, afirmou o criador. O episódio “Herogasm/Supersuruba” foi disponibilizado nesta sexta (24/6) na plataforma Prime Video, da Amazon, e a orgia é apenas um detalhe em sua trama, que ainda tem muito sangue, mortes impactantes, o aparente fim dos Sete e o aguardado confronto entre Capitão Pátria (Homelander) e Soldier Boy.
“The Boys” cumpre promessa de orgia e entrega muito mais em seu melhor capítulo
O episódio “Herogasm”, de “The Boys”, chegou nesta sexta (24/6) na Amazon Prime Video arregaçando tudo. Adaptação de uma das edições mais polêmicas dos quadrinhos em que a série se baseia, o capítulo mostrou uma orgia de super-heróis e teve seu título traduzido no Brasil como “Supersuruba”. Distanciando-se da história original de Garth Ennis, mas mantendo a perversão, a série apresentou o “Herogasm” como uma tradição secreta dos super-heróis, que anualmente se juntam numa orgia onde vale tudo. Em destaque, rolou muita nudez, inclusive frontal, e várias opções de pênis, desde um superlonguíssimo até um consolo criado com superpoderes de gelo, sem esquecer a zoofilia do Profundo (Deep) e jorros gigantes de fluídos. Mas a supersuruba dura pouco e nem é o ponto alto do episódio, que muitos já consideram o melhor da série. Afinal, em meio aos peladões acontece o aguardado confronto entre o Capitão Pátria (Homelander) e Soldier Boy, que abala a confiança do líder dos Sete. Por sinal, que Sete? Depois dos eventos desta semana, a “Liga da Justiça” da série ficou resumida a dois remanescentes. E a habilidade de um deles se limita à capacidade de falar e transar com criaturas marinhas. O sangue também correu solto. Há algumas mortes chocantes, outras engraçadas e até, aparentemente, uma inesperada. E há o melhor final de episódio de toda a série: uma simples live, que reduz o tamanho da tela ao formato de um celular, em que Luz-Estrela (Starlight) se dirige a seus seguidores. Por sinal, que Luz-Estrela? A série deve ter batido seu recorde de audiência, mas, depois de tudo o que aconteceu e o gancho final, quem viu deve estar ainda mais desesperado para assistir ao próximo episódio – dia 1 de julho, na plataforma de streaming da Amazon. Haverá muitas consequências.
Elizângela teria sido dispensada de “Travessia” por recusar vacinação
A veterana atriz Elizângela, que estava cotada para “Travessia”, a nova novela das nove da Rede Globo, foi cortada do elenco por não querer se vacinar contra Covid-19. Os protocolos de segurança sanitária da emissora são rígidos quanto a imunização. Segundo o colunista Gabriel Perline, a atriz teria sido convidada para atuar na novela que substituirá “Pantanal” pessoalmente pela autora Glória Perez. A escritora e a atriz já trabalharam juntas em outras novelas, inclusive no último folhetim de Perez, “A Força do Querer”. Além de Elizângela, a portuguesa Maria Vieira usou as redes sociais na semana passada para denunciar seu corte de “Travessia” por ser contra a vacinação. Ela afirmou ter sido indicada para a novela pelo diretor Mauro Mendonça Filho, com quem trabalhou em “Negócio da China” (2008), e que chegou a ser instruída a pedir um visto de trabalho para o Brasil. Para Maria Vieira, forçar a vacinação faz parte de “decisões e ações ditatoriais” influenciadas pelo “globalismo” (teoria de conspiração da extrema direita, que sugere a implantação de chips nas vacinas). Politizando o tema, acrescentou que seu corte foi uma censura por ela ser de direita e apoiar Bolsonaro. A exigência da vacinação passou a ser norma nas empresas de produção de conteúdo artístico em todo o mundo, desde o final de 2020, por motivos econômicos. Trata-se de uma opção radicalmente capitalista: não apenas reduz os encargos de tratamento por contaminação individual como diminui as paralisações de produções devido à detecção de covid-19 nos sets, economizando gastos das empresas. Nos EUA, muitos atores foram dispensados de trabalhos em andamento por se recusarem a seguir os protocolos sanitários. As vacinas não contém chips. Após o início da vacinação, o Brasil caiu de 3 mil mortos diários para menos de 100. Uma pesquisa conduzida em Londrina, no Paraná, constatou que 75% das mortes por Covid-19 registradas nos primeiros dez meses de 2021 ocorreram em indivíduos que não foram imunizados contra a doença. A maior parte das pessoas que ainda morrem por Covid-19 estão com a vacinação atrasada.
Saiba como “The Umbrella Academy” lidou com a transição de Elliot Page
Quando Elliot Page (de “Juno” e “Além da Morte”) anunciou sua mudança de gênero há dois anos, apesar do apoio dos fãs, muitos se perguntaram como isso afetaria seu papel na série “The Umbrella Academy”. Afinal, por duas temporadas Page interpretou Vanya Hargreeves. A resposta veio nesta semana com o lançamento da 3ª temporada da série, em que Vanya se tornou Viktor, levando a transição da vida real da atriz também para a ficção. A mudança não é mostrada de forma abrupta. No primeiro episódio nada muda, mas já no segundo Vanya vira Viktor, com a ajuda de um cabeleireiro do Hotel Obsidian. Ao fundo, ouvimos um diálogo de Sissy (Marin Ireland) dizendo o seguinte: “Você não percebe a caixa em que está até que alguém venha e deixe você sair”. Depois de um corte de cabelo mais curto, Viktor então se reapresenta aos seus irmãos. O principal detalhe desta mudança é que o foco da atenção não se concentra sobre Viktor, mas sim na discussão se devem ou não fazer as pazes com seus novos inimigos da Academia Sparrow. “Quem escolheu você, Vanya?”, pergunta Diego (David Casteñada). “É Viktor”, responde o personagem de Page. “É quem eu sou, é quem eu sempre fui”, acrescenta. Após alguns segundos de silêncio de Diego, Klaus (Robert Sheehan) e Cinco (Aidan Gallagher), Viktor pergunta: “isso é um problema para qualquer um de vocês?”. Todos respondem que não. Cinco acrescenta: “Verdadeiramente feliz por você, Viktor”. No instante seguinte, o assunto já volta a ser o enredo principal, e assim a transição de Vanya para Viktor acontece sem maiores traumas. Apesar disso, essa não é a última vez que a referência à Vanya surge na série. No episódio 3, Luther (Tom Hopper), que não estava presente na cena anterior, ainda se refere ao personagem de Page pelo nome anterior, quando é informado que houve a mudança. “Devemos dizer alguma coisa? Fazer algum gesto formal? Acolhê-lo como irmãos?”, Luther pergunta a Diego. “Por Deus, não”, diz Diego. “Apenas aceite isso, cara, não diga nada e não seja estranho”. A 3ª temporada de “The Umbrella Academy” já está disponível na Netflix. Confira o trailer abaixo.
Documentário do Menudo revela até estupro na boy band
A série documental “Menudo: Sempre Jovens”, que mostra a trajetória da primeira boy band do mundo desde 1977, alega que seus jovens artistas sofreram abuso físico e sexual por parte do empresário musical Edgardo Díaz. Disponível na HBO Max, o documentário está dividido em quatro episódios nos quais são entrevistados 13 ex-membros do grupo que foi desfeito em 2009. O cantor Ricky Martin, certamente o nome mais conhecido a passar pelo Menudo, não foi entrevistado. As alegações contra Díaz incluem abuso físico, sexual e mental, com agenda de trabalho extenuante e falta de supervisão por parte dos pais – uma exigência formal de Díaz para que os jovens fizessem parte do grupo. Ângelo Garcia, integrante do Menudo, alega ter sido estuprado várias vezes entre 1988 e 1990. Ele conta que foi drogado com álcool por um homem não identificado, que fazia parte da comitiva do Menudo, e desmaiou. Quando acordou, “estava nu e sangrando, então eu sabia que havia sido penetrado”, relatou. Ele também diz ter sido apalpado em um elevador por outros integrantes da equipe. Andy Blázquez e Jonathan Montenegro, integrantes da banda nos anos 1990, contam histórias quase idênticas sobre ameaças da equipe de produção de tocar as partes íntimas dos meninos, numa espécie de “rito de passagem” para o grupo. Blázquez acrescenta ainda que sempre houve uma atmosfera de sexualização extrema, com comentários sobre sexo anal. “Lembro-me de Edgardo dizendo: ‘sabe o prazer que você sente quando está fazendo cocô? Sexo anal é assim'”, disse Blázquez. Por fim, integrantes como Montenegro e Rawy Torres descrevem ainda uma existência miserável no grupo, sem brincadeiras, risadas ou diversão. Eles eram obrigados a atuar mesmo se estivessem doentes. Acusado, Díaz não respondeu aos pedidos de entrevistas por parte da equipe do documentário, mas negou todas as acusações relacionadas a abusos ou má gestão. A série documental “Menudo: Sempre Jovens” é uma produção original da HBO Max e tem direção de Ángel Manuel Soto, que está à frente do vindouro filme “Besouro Azul”, e de Kristofer Ríos (de “Havana Skate Days”). Veja o trailer abaixo.
“Westworld”, “The Umbrella Academy” e as séries da semana
A programação da semana está movimentada com vários gêneros e opções. Há desde super-heróis, ação e sci-fi até drama histórico, comédias e documentário pop. Com destaque para os aguardados retornos de “The Umbrella Academy” e “Westworld”, sem esquecer do final de “Killing Eve”, a lista também traz estreias variadas, com candidatos a novos favoritos para acompanhar. Confira abaixo as 10 melhores novidades disponíveis nas plataformas de streaming. | WESTWORLD # 4 | HBO MAX A 4ª temporada retoma os mistérios da premiada sci-fi em clima apocalíptico, a partir deste domingo (26/6). Bem diferente de tudo que veio antes, a trama é culminação da luta entre androides e humanos, e envolve um plano de extermínio levado adiante por Charlotte (Tessa Thompson) – a principal antagonista após a morte de Dolores (Evan Rachel Wood) – com ajuda da versão androide do Homem de Preto (Ed Harris) e insetos de laboratório capazes de colocar a humanidade sob seu controle, invertendo a premissa original da série. Alguns anos se passaram desde a última temporada, tempo suficiente para que Caleb (Aaron Paul) tenha se casado e virado pai, mas principalmente para que os parques temáticos fossem reabertos – agora com um passeio pela era do jazz e dos gângsteres (anos 1930), que serve, como metatexto, de crítica à cultura dos reboots. Mas depois de deter Dolores, Maeve (Thandiwe Newton) está alerta e pronta para enfrentar a nova ameaça. Só que nada é realmente o que parece. Entre outros detalhes, Evan Rachel Wood reaparece como uma nova personagem, envolvida em segredos obscuros e stalkeada por Teddy (James Marsden), ambos em participações enigmáticas. São tantos personagens e jornadas que Bernard (Jeffrey Wright) e Ashley (Luke Hemsworth) só ressurgem no 3º episódio, junto com uma força de “resistência” no deserto. Ainda mais intrincada que o costume, a trama começa a encaixar a partir do 4º capítulo, quando uma reviravolta explica o papel de Aurora Perrineau (“Prodigal Son”) – e é uma guinada estilo “Matrix”, ou a sequência de “Matrix” que os fãs gostariam de ter visto. Certamente, com um episódio liberado por semana, pode ser cansativo esperar até lá. Mas não seria “Westworld” se não fosse lento e cerebral. Entre as novidades do elenco, destacam-se ainda Ariana DeBose (vencedora do Oscar por “Amor, Sublime Amor”) e Daniel Wu (“Into the Badlands”). | THE UMBRELLA ACADEMY # 3 | NETFLIX Partindo da cena que encerrou a temporada passada, os heróis interpretados por Elliot Page, Tom Hopper, David Castañeda, Emmy Raver-Lampman, Robert Sheehan e Aidan Gallagher voltam dos anos 1960 para se deparar com um presente completamente diferente do que lembravam – e com uma nova equipe de heróis instalada em sua residência: a Sparrow Academy. Os integrantes da Academia Umbrella logo percebem que criaram um paradoxo ao viajar no tempo e, só para variar, tornaram-se novamente responsáveis por eventos cataclísmicos que irão acabar com o mundo – pela terceira vez. A série é baseada nos quadrinhos do cantor Gerard Way (ex-My Chemical Romance) e do desenhista brasileiro Gabriel Bá (publicados no Brasil como “A Academia Umbrella”), e entre brigas com a Academia rival e planos para salvar o mundo, os novos episódios também mostram a transformação da personagem Vanya em Viktor, refletindo a transição sexual de Elliot Page. | LA CASA DE PAPEL: COREIA # 1 | NETFLIX Os algoritmos da Netflix tiveram um orgasmo com esse projeto: um remake da segunda série não falada em inglês mais popular da plataforma no idioma da primeira série mais popular. A adaptação tenta se diferenciar do original espanhol por introduz elementos políticos e contexto totalmente coreanos, ao se passar após uma imaginária unificação das Coreias. Replicando o que aconteceu na unificação da Alemanha, o fim das fronteiras mantiveram os antigos norte-coreanos pobres, enquanto os milionários do Sul se tornaram mais ricos. O desejo de ajuste de contas move o novo Professor e seu grupo, que resolvem tomar posse da fortuna do país num grande assalto. Em vez das célebres máscaras de Salvador Dali, os coreanos também adotam um disfarce diferente: Yangban, um dos 12 personagens tradicionais das máscaras usadas em celebrações de ruas pela população pobre coreana desde o século 12. Yangban representa um aristocrata que costuma ser objeto de zombaria na dança com máscaras. Muito apropriado, já que os ladrões pretendem atacar o sistema que sustenta os mais ricos. Os roteiros da adaptação são assinados por Ryu Yong-jae (“Invasão Zumbi 2: Península”) e o elenco destaca alguns artistas conhecidos: Yoo Ji-tae (“Oldboy”) como o Professor, Park Hae-soo (“Round 6”) como Berlim, Jeon Jong-seo (“Em Chamas”) como Tóquio e a sumida Kim Yunjin (de “Lost”) como Woo Jin, a versão sul-coreana da inspetora Raquel. | AMERICAN CRIME STORY: IMPEACHMENT # 3 | STAR+ Depois de explorar o julgamento de O.J. Simpson e o assassinato de Gianni Versace, a nova temporada da série de antologia de Ryan Murphy cobre o processo de Impeachment do ex-presidente Bill Clinton. Os capítulos mostram como o escândalo envolvendo Clinton e a estagiária Monica Lewinsky vazou na mídia e a forma como foi usado para tentar derrubar o presidente, jogando nova luz sobre os bastidores da polêmica. A trama é baseada num best-seller de 2000 escrito por Jeffrey Toobin, mesmo autor que já tinha inspirado a bem-sucedida 1ª temporada da série. A adaptação foi feita por Sarah Burgess (“Compliance”) e destaca um irreconhecível Clive Owen (“Projeto Gemini”) como Clinton, Beanie Feldstein (“Fora de Série”) idêntica à Monica Lewinsky, Sarah Paulson (“American Horror Story”) como Linda Tripp, a mulher que gravou telefonemas em que Lewinsky admitia o caso com Clinton, Annaleigh Ashford (“Masters of Sex”) como Paula Jones, que processou o ex-presidente por assédio sexual, e Edie Falco (“Nurse Jackie”) como Hillary Clinton. A equipe ainda inclui a própria Monica Lewinsky, creditada como coprodutora. | KILLING EVE # 4 | GLOBOPLAY Lançada em 2018, a série criada por Phoebe Waller-Bridge (“Fleabag”) se tornou o maior sucesso e a produção mais premiada da BBC America após o fim de “Orphan Black”. Mas chega ao final com a pior avaliação de sua trajetória – apenas 55% no Rotten Tomatoes. Muitos criticaram o desfecho, mas o grande vilão foi o hiato de dois anos desde a 3ª temporada. A produção acompanha Eve Polastri (Sandra Oh), uma agente secreta britânica que persegue Villanelle (Jodie Comer), assassina profissional de um cartel internacional, e aos poucos passa a desenvolver uma estranha obsessão por ela. Até que, inesperadamente, começa a ser correspondida de forma doentia. O jogo de gato e rato vira uma brincadeira perigosa entre duas gatas. | CHLOE # 1 | AMAZON PRIME VIDEO A minissérie britânica de suspense acompanha a história de Becky Green, uma stalker digital obcecada em acompanhar as redes sociais de sua antiga amiga de infância Chloe Fairbourne. A vida encantadora de Chloe, o marido adorável e o círculo de amigos bem-sucedidos estão sempre a um clique de distância, num grande contraste com a própria vida de Becky cuidando da mãe, que foi diagnosticada com demência precoce. Até que Chloe morre de repente, deixando a stalker em crise de abstinência. Inconformada, ela quer continuar seguindo a vida – ou melhor, a morte – da falecida. Para isso, assume uma nova identidade e se infiltra no cotidiano invejável dos amigos mais próximos da falecida, espantando-se ao descobrir que o mundo real de Chloe não era nada instagramável. O contraste levanta suspeitas, mas, para descobrir mais, Becky precisa ousar e mentir muito, arriscando-se a se perder em seu próprio jogo. Criada por Alice Seabright (roteirista e diretora de “Sex Education”), a minissérie é estrelada por Erin Doherty (a Princesa Anne de “The Crown”) como Becky e Poppy Gilbert (“Fique Comigo”) como Chloe. | PLAYERS # 1 | PARAMONT+ Sátira do universo competitivo dos jogadores de LoL (League of Legends), a série é apresentada como uma falso documentário, que revela os bastidores de uma equipe de eSports. Em crise, a equipe precisa lidar com o choque de egos entre seus astros: o ex-campeão em decadência e o novato recém-chegado de 17 anos, considerado um prodígio dos jogos. A série é uma criação de Tony Yacenda e Dan Perrault, que usaram a mesma técnica de falso documentário na sátira “American Vandal”, da Netflix, e o elenco inclui vários rostos desconhecidos para dar a impressão de que as gravações são factuais – incluindo os protagonistas Misha Brooks e Da’Jour Jones como o veterano Creamcheese o prodígio Organizm. | FORTUNA # 1 | APPLE TV+ Maya Rudolph (“Missão Madrinha de Casamento”) vive uma bilionária mimada e extravagante, que tem sua vida virada do avesso ao descobrir a amante de duas décadas do marido. Ridicularizada pelas publicações de fofoca e sem saber como lidar com o divórcio, ela faz uma segunda descoberta: tem uma fundação beneficente em plena atividade no seu nome. A partir daí, decide provar que é mais que uma ricaça alienada, reinventando-se como filantropa. Criada por Alan Yang (“Little America”) e Matt Hubbard (“30 Rock”), “Fortuna” (Loot) é uma sátira da ostentação dos ricaços. Além de Rudolph, destaca ainda Michaela Jaé “MJ” Rodriguez em seu primeiro papel após “Pose”, como a gerente da fundação. | HOMEM X ABELHA: A BATALHA # 1 | NETFLIX Rowan Atkinson volta a estrelar uma série de humor físico, lembrando seu papel mais famoso, Mr. Bean. O ator vive o homem do título, que trava uma batalha destrutiva contra um inseto, enquanto cuida de uma mansão de luxo. O resultado deste conflito vai parar na Justiça. Criada por Atkinson e a equipe de sua franquia “Johnny English” – o roteirista William Davies e o diretor David Kerr – , a premissa é simples e leva a imaginar como foi estendida numa série de 10 episódios. A resposta é simples: cada capítulo dura em torno de 10 minutos cada. O que remete ao tamanho das produções da falida plataforma Quibi (do slogan dos “10 minutos ou menos”). Vista numa maratona, a atração tem tamanho de um filme de 90 minutos. | MENUDO: SEMPRE JOVENS # 1 | HBO MAX Os meninos que cantavam “Não se Reprima” nos anos 1980 contam tudo, desde o estresse causado pela rotatividade das formações aos assédios sexuais e até estupros que sofreram quando eram adolescentes. Mesmo para quem não sabe quem foi Menudo ou seu integrante mais famoso, Rick Martin, o registro documental da época é fascinante, ao desvendar como era a vida da primeira boy band do mundo, fabricada por um empresário de Porto Rico. A direção é de Ángel Manuel Soto, que está à frente da vindoura adaptação de quadrinhos “Besouro Azul”, e de Kristofer Ríos (de “Havana Skate Days”).
“Doutor Estranho” e as estreias digitais da semana
A programação de estreias digitais destaca o maior sucesso de cinema do ano, “Doutor Estranho no Universo da Loucura”, lançado com exclusividade na Disney+. Mas numa semana de opções fraquíssimas no streaming – o principal filme da Netflix, “O Homem de Toronto”, é uma bomba com só 25% de aprovação no Rotten Tomatoes – , os títulos que completam o Top 10 abaixo são todos de serviços de VOD (Video on Demand). A versão online das antigas videolocadoras não tem mensalidade. O público paga apenas o filme que deseja assistir, como nos velhos tempos da Blockbuster. E conta com novidades que estiveram recentemente em cartaz no circuito cinematográfico, além de produções premiadas em festivais internacionais – incluindo dramas LGBTQIAP+. O serviço é oferecido em plataformas como Apple TV, Google Play, Microsoft Store, Loja Prime e YouTube. Confira os lançamentos. | DOUTOR ESTRANHO NO MULTIVERSO DA LOUCURA | DISNEY+ Maior bilheteria de cinema de 2022 (cerca de US$ 950 milhões em todo o mundo), o segundo filme do Doutor Estranho chega ao streaming após ter consolidado a transformação do Universo Cinematográfico da Marvel em Multiverso. Continuação direta do fenômeno “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”, a produção conta o que acontece após o Doutor Estranho quebrar os limites entre as dimensões, resultando numa multiplicação de personagens e versões de personagens, com participações até de integrantes dos X-Men, Quarteto Fantástico, Inumanos e do desenho animado “What If…?”. Mas vale destacar que, além do Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) e sua (spoiler) inimiga Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), a personagem mais importante do filme é America Chavez, uma heroína de outro universo vivida por Xochitl Gomez (“O Clube das Babás”). O roteiro é de Michael Waldron, criador de “Loki”, que plantou as sementes do multiverso naquela série e aqui se perde entre as dimensões. Já a direção ficou a cargo de Sam Raimi, que em seu retorno aos personagens da Marvel, após comandar a trilogia original do Homem-Aranha, tem a missão de fazer com que o multiexcesso vire diversão. | AMBULÂNCIA – UM DIA DE CRIME | CLARO TV+, VIVO PLAY, VOD* O novo thriller de ação de Michael Bay (“Transformers”) tem todos os tiros e explosões que se espera dos filmes do diretor. Na trama, Yahya Abdul-Mateen II (“A Lenda de Candyman”) e Jake Gyllenhaal (“Homem-Aranha: Longe de Casa”) vivem criminosos que improvisam a fuga de um assalto malsucedido numa ambulância roubada, fazendo a paramédica vivida por Eiza González (“Em Ritmo de Fuga”) de refém. Curiosamente, este é o segundo remake consecutivo de thriller dinamarquês estrelado por Gyllenhaal, que está também em “O Culpado”, na Netflix. O “Ambulancen” original foi lançado em 2005 e venceu alguns prêmios internacionais. O remake transforma o suspense de baixo orçamento num espetáculo de efeitos explosivos, com roteiro assinado por Chris Fedak, cocriador das séries “Chuck” e “Prodigal Son”, em sua estreia no cinema. | DOG – A AVENTURA DE UMA VIDA | VOD* Primeiro filme dirigido por Channing Tatum (“Kingsman: O Círculo Dourado”) traz o ator contracenando com um cachorro. O aspecto mais curioso é que os dois interpretam veteranos de guerra, em viagem para o funeral de um colega soldado. O projeto foi concebido pela entourage do ator. A história partiu de Brett Rodriguez, um assistente, dublê e consultor militar dos filmes de Tatum. E o roteiro final foi assinado por Reid Carolin (produtor-roteirista de “Magic Mike”), que é sócio e parceiro do astro há mais de uma década, e também dividiu a direção do filme com o amigão. O enredo é de um road movie rumo à superação, com um soldado que reluta em aceitar a vida civil e um cachorro que não aceita nenhum substituto para seu dono querido – o militar morto cujo funeral eles pretendem atender. Embora previsível como todo filme de jornada, é muito simpático e conquistou a crítica americana – 76% de aprovação no Rotten Tomatoes. | O PAI DA RITA | VOD* Este é apenas o segundo longa de ficção de Joel Zito Araújo, o diretor do premiado “Filhas do Vento”, vencedor de nada menos que oito kikitos no Festival de Gramado de 2005. Desde então, ele fez alguns curtas e documentários, mas a demora em retornar ao cinema autoral não deixa de ser significativa para ilustrar as dificuldades que enfrentam os cineastas negros no Brasil, especialmente quando decidem filmar histórias negras com atores negros. “O Pai da Rita” é uma comédia, de premissa até bem comercial, não muito diferente do novo sucesso de Maisa na Netflix, “Pai em Dobro”, mas com um ponto de vista inverso e tendo como pano de fundo a celebração do samba. Ailton Graça (“Galeria Futuro”) e Wilson Rabelo (“Dom”) vivem dois compositores da velha guarda da Vai-Vai, que compartilham uma kitnet, décadas de amizade, o amor por sua escola de samba e uma dúvida do passado: o que aconteceu com a passista Rita, paixão de ambos. O surgimento da Ritinha (Jéssica Barbosa, de “Mormaço”), filha da passista, traz uma nova dúvida e ameaça desmoronar essa grande amizade. O detalhe é que há um terceiro possível pai nesta história: o cantor e compositor Chico Buarque, que compôs uma música sobre sua paixão por Rita no começo da carreira. A música existe mesmo: “A Rita”. E este é apenas um dos muitos elementos que enriquecem a produção, que ainda comenta a situação do samba, a crise econômica, a especulação imobiliária e muito mais. | A NOITE DO TRIUNFO | VIVO PLAY, VOD* Premiada como Melhor Comédia da Europa (pela Academia Europeia de Cinema) em 2020, a produção francesa gira em torno de um ator decadente (Kad Merad, de “Um Amante Francês”) que começa a dar aulas de teatro num presídio na tentativa de encenar “Esperando Godot” com os encarcerados. Mesmo feito para divertir, o filme de Emmanuel Courcol (“Cessar Fogo”) apresenta momentos tocantes, especialmente na forma como busca identificar a situação dos presidiários com o drama existencial de Vladimir e Estragon, os personagens que esperam Godot. | POST-MORTEM – FOTOS DO ALÉM | VIVO PLAY, VOD* O terror húngaro se passa após a 1ª Guerra Mundial e acompanha um jovem fotógrafo especializado em registrar cadáveres ao lado de suas famílias. Ao ser convencido por uma pequena órfã a visitar sua vila, que teve muitas mortes por causa da gripe espanhola, ele fica perplexo com a quantidade de mortos que ainda não foram enterrados, devido à terra congelada pelo inverno. Mas se isso pode significar muitos clientes para suas fotos, o local sombrio tem um clima estranho, com barulhos noturnos e habitantes hostis, que refletem um terreno assombrado. Super atmosférico, o longa de Péter Bergendy (“Trezor”) colecionou 27 prêmios em festivais de cinema fantástico – 10 eles só no Toronto After Dark, incluindo Melhor Filme. | TERROR NO ESTÚDIO 666 | VOD* Na trama que mistura terror e comédia, a banda Foo Fighters é assombrada após se mudar para uma mansão antiga para gravar seu 10º álbum, “Medicine at Midnight”, sem saber que o local é habitado por forças ocultas que podem ameaçar os trabalhos — e suas vidas. A história foi concebida pelo cantor Dave Grohl e virou um dos últimos registros do baterista Taylor Hawkins, antes de morrer de overdose durante uma turnê da banda pela América do Sul neste ano. O roteiro é assinado por Jeff Buhler (o autor do remake de “Cemitério Maldito”) em parceria com Rebecca Hughes (da série “Cracking Up”) e a direção é de BJ McDonnell, diretor de clipes de heavy metal (Slayer e Exodus) que tem trabalhado como operador de câmera nos filmes do universo “Invocação do Mal”. | NORTH HOLLYWOOD | VIVO PLAY, VOD* Produzido pelo músico Pharrell Williams, “North Hollywood” acompanha um jovem que precisa se decidir entre o sonho de se tornar skatista profissional ou ir para faculdade como seu pai deseja. O filme marca a estreia na direção de Miley Alfred, dono da grife de street wear Illegal Civilization e produtor de outro filme de skate famoso, “Anos 90” (2018). A trama é praticamente sua história de vida. Ele cresceu entre skatistas na região de Los Angeles retratada na trama. Não por acaso, o elenco é repleto de skaters reais, entre eles o protagonista Ryder McLaughlin, que estreou como ator em “Anos 90”. Também há participações de Vince Vaughn (“Freaky”) e Miranda Cosgrove (a “iCarly”). | TREMORES | VIVO PLAY, VOD* Aos 40 anos, um homem evangélico, casado e com dois filhos, se envolve em um relacionamento amoroso com outro homem. Na tentativa de “curá-lo”, sua esposa recorre ao pastor da igreja que frequentam, e logo sua comunidade se volta contra ele, revelando uma sociedade profundamente repressiva. A nova consagração de Jayro Bustamante, o premiado diretor guatemalteco de “A Chorona” (2019), venceu o LA Outfest, o troféu de Melhor Filme Latino-americano do Festival de San Sebastián e mais 12 prêmios internacionais. Elogiadíssimo pela crítica, atingiu 90% de aprovação no Rotten Tomatoes. | MAGNÍFICO | VIVO PLAY, VOD* O drama LGBTQIAP+ britânico acompanha Jackie, uma drag queen veterana que, aos 74 anos, descobre que tem uma doença terminal, ao mesmo tempo em que cria uma amizade inesperada com Faith, uma jovem drag queen iniciante, recém-chegada em seu club e com dificuldades financeiras. Solitária, sem amigos e apenas uma filha distante, Jackie decide aproveitar o que lhe resta de vida fazendo suas últimas performances e ajudando Faith. Escrito e dirigido pelo celebrado cineasta inglês Jamie Patterson, “Magnífico” tem 95% de aprovação no Rotten Tomatoes e venceu os troféus do Público e do Júri no LA Outfest. * Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Google Play, Microsoft Store, Loja Prime e YouTube, entre outras, sem necessidade de assinatura mensal.
Nova música de Taylor Swift ganha vídeo com cenas de “Um Lugar Bem Longe Daqui”
Como prometido, Taylor Swift lançou sua nova música “Carolina” no primeiro minuto desta sexta (24/6). Mais que isso, a gravação também ganhou um lyric video com cenas de “Um Lugar Bem Longe Daqui”. Criada especificamente para a trilha do filme, a música é a primeira composição original da cantora desde seu álbum de 2020, “Evermore”. Em março, quando anunciou que faria uma canção exclusiva para o longa, Taylor escreveu um texto sobre sua relação com a obra original: “‘Um Lugar Bem Longe Daqui’ é um livro em que me perdi completamente quando o li anos atrás. Assim que soube que havia um filme em andamento estrelado pela incrível Daisy Edgar-Jones e produzido pela brilhante Reese Witherspoon, eu sabia que queria fazer parte dele do lado musical. Eu queria criar algo assustador e etéreo para combinar com essa história hipnotizante”. Baseado no livro de mesmo nome de Delia Owens, o filme gira em torno de Kya, uma jovem que cresceu sozinha no brejo de uma cidadezinha e passou a ser tratada como se fosse um bicho. Só que é uma menina doce, que acaba atraindo o interesse de dois rapazes. Quando um deles aparece morto, ela passa a ser caçada pela polícia e precisa provar sua inocência diante de uma população que a odeia. O filme é estrelado por Daisy Edgar-Jones (“Normal People”), foi escrito por Lucy Alibar (indicada ao Oscar por “Indomável Sonhadora”), dirigido por Olivia Newman (“Minha Primeira Luta”) e conta com produção da atriz Reese Witherspoon (“Big Little Lies”). A estreia de “Um Lugar Bem Longe Daqui” está marcada para 1 de setembro no Brasil, um mês e meio após o lançamento nos EUA.
Olivia Cooke fará terror do diretor de “Não Olhe Para Cima”
A atriz Olivia Cooke, que estrelou “Jogador Nº 1” e está nas séries “Slow Horses” e “A Casa do Dragão”, foi confirmada no filme de terror “Breeders”, projeto concebido por Adam McKay, o diretor de “Não Olhe Para Cima”. McKay teve a ideia da trama e vai produzir o longa, mas desta vez não assina o roteiro, que será escrito por Brian Steele. Já a direção está a cargo de Kelsey Bollig, curta-metragista que fará a sua estreia na direção de um longa. Ela tem em seu currículo trabalhos menos conhecidos do grande público, como a direção dos curtas “Asking for a Friend”, “The Fourth Wall” e “Kickstart My Heart”, produções de terror premiadas em festivais do gênero. A distribuição é da Lionsgate e ainda não há previsão de estreia.











