Estreias | Kung Fu Panda 4 é a principal novidade nos cinemas

Animação da Universal chega ao Brasil duas semanas após se consolidar como blockbuster de sucesso nos Estados Unidos

Divulgação/Universal Pictures

A animação “Kung Fu Panda 4” é o principal lançamento desta quinta (21/3) nos cinemas. O filme chega ao Brasil já consolidado como blockbuster, após liderar as bilheterias dos Estados Unidos pelos dois últimos fins de semana. Apesar disso, o circuito aposta numa série para competir pela atenção do público. Um compilado de episódios da 4ª temporada de “The Chosen”, série sobre a vida de Jesus Cristo, vai chegar em nada menos que mil telas. A programação inclui ainda seis títulos com distribuição limitada, com destaque para um filme sobre o sambista Adoniran Barbosa, estrelado pelo roqueiro Paulo Miklos, dos Titãs. Confira as novidades.

 

KUNG FU PANDA 4

 

A animação chega ao Brasil após liderar, por dois fins de semana seguidos, a bilheteria dos Estados Unidos – superando o blockbuster “Duna: Parte 2”. A continuação marca a volta de Po ao cinema, após uma rápida passagem pela Netflix. Desta vez, o protagonista embarca numa jornada para se tornar Líder Espiritual, após se consolidar como Dragão Guerreiro, e encontrar um substituto para seu antigo posto. Mas seu caminho logo se cruza com a ascensão de uma nova vilã, Camaleoa, mestre dos disfarces, que é capaz de se transformar em todos os grandes vilões da franquia. Para enfrentá-la, Po vai precisar de novos aliados, mesmo que também sejam criminosos.

A nova produção da Universal e da DreamWorks Animation custou US$ 85 milhões, quase metade dos três primeiros filmes – orçados em cerca de US$ 150 milhões – e chega ao Brasil já praticamente paga. Um dos motivos da economia é a ausência dos dubladores mais famosos, como Angelina Jolie, Dustin Hoffman e outros, cujos personagens não aparecem na sequência. Mas Jack Black faz novamente a voz do personagem principal, assim como Jackie Chan segue no papel do mestre macaco.

A produção destaca as estreias de Awkwafina (“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”), Ke Huy Quan (“Loki”) e Viola Davis (“Mulher Rei”) como dubladores de novos personagens. Viola, por sinal, dá voz para a Camaleoa. A direção é da dupla Mike Mitchell (“Uma Aventura Lego 2”) e Stephanie Stine (“She-Ra e as Princesas do Poder”).

 

SAUDOSA MALOCA

 

O filme inspirado na obra de Adoniran Barbosa traz Paulo Miklos no papel do lendário compositor de sucessos como “Trem das Onze”, “Samba do Arnesto” e o famosíssimo samba do título. A ação começa numa mesa de bar, onde o velho Adoniran conta a um jovem garçom histórias da São Paulo dos anos 1950, que já na época (Adoniran morreu em 1982) não existia mais. Relembra com carinho da maloca onde viveu com Joca e Mato Grosso, da paixão deles por Iracema (que também virou samba famoso) e de outros personagens eternizados em suas músicas – incluindo nas lembranças sua célebre visita ao Arnesto.

Ao privilegiar as lendas e músicas sobre os fatos da vida de Adoniran, o filme assume-se mais como um tributo à obra do que uma biografia convencional de um dos maiores sambistas de São Paulo. Além do músico dos Titãs, o elenco destaca Gero Camilo e Gustavo Machado como Matogrosso e Joca. Curiosamente, Miklos e Camilo trabalharam juntos, como um casal, na série recente “Manhãs de Setembro”. Leilah Moreno vive Iracema, e a direção é de Pedro Serrano, que em 2018 lançou um documentário sobre o compositor, chamado “Adoniran: Meu nome é João Rubinato”, e antes disso, em 2015, dirigiu Paulo Miklos como Adoniran num curta (“Dá Licença de Contar”), que serviu de ensaio para o lançamento atual.

 

ALICE NO PAÍS DAS TREVAS

 

A versão de horror de “Alice no País nas Maravilhas” segue a linha trash das transformações de contos de fada em filmes sangrentos de baixo orçamento com atores iniciantes – título mais popular da tendência, “Ursinho Pooh: Sangue e Mel” venceu o Framboesa de Ouro como pior filme do ano. Na história, após a trágica morte de seus pais, Alice vai morar com sua tia na casa da família, chamada Wonderland (País das Maravilhas). No entanto, ao chegar lá, ela começa a ver figuras estranhas na casa e logo desaparece em um buraco de coelho de terror.

Na prática, o filme explora um universo de espelhos onde parece não haver lógica, e usa a fábula de Lewis Carroll mais como um truque de marketing do que uma inspiração genuína. Antes deste lançamento, o diretor Richard John Taylor já tinha realizado 10 longas e nenhum conquistou aprovação da crítica.

 

O PRIMEIRO DIA DA MINHA VIDA

 

O drama é uma adaptação cinematográfica do romance homônimo de 2018 escrito pelo próprio diretor, Paolo Genovese. A trama gira em torno de quatro pessoas que, quando atingem o fundo do poço – e a beira do suicídio – são visitadas por um homem misterioso que lhes dá uma semana para ver como o mundo seria sem elas. Uma das pessoas é uma ex-ginasta que ficou presa a uma cadeira de rodas após uma lesão. Outra é uma policial que caiu em depressão após a morte de sua filha. O encontro sobrenatural serve como uma oportunidade para eles reconsiderarem suas decisões e encontrarem um novo significado para suas vidas.

De um modo amplo, a premissa lembra o clássico “A Felicidade Não se Compra” (1946), com o veterano Toni Servillo (“A Grande Beleza”) no papel do “anjo” da vez. Mas a obra também pode ser comparada, dentro da filmografia de Genovese, com seu filme de 2017, “Os Oportunistas”, com temas semelhantes de reflexão sobre a vida e as escolhas pessoais, além da ideia de um personagem misterioso que tem o poder de influenciar o destino dos outros.

 

NO SUBMUNDO DE MOSCOU

 

O suspense russo de época é ambientado na Moscou de 1902 e gira em torno dos boêmios teatrais do início do século 20. A trama é baseada nas obras de Vladimir Gilyarovsky, conhecido por suas descrições detalhadas da favela de Khitrovka, e no romance “O Signo dos Quatro”, o segundo livro de Arthur Conan Doyle sobre Sherlock Holmes.

A história começa quando o diretor Konstantin Stanislavsky, em busca de inspiração para encenar uma nova peça, decide se familiarizar com a vida do “fundo” da cidade. Ele se volta para Vladimir Gilyarovsky, um especialista reconhecido nas favelas de Moscou, para obter ajuda. Juntos, eles vão para Khitrovka e se envolvem na investigação do assassinato de um residente local misterioso – um Sikh indiano com um passado sombrio.

Este é o 18° longa do diretor Karen Shakhnazarov (“Anna Karenina: A História de Vronsky”), que é uma figura importante e popular no cinema russo. O cineasta é membro da Academia Europeia de Cinema, membro do Conselho de Especialistas do prêmio nacional de cinema “Golden Eagle”, vice-presidente do conselho presidencial para cultura e arte da Rússia, membro honorário da Academia Russa de Artes e, desde 1998, diretor geral da Mosfilm, uma das maiores e mais antigas produtoras de cinema da Europa.

 

THE CHOSEN – OS ESCOLHIDOS

 

O lançamento é uma compilação de episódios da 4ª temporada de “The Chosen”, série religiosa baseada na vida de Jesus Cristo, que no Brasil é disponibilizada pela Netflix e exibida na TV aberta pelo SBT – mas a transmissão na TV está bem atrasada, ainda na 2ª temporada. A produção ganhou notoriedade ao se tornar o maior projeto financiado coletivamente da história da televisão. Os telespectadores contribuíram financeiramente para a realização da 1ª temporada por meio de uma vaquinha online, mas o sucesso foi tão grande que atraiu as plataformas de streaming e, desde a 3ª temporada, os exibidores de cinema.

Criação, roteiro, produção e direção são de Dallas Jenkins, filho do famoso novelista cristão Jerry B. Jenkins (autor da franquia apocalíptica “Deixados para Trás”). A trama acompanha a vida de Jesus Cristo, interpretado por Jonathan Roumie, focando na perspectiva dos 12 discípulos que continuaram seu legado. Os episódios exploram o ponto de vista de figuras bíblicas como Pedro, João, Judas e Tadeu.

 

BOLA PRO ALTO

 

Um documentário sobre a altinha, um esporte de praia que consiste em manter uma bola no ar sem usar as mãos, e que virou febre nas areias do Rio. O filme de Cecília Lang foca o Maracanã da Alta, como era chamado o trecho da praia de Ipanema conhecido como Coqueirão, para revelar a altinha como uma autêntica expressão da cultura carioca de praia. Entre os personagens, a câmera encontra Patricinha (campeã de futvôlei), Adílio Jr, Marcelo Adnet e Evandro Mesquita, entre outros.