Documentário do Channel 4 expõe acusações de abuso sexual contra Russell Brand

A emissora britânca Channel 4 exibiu neste sábado (16/9) o documentário “Russell Brand: In Plain Sight”, que trouxe uma série de denúncias contra o comediante e influenciador digital Russell Brand, incluindo acusações […]

Instagram/Russell Brand

A emissora britânca Channel 4 exibiu neste sábado (16/9) o documentário “Russell Brand: In Plain Sight”, que trouxe uma série de denúncias contra o comediante e influenciador digital Russell Brand, incluindo acusações de estupro, assédio sexual e comportamento abusivo. Quatro mulheres prestaram depoimentos à equipe do canal, mantendo o direito ao anonimato.

A reportagem também foi compartilhada mais cedo pelo jornal The Times of London e ganhará novos detalhes mais tarde, pelo Sunday Times.

 

As acusações

Segundo uma das mulheres, ela iniciou um relacionamento com Brand em 2006, quando tinha 16 anos e o comediante 30. A jovem alega ter sofrido abusos e controle excessivo durante os três meses de convivência. Outra mulher detalhou um suposto ataque em 2012, na casa de Brand em Los Angeles, enquanto uma terceira afirma ter sido sexualmente assediada pelo humorista na mesma cidade, em 2013. A quarta denunciante declarou que Brand se expôs a ela durante seu tempo de trabalho no próprio Channel 4, no início dos anos 2000.

O documentário também abordou um livro publicado por Jordan Martin, ex-namorada de Brand, que detalha uma suposta agressão cometida por ele. Martin não quis participar do documentário, mas disse: “mantenho minha versão”.

A equipe de “Dispatches”, programa investigativo do Channel 4, revelou que começou o levantamento da história sobre os abusos do comediante em 2019, tendo entrevistado centenas de pessoas do mundo do entretenimento, da comédia e da indústria cinematográfica. Após as denúncias, a agência de talentos Tavistock Wood encerrou sua parceria com o comediante britânico.

 

Apresentação de Brand

Enquanto o documentário era transmitido, Brand se apresentava no Troubadour Wembley Park Theatre, em Londres, em um espetáculo com ingressos esgotados. “Agradeço muito o seu apoio. Amo vocês. Tenho muitas coisas sobre as quais quero falar. Claro, há coisas sobre as quais absolutamente não posso falar”, disse Brand ao público.

As acusações são da época em que ele se tornou mais conhecido por sua passagem por Hollywood. Entre 2008 e 2013, ele fez muito sucesso em filmes como “Ressaca de Amor”, “Arthur, o Milionário Irresistível” e “Rock of Ages: O Filme”, e chegou a se casar com a cantora americana Katy Perry. O casamento durou apenas 14 meses, entre outubro de 2010 e dezembro de 2011.

Hoje em dia, ele segue uma carreira bem diferente, tendo virado uma espécie de guru da direita na internet, divulgador de ioga, meditação, teorias de conspiração e ataques à imprensa.

 

Defesa de Russell Brand

Ao ser procurado pelos veículos na sexta (15/9) para comentar as acusações, Brand se antecipou e publicou um vídeo no Instagram, anunciando que viriam “acusações criminais muito graves” que ele negava totalmente.

“As relações que tive foram absolutamente sempre consensuais”, declarou Brand. “Sempre fui transparente sobre isso, quase excessivamente transparente. E estou sendo transparente sobre isso agora”. O ator argumenta que a franqueza com que sempre tratou sua vida, especialmente sua juventude promíscua, está sendo “metastatizada em algo criminoso” e, fiel a seu estilo de propagador de conspirações, sugere que existe uma “agenda séria e concentrada” para silenciá-lo.

“Para mim, é claro, ou pelo menos sinto, que existe uma agenda séria e concentrada para controlar esses tipos de espaços e essas vozes”, disse, citando Joe Rogan, que também teria sido alvo de um ataque supostamente coordenado por conta de seu conteúdo ofensivo no Spotify.

Nos comentários, seus seguidores reafirmaram que não só duvidam das reportagens como “ninguém acredita na imprensa”. Para completar, Elon Musk defendeu Brand, dizendo que a imprensa “não gosta de competição”.

Veja abaixo trechos do documentário divulgados pelo grupo jornalístico Times.