John Romita Sr., lenda dos quadrinhos da Marvel, morre aos 93 anos

John Romita Sr., mestre dos quadrinhos e co-criador de personagens icônicos da Marvel, como Wolverine, o Justiceiro e Mary Jane Watson, faleceu aos 93 anos. Sua morte foi anunciada na terça-feira (13/9) […]

Instagram/John Romita Jr.

John Romita Sr., mestre dos quadrinhos e co-criador de personagens icônicos da Marvel, como Wolverine, o Justiceiro e Mary Jane Watson, faleceu aos 93 anos. Sua morte foi anunciada na terça-feira (13/9) à noite no Twitter por seu filho, John Romita Jr., que também é um artista bem-sucedido da Marvel.

“Digo isso com um coração pesado, meu pai faleceu pacificamente em seu sono”, escreveu ele. “Ele é uma lenda no mundo da arte, e foi uma honra seguir seus passos… Ele foi o maior homem que já conheci.”

 
Início de carreira

Romita Sr. nasceu em Brooklyn, filho de um padeiro, e se formou na Manhattan School of Industrial Art em 1947. De forma precoce, ele começou a desenhar quadrinhos aos 19 anos, sendo publicado no pioneiro gibi “Famous Funnies”.

Por uma década e meia, o artista dividiu seu tempo entre as empresas que eventualmente se tornariam Marvel e DC — Timely Comics e National Comics, respectivamente — trabalhando em vários títulos e ganhando reputação por suas histórias em quadrinhos de romance.

Mas com a chegada da década de 1960, os super-heróis dominaram o mercado. Romita começou em 1966 um período de cinco anos trabalhando estritamente com o editor-chefe da Marvel, Stan Lee, na revista do Homem-Aranha, assumindo o lugar do artista Steve Ditko, que havia criado o herói com Lee em 1961, antes de romper a parceria por uma briga.

 
Amor e morte no Homem-Aranha

A passagem de Romita resultou numa revolução na vida do Homem-Aranha, com a introdução de vários dos personagens mais memoráveis de seus quadrinhos, incluindo sua amada Mary Jane Watson e famoso vilão Wilson Fisk, o Rei do Crime. Foi também durante o período de Romita que o Homem-Aranha ultrapassou o Quarteto Fantástico como campeão de vendas da Marvel, fazendo o herói mascarado se tornar o símbolo (o Mickey Mouse) da empresa.

Além de criar personagens duradouros no universo do “Homem-Aranha”, o artista também contribuiu para o fim de outros. Foi ele quem assinou a arte do trágico e icônico gibi da morte de Gwen Stacy, considerada uma das melhores histórias do “Homem-Aranha” em todos os tempos. Para compensar sua participação nessa tragédia, também fez a capa da edição histórica do casamento de Peter Parker/Homem-Aranha e Mary Jane em 1987.

 
Luke Cage, Justiceiro e Wolverine

Em 1972, Romita tornou-se o diretor de arte não oficial da Marvel, um cargo que foi formalizado um ano depois, quando contribuiu para a criação do design de vários personagens, incluindo Luke Cage, o Justiceiro e Wolverine. Foi ele também quem redesenhou a Viúva Negra para apresentá-la com seu icônico traje preto de espiã e ainda ilustrou a estreia da primeira versão feminina do Capitão Marvel, Monica Rambeau. Quase todos esses personagens apareceram inúmeras vezes no cinema e na TV, tanto em live-action quanto em animações.

Ele deixou a Marvel em 1996, entrando numa semi-aposentadoria — um termo vago, dada sua produção nos anos seguintes, com vários projetos relacionados ao Homem-Aranha para a Marvel e até uma capa para o Superman na DC, a primeira vez que ele trabalhou para a concorrência em meio século.

Reconhecido como uma verdadeira lenda dos quadrinhos, Romita Sr. entrou no Hall da Fama dos Prêmios Eisner em 2002 e no Hall da Fama dos Prêmios Inkwell em 2020.

Ele deixa sua esposa, Virginia, e dois filhos. John Romita Jr., por sinal, seguiu os passos do pai e virou um dos desenhistas mais celebrados do Homem-Aranha.