A ministra do Meio Ambiente Marina Silva anunciou nesta terça (17/1), durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que a fundação do ator Leonardo DiCaprio empenhou-se em arrecadar US$ 100 milhões para o Fundo Amazônia, voltado ao financiamento de ações para preservação da floresta.
Criado em 2009 para recompensar o Brasil por resultados positivos na redução de emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, o fundo foi paralisado em junho de 2019 pelo governo Bolsonaro, depois que o Ministério do Meio Ambiente Ricardo Salles extinguiu o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), sem usar doações que somam R$ 3,4 bilhões, feitas pela Noruega e Alemanha.
A mobilização da Fundação Leonardo DiCaprio, voltada para a preservação do meio ambiente e de seus habitantes, vem em resposta à retomada do Fundo, que foi reativado numa das primeiras iniciativas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de posse de seu terceiro mandato em 1 de janeiro.
A ironia do anúncio de Marina Silva é que DiCaprio chegou a ser acusado levianamente pela família Bolsonaro de ser responsável pela destruição da Amazônia. O deputado Eduardo Bolsonaro publicou no Twitter em 2019 que o vencedor do Oscar doou US$ 300 mil “para a ONG que tocou fogo na Amazônia”.
Passou vergonha, porque foi desmentido publicamente. “Apesar de merecerem apoio, nós não financiamos essas organizações”, disse DiCaprio, em comunicado enviado à imprensa internacional e publicado no Instagram, em que também elogiou as ONGs de preservação da floresta atacadas por bolsonaristas com outras fake news.
Na ocasião, o ator enalteceu “o povo brasileiro que trabalha para salvar sua herança cultural e natural” e afirmou que “o futuro destes ecossistemas insubstituíveis está em jogo”. Desde aquela época, ele dizia ter “orgulho de estar ao lado dos grupos que os protegem.”