Estado de saúde Pelé se agrava e tratamento seria apenas paliativo

Contrariando declarações feitas pelo próprio Pelé e sua filha, a internação hospitalar do ex-atleta de 82 anos não foi para exames de rotina e seu estado de saúde seria muito grave. O […]

Instegram/Pelé

Contrariando declarações feitas pelo próprio Pelé e sua filha, a internação hospitalar do ex-atleta de 82 anos não foi para exames de rotina e seu estado de saúde seria muito grave. O jornal Folha de S. Paulo publicou neste sábado (3/12) que o craque passou a ser tratado de forma paliativa.

Cuidados paliativos são indicados a todos os pacientes com doenças ou condições progressivas e potencialmente terminais. As medidas vão depender dos sintomas, da funcionalidade e do prognóstico, ou seja, quanto tempo de sobrevida se espera para o paciente. No caso de Pelé, ele teria passado a receber apenas medidas de conforto, para aliviar a dor e a falta de ar, por exemplo.

Internado desde terça (29/11) no Hospital Israelita Albert Einstein, Pelé deixou de responder ao tratamento quimioterápico que vinha fazendo desde setembro do ano passado, quando foi operado de um câncer de intestino. No início do ano, foram diagnosticadas metástases no intestino, no pulmão e no fígado, que continuaram se espalhando pelo corpo do rei do futebol.

Com a manifestação de novos sintomas, Pelé foi levado ao hospital com um quadro de anasarca (inchaço generalizado), uma síndrome edemigêmica (edema generalizado) e uma insuficiência cardíaca descompensada. Esta informação foi antecipada pela rede ESPN e confirmada agora pela Folha.

Procurada pela Folha para se pronunciar sobre a adoção de cuidados paliativos, a direção do hospital não confirmou e também não negou a informação. Apenas reforçou que manteria o conteúdo da nota divulgada na sexta (2/12).

Pouco após a ESPN apurar que Pelé tinha inflamação nos pulmões, o hospital divulgou uma nota na tarde de sexta informando que ele teve diagnosticada uma infecção respiratória, que estava sendo tratada com antibióticos.

“A resposta tem sido adequada e o paciente, que segue em quarto comum, está estável, com melhora geral no estado de saúde”, disse o comunicado assinado pelos médicos Fabio Nasri, geriatra e endocrinologista, o oncologista Rene Gansl e Miguel Cendoroglo Neto, diretor-superintendente médico do Einstein

De acordo com a nota, o ex-jogador continuará internado nos próximos dias para continuidade do tratamento.

Os médicos que assinam o comunicado informaram que não falarão com a imprensa e os posicionamentos da equipe só virão por meio de notas oficiais.

Enquanto isso, Kely Nascimento, filha de Pelé, que está no Catar acompanhando a Copa do Mundo, segue minimizando a gravidade do quadro de saúde do pai em seu perfil em uma rede social.

“A mídia está surtando novamente e eu quero vir aqui abafar um pouquinho. Meu pai está internado, regulando medicamento. Eu não estou pulando num voo para correr lá. Meus irmãos estão no Brasil, visitando, e eu vou no Ano Novo”, postou. “Não tem surpresa, nem emergência”, concluiu Kely, que agradeceu ao carinho dos fãs.

Pelé, por sua vez, também tem feito postagens em suas redes sociais durante a Copa do Mundo. Na quinta (1/12), publicou um texto no Instagram em que agradeceu uma homenagem que recebeu no país-sede da Copa por seus problemas de saúde, e optou por tranquilizar os fãs. “Amigos, eu estou no hospital fazendo minha visita mensal. É sempre bom receber mensagens positivas como essa. Obrigado ao Catar por essa homenagem, e a todos que me enviam boas energias!”

O craque luta contra um câncer de intestino desde 31 de agosto de 2021, quando teve diagnosticado um tumor no cólon (intestino grosso) durante exames de rotina, que deveriam ter sido feitos em 2020, mas foram adiados por conta da pandemia da covid-19.

Quatro dias depois, passou por cirurgia no Albert Einstein para retirar o tumor e, durante a internação, foi levado algumas vezes para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Segundo o boletim divulgado na época, o craque teve uma instabilidade respiratória.

Logo após a cirurgia, ele iniciou sessões de quimioterapia.

Além do câncer, o atleta sofre com sequelas de três cirurgias realizadas nos últimos anos. Uma para colocação de prótese no quadril e outras duas para corrigi-la. Também sente dores no joelho, problemas que dificultavam sua locomoção.