Os 10 melhores filmes que estreiam em casa

A programação de estreias digitais se divide em filmes com apelo para o grande público e títulos voltados a cinéfilos de carteirinha. Vai da animação para crianças e comédia nacional até obras […]

Divulgação/Universal Pictures

A programação de estreias digitais se divide em filmes com apelo para o grande público e títulos voltados a cinéfilos de carteirinha. Vai da animação para crianças e comédia nacional até obras premiadas em festivais europeus, sem esquecer um cult para geeks musicais – e com um bom e indefectível banho de sangue para quem tem gosto mais extremo.

Escolha seu preferido na lista abaixo, que reúne os 10 melhores lançamentos da semana nas plataformas de VOD e de assinatura, acompanhados por seus trailers.

 

 

OS CARAS MALVADOS | NOW, VOD*

Atual líder das bilheterias nos EUA, a produção da DreamWorks Animation sobre os estereótipos dos vilões das fábulas encantadas tem ritmo veloz, é engraçada, embute uma mensagem importante contra aparências e apresenta tudo com um visual tão atraente que é impossível não prestar atenção.

A animação gira em torno de um grupo típico de vilões de histórias infantis, que praticam crimes sofisticados sob o comando de um Lobo Mau. Entretanto, tudo muda quando o vilão pratica um ato altruísta, salva a vovozinha e se vê inundado por uma sensação positiva que o surpreende, despertando nele a vontade de, entre outras boas ações, salvar até três e mais porquinhos de testes de laboratório. O problema passa a ser convencer seus capangas a embarcarem na sua missão mais ousada: virarem os caras bonzinhos – ou os novos malvados favoritos das crianças.

A história é baseada no best-seller homônimo de Aaron Blabey, foi adaptada por Etan Cohen (“MIB: Homens de Preto III”) e dirigida por Pierre Perifel, que estreia no comando de longas após trabalhar na animação da trilogia “Kung Fu Panda”. E inclui, entre seus dubladores originais, Sam Rockwell (“Três Anúncios para o Crime”) como Lobo Mau, Awkwafina (“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”) como Tarântula, Marc Maron (“GLOW”) como Cobra, Anthony Ramos (“Em um Bairro de Nova York”) como Piranha, Craig Robinson (“Meu Nome É Dolemite”) como Tubarão e Zazie Beetz (“Coringa”) como uma raposa chamada Diane Foxington.

 

 

GREAT FREEDOM | MUBI

Premiado nos festivais de Cannes, Viena, Atenas e muitos outros, o filme do austríaco Sebastian Meise chama atenção para um aspecto pouco explorado do pós-guerra, revelando que a libertação dos campos de concentração nazistas não representou o fim da opressão para todas as minorias perseguidas da Europa. Nem todos foram perdoados por seus “crimes” de existência.

A trama traz Franz Rogowski (“Undine”) como um homem condenado por ser gay, que passa a vida na prisão porque a lei de seu país continuou criminalizando a homossexualidade, mesmo após a queda de Hitler. Ele cumpre a pena apenas para voltar a ser preso, numa rotina repetitiva que o aproxima de seu companheiro de cela, um assassino condenado à prisão perpétua. À medida que esse relacionamento floresce, a obra pondera a força do amor contra a opressão e a capacidade do espírito humano de resistir à desumanização.

Impactante, tem 96% de aprovação no Rotten Tomatoes, a nota mais alta da crítica entre os títulos desta semana.

 

 

O CHOQUE DO FUTURO | FILMICCA

O filme cult de semana é uma homenagem aos pioneiros da música eletrônica. Passado em Paris no final dos anos 1970, acompanha uma compositora obcecada em criar a música do futuro, apenas para ser desacreditada por todos, porque barulho de sintetizador não seria música. Fãs de rock/eletrônica vão amar as referências e a evolução do processo que levou à criação do pop do futuro (nosso presente), mas o grande público pode não sentir o mesmo apelo em ver uma garota passar quase todo o filme cercada por baterias eletrônicas, sintetizadores, sequenciadores, gravadores de rolo e equipamentos de computação.

Totalmente musical, “O Choque do Futuro” é o primeiro filme dirigido pelo compositor Marc Collin, fundador da banda Nouvelle Vague, e traz em seu elenco vários artistas do pop rock francês, como Clara Luciani (ex-integrante da banda La Femme), Corinne e Elli Medeiros (pioneira do electropop europeu), além de Alma Jodorowsky, neta do cineasta Alejandro Jodorowsky e diretora de clipes, no papel principal.

 

 

MADRE | NOW

A “madre” do título é uma mulher espanhola que perdeu o filho há dez anos, desaparecido numa praia francesa durante as férias de verão. Inconformada, ela largou tudo para viver na mesma praia em que o filho foi visto pela última vez, mas depois de uma década, quando começa a se recuperar do trauma, conhece um adolescente que lembra o menino desaparecido, com a idade que ele teria hoje. Os dois embarcam em uma estranha relação, baseada em desconfiança.

O filme de Rodrigo Sorogoyen (“O Anticandidato”) venceu cinco prêmios internacionais e consagrou a esposa do diretor, Marta Nieto (“Feria: Segredos Obscuros”), premiada como Melhor Atriz da mostra Horizontes no Festival de Veneza passado, por seu desempenho no papel-título.

 

 

TRE PIANI | NOW

O premiado diretor italiano Nanni Moretti (“A Missa Acabou”) conta a história de três famílias que vivem em apartamentos diferentes no mesmo condomínio, todos confrontados com problemas muito intensos. Há uma mulher que luta contra a solidão e a áspera relação do marido com o irmão, um casal que enfrenta a terrível suspeita de que o seu vizinho, um idoso, abusou da filha, e pai e mãe desesperados, após seu filho atropelar e matar uma mulher.

Baseado em romance de Eshkol Nevo, foi exibido no Festival de Cannes do ano passado e concorreu ao David di Donatello (o Oscar italiano) na categoria de Melhor Roteiro Adaptado.

 

 

SPREE | HBO MAX

A comédia de humor sangrento traz Joe Keery (de “Stranger Things”) como um jovem obcecado por estourar nas redes sociais e que elabora um plano ousado para se tornar viral. Disfarçando-se de motorista de aplicativo, ele começa a fazer pegadinhas com os passageiros, enquanto transmite tudo ao vivo. Conforme sua popularidade aumenta, mais perigosas se tornam as “brincadeiras” de suas viagens, até o sangue começar a jorrar. Só que nem todos estão convencidos de suas façanhas, como um influencer famoso que reclama que as mortes não são convincentes o suficiente, e sim fakes. O que o protagonista encara como um desafio para se superar.

Dirigido por Eugene Kotlyarenko (“A Casa Dividida”), “Spree” é um “Jackass” do terror com características visuais bastante distintas. Todo a filmagem replica a estética das transmissões de lives, com direito a ângulos trêmulos, rolagem das mensagens dos espectadores e até o uso ocasional de telas divididas. Sempre em cena, o personagem sádico de Kerry também se dirige aos espectadores, explica seus planos e algumas vezes pisca para a câmera com a cumplicidade de quem compartilha uma piada sem que a vítima saiba o que vai acontecer.

O mais interessante na proposta é que, apesar da violência visceral e chocante, os seguidores do protagonista assistem a tudo em seus smartphones totalmente insensíveis, achando o absurdo muito engraçado – do mesmo modo que o filme convida o público a fazer.

 

 

TORRE. UM DIA BRILHANTE | MUBI

Cultuado pela crítica polonesa, o primeiro longa da diretora Jagoda Szelc tem traços de terror exagerado, embora pareça inicialmente um drama de família. O filme se concentra no reencontro de duas irmãs, Mula (Anna Krotoska, de “Confie em Mim”) e Kaja (Malgorzata Szczerbowska, de “Monstros da Cracóvia”). A primeira criou a filha da segunda como se fosse sua, devido à instabilidade mental da irmã. Mas no dia da celebração da primeira comunhão da menina, ela permite a visita da mãe biológica, após seis anos distante, desde que aceite se comportar como tia. Apesar disso, desconfia de cada interação entre sua irmã e a filha.

O tom predominante sinistro é estabelecido desde os segundos iniciais, mas se intensifica quando, em meio às tensões familiares, Maja começa a ter sonhos/visões alarmantes. Ao mesmo tempo, a “segunda vinda” de Kaja passa a assumir simbolismo religioso, ao estilo do divisivo “Mãe” (2017). Assim como no filme de Darren Aronofsky, nem tudo é claro e o clímax horripilante revela-se completamente inesperado.

 

 

BAGDÁ VIVE EM MIM | VIVO PLAY

O premiado filme do diretor Samir (de apenas um nome, como Madonna) acompanha imigrantes iraquianos em Londres, que tentam levar suas vidas com mais liberdade em relação ao conservadorismo de seu país natal. Um café da moda serve de ponto de encontro para os artistas, comunistas e gays ainda enrustidos do Iraque, mas sua proximidade de uma mesquita leva um fanático religioso a pregar contra os pecadores que perderam de vista os bons costumes muçulmanos. Logo, a vida de todos é virada do avesso.

A autenticidade dos personagens e seus dramas torna a história quase documental. E não é à toa. Amir filmou um documentário sobre tema similar, “Forget Baghdad: Jews and Arabs — The Iraqi Connection”, que mostrou imigrantes iraquianos em Israel, forçados a mudar sua cultura e idioma para se tornarem “os inimigos de seu próprio passado”. O novo filme, porém, é um pouco mais esperançoso, buscando demonstrar que a cultura iraquiana pode coexistir com a do Ocidente, apesar dos protestos dos mais radicais.

 

 

OS OPOSTOS SEMPRE SE ATRAEM | NETFLIX

Continuação de “Os Opostos se Atraem” (2012), a comédia francesa de ação volta a trazer Omar Sy (“Lupin”) e Laurent Lafitte (“O Professor Substituto”) como uma dupla policial com estilos, vivências e carreiras muito distintas. Dez anos depois de trabalharem juntos, eles seguiram rumos muitos diferentes, mas precisam deixar sua incompatibilidade de lado mais uma vez para se juntarem numa nova investigação, um caso de tráfico que os leva aos Alpes Franceses e acaba se revelando um crime em grande escala.

O primeiro filme foi destruído pela crítica internacional, mas fez bilheteria suficiente na França para a Netflix apostar que o sucesso recente de Omar Sy em “Lupin” atrairia mais público para esta continuação, produzida exclusivamente para o streaming.

 

TÔ RYCA! 2 | NOW, VIVO PLAY, VOD*

Maior bilheteria nacional de 2022, a produção se aproveita do carisma de Samantha Schmutz para fazer humor de apelo popular.

A trama, porém, deveria se chamar “Tô Pobre”, já que utiliza o velho artifício que também justificou as continuações de “Até que a Sorte nos Separe”, fazendo a pobre que ficou milionária no primeiro filme perder tudo de novo, de uma hora para outra. Mais uma vez miserável, ele enfrenta os perrengues típicos da classe trabalhadora, que são mostrados da mesma forma estereotipada como os clichês de novo rico do filme “original”.

Assim como no filme anterior, o roteiro é de Fil Braz e a direção é assinada por Pedro Antônio. Já o elenco acrescentou Rafael Portugal (“Porta dos Fundos: Te Prego Lá Fora”), Evelyn Castro (“Tô de Graça”) e participação especial da dupla sertaneja Maiara e Maraisa.

 

 

* Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Google Play, Looke, Microsoft Store, Loja Prime e YouTube, entre outras, sem necessidade de assinatura mensal.