Ator de “Empire” é condenado à prisão por forjar agressão racista

O ator Jussie Smollett, da série “Empire”, foi condenado a 150 dias de prisão nesta quinta (10/3), começando imediatamente. Além do encarceramento, ele foi sentenciado a 30 meses de liberdade condicional, ao […]

Divulgação/Fox

O ator Jussie Smollett, da série “Empire”, foi condenado a 150 dias de prisão nesta quinta (10/3), começando imediatamente. Além do encarceramento, ele foi sentenciado a 30 meses de liberdade condicional, ao pagamento de US$ 120 mil de restituição por gastos da cidade de Chicago e uma multa adicional de US$ 25 mil.

A sentença foi proferida três meses após o ator ser considerado culpado de forjar um ataque contra si mesmo e mentir para a polícia sobre ser vítima de ódio racial e homofóbico em 2019.

Antes de ser conduzido para a prisão, Smollett ergueu-se, elevando a voz para dizer: “Eu não sou suicida. Sou inocente e não sou suicida. Se alguma coisa acontecer comigo lá [na prisão], não fui eu que fiz”. Veja abaixo.

O júri, formado por seis homens e seis mulheres, o considerou culpado de cinco das seis acusações da promotoria. Cada uma das acusações foi relativa às diferentes vezes em que ele teria mentido para a polícia sobre o ataque.

Em janeiro de 2019, Smollett alegou ter sido vítima de um ataque de apoiadores do presidente americano Donald Trump em Chicago. O ator, que é negro e gay, contou que eles gritavam ofensas racistas e homofóbicas.

O caso foi marcado por contradições e, no curso da investigação, a polícia local transformou o registro de crime de preconceito em suspeita contra o próprio ator.

Problemas em relação ao tratamento público da investigação chegou a fazer a promotora original desistir do processo, mas o juiz do caso, Michael Toomin, resolveu nomear um novo promotor, que retomou as investigações e, após a conclusão do levantamento de provas e testemunhos, indiciou Smollett em seis acusações relacionadas a relatos falsos à polícia.

Em meio à polêmica, o ator foi demitido da série “Empire”, em que tinha um dos papéis principais.

A principal descoberta da investigação foi a participação dos irmãos Ola e Avel Osundairo na agressão. Personal trainers de descendência nigeriana, eles já haviam aparecido como figurantes em “Empire” e testemunharam que o ator lhes pagou para que o atacassem, depois que a polícia os ameaçou de prisão e deportação para a Nigéria.

O superintendente da polícia de Chicago, Eddie Johnson, chegou a apresentar um cheque assinado por Smollett para os irmãos como prova das acusações.

Entretanto, em depoimento à polícia, os irmãos supostamente contratados por Smollett disseram que o dinheiro que receberam do ator na verdade era pagamento pela prestação de serviços como personal trainers do ator. Há fotos no Instagram desse trabalho.

Os advogados de Smollett também argumentaram que os irmãos atacaram o ator porque eles são homofóbicos e não gostam de “quem ele é” e que inventaram a história de que foi tudo encenado para escapar de condenação e também para chantagear o ator, dizendo que não testemunhariam se Smollett pagasse US$ 1 milhão a cada um.

O promotor Dan Webb disse ao júri que Smollett fez a polícia de Chicago gastar enormes recursos investigando o que se provou um crime falso: “Além de ser contra a lei, é simplesmente errado abusar de algo tão sério como um crime de ódio real”.

O máximo previsto para suas acusações eram três anos de prisão, mas os advogados de Smollett acreditavam que ele seria colocado em liberdade condicional e condenado a prestar serviços comunitários. O juiz foi mais duro que o esperado.

Além de ator, Smollett também era cantor, e ambas as carreiras podem ser considerada encerradas após a condenação.