O filme bósnio “Quo Vadis, Aida?” foi eleito o Melhor Filme Europeu do ano pela Academia Europeia de Cinema. Em cerimônia realizada neste sábado (11/12) em Berlim, a premiação do European Film Awards (EFA), considerada o “Oscar europeu”, consagrou o longa da diretora Jasmila Zbanic com um total de três troféus.
Além de Melhor Filme, “Quo Vadis, Aida?” venceu nas categorias de Direção e Atriz (Jasna Đuričić).
Quo Vadis, Aida?
A obra denuncia o genocídio cometido por sérvios durante as guerras de independência da antiga Iugoslávia, recriando o massacre de Srebrenica em 1995 sob o ponto de vista de uma tradutora da ONU, que tenta aproveitar seu acesso privilegiado para tentar salvar sua família do assassinato em massa de cidadãos bósnios. Tenso, angustiante e brilhante, chegou a disputar o Oscar de Melhor Filme Internacional neste ano, além de ter vencido 20 prêmios internacionais.
Meu Pai
Das quatro indicações que disputava no evento da Academia Europeia, “Quo Vadis, Aida?” só não venceu Melhor Roteiro, troféu que foi para Christopher Hampton e Florian Zeller por “Meu Pai”. O roteirista português e o cineasta francês já tinham vencido o Oscar nesta categoria. Assim como o ator inglês Anthony Hopkins, que depois da conquista da Academia dos EUA também foi agraciado com o European Film Award por seu desempenho como personagem-título de “Meu Pai”, um homem com Alzheimer, incapaz de diferenciar presente, passado e situações de sua vida.
Flee
Outro destaque da premiação foi o documentário animado “Flee”, do cineasta dinamarquês Jonas Poher Rasmussen, que venceu as duas categorias de seu formato híbrido: Melhor Documentário e Melhor Animação. A história real de um refugiado chamado Amin já tinha conquistado 33 prêmios, incluindo Melhor Documentário Internacional no Festival de Sundance e Melhor Animação no Festival de Annecy.
Confira abaixo a lista completa dos vencedores do EFA 2021.
Great Freedom
Melhor Filme
“Quo Vadis, Aida?”, de Jasmila Zbanic (Bósnia e Herzegovina)
Melhor Comédia
“Ninjababy”, de Yngvild Sve Flikke (Noruega)
Melhor Documentário
“Flee”, de Jonas Poher Rasmussen (Dinamarca, França)
Melhor Animação
“Flee”, de Jonas Poher Rasmussen (Dinamarca, França)
European Discovery – Prêmio da Crítica
“Bela Vingança”, de Emerald Fennell (EUA, Reino Unido)
Melhor Direção
Jasmila Zbanic, por “Quo Vadis, Aida?”
Melhor Atriz
Jasna Đuričić, em “Quo Vadis, Aida?”
Melhor Ator
Anthony Hopkins, em “Meu Pai”
Melhor Roteiro
Florian Zeller e Christopher Hampton, por “Meu Pai”
Melhor Fotografia
Crystel Fournier, por “Great Freedom” (Áustria, Alemanha)
Melhor Edição
Mukharam Kabulova, por “Unclenching the Fists” (Rússia)
Melhor Design de Produção
Márton Ágh, por “Natural Light” (Hungria, Letônia, França)
Melhor Figurino
Michael O’Connor, por “Ammonite” (Reino Unido)
Melhor Maquilhagem e Cabelos
Flore Masson, Olivier Afonso e Antoine Mancini, por “Titane” (França)
Melhor Trilha Sonora
Nils Petter Molvær e Peter Brötzmann, por “Great Freedom”
Melhor Som
Gisle Tveito e Gustaf Berger, por “The Innocents” (Noruega, Suécia, Dinamarca)
Melhores Efeitos Especiais
Peter Hjorth e Fredrik Nord, por “Lamb” (Islândia, Suécia)
Prémio Universitário
“Flee”
EFA Award de Inovação Narrativa
“Small Axe”, de Steve McQueen (Reino Unido)
EFA Award de Conquista Europeia no Cinema Mundial
Susane Bier (Dinamarca)
EFA Award de Conquistas da Carreira
Márta Mészáros (Hungria)
Melhor Curta-Metragem
“My Uncle Tudor”, de Olga Lucovnicova (Bélgica, Portugal)