Seleção do Festival de Veneza destaca cinema latino-americano

O Festival de Veneza anunciou sua seleção de 2021, que inclui os filmes da Netflix que Cannes boicotou e obras de vários cineastas consagrados. Entre os diretores que competirão pelo Leão de […]

Divulgação/La Biennale

O Festival de Veneza anunciou sua seleção de 2021, que inclui os filmes da Netflix que Cannes boicotou e obras de vários cineastas consagrados. Entre os diretores que competirão pelo Leão de Ouro estão o espanhol Pedro Almodóvar, a neozelandesa Jane Campion, o italiano Paolo Sorrentino e o chileno Pablo Larraín.

Almodóvar abre a competição com “Mães Paralelas”, em que ele aborda um de seus temas favoritos: maternidade e família. Paolo Sorrentino, que já tem um Oscar no currículo, traz “The Hand of God”, uma homenagem a seu ídolo Maradona e como ele salvou sua vida. Jane Campion comparece com “The Power of the Dog”, lançamento da Netflix sobre uma guerra entre irmãos. E Pablo Larraín apresenta “Spencer”, em que Kristen Stewart vive a Princesa Diana.

Como esperado, o casal argentino Gastón Duprat e Mariano Cohn também foi selecionado com seu filme ““Official Competition”, protagonizado por Penélope Cruz e Antonio Banderas.

De fato, a América Latina está muito bem representada no festival italiano, incluindo ainda o mexicano Michel Franco, que depois de ter impactado a edição passada com seu filme “Nova Ordem”, retorna com “Sundown”. Ainda há o venezuelano Lorenzo Vigas, vencedor do Leão de Ouro em 2015 por “De Longe Te Observo”, que volta a competir em Veneza com “La Caja”, sem esquecer o uruguaio Rodrigo Plá e o boliviano Kiro Russo na mostra Horizontes.

Já o Brasil, que tem seu cinema sufocado pela política anticultural de Bolsonaro, comparece com o curta “Ato”, dirigido por Bárbara Paz, premiada na edição de 2019 pelo documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, que também foi selecionado para a Horizontes. E ainda há “7 Prisioneiros”, produção da Netflix dirigida por Alexandre Moratto e estrelada por Rodrigo Santoro e Christian Malheiros, que integra a seção Extra da Horizontes.

A seleção competitiva também exibirá os novos trabalhos da inglesa Ana Lily Amirpour, que já foi reconhecida em Veneza por “Amores Canibais” (2016), e do francês Stéphane Brizé, que recebeu o Prêmio da Crítica por “A Vida de uma Mulher” (2016), além da estreia na direção da atriz americana Maggie Gyllenhaal, que curiosamente participou do júri da recente edição do Festival de Cannes, entre outros.

A participação dos grandes filmes de Hollywood acabou restrita às sessões de gala fora da competição, que contarão com as novas produções de Denis Villeneuve (“Duna”), Ridley Scott (“O Último Duelo”), Edgar Wright (“Noite Passada em Soho”) e David Gordon Green (“Halloween Kills”).

“A qualidade média dos filmes está mais alta que o normal”, declarou o diretor do Festival, Alberto Barbera, ao revelar os títulos. “É como se a pandemia tivesse estimulado a criatividade”, acrescentou.

A responsabilidade por premiar os melhores estará nas mãos do júri presidido pelo cineasta sul-coreano Bong Joon-ho, vencedor do Oscar por “O Parasita”.

A 78ª edição do Festival de Cinema de Veneza vai acontecer de 1º a 11 de setembro, e também prestará homenagens à atriz americana Jamie Lee Curtis e ao ator italiano Roberto Benigni com Leões de Ouro honorários pelas realizações de suas carreiras.

Confira abaixo a lista completa dos longas selecionados para a competição e para a principal mostra paralela do evento.

Competição Oficial
“Madres Paralelas”, de Pedro Almodóvar
“Mona Lisa and the Blood Moon”, de Ana Lily Amirpour
“Un Autre Monde”, de Stéphane Brizé
“America Latina”, de Fabio e Damiano D’Innocenzo
“L’Événement”, de Audrey Diwan
“Official Competition”, de Gastón Duprat e Mariano Cohn
“Il Buco”, de Michelangelo Frammartino
“Sundown”, de Michel Franco
“Illusions Perdues”, de Xavier Giannoli
“A Filha Perdida”, de Maggie Gyllenhaal
“Spencer”, de Pablo Larraín
“Freaks Out”, de Gabriele Mainetti
“Qui Rido Io”, de Mario Martone
“On the Job: The Missing 8”, de Erik Matti
“Leave no Traces”, de Jan P. Matuszynski
“Captain Volkonogov Escaped”, de Nathasha Merkulova
“The Card Counter”, de Paul Schrader
“A Mão de Deus”, de Paolo Sorrentino
“Reflection”, de Valentyn Vasyanovych
“La Caja”, de Lorenzo Vigas

Mostra Horizontes
“Atlantide”, de Yuri Ancarani
“Miracol”, de George Apetri
“Piligrimai”, de Laurynas Bareisa
“Il Paradiso del Pavone”, de Laura Bispuri
“The Falls”, de Mong-hong Chung
“El Hoyo en la Cerca”, de Joaquín Alejandro del Paso
“Amira”, de Mohamed Diab
“À Plein Temps”, de Eric Gravel
“107 Mothers”, de Peter Kerekes
“Vera Dreams of the Sea”, de Kaltrina Krasniqi
“Les Promeses”, de Thomas Kruithof
“White Building”, de Javich Neang
“Anatomy of Time”, de Jakrawal Nilthamrong
“El Otro Tom”, de Rodrigo Plá
“El Gran Movimiento”, de Kiro Russo
“Once Upon a Time in Calcutta”, de Aditya Vikram Sengupta
“Rhino”, de Oleh Sentsov
“True Things”, de Harry Wootliff
“Inu-oh”, de Masaaki Yuasa

Horizontes Extra
“Land of Dreams”, de Shirin Neshat e Shoja Azari
“Costa Brava, Lebanon”, de Mounia Akl
“Mama, I’m Home”, de Vladimir Bitokov
“Ma Nuit”, de Antoinette Boulot
“La Ragazza Ha Volato”, de Wilma Labate
“7 Prisioneiros”, de Alexandre Moratto
“The Blind Man Who Did Not Want to See Titanic”, de Teemu Nikki
“La Macchina Delle Immagini di Alfredo C”, de Roland Sejko

Fora de Competição

“Il Bambino Nascosto”, de Roberto Andò
“Les Choses Humaines”, de Yvan Attal
“Ariaferma”, de Leonardo Di Costanzo
“Halloween Kills”, de David Gordon Green
“La Scuola Cattolica”, de Stefano Mordini
“Old Henry”, de Potsy Ponciroli
“O Último Duelo”, de Ridley Scott
“Dune”, de Denis Villeneuve
“Noite Passada em Soho”, de Edgar Wright