O cineasta brasileiro Karim Aïnouz aproveitou a exibição de seu novo filme em sessão especial no Festival de Cannes para dar dimensão internacional aos protestos contra o governo Bolsonaro.
Exibido sob aplausos nesta sexta-feira (9/7), “O Marinheiro das Montanhas” é o diário cinematográfico de uma viagem do diretor em busca de suas raízes africanas, que registra sua primeira ida à Argélia e a descoberta do povoado onde seu pai nasceu.
Acompanhado de sua equipe, incluindo o colega Walter Salles, que é um dos produtores do filme, Aïnouz aproveitou a première para, além de comentar seu trabalho, “lembrar também que, neste momento, milhares de pessoas estão morrendo no Brasil por causa do descaso de um governo fascista”.
No final da sessão, junto com os aplausos demorados e gritos de “Fora Bolsonaro!”, uma faixa foi aberta em frente à tela com o frase: “Brasil: 530.000 mortos. Fora gângster genocida”.
Foi a segunda vez que Bolsonaro foi chamado de gângster no festival francês. Na abertura, a iniciativa partiu do diretor americano Spike Lee, presidente do júri que vai entregar a Palma de Ouro ao melhor filme da competição.
Veja abaixo o discurso completo de Karim Aïnouz, que denuncia a destruição da cultura e das vidas dos brasileiros pelo desgoverno atual.
"A democracia brasileira respira por aparelhos", confira o discurso de Karim Aïnouz na estreia mundial do longa-metragem ‘Marinheiro das Montanhas’ no Festival Cannes. pic.twitter.com/hSn917E2d0
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) July 9, 2021
“Fora Bolsonaro” the filmmakers lead some of the audience in chanting following extended standing applause pic.twitter.com/AhWMyVCCj8
— Arash Azizi 🟣 (@arash_tehran) July 9, 2021